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Conteúdo licenciado para Diego Henrique Alves Bezerra - 405.968.

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INTRODUÇÃO

Qual a importância de nos aprofundarmos na História dos


Avivamentos? Há alguma relação entre a história e o mover
profético?

Diríamos que, se quisermos crescer no Ministério Profético


precisamos estudar e conhecer a História da Igreja, bem
como o contexto dos principais avivamentos que já aconte-
ceram.

Nesta aula iremos estudar sobre algumas definições básicas


e fundamentos teológicos sobre avivamento, também ire-
mos entrar nas questões históricas deste moveres e depois
falaremos dos principais avivamentos que aconteceram no
passado.

O QUE É AVIVAMENTO?

Em primeiro lugar, quando trabalhamos num processo de


definição do termo “avivamento” encontramos um desafio,
pois não temos esse termo explicado na bíblia. Apesar de
não ser amplamente explicado nas escrituras, vemos o fenô-
meno presente e até mesmo o termo avivamento aparecen-
do.:

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“SENHOR, eu ouvi a tua fama e temi! Ó SENHOR, aviva a tua
obra no decorrer dos anos; faz que ela seja conhecida no decorrer dos
anos; na tua ira, lembra-te da misericórdia.” Habacuque 3.2

O conceito de avivamento não é um conceito que você vai


ver os apóstolos tratando no novo testamento. Mesmo que
tenhamos o reflexo disso na bíblia, o conceito de aviva-
mento, se desenvolveu ao longo da história, principalmente
num período depois da reforma protestante, entre as igre-
jas inglesas e norte-americanas. Nesse contexto é que se
começou a falar desse termo avivamento. Que era usado
no sentido de um despertamento da religião, uma espécie
de reacender, de tornar intensa essa devoção religiosa, essa
busca por Deus.

Quando a igreja começa a decair de sua pureza original,


vemos os apóstolos exortando-a no sentido de que sempre
há um retorno à pureza. Percebemos isso muito claramente
em Gálatas e em Apocalipse.

Temos o ministério apostólico sempre conclamando a


igreja para que ela retorne a sua pureza original, a fidelida-
de bíblica, a fidelidade do evangelho. A questão é que essa
autoridade apostólica, que por exemplo o apóstolo Paulo e
o apóstolo João carregavam, depois do primeiro século da
igreja, percebemos que os discípulos dos apóstolos, apesar

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de serem homens piedosos, homens de caráter e que anda-
vam em intimidade com Deus, não tinham a mesma unção,
a mesma autoridade, o mesmo poder que seus mestres.

Vemos um aumento na cristalização da teologia da igreja, o


que foi extremamente importante para gerar as confissões
de fé, mas já não havia a mesma intensidade de poder do
Espírito. Com isso a vitalidade da igreja decaiu.

O termo avivamento significa trazer de volta à vida algo


que estava quase morrendo. É diferente de ressurreição
que é algo que morreu totalmente e voltou a vida. Ou seja,
quando uma igreja que estava quase chegando a desapare-
cer, com o testemunho do evangelho quase desaparecendo
e então Deus faz algo faz na história e no coração das pes-
soas, intensificando essa realidade do evangelho.

Avivamento é uma manifestação da presença de Deus em


uma região, que a fará crescer no estilo de vida que agra-
da a Deus, despertando a consciência dos incrédulos para
o evangelho. Ou seja, a igreja que é visitada pelo Espírito
evangeliza o mundo, que é sensibilizado.

Uma manifestação da presença de Deus regional, simultâ-


nea e coletiva, que leva a igreja a um estilo de pureza apos-
tólica e sobre a sociedade, os incrédulos uma consciência

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para a realidade de Deus.

A igreja sabe pouco sobre sua própria história, não temos


essa identidade, sabemos pouco sobre a Bíblia mas sabemos
bem menos sobre o que Deus faz. A história da igreja tem a
ver com quem nós somos.

Porque fazemos igreja como fazemos hoje? Quando foi a


primeira vez, ou quem foi o primeiro que fez as coisas que
fazemos hoje? Isso tudo tem muito a ver com a história da
igreja. E a gente não tem essa herança.

PORQUE ESTUDAR A HISTÓRIA DOS AVIVA-


MENTOS?

A história dos avivamentos mostra o agir de Deus na histó-


ria, mostra a mão misericordiosa de Deus com o seu povo.
Na história da igreja vemos períodos de declínio mas tam-
bém períodos de glória, onde Deus visita o seu povo.

Estudar história da igreja é ver o que Deus pode fazer. Mui-


tas vezes temos uma fé muito pequena porque não conhe-
cemos o que Deus fez no passado.

“Uma geração contará à outra das tuas obras e anunciará os teus atos
poderosos.” Salmo 145.4

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“Ensina-nos a contar nossos dias para que alcancemos um coração
sábio.” Salmo 90.12

Estes textos nos ensinam a olhar para o passado e entender


o presente, entender a mensagem de Deus por detrás da
história. Essa é a questão, Deus está falando algo por detrás
dos fatos e por isso precisamos conhecer. Isso nos perten-
ce, é um baú, uma herança nossa.

Essa é a nossa herança. Os nossos pais e mães do passado


experimentaram coisas grandiosas em Deus, então se tiver-
mos acesso a esse conteúdo, a essas histórias, a nossa fé se
torna mais robusta.

O avivamento sempre vai falar sobre uma visitação de Deus


sobre a igreja, porque Deus quer levar a igreja para um nível
específico. A escritura diz que Deus tem tempo e tem pro-
pósito, e os avivamentos são fases específicas na igreja.

Existe a onipresença de Deus e Ele está presente em todos


os lugares ao mesmo tempo. Quando se fala que o aviva-
mento é um momento que a presença de Deus está numa
região, em um perímetro geográfico, precisamos pensar
sobre as características e atributos de Deus.

Uma igreja saudável, mesmo sem estar vivendo um aviva-

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mento, tem a presença de Deus também fluindo ali. Nosso
Deus é um Deus que é transcendente e imanente, ou seja,
Ele está acima do céu, santo, grande, que comanda tudo e
ao mesmo tempo ele é um pai amoroso, que está presente,
pessoal e relacional.

No céu temos a bem-aventurada presença de Deus e quan-


do há uma convergência de realidades entre o céu e a terra
os níveis da vida cristã começaram a crescer para além da
normalidade, pois Deus está presente na normalidade da
vida cristã. Ou seja, pregamos o evangelho e as pessoas
se convertem, oramos e as pessoas são curadas. Quando
evangelizamos e discipulamos temos um efeito, mas quan-
do fazemos isso em meio a um avivamento os efeitos são
muito mais fortes.

Isso até abre um outro ponto que precisamos deixar claro,


avivamento é uma obra divina, não conseguimos produ-
zir avivamento. O que podemos fazer é cultivar, como um
agricultor, preparamos terra mas somente Deus pode enviar
a chuva.

Ao estudar a história dos avivamentos vamos perceber que


um avivamento nunca é igual ao outro. Não existe uma
fórmula, porque é algo que depende totalmente e exclusiva-
mente da soberania de Deus.

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Existe uma manifestação da presença de Deus que defi-
nimos como subjetiva. É quando, por exemplo, você está
num culto e você sente a presença de Deus e seu irmão do
lado não sente. Isso é comum, depende do nível de anseio
de cada um. Mas há uma manifestação da presença de Deus
que definimos como objetiva, é aquela que é sentida inde-
pendente da fome, independente da sua fé. Por exemplo,
Paulo não estava buscando a Deus, Paulo não estava com
fome de Deus, mas no caminho para Damasco, Deus se
manifesta a Paulo, de modo que os homens que estavam
com ele também viram a luz que apareceu. Também chama-
mos esse tipo de manifestação de Teofania.

Temos também uma manifestação que definimos como


Presença Espacial, que é quando a presença de Deus pre-
enche espaços físicos. Isso aconteceu no Templo de Salo-
mão, também a nuvem da glória no tabernáculo, antes disso
acontecer no mundo inteiro, isso acontece na igreja e afeta
o mundo.

Cada visitação, ou manifestação é como se fosse um arqui-


vo zipado de verdades bíblicas que Deus traz. Depois da
visitação as verdades que são abertas tem que ser aplicado
na vida da igreja para que na próxima onda essas verdades
sejam recuperadas.

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Essas visitas não tinham como objetivo permanecer, mas
promover reforma e restauração. Ou seja, a recuperação
da doutrina bíblica e do estilo de vida bíblico. Tudo isso é
um processo de recuperação do testemunho apostólico de
Deus na Terra.

Um dos motivos pelos quais precisamos falar sobre aviva-


mento é que essa é uma pauta importante dentro do reino
de Deus e do ensino. Muitas vezes, uma pessoa se converte
e continua vivendo uma vida individualista, apesar de Deus
realmente querer operar na nossa vida individual, Ele tam-
bém quer operar na história. Existe sim o aspecto de avi-
vamento pessoal, que é o coração amando Jesus na mente
e no coração cada vez mais, mas o chamado de Deus para
a igreja não diz respeito só nesse aspecto. Deus quer tocar
as nações, Deus quer alcançar as pessoas, avivamento tem
muito mais a ver com isso.

Além da relação com a igreja, também temos a relação do


avivamento com o evangelismo. Avivamento é como se
fosse uma onda. Essa é uma ilustração muito boa porque
a onda é exatamente isso, ela vem com uma força, ela joga
para frente, mas ela vai embora. Ou seja, alguma coisa vai
ficar e outras coisas não. Você já parou para pensar que
pode ser fruto de um avivamento?

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Por exemplo, há anos atrás, durante um avivamento, alguém
recebeu de Deus o dom de ser um evangelista. Essa pessoa
veio para o Brasil, evangelizou pessoas, que fundaram uma
igreja, que fortaleceu, que chegou até você e te evangelizou.
Você é um fruto. O avivamento acabou mas os efeitos con-
tinuaram e a gente vê muito isso na história.

Existem períodos de avivamento e períodos da normali-


dade, ou seja, o dia a dia de uma igreja local, o dia a dia do
cristão quando não tem avivamento. Algumas pessoas que
gostam de avivamento e que oram por avivamento não con-
seguem relacionar com o dia a dia normal.

É importante pensarmos sobre isso porque não queremos


uma espécie de idolatria por avivamento. Não podemos ser
pessoas que pensam que não adianta evangelizar porque
não tem avivamento, não adianta plantar igreja porque não
tem avivamento, não adianta fazer nada enquanto Deus não
nos visitar, nada importa. Essa atitude está errada, preci-
samos clamar, precisamos buscar, precisamos pregar para
promover uma busca incessante por Deus.

CARACTERÍSTICAS DE UM AVIVAMENTO

É muito comum em algumas igrejas ter “reuniões de aviva-


mento”, ou ouvirmos alguém falar assim “essa igreja é mui-

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to viva”, que significa ser animada ou aberta para os dons.
Este não é um conceito real de avivamento.

Muitas vezes, olhamos um culto animado e chama-


mos de avivamento, por isso vamos trazer aqui característi-
cas do que verdadeiramente é um avivamento:

Oração antecedendo o avivamento: É muito comum na


história dos avivamentos um anseio maior por Deus unida
a essa questão da oração. Mas, precisamos entender que
a oração não traz avivamento, mas todo o avivamento é
precedido por oração. Assim como as dores de parto não
produzem o bebê no ventre, mas sim o bebê no ventre é
que produz as dores de parto. É essa intercessão profunda e
agonizante que antecede muitos avivamentos. A oração não
foi o fator que fez o avivamento surgir, mas Deus sobera-
namente enviou essa visitação. É Ele quem coloca os seus
amigos, o seu povo, a sua noiva para gemer e dar a luz a
essa realidade na sua geração.

Fome, um aumento do anseio pela presença: Como


aquele testemunho do homem que orou até ficar com febre,
ele ficou de cama, tamanho era o encargo e tamanha era a
vontade de atrair a presença.

Leigos: Veremos o Espírito Santo tocando pessoas co-

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muns, não tem a ver com uma liderança notável, mas envol-
ve toda igreja, até os mais simples.

Arrependimento e Conversão: Tanto na igreja quanto na


sociedade, pessoas que “nasceram cristãs” mas que nunca
tiveram um ambiente propício para a conversão real. Um
temor do Senhor muito forte gerado pela consciência da
presença.

Evangelismo e Missões: Que está diretamente relaciona-


do com arrependimento e conversão.

Anseio pela volta de Jesus: Um amor pela vontade e pelo


reino de Deus.

Maior revelação do Espírito Santo: O avivamento traz


uma mensagem, uma revelação, uma iluminação. A partir
disso, surge uma resposta, surgem canções, livros, uma or-
todoxia mais pura, uma doxologia mais profunda, etc..

Impacto na sociedade: O avivamento muda a sociedade,


promove atos de justiça, não quer dizer que todo ato de
justiça seja fruto de avivamento, em alguns casos até pro-
move perseguição, mas de qualquer forma gera um impacto
visível, nunca indiferença.

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Precisamos ter cuidado com as falsas linhas de chegada,
temos um padrão muito baixo do que é avivamento e nos
satisfazemos com pouco. Quando estudamos a história da
igreja vemos os altos padrões de avivamento.

Avivamento é milagre, é obra de Deus! Precisamos aumen-


tar o padrão para não comemorar falsas linhas de chegada.
Avivamentos não são organizados, mas são agonizados.
Nós clamamos e clamamos porque eles não podem ser ge-
rados por nós mesmos. Eles são milagres celestiais.

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FUNDAMENTOS DA HISTÓRIA DA IGREJA

Os avivamentos estão dentro da história da igreja. Mas an-


tes de entrarmos na história precisamos entender a relação
entre Israel, a Igreja Cristã e o Judaísmo. Pois há um mo-
mento onde essas três realidades se cruzam, se misturam e
se transformam.

O povo de Israel, no Antigo Testamento, foi algo que Deus


revelou. O Judaísmo é a resposta do povo em forma de
religião, ou seja, um aspecto cultural. A Igreja, no Novo
Testamento, é uma manifestação de Deus, uma revelação de
Deus, uma ação de Deus que deu origem ao cristianismo,
que é uma manifestação cultural em resposta a essa revela-
ção.

Israel é o centro do Antigo Testamento, o assunto principal.


No estudo sobre Israel nos deparamos com o conceito de
nações. Esse conceito nasce em Gênesis 11. Com
a construção da Torre de Babel, onde o Senhor envia um
juízo que resulta na formação das nações. Essas nações são
chamadas de famílias da terra. Por este motivo, quando o
Senhor chama Abraão, Ele diz: “em ti serão benditas todas
as famílias da terra.”

O Senhor está dizendo que, por meio de Abraão, Ele vai

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abençoar as nações. Essa benção é a salvação. O apóstolo
Paulo, em Gálatas 3, diz que Deus justificou os gentios pela
fé, como uma antecipação da promessa feita a Abraão.

Muitas vezes, temos o costume de pensar que o Novo


Testamento é que inaugura o evangelho, mas o evangelho
começa no Antigo Testamento. Porque Abraão ouviu o
evangelho, que é a promessa que Deus fez a ele, a promessa
de abençoar, de salvar as nações. Por meio de Israel, essa é
a questão de Israel.

Sobre o judaísmo, podemos perceber que surgem manifes-


tações culturais dos partidos judaicos, que eram basicamen-
te partidos políticos e ideológicos que nasciam do contexto
religioso e teológico, esses partidos influenciavam a socieda-
de. Todo esse movimento não está registrado nas escrituras,
pois ocorreu após o Antigo Testamento e antes da abertura
do Novo Testamento, por isso chamado de período inter-
testamentário e que tem aproximadamente 400 anos de
duração.

Nesse período acontecem dois eventos importantes: o nas-


cimento da filosofia - que vai formar a cosmovisão greco-
-romana e a formação do judaísmo. Chamamos de plenitu-
de dos tempos, que seria o momento exato para a vinda do
messias, a junção de três elementos resultantes desses dois

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eventos: o pragmatismo romano, a filosofia grega e a reli-
gião judaica.

O judaísmo é a resposta que os judeus dão em teologia e


em pensamento a todo esse contexto de dominação greco-
-romana. A primeira pessoa que encontramos no Novo
Testamento é João Batista, ele batiza pessoas, uma prática
que não encontramos no Antigo Testamento. Como pode-
mos entender essa prática?

“Eu te darei as chaves do reino do céu; o que ligares na terra terá sido
ligado no céu, e o que desligares na terra terá sido desligado no céu.”
Mateus 16.19

Temos o costume de achar que esse trecho fala sobre ora-


ção, mas Jesus está se referindo ao judaísmo. Dentro do
judaísmo e dentro da organização de Israel existia algo cha-
mado Sinédrio, um grupo de líderes que exerciam a função
de juízes. E Jesus está literalmente dizendo que vai começar
uma nova linha dentro do judaísmo, uma nova sinagoga,
porque ele é o Messias, Ele está tirando a autoridade do
Sinédrio daquela época e passando para os discípulos.

Ligar e desligar, é uma função judicial de considerar algo


legal ou ilegal. Isso acontecia no judaísmo, os rabinos olha-
vam uma circunstância e decretavam se algo poderia ser

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feito ou não. Era uma aplicação da Torá para as circunstân-
cias do dia a dia.

Isso é bem intenso porque, está dizendo que o que vocês


decretarem como ilegal aqui na terra lá no céu haverá con-
cordância. Que nível de autoridade!

Existe o que o apóstolo Paulo chama de mistério, que


basicamente é o que não era muito claro no Antigo Testa-
mento, também não era muito claro para os discípulos que
andaram com Jesus no Novo Testamento.

Um desses aspectos do mistério é o fato de que o Messias


iria morrer e ressuscitar, os discípulos não acreditavam que
Jesus iria morrer, eles não queriam que Jesus morresse. Mas
Jesus morre e isso significa que eles foram frustrados nas
sua expectativas de que Ele seria alguém que iria desbancar
Roma por um processo político militar e até mesmo sobre-
natural. Mas Jesus é crucificado, Jesus morre em fraqueza.

Quando Ele ressuscita, é como se a esperança dos discípu-


los morresse e depois voltasse. Agora a morte não tem mais
poder sobre Ele, mas os discípulos ainda estavam esperan-
do um reino humano e físico e Jesus não veio trazer isso
neste momento, há outros eventos que precisam acontecer
antes.

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Vamos falar um pouco sobre a Grande Comissão. Quando
pensamos sobre isso, entendemos que o evangelho deve ser
pregado ao mundo inteiro, mas não foi isso que os discípu-
lo entenderam. Eles entenderam que iriam de Jerusalém
para a Judéia, Samaria e até os confins da terra progressiva-
mente. Ou seja, Jerusalém iria se converter, depois a Judéia
iria converter, então Samaria iria se converter e os confins
da terra iriam se converter. Em nenhum momento os discí-
pulos entenderam que iriam estabelecer o reino.

Quando os discípulos pensaram em ir para as nações, eles


não estavam pensando em pregar para as nações, eles ti-
nham o pensamento de pregar para todos os judeus ao re-
dor do mundo sobre Jesus ser o Messias. Quando os judeus
se converteram, no contexto de Atos 2, o Espírito Santo foi
derramado.

O livro de Atos é uma obra literária que possui duas partes


com uma divisão no meio. A primeira parte vai do capítulo
1 até o capítulo 10, a segunda parte vai do capítulo 13 até o
fim, a parte do meio são os capítulos 11 e 12.

Dos capítulos 1 ao 10, o personagem principal é Pedro,


temos uma ênfase em uma igreja judaica. Mas em Atos 9
Paulo se converte, e em Atos 10 Pedro tem uma visão sobre
os gentios. Deus já estava anunciando uma quebra dos prin-

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cípios do judaísmo.

Pedro é um judeu que crê em Jesus. E Jesus deu uma dimi-


nuída no judaísmo de Pedro para que ele fosse mais bíblico
e menos judaico. Então, seguindo sua visão, Pedro prega
o evangelho para Cornélio, um gentio temente Deus que
orava em sua casa. Pedro faz isso por extrema obediência
a Deus. Então ele é surpreendido pelo mesmo Espírito
que se derramou sobre os judeus, sendo derramado sobre
gentios.

Em Atos 11 Tiago é morto, em Atos 13 começa o ministé-


rio de Paulo, chamado de fato para os gentios. Paulo recebe
a revelação de que os gentios são co-herdeiros com Israel
das mesmas promessas. Vários judeus não receberam Jesus
e não incluíram os gentios nas promessas, mas os judeus
que, segundo a eleição da graça, foram de dentro de Israel
convertidos a Jesus, são chamados de remanescentes.

As nações ainda não foram abençoadas como Deus plane-


jou, os remanescentes de Israel junto a esses “remanescen-
tes” das nações, tornam-se Igreja. Então Paulo começa a
ministrar aos gentios com o objetivo de levar os gentios até
a sua plenitude, até que tenham pleno avivamento, poder e
glória ao ponto de gerar ciúmes em Israel.

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Paulo explica sobre isso em Romanos 9, 10 e 11. Ele fala
que Israel estava numa corrida com as nações, Israel estava
na frente mas tropeçou em uma pedra, Jesus. Deus fez isso
para que as nações alcançassem Israel.

Agora as nações estão na frente de Israel, vivendo como


testemunha apostólica. Mas Israel não ficará caído para
sempre, ele vai olhar a misericórdia que os gentios recebe-
ram, vão sentir ciúmes e vão se levantar para correr. Porque
no último dia os gentios e Israel, em Cristo, vão cruzar a
linha de chegada juntos, como um só povo.

E esse é o ponto que desejamos chegar como igreja. Quan-


do olhamos os desenvolvimentos na história da igreja, os
avivamentos, as reformas, o que está acontecendo, vemos
que Deus está levando os gentios à sua plenitude a ponto
de provocar ciúmes em Israel.

PANORAMA SOBRE A HISTÓRIA DA IGREJA

Vamos dividir a história da igreja em fases, a 1ª fase


é chamada de Igreja Apostólica. É chamada assim por-
que é a igreja mais próxima dos apóstolos, ela começa com
a ascensão de Cristo. Até a morte do apóstolo João ainda
vemos os apóstolos atuando na igreja, eles carregavam a
mensagem de Jesus e plantavam igrejas.

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A 2ª fase é chamada de Igreja Perseguida, foi um perío-
do curto onde houve muita perseguição. Os apóstolos
já haviam morrido, então vemos uma geração depois dos
apóstolos. É uma fase muito bonita, mesmo com tanta per-
seguição, pois na medida que vemos muitos cristãos sendo
martirizados no Coliseu, é a fase das reuniões escondidas,
reuniões nas catacumbas. E também é muito curioso esse
período porque quanto mais cristão morriam mais pessoas
se converteram.

O sangue dos mártires é a semente da igreja, pois realmen-


te, quanto mais pessoas morriam como testemunhas do
evangelho, mais o cristianismo se crescia exponencialmente.

A chamada Era Patrística, não é necessariamente uma


fase, pois ela começa nesse período de perseguição e vai até
o fim da Idade Média, é chamada assim por causa de gran-
des homens que foram verdadeiros pais para a igreja, nem
todos foram bons ou completamente bons, não há heróis
aqui, mas eles são inspiração de espiritualidade.

A 3ª fase é chamada de Igreja Imperial, tem esse nome


por causa do relacionamento estreito com o imperador
Constantino, devido a sua suposta conversão. É um período
muito importante pois o cristianismo, que antes era
perseguido, agora passa a ser liberado. Agora a igreja ganha

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estruturas, pois o imperador constrói os primeiros templos.
Mesmo com essa segurança e os avanços, temos uma mistu-
ra do paganismo romano com o cristianismo, ou seja, um
período bem complexo.

Quando o Império Romano entra em colapso por causa das


invasões bárbaras, entramos na 4ª fase, chamada de Igre-
ja Medieval. É um período muito importante no desenvol-
vimento da teologia cristã. É um período em que vemos
várias heresias entrando na igreja e para responder a isso é
que começam os debates teológicos.

Com o objetivo de defender a fé cristã temos o desenvolvi-


mento de doutrinas importantes como: as questões sobre
Jesus, Trindade e o próprio Espírito Santo. Temos também
a formação do Cânon do Novo Testamento, o credo dos
apóstolos, e outros documentos e estudos importantes sur-
gindo em defesa do evangelho.

Alguns chamam essa fase de “Idade das Trevas”, o que é


um erro. Quem deu este nome para a igreja foram os Ilumi-
nistas que eram a favor da ciência e da filosofia acima das
escrituras. É nessa fase que a Igreja Católica se estabelece,
com sua sede em Roma e a instituição do Papado. Também
surgem os movimentos dos monges, também chamado de
monasticismo.

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É interessante observar que o cristianismo passa de perse-
guido (1ª fase), à liberado (2ª fase), agora o cristianismo
é a autoridade máxima, a religião oficial. Muitos bárbaros
se convertem, as nações da Europa se formam numa base
cristã. Mas é um cristianismo social, as pessoas já “nasciam
cristãs”, mas não nasciam de novo. Temos então o retorno
do Império Romano, mas agora cristianizado, tendo o Papa
como autoridade máxima!

A 5ª fase, chamada de Igreja Reformada, é marcada


pela Reforma Protestante, tendo como principais eventos as
95 teses de Martinho Lutero e sua segunda geração, marca-
da por João Calvino. Uma grande mudança na história da
igreja, a questão da autoridade das escrituras é muito forte
nesse período. Na idade média não era comum o estudo
acessível para todos, somente os mosteiros tinham acesso.
Esses mosteiros se tornaram as primeiras universidades, e
foi nesse ambiente acadêmico que surgiu a reforma protes-
tante.

Reforma não é construção. A reforma não está começando


uma nova teologia, mas retornando aos pais. Não está
começando uma outra igreja, mas voltando à bíblia. Está
voltando aos apóstolos, ao que foi esquecido, que foi aban-
donado, voltando à essência.

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Avançando um pouco mais, temos a 6ª fase, chamada de
Igreja Moderna. Na fase da reforma se falou muito de
teologia, mas não se dedicou com a espiritualidade, com
a vida interior. Alguns nomes marcantes desta fase são:
John Wesley, Pietis, os Moravios. Ao mesmo tempo, vemos
muitas correntes filosóficas como: racionalismo, iluminismo
e deísmo, vindo com muita força e trazendo mudanças na
sociedade.

A revolução industrial, a ciência moderna, tudo isso mexeu


muito com a igreja, o surgimento de alguns movimentos
muito importantes, um maior desenvolvimento de missões,
enfim, é um período mais complexo e de grandes aviva-
mentos.

E por fim, a última fase, a 7ª fase, é chamada de Igreja


Contemporânea. Final do século 19 até os dias de hoje.
O século 20 é conhecido como o século do Espírito Santo,
um período também bem complexo. Temos a questão do
modernismo e pós-modernismo, trazendo cada vez mais
o relativismo para a sociedade, as guerras e muitos outros
eventos, é realmente um século de grande mudanças.

Contudo, nunca se falou tanto sobre a pessoa do Espírito


Santo, tanto no desenvolvimento teológico quanto nos mo-
vimentos. Neste período também temos o surgimento da

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teologia liberal na igreja.

Esse é um panorama bem rápido da história da igreja, creio


que agora temos condições de partir para os avivamentos
que mais nos impactaram. Até o próximo bloco!

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HISTÓRIA DOS AVIVAMENTOS

Chegou a hora de falarmos sobre a história dos avivamen-


tos! Selecionamos 9 Avivamentos, os mais impactantes para
nós, mas novamente vamos começar a partir de Atos, pois
queremos partir de um padrão bíblico.

Em Atos 2, podemos chamar o que aconteceu em pente-


costes de Avivamento de Jerusalém. Muitos teólogos dizem
que o livro Atos dos Apóstolos deveria, na verdade, se cha-
mar Atos do Espírito Santo, pois vemos a pessoa do Espí-
rito aparecendo mais vezes do que em qualquer outro lugar
nas escrituras, vemos o Espírito Santo liderando a igreja.

Muitas vezes a gente pensa ou tende a pensar que o Espí-


rito Santo é uma força, uma fumaça ou uma pomba, mas
em Atos a gente tem versículos especiais que mostram uma
liderança marcante.

O AVIVAMENTO DE JERUSALÉM

A descida do Espírito Santo marca o “nascimento” da Igre-


ja. Temos uma preparação em Atos 1, em seguida temos a
pregação de Pedro e depois a conversão das pessoas. Esse é
um cenário perfeito para pensarmos em avivamento, pois a
primeira coisa é a preparação.

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Tudo começou com uma promessa de Jesus. Ele disse para
os discípulos ficarem em Jerusalém até que eles fossem
revestidos de poder, ou seja, o derramamento do Espírito
Santo é uma promessa de Deus. Em Lucas 11, Jesus diz
que, se nós, que somos maus, sabemos dar boas coisas aos
nossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito
Santo àqueles que lhe pedirem. Esta é uma promessa que
era válida para eles e também é válida para nós hoje.

O derramamento do Espírito Santo é uma promessa. O


avivamento tem esse processo de alguém que recebe uma
revelação do desejo de Deus em derramar o seu Espírito
e, como consequência, nasce o desejo de oração contínua,
depois disso vem o derramamento.

O fenômeno do avivamento tem 3 características da mani-


festação de Deus que vão ser parâmetros para os avivamen-
tos da história, que são: vento, fogo e vinho.

Todos estavam reunidos num mesmo local e veio um som


do céu, como se fosse um vento, que encheu a casa onde
eles estavam. É difícil de entender como que um som enche
o lugar. Mas também diz que esse som era de vento.

Depois eles viram línguas de fogo sobre eles. Essas línguas,


ou labaredas, podem ser entendidas como estando sobre a

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cabeça de cada um deles, por isso que, talvez, seja comum
nas pinturas da história da igreja, aquela auréola que tinham
os santos. Ao experimentar essa realidade, eles começam a
falar em línguas e são confundidos com bêbados.

Para chegar ao ponto das pessoas acharem que eles estavam


embriagados com vinho é por que houve uma extravagân-
cia. Isso nos lembra da oração de Ana, no Antigo Testa-
mento, quando está clamando por um filho.

O vento é a característica do sobrenatural, dentro dos avi-


vamentos, ou seja, é quando vemos milagres, é como se o
próprio Deus estivesse soprando. O fogo é uma caracterís-
tica de purificação e isso tem a ver com esses avivamentos
que geram conversões, arrependimentos e santificação. É
uma transformação do coração, purificação da alma. O vi-
nho fala do amor de Deus, o vinho fala da alegria de Deus,
a doçura do Espírito e o enchimento do Espírito.

Pedro prega com muito poder, com muita autoridade, três


mil pessoas se convertem. Neste derramamento, não vemos
só os apóstolos recebendo o dom do Espírito, vemos mu-
lheres, vemos leigos sendo batizados.

Joel fala que o Espírito seria derramado sobre jovens, ve-


lhos, filhas e filhos. E Pedro vai dizer que “isso é o que

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está escrito no profeta Joel”. Pedro faz essa conexão com
o profeta Joel por causa do período de oração contínua
que tiveram. Sabemos que o contexto de Joel era, na verda-
de, escatológico que essa profecia ainda não foi cumprida
totalmente, mas a unção de Joel, de fato, tinha entrado no
coração deles.

Nós cremos que existirá um cumprimento pleno do que


está escrito em Joel, um novo derramar antes da volta de Je-
sus, que vai ser mundial, vai ser grande, vai ser muito forte e
vai levantar uma igreja que vive a palavra e quem tudo em
comum uns com os outros.

QUE TIPO DE IGREJA ERA A IGREJA DE ATOS?

“E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no


partir do pão e nas orações. Em cada um havia temor, e muitos sinais
e feitos extraordinários eram realizados pelos apóstolos. Todos os que
criam estavam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas pro-
priedades e bens, e os repartiam com todos, segundo a necessidade de
cada um. E perseverando de comum acordo todos os dias no templo, e
partindo o pão em casa, comiam com alegria e simplicidade de coração,
louvando a Deus e contando com o favor de todo o povo. E o Senhor
lhes acrescentava a cada dia os que iam sendo salvos.” Atos 2.42-47

Vemos muitas características positivas nesta igreja, vemos

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uma igreja forte no ensino da palavra, vemos vida de ora-
ção, vemos comunhão ao ponto de não haver necessitados
entre eles, vemos sinais e maravilhas e vemos uma igreja
cheia do temor do Senhor. O resultado é que Deus mes-
mo ia trazendo as pessoas, todos os dias havia conversões,
todos os dias tinha culto, todos os dias tinha oração. Esse é
o tipo de igreja que Jesus quer.

Ao mesmo tempo, a gente percebe que nem tudo era per-


feito. Temos o exemplo de Ananias e Safira que morreram
por mentir ao Espírito Santo. Muitas vezes as pessoas cos-
tumam pensar que num avivamento tudo vai ser perfeito, e
se não for perfeito, talvez não seja um avivamento. Isso não
é verdade, no meio do avivamento haverá desafios, veremos
isso ao longo de toda a história.

Naquela questão da ordenação dos diáconos, diz que as


viúvas helenistas não estavam recebendo a distribuição de
alimentos. Mas o problema em si não era a distribuição de
alimentos, era racismo. Racismo contra as viúvas helenistas.

O avivamento puxa para fora os problemas, a presença de


Deus, o temor do Senhor pode trazer para fora os proble-
mas que existem ali. Nós iremos perceber nas próximas
histórias que não devemos ter uma visão romântica de avi-
vamento, mas uma visão realista.

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Algumas pessoas falam que o Espírito já foi derramado em
Atos e não precisamos de outro derramamento. Só que, ao
avançar na leitura, no capítulo 4, acontece outro derrama-
mento, tão grande quanto o primeiro, onde há um terremo-
to.

Era constantemente isso, a igreja se movia em oração, Deus


derramava o Espírito, eles pregavam o evangelho, muitas
pessoas se convertiam, a sociedade começava a perseguir
e por causa da perseguição eles oravam mais, tinham mais
unção, mais pregação, mais conversão e mais perseguição.

OS MÍSTICOS

Antônio do Egito, o primeiro homem do deserto, San-


to Antão. Juntamente com outros homens, que tinham o
mesmo estilo de vida que ele, decidem se afastar da igreja
institucional e vão viver no deserto, numa vida de oração,
intimidade, silêncio e quebrantamento.

Como consequência, algumas comunidades começaram a


se formar ao redor, pois as pessoas começaram a se mudar
para os desertos. eh pra de vida né?

Santo Antão, depois dos autores da Bíblia, foi quem mais


vivenciou essas realidades de batalha espiritual. Ele tinha

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embates físicos com o Diabo.

Outro místico é São Patrício, missionário na Irlanda, onde


o paganismo e a bruxaria eram muito fortes. Ele foge de lá,
mas Deus os chama para uma missão num lugar chamado
Vale da Luz, onde ele tem uma visão com milhares de anjos
subindo e descendo naquele vale. Ele começa uma comuni-
dade naquele vale, que mais tarde se torna um mosteiro. São
Patrício foi um homem muito usado por Deus no poder, na
unção e na pregação.

OS MORÁVIOS

O avivamento dos morávios acontece depois da reforma,


no século 16. Tem esse nome porque é um grupo de refu-
giados da região da Morávia. Por causa da guerra dos 30
anos, que é uma guerra religiosa entre protestantes e católi-
cos, eles fogem para um lugar chamado Hand Heart. Esse
território pertencia a um homem chamado Conde Zinzen-
dorf, herdeiro do movimento pietista, ele foi educado pela
avó e tinha coração muito voltado para Jesus. Zinzendorf
oferece abrigo para esses refugiados.

Quando falamos dos Morávios, estamos falando de vários


grupos diferentes de cristãos. Com tantas diferenças e de-
sentendimentos, Zinzendorf redige um documento sobre

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regras para uma boa convivência, mas também regras de
unidade cristã. E pede que eles se apeguem àquilo que eles
tinham em comum e não nas diferenças.

Algo bem interessante é que, Zinzendorf só dá o espaço


para os morávios, mas não se importa muito com eles. Um
dia ele está numa biblioteca e encontra um livro de Come-
nius, no livro fala que Deus tinha uma promessa em relação
àquele povo, o coração dele se acende e ele passa a se dedi-
car no pastoreio da comunidade. Mesmo ele não sendo um
pastor em si, ele se torna um grande líder do próprio aviva-
mento.

Nesse avivamento vemos muita unidade, amor entre ir-


mãos, comunhão e isso não é muito comum num aviva-
mento. Vemos também a questão da oração, de missões e a
questão de trabalho. Também vemos a questão dos grupos
pequenos e uma ligação com Israel.

Os morávios são conhecidos como precursores de missões,


mas na verdade, o avivamento começou com o tema de
amor e comunhão. Várias pessoas tiveram visões no con-
texto da ceia, então eles organizaram um relógio de oração,
ou seja, turnos de oração que durou por 100 anos. Oração
contínua.

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Os morávios se tornaram os primeiros missionários, foram
para a Europa, para Groenlândia, Ilhas do Caribe, Índia,
África, países extremamente esquecidos na época.

Os morávios vão ser muito fortes nessa questão das can-


ções, o próprio Conde Zinzendorf produziu mais de dois
mil hinos. Além da música eles também eram fortes na
questão da palavra. O próprio Conde estudou na Universi-
dade de Lutero, eles tinham muito apreço pelas escrituras,
pela bíblia e vão desenvolver um devocional diário. E isso
tudo começou com as reuniões de oração.

Um dos grandes frutos dos morávios é o próprio John


Wesley. Quando eles estavam indo para a América, Wesley
estava com eles no mesmo navio. Ao conviver um pouco
com os morávios, Wesley chega a conclusão de que não era
convertido, apesar de pensar que era até então.

O PRIMEIRO GRANDE DESPERTAMENTO

Seguindo cronologicamente, vamos falar sobre o Primeiro


Grande Despertamento, ou Avivamento de 1700. Esse perí-
odo é um dos mais interessantes, acontece na fase da igreja
moderna e tem essa questão do avivamento moral. Temos a
autoridade das escrituras, a doutrina da justificação pela fé e
a teologia da reforma bem desenvolvidas.

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A característica mais marcante desse primeiro grande des-
pertamento é que, acontece especialmente nos Estados
Unidos, na Inglaterra e parte da Escócia. Na época, as pes-
soas já “nasciam” cristãs, numa tradição calvinista e lutera-
na. Um exemplo, já citado, é o exemplo de John Wesley.

Ele foi educado com salmos, ele fazia parte de grupos de


jovens, como o Clube Santo, por exemplo. Mas, quando
foi a uma viagem missionária para a América, encontrou
os morávios, no mesmo navio. Durante esta viagem houve
uma grande tempestade, isso abala muito a fé de Wesley e
ele começa a sentir muito medo de morrer, enquanto os
morávios adoravam e cantavam. Então ele percebe que sua
fé não é como a deles, ele não a paz que eles tinham, então
ele entra numa crise e esse é o motivo de uma de suas frases
mais famosas:

“Vou à América evangelizar, mas quem me converterá?” John


Wesley

Ao chegar nos Estados Unidos ele se aconselha com um


líder moraviano dali. Nesta conversa ele chega a conclusão
de que não tem uma experiência de conversão pessoal, que
é outra característica dessa época, quebrantamento e arre-
pendimento.

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A preocupação da época é a vida interior e não sobre o que
se sabe ou o que se conhece de Deus. Os morávios faziam
muitos grupos pequenos, o que tem muito a ver com o mi-
nistério dos leigos, isso vai influenciar o movimento meto-
dista do John Wesley, além da influência que ele já tinha do
pietismo.

O pietismo aconteceu na Alemanha, na igreja luterana e


tinha muito a ver com o coração, eles tinham muita preocu-
pação com o arrependimento genuíno. George Whitefield,
amigo de John Wesley, descreve em seu diário como foi sua
experiência de conversão.

“Deus mostrou-me que eu precisava nascer de novo ou estaria con-


denado. Aprendi que um homem pode ir à igreja, fazer suas preces,
receber a ceia e ainda assim não ser cristão. Queimarei esse livro?
Jogá-lo-ei fora ou devo examiná-lo? Examinei-o e, com o livro na
mão, dirigi-me ao Deus do céu e da terra e disse Senhor se eu não sou
um cristão ou se não sou um cristão verdadeiro pelo amor de Jesus
Cristo mostra-me o que o cristianismo é para que eu afinal não acabe
sendo condenado. Deus logo me mostrou, pois lendo algumas linhas
mais adiantes, que a religião verdadeira é a união da alma com Deus,
em Cristo, formado dentro de nós. Um raio de luz divina instantane-
amente penetrou em minha alma e desde aquele momento, mas não até
então, eu soube que eu tinha que me tornar uma nova criatura.”

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George Whitefield, John Wesley e seus amigos do Clube
Santo, se converteram após ler este livro. Uma experiência
mística, no bom sentido. Talvez podemos pensar que o ter-
mo misticismo é ruim e negamos esse tipo de experiência.
Mas Whitefield e Wesley eram reformados, batizados e não
tinham vida interior, foi através dessa experiência mística
que eles perceberam que precisavam de um novo nascimen-
to.

Agora eles passam a pregar sobre isso, arrependimento e


novo nascimento, e vão ser expulsos da igreja. Disso surge
uma grande mudança na história da igreja e na história da
pregação, que são os pregadores itinerantes. John Wesley
percorreu quilômetros e quilômetros pregando nas ruas,
cemitérios, feiras, jardins, e diversos outros lugares.

Até então, para ouvir uma pregação era necessário ir a uma


igreja. Prostitutas, alcoólatras, pobres, se quisessem se apro-
ximar de Deus, precisavam entrar numa igreja, que era cheia
de gente certinha. Agora não, há pregadores evangelistas e
avivalistas nas ruas.

As pessoas começam a ser incendiadas, conversões em mas-


sa, conversão de leigos. Pessoas simples sendo atingidas e se
tornando pregadores. Eram pregadores leigos, sem autori-
zação e sem faculdade, cheios do Espírito Santo, pregando

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pregações ungidas e incendiando igrejas e até mesmo cida-
des inteiras.

Semelhante a Whitefield e Wesley, temos Jonathan Edwards,


filho e neto de pastor, nasceu e cresceu em um ambiente
cristão, mas também passou por um processo de conver-
são. Ele era muito dedicado à pregação, se tornou pastor na
cidade de Northampton, que fez parte desse grande desper-
tamento.

Se queremos saber mais sobre o que é avivamento e so-


bre como lidar com as questões geradas nesse período,
precisamos olhar para Edwards. Foi ele quem pastoreou
o avivamento. Ele que colocava parâmetros, limites, trazia
reflexões, não só era pastor das pessoas como também pas-
toreou o mover para que continuasse e que não fosse falsifi-
cado, é um exemplo de homem de Deus.

Ele assumiu a igreja onde seu avô era pastor, essa comu-
nidade já tinha passado por ondas de despertamento in-
tercalado com períodos de frieza. Edward se incomodava
muito com a situação de frieza da igreja e da cidade, mas ele
pregava incansavelmente. Sempre lia o jornal procurando
notícias de algum avivamento em alguma região próxima.

Um episódio muito interessante é que, ele foi convidado a

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pregar em uma outra cidade, então ele decide pregar um
sermão que já tinha sido pregado em sua congregação, mas
que não tinha surtido nenhum efeito.

Ele começa a pregar e as pessoas daquela cidade começam


a gritar, chorar, se segurar nos pilares, pois achavam que a
qualquer momento o chão iria se abrir e engolir a todos no
inferno. Este sermão é um de seus sermões mais famosos,
“Pecadores nas mãos de um Deus irado”. Tamanha era a
gritaria das pessoas que não foi possível terminar o sermão.
Então ele e mais alguns outros pastores ficaram do lado de
fora, confortando e pregando o perdão às pessoas enquan-
to elas saíam. Muitas pessoas se converteram, era o aviva-
mento acontecendo.

Interessante como uma pregação que ele já tinha pregado


em sua própria congregação não tenha surtido nenhum
efeito, a mesma pregação em lugares diferentes e com efei-
tos diferentes. Porque não é o valor do sermão ou o prega-
dor, mas é o poder de Deus que move. Claro que, tanto o
sermão quanto o pregador precisam estar bem preparados,
precisamos ter zelo e temor diante dessa responsabilidade.

Outro episódio interessante, agora em sua própria comuni-


dade, é que um jovem morre. Todos os jovens estão presen-
tes no funeral e Edward prega sobre a vida eterna, sobre o

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chamado do Senhor e ele prega bem intensamente.

Este ponto é um arco, pois os jovens começam a fazer


reuniões de oração nas casas voluntariamente. Até que uma
moça, de comportamento duvidoso, vai até o gabinete de
Edwards e confessa seus pecados, também de forma volun-
tária. Então começam a se formar filas de jovens na porta
do gabinete dele para fazerem suas confissões. George
Whitefield e John Wesley eram pregadores itinerantes, mas
Edwards é um exemplo de igreja local que era tão avivalista
quanto os outros.

Também havia pessoas que eram contra o avivamento.


Houve até uma briga entre dois grupos denominados como
velhas luzes e novas luzes. Os novas luzes eram a favor do
avivamento e Edwards vai se posicionar junto a este grupo,
e os velhas luzes vão dizer que o avivamento era somente
emoção, entusiasmo e exagero.

Quando o avivamento acabou, Edward percebeu que na


igreja tinham pessoas que viveram o mover mas provaram
não serem convertidas quando o mover passou, então ele
decide analisar o mover do Espírito, analisar a ação sobre-
natural do Espírito Santo. Não analisar a espiritualidade,
então ele escreve o livro Afeições Religiosas.

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Esse livro vai falar sobre 12 sinais confiáveis e não confi-
áveis à verdadeira obra do Espírito Santo. Ele se tornou
um exemplo de muito equilíbrio para considerar os erros.
Como já dissemos, quando o avivamento vem não é tudo
perfeito. Mas há frutos que são verdadeiro e permanecem
por muito tempo.

Não podemos ter uma visão romântica do avivamento, pois


quando vier no nosso tempo e tivermos dificuldades não
podemos achar que não é de Deus.

O SEGUNDA GRANDE DESPERTAMENTO

Este Segundo Grande Despertamento, ou Avivamento de


1800, vai acontecer mais no interior dos Estados Unidos e
também nas universidades.

O neto do Jonathan Edwards é o reitor de uma faculdade e


nessa faculdade veremos um despertamento entre os jo-
vens, também por causa da pregação do evangelho. Vários
jovens se reúnem em grupos, começam a confessar seus
pecados e a gente vai ver o nascimento de sociedades mis-
sionárias entre jovens universitários nos Estados Unidos.

Também, entre congregações e pastores presbiterianos,


começaram a se organizar eventos para as pessoas irem. Vá-

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rias pessoas, centenas de pessoas iam nesses cultos e esses
cultos não terminavam, então elas realmente acampavam.
Assim surgiram os acampamentos e retiros espirituais.

Nestes eventos havia muita ação do Espírito Santo, muitas


manifestações. Vemos muitos pastores metodistas, presbite-
rianos e batistas envolvidos nesse avivamento, que começou
com reuniões de pequenas igrejas e depois foi se transfor-
maram nesses eventos.

Eventos cheios do mover de Deus, cheios de pregação e a


gente vê um número grande de arrependimentos e pessoas
convertidas. Porém, como nenhum avivamento é perfeito,
nesse segundo grande despertamento vemos uma crítica
muito forte à teologia e uma ênfase muito forte nas emo-
ções, criticavam a estrutura das igrejas, as hierarquias.

Mesmo com essa de que “a teologia esfria o crente”, vemos


muitos frutos: as conferências, eventos, acampamentos
onde Deus move, pessoas convertem, a palavra é pregada,
tem muito a ver com esse período aqui.

Finalizamos por aqui este terceiro bloco e no próximo


vamos falar sobre os avivamentos ainda mais recentes:
Avivamento de Gales, Azusa, Jesus Movement, Pensacola e
Toronto.

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O SÉCULO DE ESPÍRITO SANTO

Entramos agora no século 20, conhecido como o Século do


Espírito Santo. Neste período temos a ênfase no mover do
Espírito: os dons, o poder, a cura, os milagres, enfim, va-
mos ver vários movimentos diferentes.

Conforme estudamos, conseguiremos ver a conexão, que o


Espírito Santo faz de uma maneira soberana, de um movi-
mento com o outro. Para explicar esses acontecimentos do
século 20, gostaríamos de indicar o livro “A Igreja do Sécu-
lo XX que não foi contada”, de John Walker. Esse livro faz
duas coisas importantes: análise profética e análise crítica
dos movimentos.

O PAÍS DE GALES

Gales fica no sudoeste da Grã-Bretanha e faz parte do Rei-


no Unido. É um país bem pequeno, mas é onde acontece
um avivamento muito bonito. Evan Roberts, embora muito
jovem, tinha muita fome e sede por Deus e clamava por um
avivamento.

Ele foi um facilitador desse mover, mas não era o líder que
aparecia, ele fazia muita questão de não aparecer. Várias
igrejas, várias congregações estavam recebendo a visitação

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do Senhor, nas reuniões não havia música, nem pregação.
Somente a presença de Deus densa, gerando arrependimen-
to, quebrantamento das pessoas.

Os ministros não interferiam no mover, onde adolescentes


muitas vezes eram aqueles que se levantavam no meio da
congregação, davam testemunhos e pregavam.

O que Deus fez em Gales em um ano é possivelmente um


dos dos moveres mais exponenciais, antes do avivamento
houve essa questão da intercessão, desse desejo pela nação.
O amor pela nação de ver Deus tocando também precisa
estar em nosso coração, precisamos ser despertados para
isso.

Será que Deus pode tocar a nossa nação? Será que Deus
pode tocar nossa cidade? O que Deus pode fazer? Antes
do avivamento Deus sempre levanta intercessores, também
sempre levanta jovens, pois Ele pensa nos líderes da próxi-
ma geração.

O avivamento de Gales não aconteceu apenas uma congre-


gação, mas tocou toda a nação, mesmo o país sendo peque-
no, ali havia várias congregações.

Evan Roberts tinha uma pregação bem específica, havia

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quatro coisas que ele sempre falava: confesse todo o pecado
conhecido e receba o perdão através de Jesus Cristo, remo-
va qualquer coisa em sua vida sobre a qual tenha dúvidas ou
se sinta inseguro, esteja pronto a obedecer ao Espírito San-
to imediatamente e confesse publicamente o Senhor Jesus
Cristo. Uma mensagem simples.

Os relatos sobre esse mover em Gales são muito interessan-


tes. Começa no culto, às vezes tinha e às vezes não tinha
pregação, as pessoas não sabiam quem ia pregar ou quem
ia cantar, mesmo assim os cultos eram sempre lotados. As
pessoas ficavam até tarde no culto, mesmo precisando tra-
balhar bem cedo no dia seguinte. Tudo isso afetou a cidade
a ponto de não haver mais crimes.

Evan Roberts sofreu muito por causa desse avivamento,


ele gastava muitas horas orando e dormir certa de 2 horas
por noite. Ele agonizava por causa do peso da intercessão a
ponto de ter um esgotamento, mais conhecido nos dias de
hoje como um burnout. Ele precisou parar o ministério e
então o mover foi parando também. Anos depois ele voltou
a ministrar mas não aconteceu nada.

Mesmo com este fim, um tanto triste, cremos que o que


Deus fez no início foi muito glorioso e existe esperança de
que Deus vai continuar fazendo.

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A RUA AZUSA

É impossível não falar de Azusa, porque foi algo que tocou


o mundo inteiro. O Movimento Pentecostal é fruto desse
avivamento, normalmente esse movimento é ignorado e
quando é lembrado, é mencionado de forma negativa.

Mesmo que haja uma discordância, esse movimento tem


muitos pontos positivos. Isso é inegável. Várias denomina-
ções, que tentaram evangelizar o mundo, não conseguiram
fazer nem metade do que o pentecostalismo fez. O alcance
das nações é uma prova irrefutável de que era a obra de
Deus.

O galpão alugado na rua Azusa foi o palco desse avivamen-


to, mas não foi ali que tudo começou. Na verdade, começa
uns 4 ou 5 anos antes numa escola, a Escola Bíblica Betel.
Charles Parham era o líder.

A ênfase desse período era a pessoa do Espírito Santo e


seus dons. Já que, como não se pregava sobre esse tema,
as manifestações acabaram por diminuir na igreja. Charles
Parham funda esta escola e ele passa um trabalho para os
alunos com a seguinte pergunta: “Qual é a evidência do
batismo no Espírito Santo? Leiam na Bíblia.” Eles se depa-
ram com a questão do falar em outras línguas. Esses alunos

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começam a orar nessa escola pedindo para viver essa expe-
riência, uma menina pede que Charles Parham ore por ela
com imposição de mãos e ela recebe o dom de línguas. Ela
fala chinês por 3 dias, seu nome era Agnes Osman, conside-
rada a primeira pentecostal a falar em línguas no século 20.
William Seymour, que era negro e cego de um olho, pede
pra estudar nessa escola, mas por causa da segregação racial
ele acaba assistindo no corredor, pela janela. Mais tarde esse
rapaz fica conhecido como um dos líderes do avivamento
na rua Azusa. Ele vai pregar numa igreja e é expulso de lá,
pois ele fala sobre o batismo no Espírito Santo.

Então eles começam a se reunir numa casa para orar e as


pessoas são batizadas no Espírito Santo com línguas, até
mesmo pessoas que estavam na rua começavam a ir para
perto da casa sentindo alguma coisa, vizinhos ligaram para
o bombeiro achando que estava pegando fogo, porque tive-
ram visão com fogo ali.

Por causa da lotação eles procuram um outro lugar para as


reuniões, então alugam um galpão na rua Azusa, que antes
de ser o galpão era uma igreja metodista. O ambiente
era muito aberto para todo mundo se manifestar, e alguns
charlatões iam lá para divulgar suas ideias e heresias, eles
não interferiam.

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Esses falsos mestres não conseguiam pregar, houve casos
de ficarem tontos, caírem no chão, perderem as palavras,
alguns até foram tocados, revestidos, convertidos e depois
tornaram pregadores evangelistas.

Esses avivamentos tocavam a cidade, chamavam tanta


atenção que saía nos jornais. A fé pentecostal tocou diver-
sos países, a fundação das Igrejas Assembléia de Deus é um
fruto deste movimento.

MOVIMENTOS IMPORTANTES

Vamos falar um pouquinho sobre alguns movimentos que


não são necessariamente avivamentos, mas são movimentos
importantes. O Chuva Serôdia aconteceu no Canadá, eles
recebem uma visitação do Espírito Santo muito forte numa
escola.

A característica mais forte deste movimento é que, apesar


de Agnus Osmo ter pedido a imposição de mãos, essa
prática não era algo comum. Eles tornaram a imposição
de mãos comum e era assim que normalmente recebiam
o batismo do Espírito Santo. Nesse processo eles também
começaram a experimentar outros dons do Espírito Santo.
Em Azusa a ênfase maior era o falar em línguas, no Chu-
va Serôdia vamos ter uma ênfase maior em todos os dons.

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Eles começaram a estudar em 1 Coríntios a questão dos
dons do Espírito Santo, depois acabaram estudando Efésios
4.11, então começaram a falar sobre os cinco ministérios.
O nome “Chuva Serôdia” vem de um entendimento deles
sobre as últimas chuvas temporã, que é uma chuva de
preparação para a última colheita. Eles entendiam que esse
mover de Deus seria o último derramamento antes da volta
de Jesus para preparar a igreja.

A visão do sobrenatural e da escatologia era tão forte que


eles começaram a abraçar intensamente essa visão de um
poderoso avivamento antes da volta de Jesus, e isso está
correto, o problema disso é que a visão do avivamento
estava sobreposta pela visão dispensacionalista onde eles
criaram uma doutrina que falava do fim do movimento de
algum tipo de maturidade que algumas pessoas iriam entrar.
Essas pessoas iriam se tornar mais elevadas do que as
outras.

Então eles criaram a doutrina da manifestação dos filhos


de Deus, onde eles iriam entrar num estado de impecabili-
dade, iriam manifestar o reino adiantadamente e, por fim,
eles começaram a ter um novo tipo de batismo nas águas
chamado de batismo para a imortalidade, ou seja, as pessoas
não iriam mais morrer.

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Eles não tinham parâmetros, foram desbravadores. Muitas
vezes essas pessoas estavam sozinhas, tentando descobrir
algo, tateando no escuro. Precisamos olhar com humildade
e discernimento e reter o que é bom.

Outro movimento muito importante é o Cura Divina,


onde vemos Deus levantando evangelistas com dons de
curar. Hoje é até bem comum orarmos por cura, mas na-
quela época não era.

É um período muito forte de campanhas evangelistas e


eventos em tendas. Multidões iam a esses eventos, se con-
vertiam e eram curadas. Vemos essas questões dos dons do
espírito fluindo, não só questão de cura mas também de
palavras de conhecimento e palavras proféticas, um mover
muito bonito.

Nossa visão é que Deus quer curar, mas que também nem
todos serão curados. Não é uma fórmula, nem toda a doen-
ça é do diabo, mas soberania de Deus.

Infelizmente, vários desses evangelistas caem em pecado de


heresia ou em questão de imoralidade, em várias áreas. Mas
há uma profecia, sobre uma nova geração que iria se levan-
tar num poder do Espírito Santo e que não seriam pessoas
famosas ou pessoas isoladas.

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John Walker tem uma visão muito interessante sobre isso.
Essa visão diz que Deus não quer usar um homem famoso
com um super dom de cura, Deus quer usar toda a igreja,
não é algo só pra alguns, é para todos.

TORONTO E PENSACOLA

Na África do Sul, um rapaz chamado Rodney começa a orar


e pedir por uma visitação de Deus porque ele queria pregar
o evangelho. Ele estava orando de joelhos na plataforma da
igreja, da capela e ele sente como se tivessem jogado gasoli-
na nele e ouve um barulho de um fósforo riscando e jogan-
do no corpo dele. Ele começou a pegar fogo. Mas aquilo
era uma visão.

Depois, durante o culto naquela igreja, ele prega e uma


manifestação do poder do Espírito Santo tremenda aconte-
ce ali. Quando termina, o Senhor diz pra ele, “Isso que
aconteceu voltará a acontecer quando você for mais velho.

Eu quero que você se prepare pra isso.” Ele se preparou


por anos estudando a bíblia e fazendo seminário. Quando
ele estava mais velho, um rapaz chamado Howard Brown
vai para os Estados Unidos e começa a ministrar algumas
pessoas e o poder do Espírito Santo é impressionante.
Um jovem chamado Randy recebe o poder do Espírito San-

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to e um tempo depois vai ministrar numa Igreja Vineyard,
em Toronto, no Canadá. Ele começa a orar pelas pessoas,
a ministrar e manifestações muito estranhas começaram
a acontecer. Primeiro as pessoas começaram a rir intensa-
mente, elas caem no chão rindo. Eles sentiam que haviam
recebido a bênção de Toronto.

Toronto se tornou semelhante a Azusa, um lugar onde as


pessoas do mundo inteiro começaram a visitar. Essas mani-
festações do Espírito que aconteciam proporcionavam uma
revelação do amor de Deus, cura nas emoções, abandono
de vícios, etc.. Um dia de repente as pessoas começaram a
jogar maços de cigarro na plataforma, saquinhos de maco-
nha, seringas, cocaína, eles começaram a jogar tudo fora.

Ninguém da igreja estava com drogas, mas as pessoas na


rua começaram a entrar, os cultos não paravam. Isso acon-
tecia em Toronto, Pensacola e em vários outros lugares do
mundo.

Pensacola era diferente de Toronto. Em Toronto tinha esse


elemento da cura, em Pensacola era o elemento de quebran-
tamento e conversão de almas. Esse período nos afetou
diretamente, pois homens como Dan Duque, que era men-
tor do David Quinlan, Pastor Cirilo e vários outros irmãos,
vinham sempre ao Brasil para ministrar.

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MOVIMENTO CARISMÁTICO

O movimento carismático não foi assim necessariamente


um avivamento, mas uma uma renovação, um derramar do
Espírito em Igrejas consideradas tradicionais e históricas.
Vemos igrejas tradicionais, igrejas históricas tendo a experi-
ência com a questão dos dons e do enchimento do Espírito
Santo.

Pastores presbiterianos, episcopais, menonitas, luteranos e


até mesmo na igreja católica e ortodoxa grega. Vemos essas
pessoas tendo a experiência do falar em línguas, sendo toca-
das pelo Espírito Santo, cultos diferentes, evangelismo e
pessoas se convertendo.

Nós somos herdeiros do movimento carismático, o caris-


mático é diferente do pentecostal, pois vai entender que o
falar em línguas não é única evidência de batismo no Espí-
rito Santo.

Entendemos que o batismo acontece no momento da con-


versão e o enchimento do Espírito acontece várias vezes na
jornada cristã. Nós desejamos que você tenha esperança de
que Deus pode fazer de novo na sua geração.

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JESUS MOVEMENT

O Jesus Movement aconteceu na década de 70, quando as


comunidades hippies eram muito comuns. Toda a questão
do amor livre, a volta às religiões orientais, uso de drogas,
espiritualismo, etc.

Acontece nos Estados Unidos, em Los Angeles e na Cali-


fórnia. Temos conversões em massa de jovens hippies.
Jovens dependentes químicos se convertendo para Jesus
e sendo batizados na praia. Deus usava esses hippies no
poder do Espírito Santo, eles invadiam as igrejas e ao mes-
mo tempo eles tinham as casas, as repúblicas. Eles criaram
algumas cafeterias onde recebiam as pessoas e pregavam o
evangelho.

Vários desses hippies que se converteram, se tornaram


evangelistas de rua, líderes da JOCUM Mundial e líderes
nas igrejas ao redor do mundo.

Foi um movimento que gerou muitos desconfortos na épo-


ca, porque esses jovens se converteram mas não abandona-
ram as roupas, não abandonaram o estilo, a barba, a música.
Mas, eles trocaram as drogas pelo mover do Espírito, eles
não ficaram menos loucos, mas ficaram santos, super inten-
sos e apaixonados. Todo aquele amor livre foi canalizado no

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amor por Jesus e no amor pelo perdido.

O próprio Billy Graham, evangelista muito respeitado, ana-


lisou o Jesus Movement, ou Jesus Freak (Loucos por Jesus),
como um movimento de Deus, uma ação do Espírito Santo
porque havia conversão e arrependimento de pecado.
Esse movimento nos inspira, principalmente nessa nossa
geração tão louca e tão ímpia. Todo esse movimento
LGBT, aborto e feminismo. Isso nos dá esperança de que,
assim como foi com os hippies, o mover tão forte do Espí-
rito Santo pode fazer de novo na nossa geração. Porque Ele
é o mesmo Deus.

CONCLUSÃO

Esse estudo tem o objetivo de trazer esperança para o


seu coração, de que Deus pode fazer de novo. Ao mesmo
tempo, para que você possa discernir o que o Senhor está
fazendo na sua geração.

Ele faz de novo, mas Ele também faz algo específico em


cada geração. Não devemos ter saudosismo, mas devemos
ter esperança de que nós somos herdeiros de um legado
e todos esses moveres que aconteceram eles restauraram
verdades e experiências bíblicas que podem ser vividas hoje.
Não precisamos esperar para entrar naquilo que Deus já

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restaurou por meio desses movimentos, você pode clamar
como sendo sua herança e ao mesmo tempo pedir a Deus
para fazer algo novo na sua geração.

Existe uma metáfora que fala a respeito de cavar poços,


fazendo referência a história de Isaque desentulhando os
poços de Abraão.

Isso simboliza os poços de avivamento do passado, ou seja,


a geração passada lutou para buscar algo novo do mover do
Espírito Santo. O tempo passa e as pessoas esquecem do
que Deus fez, é como se entulhassem os poços. As pessoas
param de crer naquilo que Deus fez.

Então a primeira coisa que a gente deve fazer é desentulhar


os poços, clamar pela herança, lembrar do que foi esqueci-
do. Ter um coração como a Bíblia ensina a honrar o passa-
do, honrar os pais do avivamento.

Ao mesmo tempo, precisamos ter disposição de ir além


daquilo que já conhecemos. Se agirmos dessa forma, vamos
conseguir ser um tipo saudável, uma igreja saudável, para
receber mais da presença de Deus.

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