Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
#CURRÍCULO LATTES#
Prezado(a) aluno(a),
Plano de Estudo:
• Conceitos e definições da biomecânica e cinesiologia: distanciamentos e
aproximações de conceitos;
• Aspectos históricos da biomecânica e cinesiologia;
• Campos de atuação da biomecânica e cinesiologia.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a biomecânica e cinesiologia
• Compreender a evolução histórica da biomecânica e cinesiologia
• Estabelecer a importância da aplicação prática da biomecânica e cinesiologia no
ambiente profissional da Educação Física.
INTRODUÇÃO
Aristóteles (384 – 322 a.C.), grego, foi considerado o pai da cinesiologia. Com
base na ciência, ele buscava explicar a natureza utilizando a matemática como
instrumento. Relatos indicam que ele realizou a primeira descrição científica da função
e ação dos músculos, ossos e do movimento em sua obra Sobre o Movimento dos
Animais”. Nessa obra, já antecipa algumas descobertas de Newton, como a lei da
reação, descrevendo que, para alguém ou algo se movimentar, era necessário aplicar
uma força para baixo e só então ocorreria o deslocamento para alguma direção. Todo
movimento depende da ação de um agente em movimento e o movimento é resultado
das ações deste agente (NIGG; HERZOG, 1994; PORTELA, 2016).
Posteriormente, Arquimedes (287 – 212 a.C.), grego, revelou grandes avanços
no estudo da hidrostática, utilizados para explicar a movimentação em meio líquido,
como a natação. Outro campo de estudos explorado pelo autor foi as leis da alavanca,
analisando o deslocamento de massas através da manipulação do seu centro de
gravidade. Desse pesquisador ficou conhecido a famosa frase “Dá-me um ponto de
apoio que levantarei o mundo” (NIGG; HERZOG, 1994; PORTELA, 2016).
Galeno (129 – 201 d.C.), grego, é considerado o pai da medicina esportiva. Foi
médico do Colégio dos Gladiadores em Roma, neste trabalho realizou vários
procedimentos médicos adquirindo experiência e conhecimento sobre o corpo humano e
seu movimento. Escreveu dois tratados de medicina que foram amplamente utilizados
como referência: De Usu Partium (O uso das partes) e De Moto Musculorum (O movimento
dos músculos). Nessas obras foram abordadas com profundidade a forma e a função das
partes do corpo humano e da sua função em movimento a respeito dos músculos,
caracterizando e informando os principais músculos agonistas e antagonistas, nervos
motores, sensoriais e termos da artrologia (estudo das articulações). Além disso, foi o
primeiro a propor que a contração muscular ocorre após um sinal de um nervo motor. Outro
ponto sobre o pesquisador, Galeno não era favorável à dissecação de cadáveres
humanos, tendo boa parte das suas conclusões a partir de animais (NIGG; HERZOG,
1994; PORTELA, 2016).
SHUTTER: 1510980131
Nesse período mais recente da história, tivemos vários cientistas que fizeram
descobertas específicas, que auxiliaram na construção do conhecimento em
cinesiologia. As informações a seguir foram extraídas de Nigg e Herzog (1994).
Marey (1830 - 1904) propôs instrumentos para análise do movimento da marcha
através de métodos de fotogrametria (analisar um vídeo quadro a quadro). Muybridge
(1860 - 1904) descobriu novas formas de análise de movimento através de fotos e
descobriu que durante a corrida dos cavalos eles possuem uma fase aérea. Braune
(1831 - 1892) e Fischer (1861 - 1917) propuseram a análise 3D da marcha e
determinaram o centro de massa dos principais segmentos anatômicos do corpo
humano utilizando cadáveres congelados. Wolf (1836 - 1902) apresentou a lei da
adaptação óssea e descobriu que o osso é um material vivo e que é influenciado pelas
leis físicas em seu crescimento.
2.4 História da Biomecânica e Cinesiologia – Brasil
SHUTTER: 1660019572
Figura 4 - Ilustração dos movimentos Squat Jump (SJ) e Counter Movement Jump
(CMJ)
3.3 Eletromiografia
3.4 Dinamometria
3.5 Cinemática
SHUTTER: 1046319301
3.6 Ergonomia
SAIBA MAIS
Porque Usain Bolt é o homem mais rápido do mundo? Em provas de 100m Bolt consegue
atingir a incrível marca de 45 km/h, enquanto um corredor amador para fazer essa prova
precisa dar 50 a 55 passos, Bolt espera eles na linha de chegada com 41 passos. Bolt
consegue otimizar a sua potência anaeróbia e manter elevado tanto a frequência quanto a
cadência da passada, além disso o ponto mais importante é que ele desacelera menos que
outros atletas, Bolt consegue chegar na sua velocidade máxima e o tempo de
redução da velocidade é menor (GÓMEZ et al., 2013). O que está por trás de seu
desempenho extraordinário é que ele consegue extrair o máximo do corpo dele, a cada
prova que ele participa ele identifica os erros e corrige os seus pontos fracos, além
disso muitas análises biomecânicas são realizadas para maximizar o seu desempenho
melhorando a sua corrida.
Observou como é incrível um bom trabalho de análise do movimento?
REFLITA
“Eu treinei 4 anos para correr apenas 9 segundos, tem gente que não vê resultado em
2 meses e desiste” (Usain Bolt).
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Explicação científica do porquê Usain Bolt é mais veloz que os outros atletas
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=YTj4zl1Vgwc
REFERÊNCIAS
DURAY, M.; GENÇ, A. The relationship between physical fitness and falling risk and
fear of falling in community-dwelling elderly people with different physical activity levels.
Turkish Journal of Medical Sciences, v. 47, n. 2, p. 455-462, 2017.
GILL, J. et al. Trunk sway measures of postural stability. J Gerontol A Biol Sci
Med Sci, v. 6, n. 7, p. m438-47, 2001.
GÓMEZ, J. J. H. et al. On the performance of Usain Bolt in the 100 m sprint. European
Journal of Physics, v. 34, n. 5, p. 1227-1233, 2013.
JAROMI, M. et al. Treatment and ergonomics training of work-related lower back pain
and body posture problems for nurses. J. Clin. Nurs., v. 11, p. 1776-84, 2012.
MOREIRA, B. M. et al. Does functional capacity, fall risk awareness and physical
activity level predict falls in older adults in different age groups? Archives of
Gerontology and Geriatrics, v. 77, p. 57-63, 2018.
PADULO, J. et al. EMG amplitude of the biceps femoris during jumping compared to
landing movements. SpringerPlus, v. 2, n. 1, 2013.
RHODES, D. Como Usain Bolt consegue correr tão rápido? 2015. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150830_usain_bolt_segredo_sucess
o_rb. Acesso em: 19 de junho de 2021.
TAN, J. M. et al. Immediate effects of foot orthoses on lower limb biomechanics, pain,
and confidence in individuals with patellofemoral osteoarthritis. Gait Posture, v. 76,
p. 51-57, 2020.
Plano de Estudo:
• Corpo humano, posição anatômica e planos e eixos;
• Movimento, planos e eixos;
• Descrição de movimentos e suas terminologias;
• Princípios básicos da biomecânica.
Objetivos de Aprendizagem:
• Compreender conceitos sobre corpo humano, posição anatômica;
• Conceituar os tipos de movimento e princípios básicos da biomecânica;
• Descrever os diferentes tipos de movimentos e suas terminologias.
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer um pouco mais sobre o corpo
humano através dos conceitos de posição anatômica, planos e eixos. Com esse
conhecimento será mais fácil descrever um movimento de forma mais técnica,
compreender de melhor forma a linguagem dos livros e também facilitar o ensino e
correção de movimentos. Depois deste tópico, para facilitar o processo de ensino e
aprendizagem sempre será utilizado os termos técnicos de planos e eixos para facilitar
a descrição dos movimentos, pode parecer um pouco complicado de início, mas será
natural o uso destes termos com a prática.
Aprenderemos também os diferentes tipos de movimento, como pensar e analisar
movimentos realizados de forma linear ou angular. Exemplo, pense em um jogador de
futebol, ele conduz uma bola em um campo quando se aproxima do gol, o seu padrão de
movimento muda ele apoia o pé de apoio do lado da bola e estende a outra perna para
trás, gira o quadril e o tronco e com toda força chuta a bola, aqui podemos analisar e
corrigir os movimentos do jogador, porém a bola irá sair do pé do jogador e irá se deslocar
em direção ao gol, a trajetória do seu movimento também deve ser analisada, com essas
informações você terá um maior acervo de dados para melhorar a eficiência de um jogador
de futebol. Viu como a biomecânica é totalmente aplicável?
Continuando nesse mesmo exemplo do jogador de futebol, quais outras
variáveis físicas podem influenciar no movimento de chute do jogador? Podemos
pensar em como o movimento foi realizado, qual foi a posição das pernas, pés e
troncos durante o movimento, em qual plano ou eixo cada fase do movimento ocorreu.
Também podemos quantificar com quanta força ele realizou o chute, qual foi o torque
gerado nas articulações, seria possível ter mais potência e velocidade nesse chute?
Veremos também nesta unidade alguns princípios básicos da física aplicados na
biomecânica, irei trazer para vocês os conceitos, terminologias, e exemplos de
aplicação prática.
Referências anatômicas
Planos e Eixos
Centro de Gravidade
Tipos de movimentos
.
Fonte: SHUTTER: 1642300411.
Figura 2.2. Movimento linear curvilíneo: salto frontal
Movimento Angular
É importante que você tenha ciência que descrever um movimento como linear
ou angular é apenas o início de uma análise de movimento, a partir desta colocação
temos que observar a relação com a posição anatômica padrão, os termos anatômicos
e iniciar a descrição de cada movimento, essa parte você irá estudar no tópico a seguir.
SHUTTER: 1445167352
Movimentos em geral são ações complexas, a cada passo que uma pessoa
realiza durante uma caminhada vários processos ocorrem no corpo humano, quando o
pé toca ao solo ele pode se comportar de três formas: pronado, supinado ou neutro
(Figura 3.10). A pronação é a combinação dos movimentos de eversão, abdução e
dorsiflexão, já a supinação é composta pela inversão, adução e flexão plantar (HALL,
2016).
Figura 3.10. Pronação, posição neutra e supinação
SHUTTER: 731486308
Sistemas de Referência
Figura 4.2. Cada ponto em um sistema de coordenadas pode ser positivo e/ou negativo
Ângulo Absoluto:
É o ângulo aplicado a algum segmento corporal com base a uma referência fixa
no espaço, em geral a referência parte de uma linha na horizontal e à direita do
segmento corporal analisado (Figura 4.3)
Ângulo Relativo
Massa
Peso
Volume
Torque
Sistema de alavancas
Para que seja possível compreender a força gerada pelo torque, temos que
compreender o sistema de alavancas, onde a força aplicada em uma determinada
porção de um objeto e com o auxílio de um eixo ou fulcro é possível levantar altas
cargas (Figura 4.6), no corpo humano os ossos funcionam como estrutura rígida que a
partir de uma força aplicada sobre eles pelos músculos irão ativar um eixo ou fulcro que
no caso são as articulações e o que irá determinar a força necessária a ser aplicada
será a massa do objeto e a distância entre ele e a articulação ativada (HALL, 2016).
A aplicação das forças é a base para criar estímulos no corpo humano, para isso
é fundamental compreender quais são as forças que atuam sobre o corpo humano e
como as forças externas e internas interferem nos movimentos. Apesar de não ser
possível observar todas essas forças durante o exercício, elas sempre estarão atuantes
e responsáveis pelas adaptações em nosso corpo. Um profissional da saúde tem que
conhecer e saber aplicar de maneira estratégica essas forças, bem como conhecer o
corpo humano e as respostas neuromusculares e articulares que cada estímulo emite,
quando conseguir fazer isso irá aplicar a biomecânica no exercício.
#SAIBA MAIS#
REFLITA
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ação da biomecânica
Esse vídeo ilustra de forma visual os planos, eixos e quais movimentos são realizados
pelas articulações.
Plano de Estudo:
• Conceitos e definições da biomecânica do sistema locomotor;
• Biomecânica óssea, articular e muscular;
• Análise quantitativa e qualitativa do movimento;
• Metodologia para análise biomecânica.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a biomecânica do sistema locomotor;
• Compreender a aplicação da biomecânica nos ossos, articulações e músculos;
• Analisar as diferentes formas de análise do movimento tanto qualitativos
como quantitativos;
• Conhecer a metodologia para análise em biomecânica.
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vamos aprender com mais ênfase os efeitos
da biomecânica no corpo humano. Iniciaremos pela biomecânica do sistema locomotor,
como o corpo é construído? O que acontece com o corpo humano durante uma
caminhada e corrida? O que acontece no pé quando ele toca o solo? Quais são os
impactos nas articulações a cada passada?
A partir de agora iremos analisar os movimentos na prática e vamos aplicar os
conceitos que você aprendeu nas unidades anteriores, lembre-se quando ficar com
alguma dúvida retome as unidades anteriores. A partir da posição anatômica padrão e
sobre os movimentos nos planos e eixos vamos analisar o comportamento das forças
físicas nos ossos, articulações e músculos e como esse sistema musculoesquelético
trabalha em conjunto para possibilitar a realização do movimento humano.
Trabalharemos também com mais detalhes como é realizado uma análise
qualitativa e quantitativa do movimento humano. Já adianto que a análise qualitativa
busca analisar a qualidade de um movimento, por isso é mais observacional. Já na
análise quantitativa podemos mensurar ou calcular alguma variável como a força
aplicada em uma determinada situação. Todavia é necessário compreender em qual
fase do movimento cada tipo de análise é mais eficiente ou qual é a mais adequada
para resolver um problema em questão.
Para dar suporte a essas análises você também aprenderá as diferentes
metodologias para análises em biomecânica. Do ponto de vista cinemático você
aprenderá algumas técnicas e equipamentos de análise de vídeo, partiremos dos
equipamentos utilizados em laboratórios de pesquisa, mas também será apresentado
uma forma mais econômica para aplicar essas análises como a utilização do seu
smartphone. Na parte da cinética você irá aprender os equipamentos que podem medir
diferentes formas de produção de força e análise de sinais eletromiográficos.
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA BIOMECÂNICA DO SISTEMA LOCOMOTOR
Sistema Locomotor
Você já parou para pensar como uma pessoa consegue realizar um movimento
ou simplesmente realizar uma ação de caminhada? O básico provavelmente você já
conhece, o que permite a execução de qualquer movimento são os ossos, articulações
e músculos. Porém, como isso acontece em detalhes? Como as forças internas e
externas podem influenciar no sistema músculo esquelético?
As forças externas você já aprendeu que pode ser a influência da gravidade
sobre uma pessoa ou objeto ou outra força externa influenciando uma ação e as forças
internas são produzidas pelo próprio sistema musculoesquelético através dos
componentes biológicos do corpo humano como a força produzida nos músculos,
tendões, articulações e ossos.
Medir as propriedades físicas através de métodos biomecânicos como
cinemática, cinética e dinamometria nos possibilita compreender melhor as forças
internas que são geradas nessas estruturas, assim, poderemos diferenciar as forças
externas que são impostas a essas estruturas biológicas e como resultado poderemos
quantificar a deformação dessas estruturas, com essas informações podemos
conhecer melhor as propriedades e funções de uma estrutura (HAMILL; KNUTZEN;
DERRICK, 2016). As principais forças relacionadas à deformação de uma estrutura são
a compressão, tensão e o cisalhamento (Figura 1.1.).
A força de compressão é caracterizada com uma força capaz de esmagar algo
(HALL, 2016), imagine dois vetores, um apontando para baixo e outro apontando para cima
e no meio alguma estrutura, pode ser uma caixa ou uma vértebra, agora por meio da força
de compressão esses vetores apertaram o objeto até conseguirem se encontrar, o que vai
determinar se isso irá acontecer será a resistência a deformação do objeto. Continuando
no exemplo de uma vértebra, cada vértebra da coluna está sendo pressionada por outra
vértebra acima, pela massa corporal e pela gravidade, cada vértebra está sendo achatada
ou esmagada por efeito destas forças. Outro importante
exemplo são as forças recebidas pela articulação do tornozelo e joelho, em geral,
indivíduos obesos possuem dores ou alguns impedimentos nessas articulações devido
ao excesso de massa corporal sobre elas.
A força de tensão atua de forma contrária à compressão, invés de comprimir
algo tracionar (Puxar / expandir) um determinado objeto será gerado uma força de
tensão (HALL, 2016), imagine dois vetores em direções opostas tentando fugir um do
outro, porém alguma estrutura está presa aos vetores, podemos utilizar a analogia de
uma corda onde cada vetor irá tracionar a corda para um lado. Através da contração
muscular os músculos produzem força de tensão que irá tracionar os ossos a onde os
músculos estão fixados. Outra forma de compreender a tensão de forma mais didática
é por meio do slackline, onde uma fita é estendida entre dois pontos de apoio, a
princípio a fita é um objeto maleável, porém após tracionado e com a tensão gerada é
capaz de sustentar uma pessoa acima dela.
A força de cisalhamento diferente das forças de compressão e tensão que
apresentam vetores (para essa explicação utilizaremos o sentido vertical) no sentido
vertical a força de cisalhamento apresenta vetores aplicando forças no sentido horizontal e
paralelas entre si em sentidos opostos, causando um efeito de deslizamento entre objetos
(HALL, 2016). Mover os de um lado para o outro aplica força de cisalhamento ou em
algumas articulações durante o amortecimento de impactos.
Figura 1.1 Forças de compressão, tensão e cisalhamento
Sistema esquelético
Figura 2.1. Na esquerda temos um osso trabecular normal e a direita um osso mais poroso com
osteoporose
Cada tipo de osso apresenta uma função específica, nas vértebras é aproveitado a
porosidade óssea como mais um suporte para amenizar os impactos na coluna vertebral,
em ossos longos temos um sistema bem vascularizado (Figura 2.2) e também será o local
de produção da medula óssea que produz leucócitos para proteção do
sistema imunológico, hemácias e plaquetas, além de ser um gerenciador de cálcio do
corpo humano, mineral essencial para contração muscular (SOBOTTA, 2000).
O corpo humano é composto por 206 ossos ao total em um adulto e cada osso
apresenta uma função específica, estes ossos são divididos em dois grupos modelos de
classificação (Figura 2.3), o esqueleto axial que compreende os ossos do eixo centro do
corpo humano como as costelas, coluna vertebral e crânio e o esqueleto apendicular que
é composto pelos ossos mais periféricos do corpo humano como ossos que compõem
os membros superiores (por exemplo: escápula, úmero, rádio e ulna) e membros
inferiores (por exemplo: quadril, fêmur, tíbia e fíbula) (HALL, 2016).
Figura 2.3. Esqueleto apendicular e o esqueleto axial
Além da localização dos ossos, eles também podem ser classificados pelo seu
formato como os ossos curtos que compõem principalmente as mãos (ossos do carpo) e
dos pés (ossos dos tarsos) (HALL, 2016). O corpo humano também apresenta ossos
planos que tem como principal objetivo a proteção a órgãos vitais, como exemplo temos as
costelas, esterno, alguns ossos do crânio e as escápulas (HALL, 2016). Alguns ossos são
irregulares pois não seguem nenhum padrão específico, porém possuem funções
específicas como as vértebras que irão compor a coluna vertebral e o sacro.
Os principais ossos responsáveis pelo movimento humano são os ossos longos,
neles o osso é maior no sentido longitudinal e apresenta uma maior presença da
característica de osso cortical, sendo mais rígido e resistente para poder sustentar o
resto do corpo humano, nesses ossos também estão presentes o canal medular, local
onde é produzido a medula óssea.
Figura 2.4. Principais ossos do corpo humano
Articulações
Tabela 2.1. Classificação dos graus de liberdade (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016)
Característica Ação Graus de liberdade
Monoaxial Ocorre ao redor de um eixo 1
Biaxial Ocorre ao redor de dois 2
eixos
Multiaxial Ocorrem ao redor de vários 3
eixos
Tabela 2.2 Tipos de articulação sinovial (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016)
Tipo de Articulação Característica Movimento Exemplo
Plana ou deslizante Monoaxial Superfícies deslizantes Intervertebrais e
acromioclavicular
Gínglimo ou Monoaxial Flexão e extensão Cotovelo e tornozelo
Dobradiça
Trocóide ou pivô Monoaxial Rotação, pronação e Proximal radioulnar
supinação
Selar Biaxial Flexão e extensão; Carpometacarpal do
Abdução e adução polegar
Condilóide ou Biaxial Flexão e extensão; Radiocarpal do punho
elipsóide Abdução e adução
Esferóide ou bola e Multiaxial Flexão e extensão; Quadril e ombro
soquete Abdução e adução;
rotação
Figura 2.11. Tipos de articulações sinoviais
Fonte: HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016.
Sistema muscular
Para dar suporte ao conteúdo que você aprendeu até aqui, você aprenderá as
diferentes metodologias em análises da biomecânica. Do ponto de vista cinemático
você aprenderá algumas técnicas e equipamentos de análise de vídeo, partiremos dos
equipamentos utilizados em laboratórios de pesquisa, mas também será apresentado
uma forma mais econômica para aplicar essas análises como a utilização do seu
smartphone. Na parte da cinética você irá aprender os equipamentos que podem medir
diferentes formas de produção de força e a análise de sinais eletromiográficos.
Cinemática
Fonte: Software para análise cinemática. Disponível em: < https://www.kinovea.org/>. Acesso em: 19 de
junho de 2021.
Cinética
Dinamômetro de mão
Dinamômetro isocinético
Eletromiografia
#SAIBA MAIS#
REFLITA
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sarcopenia em idosos
Tratamento
Fonte: Tudo o que você precisa saber sobre sarcopenia em idosos. Disponível em: <
https://pebmed.com.br/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-sarcopenia-em-idosos>. Acesso em: 19 de
junho de 2021.
LIVRO
MARKOVIC, G., et al. Reliability and factorial validity of squat and countermovement
jump tests. Journal of Strength & Conditioning Research. v.18. n.3. pág. 551-
555, 2004
Plano de Estudo:
• Análise do movimento humano na Educação Física Escolar;
• Análise do movimento humano no esporte;
• Análise do movimento do corpo humano em diferentes frentes do exercício físico.
Objetivos de Aprendizagem:
• Analisar o movimento humano na Educação Física Escolar;
• Analisar o movimento humano no esporte;
• Analisar o movimento do corpo humano em diferentes frentes do exercício físico.
INTRODUÇÃO
Caro(a) Aluno(a), nesta unidade vamos aplicar os conteúdos que você aprendeu
nas unidades anteriores na prática. Iremos abordar alguns movimentos em diferentes
âmbitos e discutiremos as fases de cada movimento envolvendo os conceitos
anatômicos de posição no espaço e as relações das forças físicas sobre o sistema
locomotor.
No ambiente escolar é necessário discutir a relação dos conceitos da
biomecânica em relação aos movimentos corporais e aspectos ergonômicos de
postura. O assunto da biomecânica pode ampliar a possibilidade de conteúdos que um
professor pode trabalhar em sala de aula, além de conseguir deixar a aula mais
motivante para reter a atenção dos alunos. Explicar como alguns movimentos ocorrem
e como esses conceitos da biomecânica podem melhorar o desempenho pode ser um
atrativo para as aulas de educação física da escola.
Outro assunto importante que é possível tratar em sala de aula na disciplina de
educação física é através dos conceitos da ergonomia e a relação das forças sobre as
estruturas anatômicas. Em crianças é mais suscetível a alterações posturais devido ao
processo de crescimento, caso a criança tenha uma má postura durante essa fase
pode-se criar um vício postural que irá gerar dores nas costas ao longo de sua vida.
No esporte vemos a aplicação prática e direta da biomecânica, através das análises
de cinemática e/ou cinética é possível melhorar a execução técnica de um movimento
melhorando a sua eficiência e reduzindo o risco de desenvolvimento de lesões. Podemos
dividir por exemplo o movimento do forehand do tênis em fases e corrigir cada etapa do
movimento para termos o melhor resultado possível, nesse sentido iremos analisar a
posição, direção e como a bola quica na quadra em relação ao jogador defensor, como que
este jogador realiza o movimento de rotação de tronco e como que a raquete deve tocar na
bola para gerar mais velocidade para tentar fazer o ponto
1. ANÁLISE DO MOVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
O professor pode perguntar e sua sala de aula quem gosta e pratica futebol com
frequência, em sequência atrelado com a própria matéria do futebol como as regras e as
dimensões do campo, o professor pode trazer exemplos de jogadores famosos e analisar o
movimento do chute de cada um (Figura 1.1), a posição que diferentes jogadores
posicionam o pé de apoio próximo da bola, como é realizado a rotação de tronco, a
força aplicada no chute e como a posição do pé ao chutar a bola pode influenciar na
direção da bola para o seu objetivo como um passe ou um gol.
A partir deste exemplo, além de trabalhar os conceitos de regras da modalidade
esportiva, os aspectos técnicos também estão sendo desenvolvidos, possibilitando ensinar
para o aluno o movimento correto e justificando o porquê esse é um movimento correto.
Através de uma atividade multidisciplinar entre o professor de educação física e de física, o
professor de física pode relacionar os assuntos de força e velocidade em sua aula e
continuar trabalhando essas propostas iniciadas na disciplina de educação física por meio
de análises qualitativas e quantitativas. Como é a execução correta do movimento? Como
é realizado o cálculo da força aplicada em uma bola de futebol? Qual
é a velocidade e a trajetória que ela realiza para chegar no gol? Principalmente os
alunos que gostam dessa temática irão se interessar um pouco mais a respeito da aula
pensando em como podem melhorar o seu próprio desempenho. Corrêa e Freire
(2004) abordam que atividades em conjunto de disciplinas diferentes podem auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem do aluno e deixam claro que não é função do
professor de educação física ensinar os conteúdos e física e sim relacionar eles.
Exemplos similares poderiam ser o arremesso do basquete, o saque do vôlei e o
arremesso no handebol. Contudo, o professor não deve se limitar apenas a
movimentos realizados com esportes com bola. Outro exemplo interessante é explicar
os planos e eixos em uma aula de dança e como ocorre movimentos rotacionais em um
movimento de giro.
No conteúdo de atletismo podemos ensinar para os alunos técnicas mais
eficientes para a realização de saltos verticais ou horizontais, devendo explicar qual
técnica é mais apropriada para gerar mais força de impulsão e como amortecer o
movimento para não gerar danos articulares. O professor pode realizar uma atividade
de competição para motivar os alunos a aplicarem a técnica adequada para conseguir
saltar mais alto ou mais distante.
Figura 1.3. Sobrecarga nas costas devido ao uso de mochilas com muita carga
Dagnese et al. (2013) descreve algumas atividades em seu estudo para estimular a
discussão de fatores biomecânicos em atividades da educação física. Para os conceitos de
vetores os autores sugerem a realização da atividade “cabo de guerra” (Figura 1.6). Nesta
atividade dois grupos de alunos devem ser formados, ganha quem conseguir puxar um
grupo em direção do seu lado. Caso a corda não se movimente o que acontece é a mesma
força está sendo aplicada em direções opostas, para solucionar essa situação e para que
um grupo se torne vitorioso é necessário aplicar mais força para que o vetor em uma
direção fique maior que o outro ou reduzir o número de pessoas do outro lado,
demonstrando que o grupo com mais pessoas em teoria irá conseguir produzir mais força,
ou seja, terá um vetor de força maior em relação ao outro grupo.
Figura 1.6. Conceitos de vetores durante a atividade “cabo de guerra”
Para uma pessoa executar o movimento do supino reto ela deverá deitar-se em
um banco apoiando as costas, em sequência pegar a barra em pegada pronada
flexionar os cotovelos até a barra se aproximar do músculo peitoral e empurrar o peso
para cima com amplitude máxima dos cotovelos e ombros (FLOYD, 2016).
Salto Vertical
Remada
REFLITA
“Não importa que você vá devagar, contanto que você não pare”.
Fonte: Confúcio.
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a),