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EXPOSIÇÃO - 2 Timóteo 1:1-14

INTRODUÇÃO

Esta noite estamos vivenciando um passo extremamente importante na


vida destes irmãos que se propuseram a cumprir o imperativo do profeta Oséias
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” Oséias 6:3.

A nossa jornada cristã é construída a partir das relações com Deus, Igreja,
sociedade, família etc. É nesta caminhada que nossa teologia é formada, que o
conhecimento de Deus é crescente e que nossa vocação é desenvolvida.

O ponto é que somos formados enquanto caminhamos, não há ponto


neutro, e a formação é fruto da relação com quem ou o que quer que seja. Seu
corpo é resultado daquilo que se alimenta. Por esta razão, vocês aprenderão
coisas que poderá sacudir toda sua estrutura. Neste momento, é necessário o
discernimento no Espírito e o encorajamento mútuo na persistência. Em um
mundo onde a sensação ou o sabor são mais valorizadas que a nutrição,
precisamos ter o foco em Cristo e de que estamos nos tornando semelhantes a
Ele, essa é nossa Esperança escatológica.

A vida de Igreja precisa ser recheada de relações sadias, de exortação,


consolo e edificação mútuas, e é nesta direção que o apóstolo Paulo encoraja o
jovem pastor Timóteo e quero também estimular os irmãos neste sentido.

PANORAMA

Esta carta tem um tom melancólico. Paulo fora encarcerado pela última
vez e sabia que logo morreria. Diferentemente de seu primeiro encarceramento
em Roma, quando esteve preso em uma casa (Atos 28.16.23.30) e onde
continuou a ensinar, desta vez provavelmente estivesse confinado em uma
masmorra fria, aguardando a morte (4.6-8). O imperador Nero iniciou uma
grande perseguição em 64 d.C., como parte do seu plano de transferir aos
cristãos a culpa pelo grande incêndio de Roma. Esta perseguição se estendeu
através do império e incluiu o ostracismo (isolamento) social, a tortura pública e
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o assassinato. Como Paulo estava esperando morrer, escreveu uma carta a seu
querido amigo Timóteo, um jovem que considerava como um filho (1.2). Escrita
em aproximadamente 66/67 d.C., estas são as últimas palavras que temos de
Paulo.

Timóteo era líder da Igreja em Éfeso e estava experimentando grande


oposição à sua mensagem e a si mesmo como líder. Sua juventude, sua
associação com Paulo e sua liderança foram criticadas tanto pelos crentes como
pelos incrédulos. Por isso Paulo escreve para encorajá-lo e dá instruções
diversas.

EXPOSIÇÃO

1. Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, conforme a


promessa da vida em Cristo Jesus,

Paulo inicia sua carta exaltando a soberania de Deus ao afirmar que ele
era apóstolo pela vontade, determinação, propósito de Deus para fazer
conhecido a todos a vida eterna. Em Gálatas 1:1 ele reafirma isto:

Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas
por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos),
Gálatas 1:1

A consciência de sermos escolhidos por Deus para sua obra, deveria ser
ato de alegria cotidiana, porque isso dá sentido à vida, à medida que nos
tornamos semelhantes a Cristo. Paulo, como num exercício de lembrar sua
condição pecadora e de que nada em si mesmo teria condições de realizar a obra
que Deus lhe deu, constantemente reafirma em suas cartas o fato do seu
comissionamento ao apostolado.

Paulo já estava próximo de sua execução e escreve esta epístola a partir


da prisão em Roma. Não obstante tivesse nesta condição, ele continua
mostrando a Timóteo uma atitude que é imperativa em nossa vida cristã:
lembrar da esperança futura de vida em Cristo e com Cristo (conforme
promessa da vida em Cristo Jesus).
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[...] uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam,
e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:13,14

O profeta Jeremias em suas lamentações afirma que apesar de toda a


adversidade ele traz a memória o que dá esperança e louva ao Senhor por suas
misericórdias:

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias


do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas
misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua
fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto,
esperarei nele. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma
que o busca. Lamentações 3:21-25

2. ao amado filho Timóteo. Que a graça, a misericórdia e a paz, da parte de


Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor, estejam com você.

Paulo conhece Timóteo em Listra como afirma Atos 16, e o recruta a


viajar com ele nas viagens missionárias, esta relação no discipulado faz Paulo
ter uma intensa dedicação de treinamento ministerial a Timóteo, a ponto de
chama-lo de “amado filho”, na primeira carta ele chama de “verdadeiro filho na
fé”. Ele foi gerado em Cristo pelo apóstolo e na maioria das cartas de Paulo, ele
cita Timóteo como seu cooperador ou de que estava em sua companhia.

3. Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com a


consciência limpa, porque, sem cessar, lembro de você nas minhas orações,
noite e dia.

Este grande amor de Paulo e sua intensa relação paterna com Timóteo,
faz com que ele escreva fazendo uma lista de lembranças destas convivência
para encorajá-lo na fé.

A primeira lembrança

Primeiro ele afirma que serve a Deus com consciência pura e isto reflete
o ato de lembrar de Timóteo em suas orações. Paulo se sente na obrigação de
apresentar a vida do jovem pastor diante de Deus dia e noite. Aqui ele mostra o
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quanto a vida do irmão é importante para desenvolvimento da obra que Deus


já estava realizando por meio de Timóteo.

Ao saber que temos irmãos que oram por nós, temos um sentimento de
pertencimento no corpo de Cristo e nossas mãos são fortalecidas. Em tempos
de individualismo, é a concepção de ser Igreja que fortalece a alteridade,
empatia e compaixão.

4. Lembro das suas lágrimas e estou ansioso por ver você, para que eu
transborde de alegria.

A segunda lembrança

Ao lembrar das lágrimas de Timóteo provavelmente da última vez em


que se encontraram e despediram-se, e sabendo que já estava velho e próximo
da morte, Paulo ansiava pela presença de Timóteo, para que seu coração
transbordasse de alegria.

A amizade é um dos aspectos da relação humana mais significativos no


Evangelho. O provérbio diz: Há um amigo mais chegado que irmão (Pv.18:24b),
e ainda: O amigo ama em todo tempo, e na angústia nasce o irmão. (Pv. 17:17).
Cristo tinha doze discípulos, três amigos mais chegados e um amigo íntimo, o
único que foi até a cruz, foi para ele, João, que Cristo apresentou-se glorificado
quando estava preso em Patmos.

5. Lembro da sua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou


em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou certo de que habita também
em você.

Paulo expressava neste trecho a intimidade que tinha com a família de


Timóteo, sua avó e sua mãe. Estas mulheres, convertidas ao Evangelho
primeiramente, de alguma forma cuidou do coração dele.

A intenção de Paulo neste momento era também fortalecer a verdade que


havia na conversão de Timóteo, ao mesmo tempo que lembra-o de como ele foi
desenvolvido na fé dentro de sua família.
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Devemos ser gratos a Deus e nos lembrar daqueles que nos apoiaram no
início da nossa jornada e não apenas isto, mas lembrar de como trabalhávamos
na ocasião do nosso primeiro amor, o nível de dedicação, do fogo que tínhamos
em anunciar o Evangelho.

Ao lembrar de sua família consanguínea, Paulo traz a ideia do


pertencimento de corpo e da necessidade que temos de nos aquecer
mutuamente pelo Espírito de Deus.

6. Por esta razão, venho lembrar-lhe que reavive o dom de Deus que está em
você pela imposição das minhas mãos.

Por isso depois de trazer à memória tudo aquilo que Timóteo já havia
vivido, experimentado, Paulo admoesta-o a reaquecer a fogueira pelo qual
Timóteo foi gerado. A palavra “reavivar” significa exatamente isto: colocar
fogo, inflamar a mente, com a conotação de um fogo que se não for
constantemente mexido e acrescentado novo combustível, se apagará, como
quem pega um fole e está constantemente acendendo o fogo.

Já na primeira carta em I Tm. 4:14, Paulo já o encoraja com o mesmo


ímpeto Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbitério. 1 Timóteo 4:14. Paulo e os presbíteros
impunham a mão sobre Timóteo.

Este Dom de Deus (em gr. charisma) é dom da graça divina, é o próprio
Espírito de Deus o qual o capacitava para dirigir e aperfeiçoar a Igreja que ele
estava liderando. O encorajamento paulino para que o Espírito de Deus fosse
uma realidade de um fogo que nunca se apagasse, era comum em suas cartas,
ele exorta da mesma maneira a Igreja em Tessalônica quando diz: Não extingais
o Espírito (1 Ts. 5:19) ; Também na Igreja de Roma: Não sejais vagarosos no
cuidado; sede fervorosos no Espírito, servindo ao Senhor; (Romanos 12:11); E em
Éfeso: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito; (Efésios 5:18)
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Por isso o convívio de Igreja é essencial e imperativa, como brasas vivas


que somos, fora da fogueira da Igreja, jamais resistiríamos ao frio e a
desesperança do mundo sozinhos, e é por isso que o “desigrejado” não pode
viver por muito tempo, é completamente incoerente uma brasa que por
natureza nasceu para queimar, querer viver longe do fogo. O “desigrejado” é
aquele que não nota que já virou cinza e vive do passado alheio.

O Espírito foi dado por meio do presbitério no meio da Igreja e é lá que


preciso aquecer-me cotidianamente.

7. Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
moderação.

O vs. 7 completa o vs. 6, ao dizer que Timóteo deveria voltar a queimar,


Paulo o lembra que o espírito que estava nele não era de medo, nem de covardia.
Isto deve apontar para o que ele tinha escrito na primeira epístola em I Tm. 4:12

Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na


palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler,
exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual
te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 1
Timóteo 4:12-14

Há o mesmo contexto da segunda carta “não desprezes o dom...”


Timóteo era um jovem com uma saúde debilitada e emocionalmente instável.
Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago
e das tuas frequentes enfermidades. (1 Timóteo 5:23) com toda esta instabilidade
não era simples para ele liderar uma Igreja. O espírito de timidez, covardia ou de
recuo, possivelmente estava associado ao fato desta fraqueza, emocional, física
e psíquica, sobretudo por ser “jovem demais”, por isso Paulo enfaticamente diz:
“Ninguém despreze ou tenha um baixo conceito de você ou menospreze, sua
mocidade” não tenha medo do que dizem a seu respeito! Não recue, não seja
covarde!

O dom de Deus que é o Espírito de Deus e você recebeu por imposição de


mãos do presbitério, é para você avançar! É de poder (dunamis), amor (ágape) e
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moderação (sophronismos) esta é a verdadeira natureza do Espírito em nós e que


Paulo exortava a Timóteo: Poder explosivo do Espírito, o Amor incondicional
do Espírito, e o Autocontrole do Espírito tomando conta de toda minha vida.

Aos Coríntios Paulo já exortava a Igreja para este mesmo Espírito:

A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem


persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,
para que a fé que vocês têm não se apoiasse em sabedoria humana, mas
no poder de Deus. 1 Coríntios 2:4,5

8. Portanto, não se envergonhe do testemunho de nosso Senhor, nem do seu


prisioneiro, que sou eu. Pelo contrário, participe comigo dos sofrimentos a
favor do evangelho, segundo o poder de Deus,

Aqui ele complementa o verso anterior, “por causa” de termos Poder


explosivo, amor incondicional e o autocontrole do Espírito, não se envergonhe!

Aqui Paulo dá uma sacudida em Timóteo, de não se envergonhar do


martírio de Cristo (é o que significa a palavra testemunho) nem do seu pai
espiritual, odiado de muitos e que agora está preso, considerado um criminoso.

Também na carta aos coríntios, Paulo explicava sobre a loucura da cruz


e a pseudos sabedoria humana

Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para


nós, que somos salvos, ela é poder de Deus. Pois está escrito: “Destruirei a
sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.” Onde
está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o questionador deste mundo?
Não é fato que Deus tornou louca a sabedoria deste mundo? Visto que, na
sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
Deus achou por bem salvar os que creem por meio da loucura da pregação.
Porque os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, mas nós
pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para
os gentios. 1 Coríntios 1:18-23

Paulo parece ter percebido que Timóteo estava em perigo de se


envergonhar desse evangelho, ou de retroceder de sua declaração aberta nas
provações e perseguições a que ele agora o viu exposto. Timóteo também sabia
que Paulo havia sido jogado na prisão por causa de seu amor pelo evangelho.
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Para evitar isso, pode haver algum perigo que um jovem tímido possa retroceder
diante de uma declaração aberta de sua crença no mesmo sistema de verdade.

Esta história louca da pregação e martírio do Messias era loucura para os


judeus que cercavam Timóteo, ao mesmo tempo que o seu líder espiritual era
visto como um louco encarcerado. Toda essa pressão desestabilizava o jovem
Timóteo, e é semelhante ao que acontece com uma parte de jovens cristãos
hoje, sobretudo aqueles que são pressionados pela razão linear iluminista nas
faculdades e considera a história do Evangelho incoerente.

9. que nos salvou e nos chamou com santa vocação, não segundo as nossas
obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada
em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,

É nesta perspectiva que Paulo encoraja Timóteo a participar dos


sofrimentos a favor do evangelho junto com ele, fazendo-o lembrar que depois
de salvos por intermédio deste Evangelho, Cristo no chama com santa vocação,
não por causa de algo que pudéssemos fazer para merecer o chamado, mas pela
graça que nos foi dada em Cristo Antes da fundação do mundo, [porque] Deus nos
escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor (Efésios
1:4)

10. e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus.


Ele não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade,
mediante o evangelho.

Esta graça foi manifestada plenamente em Jesus Cristo na cruz que


trouxe luz a vida e imortalidade (gr. incorrupção, eternidade) sobretudo ao seu
próprio corpo ressurreto e que se torna realidade também na vida de todo
àquele que crê. Ele fala à igreja de Colossos sobre o mistério que estava oculto e
isso se tornou uma de suas mensagens centrais.

Agora me alegro nos meus sofrimentos por vocês e preencho o que resta
das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja,
da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus,
que me foi confiada em favor de vocês, para dar pleno cumprimento à
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palavra de Deus: o mistério que esteve escondido durante séculos e


gerações, mas que agora foi manifestado aos seus santos. Colossenses
1:24-26

11. Para este evangelho eu fui designado pregador, apóstolo e mestre

Na primeira carta em I Tm. 2:7 e aqui também ele repete isto para
Timóteo, dando a entender que seu filho na fé deveria seguir o mesmo exemplo.
É para esta mensagem que, diz Paulo, foi designado pregador, apóstolo e mestre
isto é, um mensageiro ou um arauto que leva a mensagem do Rei, as nações e as
discipula ensinando o Evangelho. Para a igreja de Corinto ele nos dá um
panorama desta vocação:

Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os
pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação.

2 Coríntios 5:18,19

12. e, por isso, estou sofrendo estas coisas. Mas não me envergonho, porque
sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar
aquilo que me foi confiado até aquele Dia.

Por causa do fato dele ser pregador, apóstolo e mestre ele sofre tudo por amor
de Cristo, e sua fé permanece inabalável, confiante que é o próprio Deus que
guarda sua alma até o dia da vinda de Cristo.

13. Mantenha o padrão das sãs palavras que de mim você ouviu com fé e com
o amor que há em Cristo Jesus.

Neste ponto Paulo alerta o jovem Timóteo a ter cuidado para manter as
sãs palavras do evangelho da forma como Paulo o ensinou. Com receio de que
Timóteo fosse persuadido por falsas doutrinas que estavam sendo formadas
em torno da pessoa de Cristo, dos judaizantes e de doutrinas gnósticas (“ou seja,
nada parecido com hoje”).
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Este alerta do cuidado de manter sã doutrina do Evangelho, deve ser


lembrado por todos nós em cada geração. Nos parece que a cada tempo a
tentativa de adaptar o evangelho com as “modinhas” da vez, são prova de como
o coração humano sempre vai procurar tomar o centro da mensagem cristã.

O nível do entendimento do evangelho tem sido tão raso que há


tentativas de floreá-lo.

14. Por meio do Espírito Santo, que habita em nós, guarde o bom tesouro que
lhe foi confiado.

O apóstolo encerra este trecho de admoestações exortando a Timóteo a


guardar o bom tesouro que é o Evangelho, o Dom que ele recebeu por meio do
Espírito que habitava nele.

APLICAÇÃO

Não deve ter sido fácil para Timóteo ler esta carta de despedida de seu pai
na fé que já estava velho e, como que passando o cajado, para que ele continuasse
a árdua tarefa. Era um misto de tristeza, alegria e honra, entretanto, o tom da
carta é de força e encorajamento. Nestas mesmas palavras, deixo aquilo que
pode ser aplicado em nossa vida:

• Lembrarmos cotidianamente das promessas da vida em Cristo;


• Reafirmarmos o amor para com nossos filhos espirituais e ainda
desenvolver uma vida de igreja de modo que possamos nos
aperfeiçoarmos mutuamente;
• Lembrarmos de orar pelo corpo de Cristo;
• Lembrarmos das lágrimas dos irmãos levantando as mãos caídas e
estimularmos a todos à uma fé genuína;
• Reaquecermos o Dom de Deus em nós;
• Abandonarmos a covardia e a assumirmos o espírito de poder, amor
e moderação;
• Não nos envergonharmos da loucura do evangelho em uma
sociedade materialista, secularista e humanista;
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• Participarmos dos sofrimentos pela pregação do Evangelho como


um privilégio;
• Lembrarmos que fomos escolhidos por sua preciosa graça sem que
nada pudéssemos fazer para merece-la e nos vocacionou para sua
obra;
• Permanecermos firme no ministério da reconciliação, sendo
arautos do Rei e discipulando a todos;
• Estarmos atentos a mantermos firme a sã doutrina, desviando-se
de todo ensino contrário ao evangelho;
• Confortamo-nos mutuamente sobre a esperança futura,
admoestando a guardar o bom tesouro, por meio do Espírito Santo.

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo
novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, E tendo
um grande sacerdote sobre a casa de Deus, Cheguemo-nos com verdadeiro coração,
em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo
lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança;
porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos
estimularmos ao amor e às boas obras, Não deixando a nossa congregação, como é
costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto
vedes que se vai aproximando aquele dia. Hebreus 10:19-25

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