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Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

O Ministério Evangélico se baseia na Palavra de Deus tal como ela se manifesta na literatura
canônica inspirada, e como se perpetua através da pregação. No Protestantismo, o servo é um ministro que
tem como função o Ministério da Palavra. Portanto uma das principais considerações do ministério cristão é
o uso correto da Palavra de Deus - 2 Tm 2.15.
HERMENÊUTICA GERAL: é o conjunto de normas que se aplica a todo o tipo de material que requer
interpretação, devido ao vazio que existe entre o intérprete e o objeto a ser interpretado.
HERMENÊUTICA BÍBLICA: é o estudo dos princípios que se referem a interpretação da Bíblia Sagrada.
A hermenêutica é Arte e Ciência. É a teoria daquilo que a exegese é a prática. A exegese é a
aplicação da hermenêutica à Palavra de Deus.
A hermenêutica, a exegese e a pregação são elementos contínuos de um mesmo processo, portanto, a
mensagem deve sempre ser bíblica, exegética e expositiva.
■ A Escritura é a fonte e norma da Pregação;
■ A Exegese é a aplicação da hermenêutica para o estudo científico do significado do texto;
■ A Exposição é a proclamação relevante à congregação.
O intérprete da Bíblia deve procurar tirar das Escrituras a mesma ideia que o escritor queria exprimir
quando escreveu, e expô-la de maneira contemporânea e relevante à geração atual.

QUALIDADES IMPORTANTES DO INTERPRETE:


Todo interprete corre o risco de ser parcial e tendencioso, pois pode se deixar influenciar pelos seus
pressupostos morais e religiosos, e também por sua situação social e eclesiástica. Por isso é importante que
o intérprete procure desenvolver algumas qualidades:
a) Morais:
a) Supremo Amor à Verdade: Jo 17.17 - O interprete deve se moldar as verdades da Palavra e não
moldar a Palavra as suas próprias verdades.
b) Espiritualidade: 1 Co 2.14
b) Mentais:
c) Imaginação: Capacidade de poder recriar o ambiente e as narrativas a ponto de fazer os ouvintes
enxergá-las na mente. Isto facilita a compreensão e, é um recurso do intérprete para tirar o texto da
frieza
d) Bom senso:
i) Para controlar a imaginação para que esta não voe longe demais; ii) Para que faça bom uso
de todos os seus recursos e auxílios; iii) Para livrar o interprete de exposições fúteis; iv)
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Guardar o interprete dos extremos;


c) Intelectuais:
O interprete, na medida do possível, deve procurar aumentar seus conhecimentos, tais como da própria
Escritura, geografia, história, antropologia, sociologia, línguas originais, etc. Todo conhecimento e preparo
é um auxílio importante.

PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA:

Em muitos aspectos a Escritura é parte do corpo literário Geral. Foi escrita em idiomas comuns, usa
muitas formas típicas de composição literária, faz referência aos vários assuntos da vida cotidiana, e muita
de sua história esta inserida em outras histórias. Em todas estas coisas em que a Bíblia concorda com outras
literaturas deve ser interpretada como qualquer outra literatura. Mas a aplicação dos princípios gerais à
hermenêutica das Escrituras deve levar em consideração alguns pressupostos básicos por parte do intérprete:
1. Convicção a Respeito das Escrituras: mesmo com o debate entre os teólogos sobre se a Bíblia é,
contém ou se torna a Palavra de Deus, uma coisa tem que estar clara para o interprete: Deus tem parte
nela;
2. Conhecimento de Várias Versões: A utilização de edições críticas do AT e NT são importantes para a
interpretação, pois trazem notas esclarecedoras e possibilidades de outras traduções, aumentando o
universo semântico do intérprete.
3. Consultar Introduções e Comentários: A fim de que o intérprete tenha maiores condições de analisar tudo o
que envolvia o autor e sua época é importante consultar bons comentários e introduções que tratam dos diversos
aspectos como autoria, data, destinatários, conteúdo, etc.

PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS PARTICULARES DA ESCRITURA:

As Sagrada Escritura têm também certas características particulares que requerem princípios
especiais si se desejar fazer justiça a sua interpretação:

1. O Fator Espiritual: Foi Calvino quem notou que a Palavra de Deus é espiritual, e por isso
somente poderia ser percebida espiritualmente. A Espiritualidade da Palavra de Deus tem dois aspectos:
Deus atua sobre o homem por meio do Espírito Santo, que ilumina sua mente e lhe dá testemunho das
verdades das realidades divinas. Porém, o homem sobre o qual atua o Espírito tem que Ter parte com o
Espírito através da regeneração. Mas, o Fator Espiritual não desconsidera a responsabilidade do estudo e da
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instrução. Um cristão ignorante não é adversário apto para um incrédulo instruído.

2. A Unidade da Escritura: O equilíbrio entre o NT e o VT foi um dos maiores problemas


hermenêuticos que os Reformadores enfrentaram. A hermenêutica esteve sempre polarizada entre Marción e
Orígenes. Em Marción temos uma redução no cristianismo do AT e em Origines uma inflação Cristã no AT.
Mas a unidade e harmonia das Escrituras se encontram em Jesus Cristo e na redenção que são centrais na
Revelação. Por isso a igreja deve crer que o AT é um livro essencialmente cristão.

3. Revelação Progressiva: O conceito de revelação progressiva se baseia na convicção de que a


revelação e a redenção se movem sobre uma linha histórica, e de caráter próprio. A medida que a linha do
tempo se estende,
hermenêutico que se origina desta verdade é: Se há tensão entre Revelação mais antiga e mais nova,
a mais antiga deve ceder ante a nova;

4. A Auto Interpretação da Bíblia: Antes da Reforma a ICR insistia que ela era a depositária
da graça de interpretar a Bíblia. Mas os Reformadores derrubaram este conceito e estabeleceram em seu
lugar a norma de que ''Escritura é sua própria interprete". Isto que significar que a totalidade da Escritura
interpreta a parte da Escritura, onde nenhuma parte da Escritura deve ser interpretada de tal forma que
deforme a essência da Escritura. Neste processo Lutero afirmou que a claridade objetiva das Escrituras está
em Jesus Cristo, e a claridade subjetiva está no Espírito Santo.

5. O Sobrenatural na Bíblia: Desde a fundação da ciência moderna e da filosofia moderna, o


homem secular instruído vem se opondo ao supernaturalismo cristão, e alguns teólogos sugerem o mesmo
rumo. O resultado é que toda narrativa de algo sobrenatural é tido como mal entendido. O expositor
evangélico não deve descartar o sobrenatural, antes, deve considerá-lo como elemento importante de
Revelação Bíblica.

6. Exegese Teológica: É a extensão da exegese gramatical, e busca encontrar as implicações mais


plenas e amplas do texto. A exegese teológica começa aonde a gramatical termina É mais arte e habilidade de
percepção do que técnica.

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ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL E CONTEXTUAL

Não se pode interpretar o significado de um texto com certa precisão sem as análises histórico-
cultural e contextual. Esta análise pode ser feita mediante 3 perguntas:

1a. Qual o ambiente histórico geral em que o autor fala?


2a. Qual o contexto-cultural específico e a finalidade de seu livro?
3a. Qual o contexto imediato da passagem em consideração?

RESPONDENDO A 1A PERGUNTA:

Para se determinar o contexto histórico-cultural geral é necessário se responder mais 3 perguntas


secundárias:

1a. Qual é a situação histórica geral com a qual se defrontam o autor e seus leitores? Quais eram as
situações políticas, económicas e sociais? Quais eram as principais ameaças e preocupações?
2a. Quais os costumes cujo conhecimento esclarecerá o significado de determinadas ações?
3a. Qual era o nível de comprometimento espiritual da audiência?

RESPONDENDO A 2A PERGUNTA:

Para determinar o contexto histórico-cultural específico é necessário responder a mais 3 perguntas


secundárias:

1a. Quem foi o autor? Qual era seu ambiente e suas experiências espirituais?
2a. Para quem estava ele escrevendo (crentes fieis, incrédulos, apóstatas)?
3a. Qual foi a finalidade (intenção) do autor ao escrever este livro especial? podemos seguir os
seguintes passos:

1o. Observar a declaração explícita do autor ou repetição de certas frases. (P. Ex.: Lc 1. 1-4 e At 1.1; Jo
20.31; 1 Pe 5.12; A expressão "são essas as gerações de" se repete 10 vezes no livro de Gênesis).

2o. Observar as exortações e conselhos contidos no escrito. (P.Ex.: As cartas paulinas estão repletas de de
fatos teológicos seguidos de imediatos por um "portanto" e uma exortação).

3o Observar os pontos omitidos ou os problemas enfocados. (P. Ex.: 1 e 2 Crônicas não nos dá uma
história completa de todos os acontecimentos nacionais durante o reinado de Salomão e da divisão do reino.
Mas ele seleciona fatos que mostram que Israel só pode resistir quando se mantém fiel aos mandamentos de
Deus e a sua aliança. Como apoio a este ponto podemos observar que ele usa com frequência a frase "- fez o
que era mau (ou reto) perante o Senhor".

RESPONDENDO A 3A PERGUNTA:

Algumas perguntas secundárias ajudam a entender o texto em seu contexto imediato:

1a Quais os principais blocos de material e de que forma se encaixam no todo? Alternativamente, qual é
o esboço do livro?

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2a Como a passagem que estamos observando contribui para a corrente de argumentação do autor?
Alternativamente, qual a ligação entre a passagem que estamos estudando e as que vêm imediatamente antes
e depois?

3a Qual a perspectiva do autor? As vezes os autores escrevem como se estivessem olhando com os olhos
de Deus (como porta-vozes de Deus), especificamente em assuntos de moral, mas em seções narrativas
frequentemente descrevem fatos de forma como lhes parecem da perspectiva humana.

4a. A passagem está declarando verdade descritiva ou prescritiva? As passagens descritivas relatam o que
foi dito ou o que aconteceu em um determinado tempo. O que Deus diz é verdadeiro, o que o homem diz
pode ser ou não, o que Satanás diz, geralmente é uma mistura de verdade e erro. Quando as Escrituras
descrevem ações humanas sem comentá-las, não se deve, necessariamente, supor que elas são aprovadas.

As passagens prescritivas das Escrituras são tidas como articuladoras de princípios normativos. As
diferenças entre as passagens prescritivas sugere que não se deve universalizar nenhuma delas, mas aplicar
cada uma de acordo com a situação. Quando há somente uma passagem ou um problema prescritivo, ou
quando as várias passagens prescritivas coincidem com outra, geralmente o ensino é tido como normativo.

5a O que constitui o núcleo de ensino da passagem e o que representa apenas detalhe


incidental? Algumas das principais heresias da história tem origem na não observação deste ponto.

6a A quem se destina a passagem? Quem está falando? O ensino é normativo ou se dirige a determinados
indivíduos? A quem se dirige a passagem?

Há basicamente 3 grupos de destinatários nas Escrituras: Israel como Nação, Crentes do AT, e
Crentes do NT.

ANÁLISE LÉXO-SINTÁTICA E CONTEXTUAL

A Análise léxico-sintática é o estudo do significado de palavras tomadas isoladamente (lexicologia)


e o modo como essas palavras se combinam (sintax), a fim de determinar com maior precisão o significado
que o autor pretendia lhes dar.
Este tipo de análise procura reconhecer quando um autor tenciona que suas palavras sejam
compreendidas de modo literal, quando de maneira figurativa, e quando de modo simbólico, e então
interpreta concordantemente.
Exemplos:
> Quando Jesus diz: "Eu sou a porta", "Eu sou a videira", "Eu sou o pão da vida", entendemos
estas expressões como comparações, conforme ele tencionava;
> Quando Ele disse: "Vede, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus", sua intenção
com a palavra fermento era simbolizar a doutrina destes grupos (Mt 16.5-12);
> Quando Ele diz ao paralítico: "Levanta, toma o teu leito, e vai para tua casa", ele espera que o
paralítico obedeça literalmente sua ordem.

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Embora as palavras possam assumir uma variedade de significados em contextos diferentes, elas têm
apenas um significado intencional em qualquer contexto dado. Assim, se dissermos: "Ele é ou está verde",
essas palavras poderiam significar:
1.6.1.1. ele é inexperiente
1.6.1.2. ele está doente
1.6.1.3. ele está assustado
Apesar destas palavras poderem expressar todas estas 3 coisas, o contexto geralmente indicará qual
dessas ideias queremos comunicar.
A análise léxico-sintática ajuda o intérprete a determinar a variedade de significados de uma palavra
ou de um grupo de palavras, e então declarar qual o significado é mais provável de ser a intenção do autor
nesta passagem.

OS PASSOS NA ANÁLISE LEXICO-SINTÁTICA:

1. Apontar a forma literária geral:


A forma literária que um autor usa (prosa, poesia etc.) influencia o modo como ele pretende que suas
palavras sejam entendidas. Quem compõe poesia geralmente não emprega as palavras do mesmo modo de
quem escreve prosa.
O Antigo Testamento, por exemplo, é composto por 1/3 de poesias, e interpretar estas passagens
como prosa significa interpretar mal. Na prosa predomina o sentido literal das palavras, já na poesia o
sentido figurativo. Há, ainda, no AT passagens cujo género literário é a literatura Apocalíptica (Daniel),
onde as palavras assumem um significado mais simbólico.

2. Investigar o desenvolvimento do tema do autor e mostrar como a passagem em consideração se


encaixa no contexto:
Este passo é importante por duas razões:
• contexto é a melhor fonte de dados para a determinação de qual dos diversos possíveis
significados de uma palavra e a intenção do autor;
• A fim de não nos perdermos na técnica de uma análise gramatical e deixar de lado a visão das
ideias básicas que as palavras realmente comunicam.

3. Apontar as Divisões naturais do texto:


As principais unidades conceituais e as declarações transicionais revelam o processo de pensamento
do autor e, portanto, tornam mais claros o significado que ele quer dar. As divisões atuais em versículos
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foram sugeridas bem posteriormente a escrita da Bíblia com o propósito de localizarmos melhor as
passagens, mas elas correm o risco de separarem ideias e dividir o pensamento do autor.

4. Identificar os conectivos dentro dos parágrafos e sentenças:


Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes relativos) mostram a relação que existe entre
dois ou mais pensamentos.
Quando se emprega um pronome relativo, é importante indagar: "Qual o substantivo que está sendo
debatido?" Um "portanto" muitas vezes proporciona o elo entre uma discussão teórica e as aplicações
práticas dessa argumentação (1 Pe 1. 13).

5. Determinar o significado isolado das palavras:


Em sua maioria , as palavras que sobrevivem por longo período de tempo em sua língua adquirem
muitas denotações (significados específicos) e conotações (implicações complementares, significados
emocionais implícitos). Ao lado de seus significados específicos, muitas vezes as palavras tem uma
variedade de denotações vulgares, isto é, usos utilizados na conversação comum. Vejamos o exemplo da
palavra acabado:
a. O muro está acabado - significa "o muro está concluído, completo";
b. Olavo Bilac é um tipo acabado de poeta - significa "Olavo Bilac é um
poeta primoroso, perfeito".
c. José está muito acabado - significa "José está envelhecido, esgotado,
abatido".

6. Analisar a sintaxe:
A sintaxe trata do modo como os pensamentos são expressos por meios de formas gramaticais. A
relação das palavras entre si expressa-se por meio de suas formas e disposições gramaticais. A língua
portuguesa é analítica, ou seja, a ordem das palavras é um guia para o significado. Por exemplo, os
substantivos normalmente precedem os verbos, os quais normalmente precedem os complementos. Dizemos
"a árvore é verde" de preferência a alguma outra combinação dessas palavras. O hebraico é também uma
língua analítica, porém menos do que o português. O grego, pelo contrário, é uma língua sintética, ou seja, o
significado é entendido apenas parcialmente pela ordem das palavras e muito mais pelas terminações da
palavra ou pelas terminações dos casos.
Há diversos instrumentos úteis para se descobrir que informação a sintaxe pode trazer para a nossa
compreensão do significado de uma passagem, como por exemplo Bíblias interlineares: contêm o texto
hebraico ou grego com a tradução impressa entre as linhas.
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ANÁLISE TEOLÓGICA
TODO CRISTÃO É UM TEÓLOGO
 Teologia é qualquer reflexão sobre questões essenciais da vida que aponte para Deus.
 A teologia é inevitável ao cristão que pensa, e a diferença entre teólogos profissionais é apenas de
posição, não de qualidade.
 Teólogos profissionais existem para servir à comunidade de fé, não para ditar-lhes as crenças ou
dominá-la intelectualmente. Os teólogos leigos precisam dos profissionais para fornecer ferramentas
para o estudo da Bíblia, a perspectiva histórica e a articulação sistemática, meios que lhe permitem
aprimorar a prática da teologia.
 O termo teologia é formado por duas palavras: Theos e Logos (Deus e razão). Logo, literalmente:
pensamento de Deus ou raciocinar dobre Deus.
 Considerando que a teologia cristã analisa a crença sobre Deus e o mundo, podemos afirmar que ela
é a reflexão e a organização das crenças referentes a Deus e o mundo que os cristãos têm em comum
como seguidores de Jesus Cristo.
 As subdivisões básicas da teologia cristã:
o Deus (Teologia propriamente dita).
o A humanidade e o universo criado (antropologia)
o Jesus e a Salvação que ele trouxe (Cristologia e Soteriologia)
o O Espírito Santo e as obras do Espírito em nós e no mundo (Pneumatologia)
o A consumação ou conclusão do programa de Deus para a criação (Escatologia).

FERRAMENTAS DA TEOLOGIA

 Aqui é importante mostrar que a Bíblia não é um tratado de teologia, mas longas narrativas, poesias,
provérbios e instruções para pessoas e grupos ES específicos de crentes.
 Tudo que aprendemos na Bíblia é filtrado pelas lentes do que somos de onde nos situamos no tempo
e espaço.

1. A Mensagem Bíblica
a. O que na Bíblia exerce função normativa para a teologia?
b. A teologia nos conduz para as partes didáticas da Bíblia, analisando com a visão voltada para
o presente.

2. A Herança Teológica da Igreja


a. A igreja – da era patrística até o presente – sempre buscou expressar sua fé. Nossos
antepassados nos deixaram um legado significante.

3. As Formas de Pensamento da Cultura Contemporânea.


a. O cristão procura articular a fé dentro do contexto em que Deus os chamou para viver e
servir.

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Ou seja, desejamos uma teologia que não somente seja bíblica e cristã, mas também relevante.

AS NARRATIVAS DO ANTIGO TESTAMENTO:


SEU EMPREGO APROPRIADO

A narrativa é o tipo literário mais encontrado no Antigo Testamento, com aproximadamente 40 por
cento do Antigo Testamento. Alguns livros são compostos em grande medida ou inteiramente de narrativas:
Génesis, Josué, Juizes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Crónicas, Esdras, Neemias, Daniel, Jonas e Ageu. E
também em Êxodos, Números, Jeremias, Ezequiel, Isaías e Jó contém partes de narrativas.

A Natureza das Narrativas

O que são narrativas. As narrativas são histórias. Então dizemos que a Bíblia contém o que
chamamos de "História de Deus", uma história real, de vital importância e frequentemente complexa. O
termo "narrativa" é adotado no uso técnico para assim Ter uma conotação mais objetiva e evitando o termo
"história", que pode significar ficção, ou conto improvável.
Todas as narrativas tem um enredo, uma trama e personagens (seja divina, humana, animal, etc).
Em específico o Antigo Testamento possui um enredo que faz parte de um enredo especial global
( História de Deus), e tem um elenco especial de personagens dos quais o mais importante é o próprio Deus.
Três níveis de narrativa. Devemos reconhecer ao lermos as narrativas do Antigo Testamento que a
história esta sendo contada em três níveis a saber:

1- Nível Superior. É aquele plano universal de Deus, como: a criação, queda do homem,
necessidade de redenção e a encarnação e sacrifício de Cristo.

2- Nível Intermediário. É aquele que se restringe em Israel, como : chamado de Abraão,


linhagem dos Patriarcas, escravidão no Egito, Livramento, terra prometida, etc.

3- Nível Inferior. É aquele que narra a história num âmbito mais restrito e individual e
completam os outros dois níveis. Exemplos : história de José que foi vendido por seus irmãos a uma
caravana de árabes e do adultério de Davi com Bate-Seba.

Podemos observar que cada narrativa individual {inferior) do Antigo Testamento está contida na maior
parte da história de Israel {intermediária) e que por sua vez faz parte da narrativa do plano universal de
Deus {superior).

O Que as Narrativas Não São

As narrativas não são meras histórias acerca de pessoas que viveram no Antigo Testamento, mas sim,
uma história Divina que relata tudo aquilo que Deus fez para aquelas pessoas e como operou por intermédio
delas. Deus sempre é o personagem decisivo principal de todas as narrativas.
As narrativas do Antigo Testamento não são história alegórica ou de significados ocultos. Embora haja
passagens de difícil interpretação, isto devido ao fato de não termos as informações detalhadas do que Deus
fez, como fez e por que Ele fez. Temos que conter nossos impulsos de curiosidade diante desta narrativas,
porque corremos o risco de inserir coisas que não estão contidas nas narrativas, ou especularmos
intervenções absurdas e forçadas diante de tais narrativas.
As narrativas do Antigo Testamento nem sempre ensinam de modo direto. Devemos ao invés de
aprendermos acerca das questões vividas naqueles momentos que narra o Antigo Testamento buscar com
ênfase a natureza e a revelação de Deus de maneira especial. Logicamente que o conhecimento histórico nos

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ajude a entender melhor a natureza e a revelação e assim tendo um conhecimento secundário, mas pode nos
ajudar a moldar nosso comportamento. É importante sempre reforçar que se somos cristãos o Antigo
Testamento é nossa história espiritual.
As narrativas individuais geralmente não possuem uma lição moral restrita ao episódio individual. Não
podemos interpretar as narrativas independentemente das demais passagens, pois cada uma advém de uma
sequência inteira de eventos narrados e por isso não podemos tentar achar significado isolados para cada
narrativa individual.

Algumas Precauções

Notamos muitas vezes que pessoas ao interpretar as narrativas do Antigo Testamento conseguem
extrair lições que estão fora do que Deus quer que saibamos. Temos por identificado três principais
tendência para tais interpretações erronias : Em primeiro lugar há um desesperos em obter que lhes serão
úteis no âmbito totalmente pessoal; em segundo lugar há uma impaciência quanto a resposta do livro ou
passagem que esta sendo lida e em terceiro lugar esperam que a Bíblia tenha lições diretamente
ligadas as suas necessidades pessoais.
Com o propósito de evitar estas tendências relacionamos seis erros mais comuns cometidos por
aqueles que procuram respostas em partes isoladas da Bíblia.

1- Alegorização. Não observação do sentido claro do texto, extraindo reflexões além do texto.

2- Descontextualização. Desconsiderar ou não conhecer o contexto histórico e literário que


segue uma narrativa individual e assim podendo fazer qualquer interpretação ter qualquer significado.

3- Seletividade. Escolha de palavras ou frases específicas e desconsiderando as demais, e


também, rejeitando o alcance global, promovendo um desequilibro entre as partes e a totalidade da narrativa.

4- Combinação Falsa. Combinação de textos isolados dento da mesma passagem e que não
estão diretamente ligadas.

5- Redefinição. É uma acomodação de um texto que tem o sentido exato para fins de abrandar
ou inserção de sentidos que ira de encontro direto com as pessoas.

6- Autoridade Extracanônica. Uso de livros que explicam doutrinas ou que revelam verdades
bíblicas que de outra forma não podem ser conhecidas.

O ANTIGO TESTAMENTO COMO PALAVRA DO HOMEM E PALAVRA DE DEUS


Luis Alonso-Schökel

A tradição cristã considera o AT como “palavra de Deus”. É uma expressão genérica, que na verdade
chamaremos de uma “multiplicidade” de palavras.

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- Testemunho interno: “palavra do Senhor” (Aliança), e “palavra do Senhor” (anunciada pelos


profetas). Ambas constituem a experiência primordial do povo e ao mesmo tempo o início de uma
teologia viva da palavra.
- Elemento comum: são apresentadas ao povo através de um mediador (profeta no sentido amplo);
a palavra de Deus chega ao povo na forma e figura de palavra humana.
- Aparentemente a função do profeta é repetir literalmente sentenças ouvidas por Deus e
definitivamente formuladas por ele. Precisamos retificar esta impressão.

1. A palavra da Aliança

a) Caráter narrativo: refere-se brevemente a salvação já realizada (Ex 19.4 e Js 24.2-


13). É uma palavra cujo sujeito (agente principal da história); o conteúdo é a salvação e o objeto é o
povo. Tem a prerrogativa de explicar as ações de Deus como salvíficas; também é revelação de Deus
que desvenda o “sentido” (interpreta) da história.
b) Mandamentos: geralmente usada no plural “palavras do Senhor” (Ex 20.1; 34.28 e
Dt 4.13). Na forma primitiva trata-se dos dez mandamentos. Estas são expressões de uma vontade
soberana, apresentam-se como uma permanente exigência religiosa e regulam a vida do povo. Por estas
palavras imperativas Deus se manifesta como Senhor, o povo como súdito e a liberdade como
responsabilidade. De certa forma, revelam Deus e o homem diante de Deus.
c) Benção e Maldições: introduzem o conceito “prêmio e castigo” em uma estrutura
religiosa (Dt 30.1). Tais palavras são condicionadas pela obediência ou desobediência do povo. São
eficazes na qualidade de palavras pronunciadas pelo próprio Deus; sua eficácia dialética não procede do
jogo da liberdade em si mesma, mas do fato de ser anexada à aliança por Deus.
d) Palavras de Aliança: as três espécies anteriores formam uma unidade que a Aliança
(Ex 34.28; Dt 28.69). Elas criam uma instituição que não é estática, mas dinâmica. Uma vez
pronunciadas têm valor eterno. Note-se que a tríplice palavra institucional é uma palavra litúrgica:
endereçada a uma assembléia em formação (Ex 19.1; Dt 31.10-11 e Js 24.1). Pode-se pensar que o
liturgo simplesmente repita palavras já ditas por Deus, mas semelhante repetição mecânica está
excluída da dinâmica desta palavra.

2. Palavra Profética

A palavra profética tem formas e características (Jr 30.2; Ez 13.16 2Rs 7.1). Se na “Aliança” aparece
mais no plural (palavras de Deus), nos profetas prevalece o singular (palavra). Isto significa que a palavra
profética em geral é mais individual e mais ligada à situação concreta. O profetismo é um movimento
carismático da Aliança (Dt 18). Mas cada profecia tem o seu próprio tema e a sua função própria. Podemos
pôr a palavra profética em paralelo com a palavra da “Aliança”, mas com a seguinte distinção: a Aliança era
uma unidade formada por três palavras-membros, ao passo que as palavras proféticas são múltiplas e
independestes.
a) Histórica: ocupa-se da história para explica-la se é próxima ou presente, para
despertar a sua recordação e a de suas conseqüências. Tem função teológica de interpretação da
história. O que há de estranho e irrepetível na história tem necessidade de semelhante palavra
explicativa atual, pois a interpretação geral, dada pela Aliança, não basta; ela deve entrosar-se com as
novidades da história. Revela um Deus em ação e descobre o sentido da ação histórica dos homens
estimulados por Deus. Por meio da palavra profética o acontecimento do passado se torna presente è
recordação e permite reconhecer nele um significado salvífico.
b) Advertência ou Juízo: freqüentemente o profeta faz referência aos mandamentos da
Aliança. O povo se obrigou a estes mandamentos no momento em que começou a existir como povo e
nas horas solenes da renovação. Ao recordar isto, o profeta uma palavra de advertência ou de juízo. A
palavra jurídica de Deus se exprime na forma de uma instrução criminal (Is 1; Os 2; Mq 6). A

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advertência, ao contrário, usa mais a recordação do passado como benefício de Deus e o temor do
futuro como castigo.
c) O profeta se torna executor de bênção e de maldição : na promessa e na ameaça
proféticas a “Palavra da Aliança, de bênção e maldição” é atualizada (Dt 30.1) e aplicada a casos
específicos com notável fidelidade a fórmulas tradicionais de ameaças. A ameaça pode se intensificar,
mas só até ao anúncio do extermínio definitivo, como aconteceu com o reino do norte. A promessa
profética, ao contrário, conhece uma dialética, que pode superar todas as palavras anteriores de bênção;
com isso rompem-se os limites do horizonte presente e se abre, em determinado momento, um
horizonte novo, escatológico.

3. Ampliação da palavra

As palavras da Aliança e profética não são como algo fechado e imutável, ao contrário, são dotadas de
dinâmica, tendete à dilatação do seu significado e do seu poder. Notamos isso muito mais na palavra
profética, que no uso litúrgico de um mesmo texto, requerem u comentário que, por sua vez, pode se tornar
também “palavra de Deus”.
a) Discurso moral: No começo ela aparece como um comentário sacerdotal da palavra,
passando depois a constituir uma nova área da palavra de Deus (Dt 1.1,5). Prova de semelhantes
inserções no texto, ampliando o sentido da palavra, é o fato de ser colocado na boca de Moisés todo um
complexo discurso moral
b) Oráculos: é proferido pela boca de um sacerdote ou de um profeta, como resposta a
uma consulta de particular ou da comunidade (Ageu dedicava-se em grande parte à tarefa de responder
a tais consultas e tem consciência de transmitir a palavra de Deus).
c) Promessa: desdobra-se até uma visão escatológica de um futuro final. Ela não é
sempre anunciada como palavra de Deus mediante fórmulas clássicas proféticas, mas faz uso também
de coleções proféticas já existentes.
d) Salmos: é palavra do homem à qual Deus responde. Os salmos são palavras de Deus
enquanto por eles Deus ensina o seu povo a orar. Eles são palavras autênticas, por meio da qual o povo
exprime validamente — sem falsificações da doutrina ou do sentimento religioso — a sua fé, gratidão e
recordação das ações salvíficas de Deus. São também o grito do homem, que quer ser ouvido por Deus
e que é ouvido, pois ora com palavras que Deus ensinou. A palavra dos salmos é verdadeira porque
recorda as ações divinas e as anuncia; é firme porque exprime a fé e o reconhecimento; é eficaz porque
na estrutura da salvação chega realmente até Deus.
e) Historiógrafos: sãos que escrevem a história do povo. O ponto de partida são
aquelas “palavras históricas” da Aliança, às quais vêm unir-se as palavras históricas dos profetas —
Elias, Nata, Aias — que explicam os acontecimentos. Embora, ao publicar a sua obra, eles não usem a
expressão “ouvi a palavra do Senhor”, na realidade, eles dão prosseguimento à atividade profética
enquanto mostram o sentido teológico dos acontecimentos, isto é, Deus em ação e os homens sob a
direção de Deus. Também a palavra dos historiógrafos é tomada como palavra de Deus.
f) Palavra dos Sábios: parece puramente humana, e que trata da vida cotidiana.
Mesmo esta dimensão humana, singela e simples, tem seu lugar no plano de Deus. Por isso esse tipo de
palavra é válido e se torna digno de ser acolhido no todo da Escritura. Uma vez reconhecida como
Escritura, a palavra passa a exercer uma dinâmica própria e requer “comentários”, alguns dos quais são
também aceitos como palavras de Deus

A dinâmica da palavra se exerce por isso em duas direções: de um lado tende a ampliar-se, do outro, a
estabilizar-se. Ela se desenvolve pelo uso e pela aplicação e, no entanto, quer ser preservada com veneração.
Ela se incorpora em novos contextos históricos ou literários, mas põe-se em guarda contra falsificações. Esta
tensão da palavra de Deus é uma dinâmica, que pouco a pouco passa a exigir os meios da própria
conservação: recordação, reconhecimento oficial, escritura, reunião oficial em livros.

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 12


Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

Exercício Hermenêutica
Marcos 10.46-52

1ª ETAPA: OBSERVAÇÃO:

 Que Vejo? Contexto Anterior e Contexto Posterior?


 Quais as ações realizadas?

2ª ETAPA: INTERPRETAÇÃO
 Que significa? Para quem foi escrito? Por que o texto diz isso?
 Qual a idéia Principal que está sendo comunicada?

3ª ETAPA: CORRELAÇÃO.

 Como isso se relaciona com o restante da Bíblia?

4ª ETAPA: APLICAÇÃO

 Que significa para mim?

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 13


Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

OS NOMES DE DEUS

’adôn — Um dos três títulos (’adôn ’adônai, ’adônîm), geralmente traduzidos por “Senhor”. Todos
denotam os vários aspectos de supremacia, mas cada nome tem seu uso peculiar. O título “Senhor” (’adônî),
significando “proprietário”, é mais um título de honra e respeito do que um nome, como “sir”, “meu
senhor”, ou “meritíssimo”. Usado pelo súdito que se dirige a seu rei (1Sm 24.8; 16.17; Jr 22.18; v. Gn
44.18), pela esposa a seu marido (Gn 18.12), por um escravo seu dono (Gn 24.12; Êx 21.5; v.Ml 1.6), ou por
um seguidor a seu líder (Nm 11.28). “Refere-se à autoridade e ao prestígio de uma pessoa (Gn 23.6; 45.8) e
neste sentido poderia ser usado como um título ao se dirigir ao Deus a quem, no sentido mais elevado,
pertence a honra e o domínio (v. Js 3.11,13; Sl 97.5; Mq 4.13; Zc 4.14; 6.5). Usado como Yahweh ou como
seu substituto (Êx 23.17; 34.23; Is 1.24;3.15; 10.16; Am 8.1; Sl 90.1; 114.7; Is 6.1; 8.11; Ml 3.1).” Veio a
significar o senhorio absoluto de Deus em sua santidade transcendente; “Adon é o Senhor que governa na
terra”.

Adonai — O Senhor em sua relação com a terra, cumprindo seus propósitos de abençoar na terra. Com
esta limitação, era quase equivalente a YaHWeH; 134 passagens são registradas na Massorá onde isto foi
feito deliberadamente, associando os pontos vogais da palavra YaHWeH com Adon, convertendo-a em
Adonai. Posteriormente, para diferenciar seu uso como título divino para Deus,e impedi-lo de se tornar
excessivamente familiar para os humanos, o título sempre foi pronunciado de forma ligeiramente diferente
— o a curto do ditongo ai em Adonai ficou mais comprido, e em hebraico a frase terminava com a palavra
“meu”.
Adonim — O plural de adon, transmitindo tudo o que adon transmite, mas num grau maior ou mais
elevado, mais especialmente como dono ou proprietário. Raramente se refere a homens; um adon (sem o
artigo) pode governar outros que não lhe pertencem, mas Adonim é o Senhor que governa sobre os que são
seus.
Elohim — Ocorre 2 700 vezes. Traduzido como “Senhor” (KJV) e “YaHWeH” (KJV). Uma palavra
plural (v. Jz 9.13; 1Sm 4.8; 2Sm 4.8; 2Sm 7.23; Sl 86.8). Entretanto, na maioria das vezes é usado no
singular, mesmo quando o verbo que o acompanha está no plural (Gn 1.26; 20.13; 35.7; Êx 22.9). As
implicações da Trindade são óbvias; a palavra é equivalente a Divindade, e é indicada na KJV
ordinariamente por “Deus”. Apesar de ser às vezes usada para descrever a adoração pagã (de Camos; Jz
11.24), de Astarote ou Istar (1Rs 11.5) e de Belzebu (2Rs 1.2), é usada na maioria das vezes para o
verdadeiro e absoluto “Senhor da história e da natureza, que exige a homenagem exclusiva de seu povo”.
Elohim — Pode significar “grandeza e glória”, com a idéia de poder criativo que governa, de
onipotência e de soberania. “Elohim é Deus o Criador colocando sua onipotência em operação.” Em Gênesis
1.1—2.4 Elohim é usado 35 vezes; é ele que cria por seu grande poder o vasto universo; que diz, e é feito; e
traz à existência o que não existe. A ligação primitiva do nome com a criação confere-lhe um significado
primário como Criador: “Indica sua relação com a humanidade criada (2Cr 18.31), permanecendo em
contraste com YaHWeH, indicando o relacionamento pela aliança”. Elohim possui e governa os céus e a
terra, aquele que traz a luz a partir das trevas, o cosmos a partir do caos, a habitação a partir da desolação e
faz a vida à sua imagem.
Alah — Outra possível palavra a partir da qual Elohim poderia se derivar. Pode significar “declarar ou
jurar”, sugerindo assim um relacionamento baseado na aliança. “Fazer uma aliança implica no poder e no

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 14


Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

direito de fazê-la, e estabelece o fato da “autoridade absoluta do Criador e Governante do Universo”. Ele
não pode jurar por ninguém maior do que si mesmo, e assim ele faz sua aliança com Abraão (Gn 17.7). “Eu
sou o Deus todo-poderoso [El-Shaddai] (17.1), [...] estabelecerei a minha aliança [...] para ser o seu Deus
[Elohim]”, isto é, ele estar com seus filhos num relacionamento pela aliança.”
O sinal da aliança de Elohim com Noé é o arco-íris (Gn 6.18; 9.15,16). José lembra seus filhos: “Estou
à beira da morte. Mas Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a
terra que prometeu com juramento a Abraão” (Gn 50.24). “Tu [Elohim] que guardas a tua aliança de amor
com os teus servos que, de todo o coração, andam segundo sua vontade” (1Rs 8.23). Em Jeremias 31.33 e
em 32.40, Elohim é usado especialmente para a nova aliança, na qual ele escreverá sua reverência e lei nos
corações.
El — “Um derivado incerto, mas o significado básico é, aparentemente, ‘poder’ — o ‘poder divino e
numinoso que enche os homens de assombro e terror’. Traduzido como ‘poderoso’, ‘forte’, ‘proeminente’.
Usado 250 vezes, e aparece freqüentemente onde o grande poder de Deus é evidente. El é Elohim em todo
sua força e poder; Deus onisciente (primeiramente usado em Gn 14.18-22), e Deus onipotente (Gn 16.13).
Ele pode fazer todas as coisas por seu povo (Sl 57.2), e nele todos os atributos divinos estão concentrados.”

Combinações de El

El-Betel — “Deus de Betel” (Gn 35.7). Ele é o Deus que se revelou em Betel.
El Elohe Israel — “Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.19,20). Jacó compra um campo próximo a Siquém,
e lá dedica um altar a Deus.
Elyon — A primeira ocorrência é em Gênesis 14.18-20, em que Melquisedeque abençoa Abraão neste
nome, louvando a Deus como o “Criador dos céus e da terra”. O “Criador dos céus e da terra” divide as
nações, “sua herança” (Sl 78.55). Ele é “Altíssimo sobre toda a terra” (Sl 83.18), um título que ocorre 36
vezes.
El Elyon — “Exaltado” ou “Altíssimo”. Usado na profecia de Balaão (Nm 24.16) com El e Shaddai,
tanto na canção de Moisés quanto na de Davi (Dt 32.8,9; 2Sm 22.14), nas orações de Davi (Sl7.17; 9.2;
21.7; 46.4; 97.9), e em outras passagens nas quais seu governo e propriedade, ou a absoluta preeminência da
divindade, são os focos da adoração (“os seres celestiais” — Sl 89.6; “É Deus quem preside à assembléia
divina; no meio dos deuses, ele é juiz” — Sl 82.1). Aparece em sua forma aramaica com Nabucodonosor,
em Daniel 3.26 (“servos do Deus Altíssimo”), e é usada em sua confissão de arrependimento (Dn
4.2,24,32,34). Em sua forma grega, hypsistos, é usada nove vezes no NT: o anjo falando com Maria (Lc
1.32,35), João como profeta de Deus (Lc 1.76), o endemoninhado gadareno com Jesus (Mc 5.7; Lc 8.28), e
Paulo com os filósofos no Areópago (At 17.22), e como referência às “alturas” (Mt 21.9; Mc 11.10; Lc 2.14;
19.38; At 16.17; Hb 7.1).
’El ‘Ola m — “Deus o Eterno” ou “Deus da Eternidade”. A palavra significa “tempo eterno”, “tempo
cujos limites estão longe da vista”. Aplicado a Deus significa, aparentemente, “sua soberania contínua
através das eras, que não é afetada pela passagem do tempo”.
El Roi — O “Deus que me vê” ou o “Deus da visão”. Usado por Hagar no deserto, quando Deus cuidou
dela e de seu filho (Gn 16.13).
El Shaddai — O “Deus das montanhas” (referindo-se a suas visitas ao Sinai, ou seu governo altivo) ou
“Deus todo-poderoso”. Excluindo Gênesis e Êxodo 6.2,3, El Shaddai ocorre 35 vezes
no AT, 29 das quais estão em Jó, que está hipnotizado com a majestade e o poder de Deus. Ocorre
como citação em 2Coríntios 6.18 e Apocalipse 1.8; 4.8; 21.22. Em todas as ocorrências traduz-se por “Todo-
poderoso”. “É o Deus El, não como uma fonte de força, mas de graça; não como Criador, mas como doador.
Shaddai é o todo-generoso. Não se refere a seu poder criativo, mas a seu poder de suprir as necessidades de
seu povo”. “A primeira ocorrência de El Shaddai (Gn 17.1) é usada para mostrar a Abraão que Deus o
chamou para andar diante si, e que poderia suprir todas as suas necessidades. Devemos mostrar ao mundo
que estamos separados dele com a mesma confiança (2Co 6.18).”
Primeiro e último — O termo de Isaías para transmitir a “eterna soberania de Deus sobre toda a

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 15


Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

extensão de tempo, do início ao fim” (Is 44.6; 48.12). “O profeta não fala da eternidade em termos abstratos
e não-históricos, mas leva a linguagem a seu limite temporal, ao dizer de forma concreta: ‘Antes de mim
nenhum deus se formou, nem haverá algum depois de mim’” (Is 43.10). “A soberania eterna de YaHWeH
está, então, escondida dentro da sombra do primeiro e do último. [...] Assim, a expressão “o primeiro e o
último” é uma forma vívida de dizer que a história, em toda sua extensão, está sob o controle de Deus, que é
Criador e Senhor, cuja presença direcionadora é conhecida na história (Is 46.10; v. 45.21). A mesma nota é
acentuada no NT sob a convicção de que o senhorio soberano de Deus é manifesto em Jesus Cristo, o Alfa e
o Ômega (Ap 1.8,17; 2.8; 22.13).”
Eloah — “Elohim deve ser adorado. Eloah é Deus em conexão com sua vontade, e não com seu poder.
A primeira ocorrência associa este nome com a adoração (Dt 32.15,17); assim, é o título usado sempre que
houver contraste (latente ou manifesto) com deuses falsos ou ídolos. Eloah é essencialmente o “Deus vivo”,
em contraste com ídolos.”15 Aparece também como “Deus” na KJV.

Os títulos de YaHWeH

YaHWeH — “O nome próprio de Deus, que denota sua presença (Gn2.4). Derivado do verbo hebraico
havah — ‘ser’ ou ‘sendo’, uma palavra quase exatamente igual ao verbo chavah — ‘viver ou vida’. Com
esse nome, devemos pensar em YaHWeH como o ser que é absolutamente auto-existente, aquele que em si
mesmo possui a vida essencial, a existência permanente.” Traduzido como “SENHOR” na NVI e em
diversas outras versões da Bíblia, e é o nome mais freqüente para Deus no AT, sendo usado 6 823 vezes.
Enquanto Elohim é Deus como Criador de todas as coisas, YaHWeH é o mesmo Deus numa relação de
aliança com aqueles que ele criou (2Cr 18.31). YaHWeH significa o Eterno, o Imutável, o que foi, é e há de
vir. A definição divina é dada em Gênesis 21.33. Portanto, ele é, especialmente, o Deus de Israel, e o Deus
os redimidos em Cristo. Podemos dizer “o Deus” Elohim ou “meu Deus” Elohim para distinguir nosso
verdadeiro Deus dos ídolos, mas não “meu YaHWeH” ou “o YaHWeH”, pois YaHWeH é o nome do Deus
verdadeiro, vivo e pessoal, distinto de todos os deuses e ídolos falsos. Indicado na KJV como SENHOR, e
por “DEUS” quando ocorre em combinação com Adonai, e neste caso SENHOR DEUS = Adonai
YaHWeH. Enquanto Elohim é o nome usado nos livros mais “universais” da Escritura, tais como
Eclesiastes, Daniel e Jonas (um Deus de poder amoroso por toda a criação), o nome usado nos livros
teocráticos e
históricos de Israel é YaHWeH, distinguindo assim, propositadamente, a revelação singular de Deus
para seu povo (poder e amor condicionados pelos atributos morais).
“Todos os nomes de Deus que ocorrem na Escritura são derivados de suas obras, com uma exceção, e
esta é YaHWeH. [...] Ensina de forma clara e inequívoca a respeito da substância de Deus”. “YaHWeH” é o
nome que Deus usa quando faz uma revelação especial de si mesmo, como um Deus pessoal-infinito,
espiritual e moral,

YaHWeH-Yireh comemora uma grande lição e uma poderosa libertação. A libertação que Abraão e
Isaque experimentaram no monte Moriá purificou o amor de Abraão por seu filho, possibilitando que ele
visse Isaque como “a dádiva e a possessão graciosa de Deus, como um bem confiado por Deus a ele; que ele
deveria estar pronto para se render novamente a Deus a qualquer momento”. Depois que Abraão sacrificou o
cordeiro, que o Senhor providenciou para o lugar de Isaque, Abraão chamou o local de “O SENHOR
Proverá” (Gn 22.14). Ao dar um nome para o local, Abraão mostra que tinha um entendimento da futura
provisão e da manifestação messiânica de Deus (Hb 11.19). O monte Moriá (uma palavra aparentada a
Yireh) tornou-se, num dado momento, o próprio local do templo de Israel (2Cr 3.1), onde os sacrifícios eram
o centro da adoração. Mas Abraão viu o maior dos sacrifícios (Jo 8.56), e realmente soube que Deus, um dia,
providenciaria o verdadeiro Cordeiro no “monte do Senhor” para todo o mundo (Jo 1.29; 1Pe 1.18,19; Ap
5.11-13).

YaHWeH-Raphah — “... o SENHOR que os cura” (Êx 15.26). A palavra raphah é usada cerca de 70

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Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

vezes e sempre significa “restaurar, curar ou um médico, não apenas no sentido físico, mas também no
sentido moral ou espiritual”. A transformação das águas amargas de Mara em água potável é um tipo de cura
que Deus dá à corrente infectada de nossa raça humana. Nossa sede nunca pode ser saciada (Jo 4.13,14;
7.37,38) pelas águas contaminadas com amargor e morte (Is 30.26; 61.1; Jr 14.19,20; 30.17), até que nos
cheguemos a ele, que é a encarnação da árvore da vida (Ap 22.1,2) e é, ele mesmo, a fonte da vida e da
saúde (Ap 22.17).

YaHWeH-Nissi — “O SENHOR é minha bandeira” (Êx 17.15). Os amalequitas, descendentes do neto


de Esaú (Gn 36.12), tinham se tornado inimigos incessantes e hereditários de Israel, ameaçando-os com
guerra aberta (Dt 25.17,18; Êx 17.8).
Josué (nome que significa “YaHWeH é salvação”; Nm 13.8,16) levantou as tropas de Israel contra eles,
enquanto Moisés ficou para trás com suas mãos erguidas num monte, e a vara de Elohim em sua mão. O uso
de Elohim é significante. Era o nome que significava a “glória criativa de Deus, poder e soberania, o nome
geral de Deus, o nome especialmente usado em relação às nações, [...] distinto de YaHWeH especialmente
em relação a Israel, [...] denotando que, independente de Amaleque reconhecer, ele era Deus”.
A vara na mão de Moisés era o símbolo e a garantia do poder e da presença de Deus. Isaías, ao
profetizar sobre Cristo, disse que uma vara [ramo] viria do tronco de Jessé, que “será como uma bandeira
para os povos” (Is 11.1,10). “Uma bandeira, nos tempos antigos, não era necessariamente uma bandeira tal
como a usamos hoje. Tinha freqüentemente uma extremidade nua, com um ornamento brilhante que refletia
a luz solar. Aqui, a palavra para bandeira significa resplandecer no meio de outras coisas. É traduzida
variadamente por pólo, insígnia, estandarte e, entre os judeus, é também uma palavra para milagre. Como
insígnia ou estandarte era um sinal para o povo de Deus voltar-se para ele. Permanecia levantado a favor de
sua causa, sua batalha. Era um sinal de libertação, de salvação, [...] a palavra usada pelo salmista no lugar de
“resplandecer” na expressão: “Faze, ó SENHOR, resplandecer sobre nós a luz do teu rosto” (Sl 4.6).”
Amaleque, o “primeiro dos pagãos, o começo do poder gentio e da hostilidade ao povo de Deus”,
representa as forças de uma ordem mundial oposta a YaHWeH em todas as épocas (Êx 17.16; 1Jo 2.16;
5.19). A salvação na travessia do Mar Vermelho estava inteiramente nas mãos de Deus (Êx 14.13); mas
agora a terra deve ser conquistada e a guerra deve acontecer (2Tm 4.7; Jd 3; 2Tm 3-4; Ef 6.11-17).

YaHWeH-Mekaddishkem — “O SENHOR santifica” (Êx 31.13; Lv 20.8; 21.8; 22.32; Ez 20.12).


Diferente de outros nomes de YaHWeH, este nome não é transferido ou transliterado, mas traduzido na
KJV. Aparece como a palavra “santificar” em várias formas (dedicar, consagrar, bendizer, santo) cerca de
700 vezes na Escritura. Stone escreve: “Nenhum outro nome expressa de forma mais verdadeira o caráter de
YaHWeH e o que se requer de seu povo”.
Dias, tempos e estações foram santificados, ou separados dos outros (Gn 2.3; Êx 20.8,11; Lv 23;
25.10), e assim eram os lugares como o templo e a cidade de Jerusalém, assim como o povo (Êx 13.2; 28.36;
Dt 7.6), alguns até mesmo antes do nascimento (Jr 1.5). O ponto envolvido nesses tópicos era o contato com
Deus. O sábado era santo porque nele Deus descansara. [...] O santuário era assim chamado porque era onde
YaHWeH habitava no meio do seu povo. [...] Sendo ele próprio o Santo; YaHWeH está separado, e está
acima de tudo o mais no universo (1Sm 2.2)...
É sobre essa santidade que um teólogo escocês escreve: “É o equilíbrio [...] de todos os atributos da
Divindade. O poder sem a santidade se degeneraria em crueldade; onisciência sem santidade se tornaria
malícia; justiça sem santidade se degeneraria em vingança; e bondade sem santidade seria afeição
apaixonada e destemperada, causando mais dano do que bem”. É a santidade que dá a Deus grandeza e
majestade e, mais do que qualquer outra coisa, constitui sua plenitude e perfeição.
A santidade é mais do que uma posição ou relacionamento com YaHWeH; é uma participação na
natureza de YaHWeH, em seu caráter e em suas obras (Lv 20.26,27). Em resposta ao poder providenciado, o
homem pode e deve responder ao chamado de Deus para a santidade enquanto viver; clama por uma escolha
contínua, num processo de crescimento que continua para sempre.

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 17


Interpretaçã o da Bíblia - Hermenêutica

YaHWeH-Shalom — “O SENHOR é paz” (Jz 6.24). Essa palavra, traduzida como paz cerca de 170
vezes, também pode significar “bruto [tosco]” (Dt 27.6), “acabado, levado a cabo” (Dn 5.26; 1Rs 9.25), ou
tornar em bem a perda causada em virtude de um descuido (Êx 21.34; 22.5,6). No sentido físico e material
de inteireza e completude, é traduzida como “bem estar” e “bem” (Gn 43.27), e, no sentido de cumprir ou
completar uma obrigação, é freqüentemente usada como “cumprir [um voto]” ou “realizar” (Sl 50.14; 37.21;
Dt 23.31). Em cerca de 20 vezes é traduzida como “perfeito” (shalem — 1Rs 8.6 [ARA], onde o significado
é a harmonia e a integridade com Deus).
“E esta é a idéia básica s ubjacente a todas a variadas traduções dessa palavra hebraica — a harmonia
do relacionamento ou a reconciliação baseada numa transação completada, o pagamento de um débito, dar
satisfação. [...] Expressava o desejo e a necessidade mais profunda do coração humano. Representava a
maior medida de contentamento e de satisfação na vida (v.1Rs 4.25; Jr 23.6).”
“Paz” era o cumprimento mais comum nas terras bíblicas (como ainda é hoje), e também era a palavra
usada para as ofertas de paz (Lv 3; 7.11-21). A restauração da comunhão entre Deus e o homem, quebrada
pelo pecado, mas agora restabelecida pelo sangue derramado, estava indicada no fato de que Deus e o
homem, sacerdote e povo participavam da oferta. [...] Toda a benção, temporal e espiritual, está incluída ao
restaurar o homem àquela paz com Deus, perdida na queda.
A despeito da dor e da amargura que Deus sente a respeito deste mundo obstinado, não apenas
YaHWeH está em paz consigo mesmo em sua natureza divina perfeitamente equilibrada, mas deseja paz
para todos que estão nele (Lv 26.3,6; Nm 6.24-26; Sl 29.11; Is 26.12; 48.18; 66.12; Jr 29.11). Ele é o Deus
de paz (Rm 15.33; 2Co 13.11; Hb 13.20); e o próprio Cristo é o Príncipe da Paz (Is 9.6; At 10.36; Cl 1.20).

YaHWeH-Zebaoth — “SENHOR dos Exércitos” (1Sm 1.3).

YaHWeH-Tsidkenu — “O SENHOR é a Nossa Justiça” (Jr 23.6; 33.16).

YaHWeH-Shammah — “O SENHOR ESTÁ AQUI” (Ez 48.35).

YaHWeH-Elyon — “SENHOR Altíssimo” (Sl 7.17; 47.2; 97.9).

YaHWeH-Rohi — “O SENHOR é o meu pastor” (Sl 23.1).

Pr Rogério Marcarini da Costa Pá gina 18

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