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Setembro, 2011
FACULDADE JOÃO CALVINO - FJC
Disciplina: Monografia
MONOGRAFIA
ACONSELHAMENTO PASTORAL
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
JUSTIFICATIVA 4
CAPÍTULO 1: ACONSELHAMENTO 5
1.1 Definição 5
1.2 Aconselhamento diretivo e não diretivo 7
1.3 A linha tênue entre aconselhamento pastoral e comportamento psicológico 10
5. CONCLUSÃO 40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
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INTRODUÇÃO
3
JUSTIFICATIVA
4
CAPÍTULO 1: O ACONSELHAMENTO
1.1 Definição
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1.3 A linha tênue entre aconselhamento pastoral e
comportamento psicológico
10
2 CAPÍTULO 2: ACONSELHAMENTO PASTORAL
2.1 Definição
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segundo Merval Rosa, por séculos se preocuparam mais com
discussões teológicas do que preparar os pastores para o
enfrentamento dos conflitos humanos que são tão reais quanto os
conceitos teológicos.
Imagens, histórias e metáforas bíblicas vivas são formas de
comunicar verdades profundas sobre a vida fazendo uso do "cérebro
direito". Elas são um poder sustentador na vida de muitas pessoas
socialmente desprovidas de poder que amam a Bíblia.
A Bíblia está consciente de que nossa alienação de nós mesmos e
das outras pessoas está de alguma forma, enraizada em nossa
alienação do amor de Deus, amor este que dá vida. As maneiras
engenhosas pelas quais as pessoas bloqueiam sua própria cura e
crescimento, foram chamadas resistência por Freud. “Quer a chamemos
de resistência, quer de pecado, lidar com essa realidade recalcitrante é
crucial em toda poimênica e em todo aconselhamento pastoral eficazes.”
Poimênica é, portanto, o ministério de ajuda da igreja cristã para seus
membros e outras pessoas que buscam ajuda espiritual, emocional,
relacional e de saúde.
Assim sendo, o aconselhamento pastoral não é apenas uma
conversa com um líder religioso, mas uma forma de dialogar com o
ministro, abrindo os tesouros da sua mente e coração a fim de que o
mesmo lhe ajude a aplicá-los da melhor forma objetivando uma saúde
espiritual, enriquecendo-se cada dia mais e beneficiando outras pessoas
pelas pérolas encontradas por ele mesmo dentro de sua própria casa,
dentro de sua própria vida.
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2.2 Objetivos
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definir exatamente sobre o que fazer: se aconselhar como pastor ou
encaminhar para um profissional da área de psicologia.
Howe em seu clássico “o milagre do diálogo” enxerga o diálogo
como um processo interacional e afirma a necessidade da interação
mútua:
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O primeiro sujeito da situação é realmente o aconselhado; porque
esse é quem procura um aconselhador a fim de desabafar e descarregar
os seus problemas. Algumas dessas pessoas se colocam e se
posicionam de forma passiva, abrindo0se somente a parte esperando
que o conselheiro seja uma espécie de vidente que descobrirá sozinho a
causa e o efeito da sua situação de vida.
Sendo assim, o aconselhado é o sujeito que deve iniciar o
processo de comunicação relatando para o conselheiro exatamente uma
radiografia de sua vida social ou familiar, facilitando assim a
compreensão do conselheiro que lhe ajudará a partir das suas próprias
revelações cotidianas e sinceras estabelecendo com o conselheiro um
papel ativo de comunicação.
Já o conselheiro precisa ser em preparado a fim de compreender
os conflitos do aconselhado sem se intrometer nos fatos, mas analisá-
los em conjunto com o mesmo visando uma ajuda de intervenção nas
causas que se fazem necessárias de intervenção assistida.
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CAPÍTULO 3: ACONSELHAMENTO PASTORAL PARA FAMÍLIAS
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casa, no trabalho, porém há um lugar onde ele faz as consultas de uma
forma mais criteriosa, cuidadosa, minuciosa etc. Não é diferente o
trabalho do pastor no exercício do seu ministério. O Gabinete Pastoral é
o lugar onde o ministro pode ouvir, analisar, perguntar, responder e
confrontar as pessoas com mais tempo. Sabemos que o trabalho de
assistência, apoio, aconselhamento às pessoas, sempre existiu no
ministério pastoral desde à muito tempo, porém, há uma preocupação
hoje de fazer o que sempre foi feito de uma forma mais organizada. Se
Jesus ou o apóstolo Paulo exercessem o ministério pastoral em nossos
dias, com certeza eles fariam uso de toda ferramenta disponível para
tornar seu trabalho ainda mais eficiente.
Os recursos espirituais são importantíssimos para o pastor no
momento do aconselhamento já que o mesmo deve estar preparado
para receber todo o tipo de problema familiar, espiritual ou mesmo
questões de ordem social na vida dos membros de sua igreja.
Dentre esses, os problemas espirituais sem dúvida são os que
exigem mais do conselheiro porque está no mundo das potestades e
como classifica o Apóstolo Paulo escrevendo aos Corintios, essas
potestades devem ser enfrentadas e encaradas com armas espirituais e
não apenas analisando as questões comportamentais da pessoa
aconselhada como se fosse resolver ou ajudar a resolver seus
problemas apenas lhe apontando uma solução prática e definitiva.
As pessoas que vêm a um gabinete pastoral nem sempre estão
com problemas em nível de comportamento. Muitas vezes são trazidas
até por parentes e amigos com uma carga espiritual muito grande por
parte das entidades do sincretismo religioso e esses espíritos precisam
ser expulsos; depois de serem expulsos é necessário orientar o liberto a
fim de o seu segundo estado não ser pior do que o primeiro.
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Em relação à recuperação dos recursos espirituais na vida de um
conselheiro pastor; este sem dúvida precisará conhecer os
ensinamentos do Senhor Jesus e dos apóstolos, além de estudar as
práticas e rituais do sincretismo religioso que vem dotado de espíritos
enganadores e que objetivam ridicularizar o pastor, como fizeram aos
filhos de Ceva, se este não estiver preparado espiritualmente para esse
embate.
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e no todo se completam para promover o bem das pessoas que lhe
procuram.
3.4.2 Interdisciplinaridade
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Além disso, o aconselhador deve ter exatamente o discernimento
do seu limite de competência no processo e desenvolvimento do
aconselhamento e que precisa de outros profissionais a fim de atingir o
objetivo de aconselhar plenamente o seu cliente.
Neste início do século XXI, especialmente, no contexto da América
Latina, a Teologia Prática, subárea da Teologia, tende a desenvolver a
teoria de uma “prática interdisciplinar” de aconselhamento pastoral que
analise a sua relação com as ciências humanas como a psicologia,
psicoterapia, teoria da comunicação, sociologia, antropologia,
pedagogia, bem como com as diferentes dimensões da vida em
comunidade.
Na interdisciplinaridade, os profissionais trabalham socializando as
informações e estabelecendo uma análise da situação psicológica,
social, patológica e espiritual a fim de estabelecer um diagnóstico
embasado em dados reais em cada área da vida do sujeito entrevistado.
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vários índices negativos na vizinhança, começando pelo total de
alcoólatras e terminando no número de ocorrências criminais”. O
sociólogo Rubem César Fernandes, diretor executivo do movimento
Viva Rio e pesquisador do Instituto de Estudos da Religião, disse à
revista que “quando uma igreja evangélica entra numa comunidade
pobre, contribui para elevar a auto-estima dos moradores e gera um
efeito disciplinador”.
A reportagem de Veja também enfatizou a redução de homicídios
em algumas favelas do Rio – à medida que vários templos evangélicos
foram sendo instalados nos locais. Segundo informações da revista, o
trabalho social dos evangélicos é reconhecido até mesmo pela polícia.
A rapidez com que agem os evangélicos e os resultados obtidos
foram lembrados pela matéria que destacou o trabalho realizado pela
Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. A igreja mantém um
centro de recuperação para dependentes químicos e 40% destes
dependentes são recuperados. Índice que, de acordo com a reportagem,
é oito vezes melhor do que o considerado razoável pela Organização
Mundial de Saúde.
Quanto a questões relacionadas à cultura, Schneider- Harpprecht
constata que no contexto da América Latina o aconselhamento pastoral
precisa se conscientizar da diversidade cultural e religiosa de quem
oferece e procura ajuda. Existem muitas dificuldades de comunicação
devido a diferentes sistemas de educação, de valores, credos, posturas
e linguagens corporais.
Essa situação, portanto, requer do/a aconselhante pastoral uma
“sensibilidade cultural” e que ele/a assuma uma postura de interpatia.
Para o autor, A sensibilidade cultural é descrita por Schneider-
Harprecht em três aspectos: a) identificar a própria cultura,ou seja,
aprofundar e conhecer a cultura do/a aconselhante e perceber quais os
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preconceitos que este/a tem em relação a outras culturas; b) conhecer a
cultura do/a outro/a; c) desenvolver a capacidade técnica de intervenção
do/a aconselhante após o conhecimento da sua e da cultura do outro.
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CAPÍTULO 4: ACONSELHAMENTO PASTORAL POR
TELEFONE/VIRTUAL: POSSIBILIDADES E LIMITES
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das decisões que precisam ser tomadas e diante mesmo das decisões
tomadas e que lhe causaram algum embaraço.
Após o desenvolvimento do telégrafo, surgiu um dos meios de
comunicação mais utilizados até os dias atuais e considerado um dos
mais importantes avanços do século XIX: o telefone. A palavra telefone
provém do grego “tele”, “distante”, e “phone”, o telefone é um aparelho
que transmite instantaneamente o som, tornando possível que pessoas
se falem estando distantes geograficamente, em qualquer lugar do
planeta. A partir de 1889 o telefone público também já havia sido
inventado, o que permitiu que pessoas com pouca renda ou em
circulação também pudessem telefonar.
A grande revolução no mundo da telefonia veio, porém, com os
aparelhos celulares que foram desenvolvidos por volta da década de
1970. O seu uso comercial veio a acontecer a partir do ano de 1983, na
cidade de Chicago, Estados Unidos. Em terras brasileiras a
comunicação via telefone celular teve seu início na década de 1990.
Conforme Sciarreta, editor de economia da Folha On-Line, na fase inicial
da telefonia móvel, os aparelhos que “pesavam quase um quilo e
chegavam a custar até US$ 5 mil no câmbio negro” eram “símbolo de
status e ostentação de riqueza”, mas com a privatização da Telebrás no
ano de 1988 e a venda gradual de licenças para outras operadoras de
telefonia fixa e móvel, tanto os aparelhos como as tarifas telefônicas
obtiveram redução nos custos. Contudo, o “fim da era dos monopólios
na telefonia brasileira” aconteceu no ano de 2003, quando houve uma
abertura para a concorrência entre diferentes companhias telefônicas.
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4.2 Características específicas da comunicação por telefone ou
internet
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Através do telefone torna-se possível contatar pessoas que
estejam em qualquer lugar ou, do contrário, um local, no caso uma
entidade que ofereça aconselhamento pastoral, pode ser contatado por
diferentes pessoas independente de onde elas se localizem. Além da
distância geográfica, também fronteiras sociais ou barreiras de classe
podem ser vencidas com muito mais facilidade por meio de um
telefonema do que por uma visita pessoal. O telefone permite entradas
em portas e locais que em outras circunstâncias, como no caso de uma
visita pessoal, provavelmente estariam fechados ou as pessoas teriam
receio de bater e entrar.
No exemplo de um centro de aconselhamento pastoral como o
SICA, que pretende ser uma “casa de portas abertas”, estará
oferecendo uma possibilidade a mais ao disponibilizar os seus serviços
por meio do telefone. Qualquer pessoa, independente de sua posição
social, religião, estado civil, credo político, ideologia social, situação
econômica ou localização geográfica, pode telefonar e prontamente ser
atendida sem discriminação de qualquer espécie.
Habenicht também afirma que a comunicação por telefone
acontece “em canal de uma via” (einkanalig), pois o ver, o tocar e o
cheirar são excluídos. O autor afirma que “o telefone oferece a chance
de não ter que se comunicar de forma extensa”, mas em compensação,
o “canal oral-auditivo” é fortemente acentuado. Aspectos, como por
exemplo, o tom e o volume da voz, respirações pesadas e o choro
podem facilmente ser detectados numa conversa telefônica.
4.2.2 Anonimato
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os/as aconselhantes e recepcionistas prestarem serviços voluntários,
permite um atendimento sem ônus para quem busca ajuda.
Quem, porém, procura aconselhamento pastoral por meio do
telefone, precisa arcar com os custos da tarifa telefônica do aparelho
que utilizou para efetuar a ligação, pois o SICA ainda não dispõe da
isenção de tarifas telefônicas (0800). O custo de uma ligação telefônica,
porém, raramente excede o valor de gastos que se teria com passagens
de ônibus, trem ou táxi, bem como despesas com combustível e
estacionamento para carro.
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sobre possíveis alternativas de ação, animá-la a voltar a ligar” ou então
“encontrar-se pessoalmente com ela”.
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uma direcionamento errado devido a um despreparo de quem está
aconselhando.
Quando se trata de conversar com alguém que não se sabe quem
é e nem se conhece a sua história de vida, é preciso haver do outro lado
um aconselhador com um bom nível de equilíbrio emocional e
espiritualmente preparado para lidar com cargas que não se pode prevê
ou mesmo reações estranhas.
No aconselhamento pode-se ouvir por exemplo uma história que
está relacionada a um momento vivido pelo aconselhador; pode surgir
uma situação de alguém que seja seu conhecido ou mesmo parente, e
nesse caso o conselheiro não deve se envolver emocionalmente,
quebrar o sigilo ou orientar a pessoa aconselhada de forma a direcionar
à sua conveniência.
O preparo para o aconselhamento pastoral por telefone acontece
através de um processo de aprendizado pessoal e estudos específicos
que se estende durante todo o tempo, em forma de aperfeiçoamento,
em que o/a aconselhante estiver atuando. Os pontos centrais da
formação são trabalhar a própria pessoa da aconselhante, condução de
um diálogo de ajuda, informações como questões relacionadas ao
funcionamento prático, organização e objetivos do serviço de
aconselhamento.
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parte de sua congregação, conhecer seu problemas e orientar-lhes a
uma busca de solução mais direcionada.
O ministro que não conhece os problemas das pessoas de sua
congregação corre o risco de viver em um universo sul-real achando que
as coisas vão bem quando não vão ou achando que vão mal quando
estão bem.
Essa prática de aconselhamento do pastor para com a membresia
lhe dará muito mais segurança em realizar o seu trabalho e fará com
que as pessoas lhe conheçam também e compreender que é um
homem passível de erros e que num dado momento pode até necessitar
de um conselho do próprio aconselhado. Enfim, contribui para a
humanização das relações entre pastor e ovelha.
Em relação ao aconselhamento por telefone, o envolvimento do
pastor facilitará em muitos casos a desenvoltura do aconselhado por se
tratar de uma pessoa com quem o outro já mantém um vínculo de
respeito e mesmo que não o conheça pessoalmente já o conhece
através da televisão, rádio ou outros meios de comunicação virtual.
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Antigamente o indivíduo estava imerso numa rede social
compacta. Esta rede tinha um elevado potencial de auto-ajuda. Havia
figuras que tinham papéis específicos de orientação; ritos; tradições. No
interior mesmo da comunidade se resolviam os problemas. O problema
individual era um problema da comunidade toda. A família tinha função
relativa não participando das decisões diretas.
Na fase moderna, no entanto, “a teia social passou a perder a sua
coesão” devido à aglomeração massiva de pessoas em centros
urbanos. Conforme Hoch (1999), perdeu-se as homogeneidades sociais,
culturais, étnicas e religiosas e diferentes tradições e classes sociais
começaram a conviver num mesmo espaço. Tornou-se impossível
“participar do todo” e a família tornou-se o “lugar de pertença principal”.
Instituições como Igreja, clube social, o próprio Estado, ainda
promoviam uma certa segurança e sustento.
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com o pastor ou conselheiro e poder tomar sua decisão ou não de forma
mais segura e rápida.
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5. CONCLUSÃO
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aconselhamento pastoral dentro do contexto das comunidades eclesiais
e para a sociedade como um todo.
A partir da comunicação telefônica que permite economia de
tempo, baixo custo financeiro, contato imediato e democrático,
possibilidade de se permanecer no anonimato, o aconselhamento
pastoral pode estender-se para um número maior de pessoas e fazer-se
presente na sua vida quotidiana de quem vive em cidades.
Concluiu-se que o aconselhamento pastoral por telefone
estabelecido de forma formal em centros de aconselhamento é uma
oportunidade das igrejas reunirem forças e prestarem esse serviço
através de uma equipe ecumênica e interdisciplinar composta por
pessoas voluntárias capacitadas. Também foi possível concluir que a
dimensão pastoral do aconselhamento por telefone é uma contribuição
específica por parte das igrejas, ou seja, um diferencial em relação às
outras formas de aconselhamento. Ao incluírem a espiritualidade no
Aconselhamento as igrejas reconhecem que existem outras
possibilidades para solucionar problemas humanos que vão além
daquelas oferecidas pelas ciências humanas. Quando as habilidades
humanas não mais encontrarem caminhos viáveis para aliviar a angústia
humana a fé pode ser fonte de sentido, esperança, compaixão e
esperança.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KEMP, Jaime. Saber Falar e Saber ouvir. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2008.
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