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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
1a edição
Editor
Douglas Henrique Perez Pino
Projeto Gráfico
Clarissa Bengtson e Jéssica Veloso Morito
Revisora
Rebeca Aparecida Mega
Diagramadora
Clarissa Bengtson
Capa
Jéssica Veloso Morito
ISBN – 978-65-86891-19-5
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1840941047998332
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0159911069166581
SUMÁRIO
Ementa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Objetivos específicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Habilidades e competências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Frequência de treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Intensidade de treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Volume de treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Unidade 2 – Bioenergética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Metabolismo aeróbio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Metabolismo anaeróbio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Sistema glicolítico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Sistema fosfogênico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Sistemas de tamponamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Sistema plasmático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Sistema respiratório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Sistema renal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Ventilação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Equivalentes respiratórios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Quociente respiratório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Espaço morto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Saturação de O2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Mensagem aos estudantes
Saudações, estudantes!
Bob Knight
Bons estudos!
Ementa
• Objetivos específicos
▪▪ Aprender o que é Fisiologia do Exercício;
▪▪ compreender os princípios de bioenergética;
▪▪ interpretar os fenômenos fisiológicos que determinam os limiares
anaeróbio e de compensação respiratória;
▪▪ conhecer a influência do consumo de oxigênio e da produção de
dióxido de carbono na prática do exercício físico;
▪▪ entender como o organismo responde aos estímulos do exercício
físico;
▪▪ possibilitar a aplicação dos conhecimentos de Fisiologia do Exer-
cício no dia a dia do profissional da área.
• Habilidades e competências
▪▪ Estimular a autonomia, a proatividade e o gerenciamento do tem-
po em relação aos estudos e à formação profissional;
▪▪ aplicar a Fisiologia do Exercício na prática profissional;
▪▪ desenvolver a boa comunicação técnica e científica.
• Organização do Caderno de Estudo
Provocação
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
A contração muscular está presente no dia a dia do ser humano, seja para
manter as funções vitais, como a ação dos músculos respiratórios ao reali-
zar alguma tarefa doméstica ou mudar uma cadeira de lugar para sentar-se,
por exemplo, ou em uma atividade laboral, como mover os dedos ao digi-
tar, deslocar-se caminhando, transportar objetos e alimentos, bem como ao
praticar atividades e exercícios físicos para promover o seu bem estar físico,
psicológico e social.
https://youtu.be/T00U5lMWAWQ
https://youtu.be/DkCcn9iBczw
Frequência de treinamento
O treinamento físico é caracterizado pela ocorrência ou prática de exercício
físico por diversas vezes ao longo do tempo (semanas, meses e anos); desta
forma, a frequência de treinamento é a variável relacionada à quantidade
de aplicação dos exercícios físicos em determinado tempo; usualmente se
emprega dias por semana (dia/semana), podendo variar entre uma e mais
14
sessões por dia ou em sessões distribuídas pela semana (por exemplo, 3x/
| ESPECIALIZAÇÃO | FISIOLOGIA CLÍNICA DO EXERCÍCIO | Ciclo 1 | Volume 1 |
Intensidade de treinamento
A intensidade de treinamento é definida como o esforço muscular dispen-
dido para que ocorra a contração muscular. É uma variável que pode ser ex-
pressa em intensidade absoluta ou relativa, e existem vários métodos para
quantificá-las (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2014; GARBER et
al., 2011; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016; RATAMESS et al., 2009), como se
explica a seguir:
Intensidade absoluta
Intensidade relativa
Volume de treinamento
O volume de treinamento é o total de trabalho realizado, ou seja, a quanti-
dade total de exercício físico em determinado período (sessão, dia, semana
etc.), pensado conforme a necessidade para atingir os objetivos do prati-
cante. Existem várias formas de determinar o volume, sendo as principais:
https://www.purposegames.com/game/fundamentos-
de-fisiologia-do-exercicio-uni-1
Eis a lei da conservação da matéria: “Na Natureza nada se cria, nada se per-
de, tudo se transforma”, de Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794). Ela é
evidente na bioenergética: basta observar, por exemplo, a transferência de
energia da luz solar para os sistemas fisiológicos do corpo humano (MCAR-
DLE; KATCH; KATCH, 2016). A interação da luz solar com a água permite o
desenvolvimento de plantas, que são a base da alimentação dos animais.
Na cadeia alimentar, os animais (dentre eles o ser humano) têm a opção de
consumir, como alimento, outros animais (carnes bovina, suína, aves etc.) e/
ou plantas (arroz, feijão, hortaliças em geral); assim, a energia é transferida
para o organismo humano em forma de macronutrientes (carboidratos,
lipídeos e proteínas) juntamente com outros compostos químicos, como
vitaminas, minerais e água (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).
Aeróbio
Anaeróbio
Metabolismo aeróbio
Uma das formas de ocorrer a síntese do ATP é por meio da respiração ce-
lular, processo molecular em que as células consomem oxigênio (O2) e pro-
duzem dióxido de carbono (CO2). O metabolismo aeróbio é caracterizado
pela presença do O2 como recebedor de elétrons na cadeia transportadora
de elétrons (CTE), combinando-se com os íons de hidrogênio (H+) e forman-
do água (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016).
Por outro lado, provas de fundo (superiores a 5.000 metros) são longas e
com duração acima de 10 minutos, e para finalizar esse tipo de prova o pra-
ticante utiliza a intensidade máxima que lhe permite completar o trajeto.
Ou seja, não é a intensidade máxima do organismo, e sim a intensidade
máxima para aquele período em contração muscular.
https://youtu.be/YffDxA0LW38
https://youtu.be/39HTpUG1MwQ
https://youtu.be/xbJ0nbzt5Kw
Metabolismo anaeróbio
O metabolismo anaeróbio dispensa a necessidade de O2 para a síntese de
ATP, tanto no sistema fosfogênico quanto no glicolítico. Assim, este sistema
fornece energia para contrações musculares rápidas e de alta intensidade
ou em situações nas quais o metabolismo aeróbio precisa ser suplementa-
do na síntese de ATP (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016, p. 391).
Sistema glicolítico
O sistema glicolítico sintetiza ATP independente de O2 pelas reações
bioquímicas ocorridas no processo de glicólise (por isso o nome sistema
glicolítico), em que o carboidrato é degradado com liberação de íons de
hidrogênio, moléculas de água, formação de ATP e piruvato. Caso o meta-
bolismo aeróbio tenha condições de oxidar os íons de hidrogênio liberados
na glicólise, o piruvato é convertido em acetil-CoA (MARZZOCO; TORRES,
2015, p. 125):
Caso a oxidação dos íons de hidrogênio na CTE esteja mais lenta que a
Legenda: RML – resistência muscular localizada; ECC – contração muscular isotônica excêntrica; COM
– contração muscular isotônica concêntrica; GM – Grupo Muscular; ISO – contração isométrica; 1s – um
segundo; 2s – dois segundos; RM – repetições máximas.
(
Lactacidemia (mmol • L-1)
ANICETO et al. (2013)2 Oito 60% 1RM 3 x 10 20 s. 1 min. 1,8 a 2,2* 11,08 ± 2,54
CAMPANHOLI NETO
Oito 50% 1RM 2 x 21 42 s. 2 min 1,17 ± 0,12 13,44 ± 0,49
(2015)2
CAMPANHOLI NETO
Oito 70% 1RM 3 x 10 20 s. 2 min. 1,54 ± 0,35 11,34 ± 4,75
(2019)2
CAMPANHOLI NETO et
Oito 100% 1RM 3-5 x 1 - 5 min. 1,0 ± 0,2 2,0 ± 0,5**
al. (2015)2
COSTA et al. (2017)2 Dois 70 1RM 3x8 - 1 min. 1,5 ± 0,6 6,1 ± 1,0
MAGOSSO (2019)1 Um (leg press) 40% 1RM Uma série máxima - - 0,79 ± 0,38 3,69 ± 0,85**
MAGOSSO (2019)1 Um (leg press) 60% 1RM Uma série máxima - - 0,75 ± 0,40 4,03 ± 1,05**
MAGOSSO (2019)1 Um (leg press) 80% 1RM Uma série máxima - - 0,94 ± 0,49 3,73 ± 1,31**
Estudo realizado com mulheres; (2) estudo realizado com homens. (*) Dados obtidos via análise gráfica, não fornecido no texto pelo autor; (**) valor pico após
(1)
exercício.
30
1RM, as séries têm duração entre 20 a 42 segundos, porém todos eles uti-
lizaram séries múltiplas, e os intervalos entre as séries permitem o tampo-
namento de parte do lactato produzido durante as contrações musculares
e a eliminação de CO2. No entanto, a depuração total do lactato até seus
valores de repouso exige mais tempo do que o utilizado nos estudos apre-
sentados (SCOTT; PEARY; TENBRAAK, 2011). Quando a série subsequente é
executada, isso exige ação do metabolismo anaeróbio e novo aumento na
lactacidemia; dessa maneira, ao final da sessão, os valores são muito altos
em relação ao limiar de lactato, que é por volta de 2,7 a 3,8 mmol/L nesta
modalidade de exercício físico (DE OLIVEIRA et al., 2006).
Conforme apresentado por De Oliveira et al. (2006), o ER não deve ser ro-
tulado como “anaeróbio”, pois ao realizar 20 repetições com intervalo de
dois minutos entre séries e intensidade entre 25 e 35% 1RM identificou-se
o limiar de lactato. Assim, contrações musculares submáximas, na faixa de
intensidade e volume manifestado, não apresentam suplementação pelo
metabolismo anaeróbio.
Sistema fosfogênico
O sistema fosfogênico refere-se às reações bioquímicas ocorridas na síntese
de ATP a partir da fosfocreatina (PCr) intracelular (MAUGHAN; GLEESON;
GREENHAFF, 2000, p. 18; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016, p. 271; p. 391-392).
31
ATP ATPase
ADP+Pi+Energia
Creatina quinase
PCr+ADP Cr+ATP
https://youtu.be/uCmNQQWlrc0
32
anaeróbio
Quando um músculo sai do repouso são utilizados, inicialmente, os esto-
ques de ATP citoplasmáticos; caso a contração muscular persista por al-
guns segundos, o sistema fosfogênico é predominante (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2016, p. 302). Por outro lado, caso a contração muscular continue
em uma intensidade que sustente, no máximo, o trabalho até a faixa de
2-5 minutos, a predominância será do sistema glicolítico. Atente-se que a
intensidade que deve limitar o tempo de contração muscular, ou seja, a
intensidade deve ser alta o suficiente para que o tempo máximo de con-
tração seja na faixa de 2-5 minutos, principalmente no primeiro minuto
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016, p. 302; 391).
Ressalte-se que o LAn pode ser identificado por vários métodos. Dentre eles
destacamos a lactacidemia, a análise de variáveis respiratórias, a glicemia
(limiar glicêmico), o ponto de deflexão da frequência cardíaca e a análise
da variabilidade da frequência cardíaca (FELIPE, 2017; NEVES, 2019, p. 22). O
LAn geralmente ocorre em torno de 40 a 65% da intensidade máxima em
um teste incremental para adultos (HERDY et al., 2016; NEVES, 2019, p. 41).
https://www.purposegames.com/game/zGLb95dF7sr
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/
article/view/6007
40
Sistemas de tamponamento
Antes de seguir, convém lembrar que ácidos são substâncias com capaci-
dade de dissociação, liberando prótons. Já as bases são substâncias com a
capacidade de receber os prótons (MARZZOCO; TORRES, 2015; MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2016). Quanto maior a capacidade de dissociação da subs-
tância, mais forte é o ácido. Outro dado importante: a molécula resultante
da dissociação é denominada base conjugada do ácido, pois pode receber
um próton e converter-se novamente no ácido conjugado respectivo.
• o sistema plasmático;
• o sistema respiratório; e
• o sistema renal.
41
Sistema respiratório
Enquanto a concentração de bicarbonato é suficiente para o tamponamen-
to plasmático dos íons de hidrogênio e moléculas de lactato, o sistema
respiratório atua na eliminação do CO2.
Sistema renal
A ação do sistema renal é a mais lenta, ocorrendo de maneira eficiente
após horas e até mesmo dias. Os néfrons regulam o pH do organismo por
meio de reações bioquímicas que eliminam íons de hidrogênio na urina,
com reabsorção de bicarbonato para a correção de acidose. Já para cor-
rigir a alcalose, o sistema renal elimina bicarbonato na urina e mantém as
substâncias ácidas. Além do poder de absorção, os néfrons são capazes de
produzir aproximadamente 1 mEq/kg/dia de íons de bicarbonato (HAMM;
NAKHOUL; HERING-SMITH, 2015, p. 2233).
44
| ESPECIALIZAÇÃO | FISIOLOGIA CLÍNICA DO EXERCÍCIO | Ciclo 1 | Volume 1 |
http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302007000900005
https://www.purposegames.com/game/unid-3-
fundamentos-de-fisiologia-do-exercicio
https://youtu.be/6qYOUV4XuxE
https://youtu.be/UBupw-HNXI4
https://youtu.be/A2z0l9B6aGE
Ventilação
A ventilação (V̇e) refere-se à quantidade de ar atmosférico mobilizada pelo
sistema respiratório em um minuto, sendo determinada pelo produto da
frequência respiratória (FR) e do volume corrente (VC) (FIGUEIRA et al., 2018;
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016, p. 438). A FR é definida pela quantidade de
ciclos respiratórios ocorridos em um minuto. Já o VC é definido pela quan-
50
V̇e = FR x VC
Legenda: V̇e – ventilação em litros por minuto; Rep. – repouso; LAn – limiar anaeróbio; LCR –
limiar de compensação respiratória.
52
Legenda: V̇O2 – consumo de oxigênio em mililitros por quilograma por minuto; V̇O2máx –
consumo máximo de oxigênio; V̇O2pico – consumo pico de oxigênio; Rep. – repouso.
Onde: V̇e = ventilação; FiO2 = fração inspirada de oxigênio; FeO2 = fração ex-
pirada de oxigênio.
Homens
Aptidão física
Idade
(anos) Muito
Fraca Regular Boa Excelente
fraca
25,30 – 40,49 – 48,08 –
15-24 < 25,30 > 53,13
40,48 48,07 53,13
23,70 – 37,93 – 45,04 –
25-34 < 23,70 > 49,77
37,92 45,03 49,77
22,70 – 36,33 – 43,14 –
35-44 < 22,70 > 47,67
36,32 43,13 47,67
20,25 – 32,41 – 38,48 –
45-54 < 20,25 > 42,52
32,40 38,47 42,52
17,65 – 28,25 – 33,54 –
55-64 < 17,54 > 37,06
28,24 33,53 37,06
15,00 – 24,01 – 28,51 –
65-74 < 15,00 > 31,50
24,00 28,50 31,50
Mulheres
Aptidão física
Idade
(anos) Muito
Fraca Regular Boa Excelente
fraca
19,45 – 31,13 – 36,96 –
15-24 < 19,45 > 40,84
31,12 36,95 40,84
19,05 – 30,49 – 36,20 –
25-34 < 19,05 > 40,00
30,48 36,19 40,00
17,45 – 27,93 – 33,16 –
35-44 < 17,45 > 34,08
27,92 33,15 34,08
15,55 – 24,89 – 29,55 –
45-54 < 15,55 > 32,65
24,88 29,54 32,65
14,30 – 22,89 – 27,18 –
55-64 < 14,30 > 30,03
22,88 27,17 30,03
12,55 – 20,09 – 23,85 –
65-74 < 12,55 > 26,35
20,08 23,84 26,35
Adaptada de Herdy e Caixeta (2016). Valores em mL • kg-1 • min-1.
55
Legenda: V̇CO2 – consumo de oxigênio em mililitros por quilograma por minuto; Rep. –
repouso; LAn – limiar anaeróbio; LCR – limiar de compensação respiratória.
Equivalentes respiratórios
Em posse dos dados de ventilação, consumo de oxigênio e produção de
dióxido de carbono, é possível calcular os equivalentes ventilatórios de
oxigênio (EqV̇O2 = V̇e/V̇O2) e de dióxido de carbono (EqV̇CO2 = V̇e/V̇CO2).
Os equivalentes EqV̇O2 e EqV̇CO2 representam o volume de ar atmosférico
ventilado para consumir um litro de oxigênio e eliminar um litro de dióxido
de carbono, respectivamente. Os equivalentes ventilatórios estão relacio-
nados à eficiência ventilatória (FIGUEIRA et al., 2018; HERDY et al., 2016).
Quociente respiratório
A relação entre V̇CO2 e V̇O2 é referida como quociente respiratório (QR) e/
ou Razão de Troca Respiratória (RER ou R), e pode ser empregada para
conhecer o percentual de substrato oxidado pelo indivíduo para produção
de ATP por meio da seguinte equação:
V̇CO2
QR =
V̇O2
V̇CO2 = 6 CO2
1,00
V̇O2 = 6 O2
https://www.purposegames.com/game/unid-4-
fundamentos-de-fisiologia-do-exercicio
Legenda: V̇e – ventilação em litros por minuto. Período de repouso: -6 a 0 minutos; Período
de exercício: 0 a 30 minutos; Período de recuperação: 0 a 18 minutos após interrupção.
64
Espaço morto
O espaço morto (Vd) é parte do volume corrente que não participa das
trocas gasosas, ou seja, a porção pulmonar em que não há entrega de O2 e
extração de CO2 (FERLUGA; LUCANGELO; BLANCH, 2018). O Vd é classificado
de duas formas, conforme sua relação com a estrutura ou função pulmonar.
Saturação de O2
O transporte de O2 pelo sangue também apresenta alterações durante a
execução de exercícios físicos. Em torno de 98% das moléculas de O2 trans-
portadas no sangue são ligadas aos átomos de ferro em uma das quatro
cadeias de globina da hemoglobina (Hb), e apenas 2% das moléculas de
O2 são transportadas de forma dissolvida no sangue (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2016; WEST, 2010). A ligação reversível do O2 com Hb resulta em
oxiemoglobina (O2 + Hb ↔ HbO2). Em condições normais e de repouso,
um grama de Hb pode combinar com 1,34 mL de O2, e o sangue contém
aproximadamente 15 g de Hb por 100 mL; assim, cada 100 mL de san-
gue tem a capacidade de transportar aproximadamente 20,1 mL de O2
(1,34 mL • O2 x 15 g Hb • 100 mL) (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2012; MCAR-
DLE; KATCH; KATCH, 2016; WEST, 2010). A saturação de O2 (SpO2) é o percen-
tual dos locais de ligação na Hb disponíveis no sangue, que estão ocupados
pelas moléculas de O2 (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016; WEST, 2010).
Moreira et al. (2014), pacientes com DPOC classificados com obstrução mo-
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https://www.purposegames.com/game/unid-5-
fundamentos-de-fisiologia-do-exercicio
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