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A Parábola do Semeador

(explicação e significado)
A Parábola do Semeador é uma história ensinada por Jesus para
mostrar as diferentes formas em que o Evangelho é recebido na vida
das pessoas. Está registrada nos Evangelhos de Mateus 13:1-23, Marcos
4:1-20 e Lucas 8:5-15, onde também foi dada a explicação clara de Jesus
acerca do seu significado.

Jesus usou diversas parábolas como essa, com histórias simples do dia a
dia, para explicar o Reino de Deus. Veja a parábola do Semeador descrita
por Marcos:

Ele os ensinou contando várias histórias na forma de parábolas, como esta:


Ouçam! Um lavrador saiu para semear.
Enquanto espalhava as sementes pelo campo, algumas caíram à beira do caminho, e as
aves vieram e as comeram.
Outras sementes caíram em solo rochoso e, não havendo muita terra, germinaram
rapidamente,
mas as plantas logo murcharam sob o calor do sol e secaram, pois não tinham raízes
profundas.
Outras sementes caíram entre espinhos, que cresceram e sufocaram os brotos, sem nada
produzirem.
Ainda outras caíram em solo fértil e germinaram, cresceram e produziram uma colheita
trinta, sessenta e até cem vezes maior que a quantidade semeada.
Então ele disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça com atenção!.
- Marcos 4:2-9 (NVT)

Explicação da Parábola do Semeador

Jesus contou essa ilustração de sementes sendo lançadas em diferentes


tipos de solos para explicar os diferentes tipos de respostas que as
pessoas dão quando ouvem a Palavra de Deus. E principalmente,
chama-nos a atenção para que tipo de resposta nós próprios damos ao
Evangelho.
Uma multidão ouviu ao Senhor enquanto ensinava à beira-mar. Depois,
quando estavam reunidos seus discípulos mais próximos, Jesus lhes
explicou o significado da Parábola do Semeador:

Então Jesus disse: Se vocês não entendem o significado desta parábola, como
entenderão as demais?
O lavrador lança sementes ao anunciar a mensagem.
As sementes que caíram à beira do caminho representam os que ouvem a mensagem,
mas Satanás logo vem e a toma deles.
As que caíram no solo rochoso representam aqueles que ouvem a mensagem e, sem
demora, a recebem com alegria.
Contudo, uma vez que não têm raízes profundas, não duram muito. Assim que
enfrentam problemas ou são perseguidos por causa da mensagem, cedo desanimam.
As que caíram entre os espinhos representam outros que ouvem a mensagem,
mas logo ela é sufocada pelas preocupações desta vida, pela sedução da riqueza e pelo
desejo por outras coisas, não produzindo fruto.
E as que caíram em solo fértil representam os que ouvem e aceitam a mensagem e
produzem uma colheita trinta, sessenta ou até cem vezes maior que a quantidade
semeada.
- Marcos 4:13-20 (NVT)

Os significados dos símbolos na Parábola do Semeador

Nesta história, exemplos práticos da vida comum carregam um


significado claro no Reino de Deus:

 A semente é a Palavra de Deus, o Evangelho na pessoa do próprio Jesus,


que é o Verbo vivo.
 O semeador é quem anuncia a Palavra de Deus.
 4 tipos de solo são os diferentes tipos de pessoas e as suas reações quanto
à semente.
 Cada tipo de solo determina o que acontece com a semente em si próprio.

 Beira do caminho - são pessoas que ouvem, mas não creem, têm coração
duro, não receptivo à Palavra de Deus.
 As aves que comem a semente são símbolo de Satanás que vem e tira-lhes
a Palavra para que não se salvem.
 Solo rochoso - são pessoas superficiais, ouvintes emotivos, mas com
entraves internos, que impedem o Evangelho de criar raízes profundas.
 Calor do sol - problemas, provações, intolerância ou rejeição por causa da
fé em Cristo que fazem alguns se desviarem.
 Solo com espinhos - são pessoas que ouviram, mas com o passar dos dias,
são sufocadas por preocupações deste mundo e prazeres da vida. Esses
têm inclinações gananciosas e egoístas, não dão frutos, pois vivem para
satisfazer seus próprios interesses.
 Os espinhos são as riquezas terrenas, os negócios que despertam
ambição, ganância e paixão, enfim, é o amor por tudo que não é Deus.
 Solo fértil - são as pessoas que ouviram a Palavra de Deus e recebem-na
com fé, com coração honesto e reto dão fruto, mesmo que para isso
tenha que enfrentar dificuldades na vida.
 Colheita a 30, 60 ou 100 por 1 - são os muitos frutos produzidos através
da boa semente recebida pela fé nos corações.

Os 4 tipos de solos explicados

A Parábola do Semeador ensina-nos que as sementes foram lançadas


em diferentes tipos de solos. A Bíblia tem sido anunciada a diferentes
pessoas em todo mundo. Todos que já ouviram o Evangelho de Jesus
Cristo assumem uma postura em relação à boa semente. Por isso
convém refletir sobre quem nós mesmos somos nessa ilustração:

Solo à beira do caminho

Há pessoas que ouvem o Evangelho e o rejeitam, se opõem ou


simplesmente não compreendem o que é central na fé em Jesus
Cristo. Infelizmente, neste caso, a semente nem sequer chega a
germinar a terra, pois não encontra lugar no coração do ouvinte.
Neste primeiro tipo, o solo duro firmado em si mesmo impede que a
semente germine. Essa terra pavimentada como um caminho
consistente, recebe muitos viajantes, de um lado ao outro, mas não se
abre para receber a boa semente para brotar. A semente é pisada ou
comida pelas aves.

Semelhantemente, a dureza do coração do ouvinte impossibilita que a


Palavra de Deus entre e transforme sua vida. Ela fica tão
superficialmente no campo das ideias, que logo o Diabo vem e a retira
de sua mente.

Solo pedregoso

Outras pessoas ouvem com simpatia a Palavra de Deus e até


aparentam receber bem a mensagem de fé em Jesus Cristo. Mas,
quando enfrentam dificuldades logo abandonam a fé. São superficiais,
demonstram satisfação ao ouvir o Evangelho e as coisas boas que
provém de Deus, mas quando vêm os problemas logo desistem. O sol
quente das lutas por causa da fé, acaba secando os brotos, porque não
têm raízes firmes.
Essa ilustração nos ensina que emoção não é suficiente para fazer
germinar a Palavra de Deus em nós. É preciso ter fé de verdade em
Jesus Cristo. É necessário dar lugar a Ele, com uma vida totalmente
entregue, que abre espaço para que Ele cresça e transforme o coração.

As rochas aqui podem significar os impedimentos que nós próprios


colocamos para não receber totalmente a Jesus. São pequenas pedras
que se tornam nossos tesouros pessoais, ídolos (até nós mesmos!),
falsos ensinos, filosofias banais e muitas outras coisas que ocupam
nossa vida, concorrendo com a Verdade de Cristo. São entulhos de
coisas que carregamos, e consideramos mais importantes que o
Evangelho.

Solo com espinheiros

Essa terra está divida entre a boa semente e os espinhos de ervas


daninhas ao redor. Não há um comprometimento total com a
Palavra recebida. A pessoa escutou a mensagem de Deus, mas dá mais
ouvidos aos seus próprios interesses e às paixões momentâneas, não
permite que ela cresça. A semente tenta desenvolver-se, mas é sufocada
pelos espinhos das preocupações mundanas.
Semelhante ao anterior, esse tipo de solo também não é favorável para
o crescimento da semente. Se na terra rochosa há pedras demais que
impedem a raiz de aprofundar, neste caso há problemas externos que a
impedem de frutificar.

Os espinhos são as muitas preocupações e ambições desta vida, que


impedem o Evangelho de produzir bons frutos. A Palavra nunca atinge
o seu potencial nem transforma essas vidas, pois está abafada por
outras vozes do mundo.

Solo Fértil

Finalmente, há um tipo de solo em que a boa semente é bem


recebida. São os corações onde a Palavra de Deus é acolhida com
amor e fé. Nessas pessoas, o Evangelho é bem incorporado, pode
crescer e produzir muitos frutos. Esses, que ouvem a Palavra e a
compreendem pela fé, são pessoas que produzem frutos em grande
quantidade, pois multiplicam a semente recebida, comunicando a outros
a mensagem de Cristo.

A Palavra preenche tanto a sua vida, que ela se alastra aos outros à sua
volta, espalhando a boa semente. Sabemos que o mérito dessa
abundância não é da terra, nem do semeador, mas de Deus, a fonte de
vida. Jesus é a Palavra eterna que dá o crescimento e faz frutificar a
todos que O recebem verdadeiramente.

Que tipo de solo é você hoje? Se você já ouviu e compreendeu a


mensagem de salvação em Jesus Cristo, assuma um compromisso real
com Ele. Sua vida será inteiramente de Deus e assim poderá ver os
frutos do trabalho do Senhor Jesus, Aquele que morrendo como grão na
terra (João 12:24), deu vida aos que creem.

A mensagem de Deus, que por amor enviou Jesus ao mundo para dar
vida (João 3:16), deve produzir muitos frutos em nós e através de nós,
para glória do Senhor.

1. A semeadura exige um tempo de preparação. Antes de semear um campo, o


agricultor prepara o terreno. Lançar a preciosa semente sem primeiro arar a terra
é trabalhar para o desastre. Na parábola de Jesus, o semeador lançou a semente à
beira do caminho, no chão batido e sem umidade. A semente não penetrou na
terra e por isso, as aves dos céus vieram e comeram-na. Lançou também a
semente no terreno pedregoso e a semente até nasceu, mas por falta de umidade,
mais tarde secou. De igual forma, semeou no meio dos espinheiros e a semente
ao nascer foi sufocada, e mirrada, não produziu frutos. Apenas a semente que
caiu na boa terra frutificou a trinta, a sessenta e a cem por um. Nós somos os
semeadores e também o campo onde a semente é lançada. Precisamos preparar
nosso coração para receber essa divina semente!
2. A semeadura exige esforço e sacrifício.  O salmista diz que quem sai andando e
chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes. Muitas
vezes devemos umedecer o solo duro com as nossas próprias lágrimas. Semear
não é coisa fácil: exige preparo, esforço e sacrifício. Para semear precisamos sair
e nos desinstalar do nosso comodismo. Às vezes, nessa semeadura nós
encontramos toda sorte de resistência. Na parábola do semeador a semente foi
atacada pelos seres espirituais, racionais e irracionais. O diabo, os homens, as
aves, os espinhos e as pedras conspiraram contra a semente. O diabo rouba, os
homens pisam, as aves arrebatam, os espinhos picam e as pedras ferem a
semente. É por isso, que a semeadura, muitas vezes, arranca lágrimas dos nossos
olhos. Mas, o semeador não desiste por causa do sacrifício da semeadura, ele sai
andando e chorando enquanto semeia pela certeza de que a colheita é certa,
abundante e feliz.
3. A semeadura determina a colheita. Nós colhemos o que semeamos. A colheita
é da mesma natureza da semeadura. Aquilo que o homem semear, isso também
ceifará. Quem semeia amizade, colhe afeto. Quem semeia amor, colhe simpatia.
Quem semeia bondade, colhe misericórdia. Quem semeia no Espírito, do
Espírito colhe vida eterna; mas quem semeia na carne, da carne colhe corrupção.
Não podemos colher figos de espinheiros. A colheita não é apenas da mesma
natureza da semeadura, mas também mais numerosa que a semeadura. Quem
muito semeia, com abundância ceifará. Quem semeia ventos colhe tempestade.
A semeadura é apenas um vento, mas a colheita é uma tempestade. Nossas
palavras e ações são sementes que se multiplicam para o bem ou para o mal.
Precisamos ser criteriosos na escolha das sementes. Estamos entrando pelos
portais de mais um ano. Que tipo de semente nós vamos semear, em nossa vida,
em nossa família e em nossa igreja? Que tipo de semeadura nós teremos em
nossos estudos, em nossos relacionamentos e em nosso trabalho? Como será
nossa semeadura em nossa vida espiritual? Que Deus nos ajude a semearmos
com alegria e com abundância no campo certo, usando as sementes certas, para
colhermos os frutos certos. Nós somos a lavoura de Deus e ele espera de nós
muitos frutos, pois é assim que ele é glorificado!
4. “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.
Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com
alegria, trazendo consigo os seus molhos.”  Salmo 126:5-6
5. INTRODUÇÃO
O Salmo 126 fala da preciosa semente que é a palavra de Deus. Geralmente,
para pregar e desempenhar a missão de lavar o Evangelho, a Igreja passa por
muitas aflições. Muitas pessoas rejeitam a mensagem e impedimentos sem fim
aparecem em nosso caminho, mas, mesmo chorando devemos falar de Jesus,
pois haverá uma recompensa pelo nosso trabalho e muitas pessoas irão ter
suas vidas mudadas por receberem no coração a preciosa semente.
Nem tudo, porém, são lágrimas. Quando vemos pessoas de renderem a Cristo
aceitando a salvação, mesmo que tenhamos sofrido e chorado muito na
semeadura, nossa alma se enche de júbilo, pois o céu está sendo povoado e o
inferno saqueado.
Cada um de nós que aceitamos a fé em Jesus devemos trilhar este caminho
que nos leva a semear, mesmo em meio ao choro. É no mesmo caminho que
sentimos a alegria de saber que há festa no céu por um pecador que se
arrepende.
6. 1. JESUS NOS DEIXOU A MISSÃO DE SEMEAR
Às vezes pensamos erroneamente que a missão de semear o Evangelho é
apenas para os pastores, evangelistas e missionários. A ordem de Jesus foi que
todos os que foram alcançados pela graça do Evangelho pudessem alcançar
outros e isto só pode ser feito quando a semente é plantada no coração.
Existem três razões essenciais para cumprirmos a missão de semear,
independente da posição que ocupamos na igreja, se somos obreiros
ordenados ou não.
7. 1.1 O Ide de Jesus é para todos.
Não, esta ordem não foi uma investidura missionária apenas para os
discípulos. Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, aquele que deu sua vida por
você e por mim, nos comissionou, deu uma ordem clara e objetiva: IDE. Para
ser mais preciso ele disse: INDO. No original, a palavra “ide” é “indo”. Por isso
essa ordem é para todos. Jesus disse: Indo, fazei discípulos; indo, pregai. Este
“indo” tem a ver com a nossa vida diária: indo a padaria, fazei discípulos; indo
ao trabalho, fazei discípulos; indo a faculdade, fazei discípulos; indo onde quer
que for, fazei discípulos.
8. 1.2 Evangelizar agrada a Deus.
A vontade de Deus é que nenhum ser humano se perca, ou seja, ninguém vá
para o inferno, porém é necessário que as pessoas creiam em Jesus como o
Salvador. Mt 18.14; Jo 6.39. Há grande alegria no céu por um pecador que se
arrepende. Se queremos agradar a Deus, precisamos mostra o seu grande
amor para com aqueles que ainda não experimentaram o gozo e paz que a
salvação em Jesus proporciona. Evangelizar é uma obrigação nossa e temos
que fazer com prazer e amor. 1 Co 9.16
9. 1.3. Não podemos negligenciar a ordem de semear. Ex 33.8-9
Não cumprir esta ordenança de Jesus pode custar caro a nós mesmos. A Bíblia
diz que aquele que não chama o pecador ao arrependimento terá o seu
sangue requerido de suas mãos, caso o indivíduo venha a perecer. Mas o que
prega o Evangelho ao pecador, este é tomado por inocente, pois aí a escolha é
do pecador em crer ou não, arrepender ou não.
10. 2. SEMEANDO EM LÁGRIMAS
Quando o salmista fala de levar a preciosa semente andando e chorando, ele
está fazendo referência às lutas que nos advêm ao longo da caminhada cristã.
Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. A terra deve ser preparada e o
lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o
semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.
11. 2.1 Semear em lágrimas é sentir dor pelos perdidos.
A salvação e a libertação que experimentamos deve nos levar a sentir profunda
dor e compaixão por aqueles que vivem longe de Deus – aprisionados nas
garras do inimigo. E quando absorvemos os sentimentos de Cristo, a dor
produzida por esta visão é capaz de provocar uma reação em cadeia em nosso
interior; esta reação, de dentro para fora, nos obriga a tomar a decisão de
procurar alcançar os perdidos para Cristo. O texto de Hebreus 5.7 refere-se à
agonia do Getsêmani, quando Jesus não apenas suou sangue, mas também
orou com forte clamor e lágrimas. Jesus demonstrou um grande peso pela
culpa humana. Isso nos ensina como deveríamos olhar para a situação das
pessoas.
12. 2.2 Semear em lágrimas é superar dificuldades.
Semear é algo trabalhoso e muito cansativo. A terra deve ser preparada e o
lugar de plantio deve ser escolhido corretamente. Enquanto faz isso, o
semeador, soa, suspira e se esforça grandemente.
Quando o salmista fala de levar a preciosa semente andando e chorando, ele
esta fazendo referência às lutas que nos advêm ao longo da nossa caminhada
cristã. Nós somos chamados a suportar as aflições e ao mesmo tempo semear
boas obras, mas sabendo que tudo isto nos produzirá uma colheita abundante
na glória de Deus: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós um peso eterno de glória mui excelente;”2 Co 4.17.
13. 2.3 Semear em lágrimas é não desistir de plantar.
Mesmo que o solo seja ruim, os espinhos sufoquem a semente, ou os ventos
espalhem o que foi semeado, o semeador não pode desistir. Uma certeza
gloriosa que podemos ter é que, quando semeamos o fruto do Espírito até o
fim, quando não abandonamos a nossa lavoura, a nossa colheita de alegria é
infalível: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos,
se não houvermos desfalecido.” Gl 6.9.
3. VIVENDO A ALEGRIA DA COLHEITA
No serviço a Deus, não pode faltar prazer, entusiasmo e alegria no que
estamos fazendo. Se perdemos a alegria, perdemos a essência, pois a alegria
está ligada a salvação. A Bíblia diz que quando um pecador se arrepende há
festa no céu. Se perdemos a emoção e o prazer em ganhar vidas, os resultados
não serão satisfatórios, nem para Deus e nem para nós.
14. 3.1 A alegria do trabalho na Colheita. Mt 9.38
Tempo da colheita também é tempo de trabalho. É preciso trabalho para
colher o fruto. É tempo de rogar ao Senhor da seara que mande trabalhadores
para a sua seara.
Muitas vezes queremos colher com facilidade e descanso; talvez este
pensamento já tenha nos atrapalhado a colher os frutos que Deus nos têm
preparado.
É preciso trabalhar para colher, ter esforço e cuidado para que o fruto não se
estrague e tudo seja perdido. Precisamos saber manter o fruto colhido. Jo
15.16b
15. 3.2 A alegria da fartura na colheita. Lv 26.4,5.
Quando estamos no deserto, a bênção vem contada, racionada, somente para
aquele dia, como era com o maná para o povo de Israel no deserto. Isto
porque no deserto não se pode semear e muito menos colher. Mas, quando
podemos lançar a semente e esperar com certeza, o tempo da colheita chega e
podemos alegrar com a fartura. Na seara do Senhor é assim. Se para semear
custou lágrimas, a colheita nos traz fartura de alegria, pois os frutos são almas
para o reino do céu. Esses frutos não tem preço, só podem ser comprados com
o sangue do Cordeiro.
16. 3.3 A alegria da festa no céu. Lc 15.7
Quais são os reais motivos para que haja uma grande festa no céu? Segundo o
evangelho de Lucas, é quando um ser humano pecador se arrepende de seus
pecados. Não há alegria maior do que ver uma alma sendo resgatada das
garras do pecado. Esta é a maior conquista que alguém pode alcançar.
Portanto, quando colhemos um fruto da semente do Evangelho, também esta
deve ser nossa maior conquista e o motivo maior da nossa alegria.
17. CONCLUSÃO
Não nos esqueçamos: É tempo de semear o evangelho no coração e de colher
vidas. Precisamos pregar e usar outros meios lícitos para ganharmos vidas
para Cristo. O Senhor nos salvou para que levemos a Sua salvação a outros.
Não podemos perder tempo. Que Ele, ao voltar, nos encontre trabalhando,
semeando a semente do seu Evangelho nos corações.
18. Pr. Osmar Alves Rodrigues
Secretário de Missões e 1º Vice presidente da Igreja Assembleia de Deus Ministério
Madureira em Anápolis

O poder da palavra na implantação do


reino
 PR. HERNANDES
Referência: Marcos 4.21-33

INTRODUÇÃO

1. Jesus ensina por meio de parábolas


Jesus foi o maior de todos os mestres, pela natureza do seu ensino, pela
excelência de seus métodos e pela grandeza do seu exemplo. Ele não
foi um alfaiate do efêmero, mas um escultor do eterno.
As parábolas eram janelas abertas para uns e portas fechadas para
outros. Eram avenidas de compreensão das verdades do Reino para os
discípulos e portas cerradas para aqueles que perseguiam e zombavam.
O termo parábola é de origem grega. Etimologicamente significa “a
colocação de uma coisa ao lado da outra para fins de comparação”.

2. Jesus ensina sobre o poder da Palavra no estabelecimento do Reino

As parábolas usadas por Marcos estão ligadas ao poder da Palavra no


estabelecimento do Reino de Deus. Jesus contou três parábolas sobre o
Reino: semeador, semente, grão de mostarda. A primeira fala da
resposta do homem à Palavra; a segunda trata do poder intrínseco da
Palavra; a terceira fala da capacidade de extraordinária de crescimento
dessa Palavra no estabelecimento do Reino.
Vamos examinar essas três parábolas e extrair suas principais lições:

I. O PODER DA PALAVRA PARA ILUMINAR A TODOS – (4.21-25)

Jesus usa figuras diferentes para ensinar a mesma lição: os corações


férteis assemelham-se a lâmpadas luminosas. É a Palavra de Deus que
produz brilho nas vidas ao estabelecer sua influência nelas. A Palavra é
simbolizada pela semente e também pela lâmpada. Os rabinos estavam
escondendo aquela palavra debaixo de um sistema elaborado de
tradições humanas e ações hipócritas. Hoje, muitas pessoas ainda
escondem a palavra debaixo do alqueire e da cama, símbolos do lucro e
do prazer.
Jesus fala sobre essa parábola para esclarecer o que havia dito nos
versos 11 e 12. A verdade não é para ser escondida. A lâmpada deve
voltar a brilhar com todo o seu esplendor. Ela não pode ser colocada
debaixo do alqueire nem debaixo da cama, mas no velador. O mistério
do Reino deve ser revelado e não escondido.
Que implicações essa parábola de Jesus tem para igreja hoje:

1. Nós devemos proclamar a verdade do Reino para os outros – v.


21,22

Não podemos receber conhecimento da Palavra e guardá-lo apenas


para nós mesmos, escondendo essa luz debaixo do alqueire ou da cama.
Não faz sentido ter uma lâmpada escondida numa casa. A luz da
verdade não nos é dada para ser retida, mas para ser proclamada.
Precisamos repartir com outros essa luz. Precisamos compartilhar com
os outros os tesouros da graça de Deus. Não podemos enterrar nossos
talentos nem esconder nossa luz. Não podemos nos calar nem nos
omitir covardemente.
Com a figura da lâmpada, Jesus se distanciou de modo veemente
fundamental do esoterismo. O Reino de Deus não é uma religião de
mistério nem uma doutrina fechada, mas uma verdade para sair do
esconderijo e alcançar os telhados do mundo.
Um filho do Reino precisa ser um embaixador do Reino, um anunciador
de boas novas, um arauto da verdade, um facho de luz a brilhar diante
do mundo. A igreja é o método de Deus para alcançar o mundo. A
evangelização dos povos é uma tarefa imperativa, intransferível e
impostergável. Precisamos dizer aos famintos que encontramos pão e
dizer aos perdidos que encontramos o Messias. Precisamos pregar a
tempo e a fora de tempo e aproveitar as oportunidades.
William Barclay diz que o propósito da verdade é que ela seja vista.
Quando Lutero decidiu enfrentar a Igreja Romana se propôs a combater
primeiro as indulgências. Em Wittemberg havia uma igreja chamada “a
igreja de todos os santos”, muito ligada à Universidade. Sobre a porta
da igreja fixavam-se notícias da Universidade, assim como os temas das
discussões acadêmicas. No dia de maior freqüência à igreja, o dia de
todos os santos, dia 01 de novembro, que coincidia com o aniversário
da igreja, Lutero fixou suas noventa e cinco teses sobre a porta no dia
anterior, 31 de outubro, a fim o maior número de pessoas pudessem ler.
Lutero havia descoberto a verdade e não guardá-la apenas para si.
Precisamos colocar a lâmpada da verdade no velador, para que todos
possam vê-la.

2. Nós devemos entender que a verdade jamais pode ficar escondida –


v. 22

Há algo indestrutível na verdade. Os homens podem resisti-la e negá-la,


mas não destruí-la. No começo do século XVI o astrônomo Nicolau
Copérnico descobriu que a terra não é o centro do universo. Viu que na
realidade ela gira em torno do sol. Por cautela, durante trinta anos, não
difundiu seu descobrimento. Por último, em 1543, quando estava à
beira da morte, convenceu a um editor atemorizado a publicar sua obra
As Revoluções dos Corpos Celestes. Copérnico morreu em seguida,
mas outros herdaram a tormenta. Galileu Galilei no começo do século
XVII aderiu à teoria de Copérnico e firmou sua adesão publicamente.
Em 1616 a inquisição o convocou a Roma e condenou suas crenças.
Para não morrer, ele retratou-se. Mais tarde com a ascensão de um
novo papa, voltou a reafirmar sua crença, mas Urbano VIII o forçou a
retratar-se sob pena de tortura e morte. A retratação o livrou da morte,
mas não da prisão. Mas a verdade não pode ser exilada. Pode-se atacar,
torcer, reprimir, mas jamais prevalecer sobre a verdade.
A verdade vai prevalecer sempre. No dia do juízo, aqueles que
escaparam da lei, que saíram ilesos dos tribunais ou aqueles que
praticaram seus pecados longe dos holofotes terão seus pecados
anunciados publicamente. A verdade pode demorar a revelar-se, mas
ela jamais será sepultada no esquecimento.

3. Nós devemos refletir sobre o que nós ouvimos – v. 23

Jesus enfatizou várias vezes neste capítulo a imperativa necessidade de


prestar atenção no que ouvimos (v. 3,9,23,24). John Charles Ryle diz
que ouvir é a principal avenida através da qual a graça é plantada na
alma humana. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10.17).
Somos incluídos em Cristo quando ouvimos a Palavra da verdade (Ef
1.13). Pela pregação da Palavra a glória de Deus é manifesta, a fé é
alimentada e o amor praticado.
Muitos ouvem e desprezam. Outros ouvem e esquecem. Há aqueles
que ouvem e deliberadamente deixam para depois. Devemos inclinar os
nossos ouvidos para atender o que ouvimos.

4. Nós devemos ser cautelosos no julgamento alheio – v. 24

Uma pessoa bondosa tem prazer de dar crédito a quem merece crédito
(Lc 6.38). Por outro, se a disposição é maldosa, ela desenvolverá o
hábito de julgar com severidade (Mt 7.1-5). Nós vemos nos outros o
reflexo do nosso próprio rosto. Nós colhemos o que plantamos. Nós
bebemos o refluxo do nosso próprio fluxo. Exemplo: A casa dos mil
espelhos.

5. Nós devemos fazer uso diligente dos privilégios espirituais – v. 25

William Hendriksen diz que o imobilismo é impossível nas questões


espirituais. Uma pessoa ganha ou perde; avança ou retrocede. “Ao que
tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”.
Obediência implica em bênção; desobediência implica em prejuízo.
Cada bênção é garantia de maiores bênçãos por vir (Jo 1.16). Aquele
que é iluminado pela verdade e despreza esse privilégio está
cometendo um grave pecado e perdendo uma grande oportunidade. A
preguiça e a indolência são combatidas severamente nas Escrituras. A
Bíblia diz: “O preguiçoso deseja, e nada tem, mas a alma dos diligentes
se farta” (Pv 13.4). Adolf Pohl diz que se resistirmos ao amor de Deus,
no dia em que à nossa volta as carroças da colheita seguirem
carregadas para os depósitos, em nossa lavoura só haverá mata para
queimar.
Este é um princípio para uma vida bem-sucedida. Assim como os
músculos são fortalecidos pelo exercício, de igual forma, fortalecemo-
nos espiritualmente com a prática da vida cristã. Conhecimento sem
prática gera obesidade e flacidez espiritual. A maneira de termos uma
vida cristã robusta é exercitarmos o que recebemos, aproveitando as
oportunidades.

II. O PODER INTRÍNSECO DA PALAVRA PARA FRUTIFICAR NOS


CORAÇÕES (4.26-29)

Certamente Jesus ensinou esta parábola para encorajar seus discípulos.


Eles possivelmente ficaram desencorajados sobre o significado da
parábola do semeador em que três quartos da semente perderam-se.
Podemos nós confiar apenas na resposta do coração humano para
termos sucesso em nossa missão. Podemos nós depender apenas da
resposta humana. Jesus, então, mostrou o outro lado da verdade. A
semente é a Palavra de Deus. Embora o semeador não veja inicialmente
nenhuma evidência e resultado do seu labor, a semente trabalha por si
mesma no ventre da terra. A semente tem vida em si mesma, porque
ela é a Palavra do Deus vivo. O Espírito Santo trabalha eficazmente nela
e através dela para a expansão do Reino de Deus.
Se na parábola do semeador Jesus enfatizou a responsabilidade
humana, nesta parábola, Jesus enfatiza a soberania de Deus. Aqui
vemos o intrínseco poder da semente. O ser humano de si mesmo não
pode fazer nada. É somente pelo poder, dado por Deus, que ele pode se
voltar para Deus e ter uma fé verdadeira. A Palavra de Deus semeada
no coração humano trabalha por si mesma. A semente tem vida em si
mesma. Ela trabalha automaticamente, invisivelmente, poderosamente
e triunfantemente. Deus é o autor do crescimento espiritual.
Vejamos as lições desta parábola:
1. O imperceptível começo do Reino de Deus – v. 26
Nesta parábola Jesus não está falando do Reino escatológico, mas do
Reino presente (v. 26). Como esse reino é estabelecido. Como ele
cresce dentro de nós.
Em primeiro lugar, é necessário existir um semeador (4.26).A terra,
como nós sabemos, jamais produz grãos por si mesma. Ela é a mãe das
ervas daninhas, mas não do trigo. Sem semeadura não há colheita. Sem
pregação não há conversão. Sem chamado não há resposta. Deus dá o
crescimento à semente que semeamos. O coração humano,
semelhantemente, jamais se tornará para Deus em arrependimento, fé e
obediência. Ele é absolutamente estéril para a divina semente. O
coração humano está totalmente morto para Deus e é incapaz de dar
vida a si mesmo.
Em segundo lugar, o semeador não pode fazer a semente crescer (4.27).
A única coisa que o semeador pode fazer é confiar. A única coisa que
ele pode fazer é dormir noite após noite e levantar, um dia após o
outro. O semeador tem limitações. Ele pode semear a semente na terra,
mas não pode fazê-la produzir. Só Deus pode produzir vida e dar o
crescimento. Paulo diz: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento
vem de Deus. De tal modo que nem o que planta nem o que rega é
alguma coisa, mas somente Deus que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7).
Somente Deus pode fazer seu reino crescer. Somente Jesus pode
edificar sua própria igreja. Somente Deus pode acrescer aqueles que dia
a dia vão sendo salvos. Todo o esforço humano seria insuficiente para
converter sequer uma vida. O Reino de Deus é vitorioso. Seu Reino
conquistará todos os reinos do mundo. Jesus colocará todos os seus
inimigos debaixo dos seus pés. O próprio Deus conduzirá seu Reino à
consumação.
Em terceiro lugar, o semeador não pode entender o processo do
crescimento da semente (4.27). O semeador não apenas não pode fazer
a semente germinar, como também não sabe como ela germina. Deus
age poderosa, misteriosa e inexplicavelmente na implantação do seu
Reino. Nós não podemos entender porque a semente produz resultados
gloriosos numa vida e more na outra. Não podemos especificar a hora
nem o minuto em que a vida desabrocha a partir da Palavra no coração
humano. Não podemos explicar todos os detalhes e segredos da
intervenção milagrosa de Deus no coração humano que ouve a Palavra.
O semeador semeia e dorme, mas não pode fazer a semente crescer
nem entende como ela cresce.

2. O progressivo desenvolvimento do Reino de Deus – v. 28

Jesus ensinou preciosas lições sobre esse precioso assunto:


Em primeiro lugar, a semente cresce imperceptivelmente (4.27).
Quando o semeador lança a semente no coração humano, ela cresce
secreta, silenciosa, misteriosa e imperceptivelmente. O semeador olha e
não vê coisa alguma acontecendo; ele não pode ver o resultado do seu
labor. Ele não pode ver nenhum sinal de vida e nenhuma transformação
da pessoa, mas a Palavra de Deus, pela operação do Espírito Santo gera
transformação e vida. A divina semente muda as disposições íntimas da
alma. Ela regenera o pecador e produz nele uma nova vida. Então ele se
torna uma nova criatura.
Em segundo lugar, a semente cresce automaticamente (4.28). A
semente revela seu poder. A terra produz por si mesma,
automaticamente, sem causa visível e sem qualquer esforço humano. A
palavra grega é automate, que significa automaticamente. Esta “por si
mesma”, que exclui a responsabilidade humana, não é à parte da
intervenção de Deus. Essa palavra aparece também em Atos 12.10,
quando diz que o portão de ferro da prisão de Pedro abriu-se
automaticamente sem qualquer ajuda externa ou esforço humano.
Jesus ensinou que o segredo do crescimento é confiado a terra.
Contudo, a ênfase desta parábola é o poder intrínseco da semente que
lançada a terra.
O semeador olha o campo e não vê evidência de crescimento. Mas, de
repente, ele olha novamente e vê a semente crescimento para uma
grande colheita. De igual modo, ocorre com o Reino de Deus. O Espírito
de Deus está trabalhando poderosamente em conexão com a Palavra.
Enquanto o semeador está dormindo, a Palavra de Deus está agindo
secretamente, poderosamente, constantemente e eficazmente nos
corações para uma grande colheita.
Em terceiro lugar, a semente cresce inevitavelmente (4.27,28). Ninguém
pode neutralizar a semente destinada a crescer. Ela é vitoriosa. Uma
árvore pode romper um pavimento de cimento armado com o poder de
seu crescimento. Mesmo com a rebeldia humana e sua desobediência, a
obra de Deus prossegue. Da mesma forma, a obra do Espírito no
coração do homem é uma obra eficaz. Paulo diz: “Aquele que começou
boa obra em vós, há de completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
O Reino de Deus não conhece derrotas. Ele jamais será derrotado.
Haendel em sua imortal música Halleluiah expressa essa sublime
verdade do glorioso triunfo do Reino de Deus. Este Reino começou
imperceptivelmente e secretamente no coração humano como uma
pequena semente lançada sobre a terra, agora está crescendo gloriosa e
invencivelmente. A obra de Deus é invencível. Nem o mundo nem
mesmo as hostes do inferno poderão roubar a divina semente plantada
em nós, destinada a produzir frutos para a glória de Deus.
Em quarto lugar, a semente cresce gradualmente (4.28). Uma pequena
semente tem dentro de si o potencial para ser uma grande árvore. Um
grande carvalho foi inicialmente uma pequena semente. O crescimento
da semente passa por vários estágios até chegar à maturidade.
Semelhantemente, os filhos de Deus não nascem perfeitos em fé,
esperança, conhecimento e experiência. As duas coisas mais
importantes na vida são nascer e crescer. O projeto de Deus para nós a
perfeição ou maturidade até chegarmos à estatura de Cristo (Ef
4.12,13). O projeto de Deus não é apenas nos levar para a glória, mas
transformar-nos à semelhança do Rei da glória.
Esse crescimento gradual passa por três estágios:
Primeiro, a erva. Quando a semente é semeada no coração ela produz
uma profunda inquietação interior. Então, a pessoa é confrontada pela
Palavra de Deus que começa a desintegrar as velhas estruturas e
valores.
Segundo, aparece a espiga. Esta é a manifestação e exteriorização
daquela florescente inquietude. A espiga pode ser o abandono de toda
prática do pecado e adoção de novos valores.
Terceiro, aparece o grão cheio na espiga. Isso fala da vida de Jesus
manifestando-se em nossa experiência. Deus trabalha gradualmente.

3. A gloriosa consumação do Reino de Deus – v. 29

O Reino está presente tanto na semente quanto na colheita. Ele é o


Reino que já veio e o Reino que virá. Está aqui a tensão entre o JÁ e o
AINDA NÃO. No começo o Reino é apenas um embrião, depois será
espiga cheia; oculto agora, totalmente manifesto então. Duas verdades
são destacadas por Jesus:
Em primeiro lugar, a maturidade do grão fala da perseverança da obra
de Deus (4.29). Todo aquele que nasceu dessa divina semente receberá
essa maturidade. Deus não desiste de nós. A perseverança dos santos é
uma contínua e eficaz obra de Deus em todos aqueles que nasceram de
novo através de divina semente. A maturidade não procede de idade
cronológica nem de posições eclesiásticas. Uma criança pode ser um
fruto maduro. Jesus usou uma criança como símbolo daqueles que
estão aptos a entrar no Reino (Mt 18.3). A morte de uma criança ou de
uma pessoa jovem não deve ser vista como uma tragédia, mas como a
entrada de um filho na glória. Isso não é o fim, mas o começo de uma
vida eterna e gloriosa. Quando o fruto está maduro, ele é colhido pelo
Senhor da seara.
Em Segundo lugar, a colheita final revela a vitória do Reino de Deus
(4.29). Como semeadores, devemos ter paciência até a colheita. Tiago
diz: “Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o
lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as
primeiras e últimas chuvas. Sede vós também pacientes, e fortalecei os
vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8).
A Segunda vinda do Senhor Jesus será o dia mais glorioso da história.
Ele virá com grande poder e majestade. Todo o olho o verá. Todo joelho
se dobrará e toda língua confessará que ele é Senhor. Todos os remidos
receberão um corpo glorioso e reinarão com ele para sempre.
Somente Deus conhece o dia da colheita. Nós devemos semear até
aquele dia glorioso. Nós temos a promessa de que o nosso trabalho no
Senhor não é vão. A Palavra de Deus não volta para ele vazia. Devemos
trabalhar e esperar a colheita final. Recebemos a ordem de semear, mas
Deus detém o controle soberano sobre o crescimento. Quando, o fruto
estiver maduro, então, virá a gloriosa ceifa. Adolf Pohl diz que entre
nossa semeadura e uma colheita transbordante estão os milagres de
Deus. Assombrados, balbuciaremos naquele grande dia: “Grandes
coisas o Senhor tem feito” (Sl 126.2).

III. O PODER DA PALAVRA PARA CRESCER – v. 30-32

Se a parábola do semeador retrata a responsabilidade humana e a da


semente a soberania de Deus, esta mostra o resultado, um crescimento
abundante. Adolf Pohl diz essa parábola é um ápice, apesar de ser tão
curta. Esta parábola revela o poder de crescimento extraordinário da
Palavra. Ela aponta para o progresso do Reino de Deus no mundo. Duas
verdades nos chamam a atenção:

1. O Reino de Deus começa pequeno como uma semente de mostarda


– v. 31

A igreja, agente do Reino, começou pequena e fraca em seu berço. A


semente de mostarda é um símbolo proverbial daquilo que é pequeno e
insignificante. Era a menor semente das hortaliças (v. 31). Foi usada
para representar uma fé pequena e fraca (Mt 17.20; Lc 17.6).
O Reino chegou com um bebê deitado numa manjedoura. Jesus nasceu
em uma família pobre, numa pobre cidade e cresceu como um
carpinteiro pobre, que não tinha onde reclinar a cabeça. Os apóstolos
eram homens iletrados. O Messias foi entregue nas mãos dos homens,
preso, torturado e crucificado entre dois criminosos. Seus próprios
discípulos o abandonaram. A mensagem da cruz foi escândalo para os
judeus e loucura para os gentios. Em todas as coisas do Reino o mundo
vê fraqueza. Aos olhos do mundo, o começo da igreja, reveste-se de
consumada fraqueza.

2. Grandes resultados desenvolvem-se a partir de pequenos começos –


v. 32

“Grandes rios surgem em pequenas nascentes de água; o carvalho forte


e alto cresce a partir de uma pequena noz”. A Bíblia diz que não
podemos desprezar o dia dos pequenos começos (Zc 4.10). A parábola
do grão de mostarda é a história dos contrastes entre um começo
insignificante e um desfecho surpreendente; entre o oculto hoje e o
revelado no futuro. O Reino de Deus é como tal semente: seu tamanho
atual e aparente insignificância não é de modo algum, indicadores de
sua consumação, a qual abrangerá todo o universo, diz Dewey
Mulholland.
A igreja cresceu a partir do Pentecostes de forma colossal. Aos milhares
os corações iam se rendendo à mensagem do evangelho. Os corações
duros eram quebrados. Doutores e analfabetos capitulavam-se diante
do poder da Palavra. A igreja expandiu-se por toda a Ásia, África e
Europa. O Império Romano com sua força não pode deter o
crescimento da igreja. As fogueiras não puderam destruir o entusiasmo
dos cristãos. As prisões não intimidaram os discípulos de Cristo que por
todas as partes preferiam morrer a blasfemar. Os cristãos preferiam o
martírio à apostasia.
A igreja continua ainda crescendo em todo o mundo. De todos os
continentes aqueles que confessam o Senhor Jesus vão se juntando a
essa grande família, a esse imenso rebanho, a essa incontável hoste de
santos. O Reino de Deus é como uma pedra que quebra todos os outros
reinos e enche toda a terra como as águas cobrem o mar.

Rev. Hernandes Dias Lopes.


 23
out

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