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Os Rudimento da Doutrina de Cristo


2.1. Introdução

Quando falamos em doutrina, qual é a primeira ideia que nos vem à mente quando se trata de Igreja?
Certamente uma das primeiras coisas que pensamos ao ouvir a palavra doutrina são os costumes de uma
determinada igreja, como a forma de vestimenta por exemplo, esses tipos de ensinamentos são doutrina, mas
não são as doutrinas de Cristo e sim as doutrinas da igreja local, ou seja, da denominação, que podem variar
de igreja para igreja. Em uma determinada denominação é permitido a mulher ir com calça para a igreja, em
outra é permitido a mulher usar calça em casa mas não pode ir á igreja com esse tipo de vestimenta e em
outras mais radicais a mulher não pode usar calça sob nenhuma circunstância, um outro exemplo é o homem
para pregar a Palavra no altar, em alguns denominações ele só pode pegar de terno e com gravata, em outras
é permitido pregar sem gravata mas com roupa social, já em outras é permitido pregar tanto de social quanto
de esporte. Esses pontos e alguns outros são doutrinas, mas não são as doutrinas de Cristo, são conhecidos
por muitos com o Usos e Costumes.

2.2. O que é Doutrina

Antes de entendermos quais são os Rudimentos da doutrina de Cristo, precisamos saber o que é uma
doutrina. Segundo o dicionário Doutrina é um substantivo feminino que tem várias definições uma delas é que
doutrina é um conjunto de princípios em que se fundamenta um sistema religioso, político ou filosófico;
ideologia, sistema, teoria ou dogma.

Doutrina é definida como um conjunto de princípios que servem de base a um sistema, que pode ser literário,
filosófico, político e religioso. Doutrina também pode ser uma fonte do direito.

Doutrina é um outro termo que está sempre relacionado à disciplina, a qualquer coisa que seja objeto de
ensino, e pode ser propagada de várias maneiras, através de pregações, opinião de pessoas conhecidas,
ensinamentos, textos de obras, e até mesmo através da catequese, como uma forma de doutrina da Igreja
Católica.

Doutrina também está presente nas ciências jurídicas, onde também é chamada de direito científico, que são
estudos desenvolvidos por juristas, com o objetivo de compreender os tópicos relativos ao Direito, como
normas e institutos.

2.3. As Doutrinas de Cristo

Jesus Cristo nos deixou um conjunto de princípios que serve como base para a vida de um discípulo e esses
princípios foram relacionados como rudimentos da doutrina de Cristo (ARA) ou em outras versões, como
ensinamentos básicos (NVT).

As doutrinas Rudimentares de Cristo são os ensinamentos básicos e fáceis de aprender, que todo discípulo de
cristo que deseja ter uma vida bem fundamentada na Palavra de Deus. No início do capitulo 6 de Hebreus, o

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autor nos convida a deixarmos os Rudimentos da Doutrina para prosseguirmos até à perfeição em Cristo (Cl
1:28).

O Autor de Hebreus lista 6 doutrinas rudimentares dos ensinamentos da Palavra de Deus, como algo básico na
vida cristã, considerando como algo que devemos aprender a praticar na primeira infância espiritual, ou seja,
no Primeiro Amor e classificando-as como leite e não alimento sólido e ainda fazendo um apelo ao
crescimento espiritual, devido a negligencia dos Hebreus quanto aos princípios fundamentais da Palavra de
Deus, as doutrinas são:

1. Arrependimento das Obras mortas.


2. Fé em Deus.
3. Doutrina dos batismos
4. Imposição das mãos
5. Ressurreição dos mortos
6. Juízo Eterno

2.4. Arrependimento das obras mortas

Para termos um melhor entendimento sobre a doutrina do Arrependimento das obras mortas, precisamos
primeiro compreender que a palavra usada como arrependimento em Hebreus é uma tradução do termo
grego Μετανοια(Metanoia) que a sua formação é Μετα + νοια
Μετα: significa mudança.
νοια = significa mente.
Devemos ter sempre em mente que o conceito de conversão que Novo Testamento emprega se utiliza da
palavra Metanoia.
Arrependimento é mudança de vida, é uma atitude tomada para muda a nossa mente, é uma mudança de 180
graus nas nossas trajetórias, ou simplesmente “dar meia volta” (Mt 3:2)
Obras mortas é tudo aquilo que produz morte, são atos ou ações que a pessoa pratica por meio da carne. São
feitos da pessoa que não produzem vida, mas morte, essas “obras mortas” são denominadas na Bíblia como
obras da carne, feitos do corpo ou simplesmente pecado (Rm 8:3,6,13 - Gl 5:19,20)
Um cristão verdadeiramente maduro entende que é o seu dever deixar o pecado, ou seja, as obras mortas, e
sabe perfeitamente que aquele que é nascido de novo não pode viver na pratica do pecado (Rm 6:1 - 2 Cor
5:16,17)

2.5. Fé em Deus

Um dos assuntos mais importantes e complexos na vida de um discípulo de Cristo é a Fé, muito se ouve falar
sobre esse tema hoje em dia. Até a Bíblia trata a Fé de várias maneiras, Como um dom de Cristo (I Co 12:9),
uma parte do Fruto do Espírito (Gl 5:22), uma parte da armadura de Deus (Ef 6:16), uma das doutrinas básicas
de Cristo (Hb 6:1), Mas qual é a definição da Fé?

A Palavra Fé origina-se do Latim fides, fidelidade e do Grego πίστη pistia, que é a firme opinião de que algo é
verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que
depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão.

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E a Bíblia qual como define a Fé? É o que veremos.

2.5.1. O Fundamento

A bíblia não trata a fé como um simples sentimento, algo passageiro ou até mesmo uma simples oposição à
dúvida. A fé é “O firme fundamento das coisas que se esperam e prova das coisas de que não se veem” (Hb
11:1), ela é necessária para nos achegarmos a Deus. O Senhor nos compara a um edifício (I Co 3:9; Ef 2:21,22)
e nesse edifício a coluna principal que sustenta todo o resto é a nossa fé, para termos uma vida espiritual
saudável é necessário ter fé, caso contrário não conseguiremos agradar a Deus (Hb 11:6)

2.5.2. O dom da Fé

Deus está restaurando seu Reino aqui na Terra (At 1:6), e nos enviou para sermos as pessoas responsáveis por
essa restauração. Nós somos representantes de Jesus Cristo afim de reconciliarmos o mundo com Deus (II Cor
5:18-20), e esse não é um trabalho fácil, ciente disso o senhor nos deu talentos, ou dons para estramos
capacitados a realizarmos a nossa missão aqui na terra.

Dom é um presente que o Senhor nos deu, uma dádiva que recebemos mesmo sem pedirmos ou merecermos,
que tem por objetivo capacitar-nos de forma Natural ou sobrenatural para crescermos espiritualmente,
aperfeiçoando assim o Corpo de Cristo e um desse dons que recebemos é o dom da Fé.

A fé como um dom nos dá a capacidade de crermos em coisas que aos olhos humanos parecem impossíveis e
que poucos acreditam (I Cor 13:2)

A fé está incluída na lista de dons espirituais que Paulo cita em I Cor 12:9 e não é dado a todos. Quando o
Senhor nos concede o dom da Fé, cremos de uma maneira tão sobrenatural as coisas parecem acontecer de
acordo com as nossa Fé.

2.5.3. Tipos de Fé

Existem dois tipos de fé a Natural e a espiritual.

A fé natural é baseada nas condições dos sentidos naturais como no exemplo de Tomé que precisava ver as
marcas da crucificação no corpo de Jesus para crer que ele havia mesmo ressuscitado (Jo 20:5) ou o povo de
Israel pouco antes de serem dominados pelos Babilônicos que confiaram nas alianças que tinham com outras
nações e na força do seu próprio poder para lutarem contra a Babilônia (Jr 17:5).

A fé espiritual é baseada no mistério de Deus, na confiança que temos de que Ele trabalha em favor dos que
nele esperam (Is 64:4).

Essa é a fé que Deus espera de nós, é a fé que o agrada (Hb 11:6), frima-se na Palavra de Deus e nas suas
Promessas (Jo 14:23). A Fé Espiritual abre as portas da intimidade com Deus

Precisa ser exercitada para que possa crescer. Se não ela morre !!

Tg 2.26 - Porque assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras (sem ação) é
morta.

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2.6. Doutrina dos Batismos

Quando nós falamos em batismo, geralmente falamos no singular, mas, podemos observar com muita clareza
que na carta aos Hebreus, a terceira doutrina elementar se trata de batismos e não batismo. No caso de usar a
palavra batismo a ideia seria apenas um tipo de batismo, quando ele diz batismos ele está falando no plural,
trazendo a ideia de que a doutrina de Cristo é composta por mais de um batismo.

O baptismo é uma palavra que provém do grego que significa Baptisom que quer dizer afundar ou imergir.

Encontramos dois tipos de batismo na doutrina de Cristo:

2.6.1. Batismo nas águas

O batismo nas águas é um símbolo público que testemunha o arrependimento das obras mortas, ou seja, é
uma doutrina básica que testifica as outras duas.

O batismo nas águas é o nascer de novo que Jesus fala para Nicodemus (Jo 3:3-5), é a morte do velhos homem
carnal e o nascimento do novo homem espiritual (Ef 4:22-24).

O batismo nas águas é um símbolo que nos remete à morte e ressurreição de Cristo e simboliza também a
nossa morte e ressurreição. Quando somos batizados somos mergulhados(imergidos) nas águas e esse ato de
imersão simboliza o sepultamento do velho homem, indicando que morremos para o pecado e simboliza ainda
a nossa identificação com a morte de Cristo. Já o ato de ser retirado das águas (emergir) simboliza que fomos
ressuscitados para servir a Deus, por meio de Cristo. Simboliza, ainda, nossa identificação com a ressurreição
de Cristo. (Rm 6:4)

✓ O Batismo nas águas é uma ordenada e não uma opção (Mc 16:15,16)
✓ É a garantia de uma consciência pura para com Deus (1Pe 3.21).
✓ Porque o próprio Jesus foi batizado (Mt3.13-17).
✓ É um tipo de circuncisão (Cl2.11,12).

2.6.2. Batismo no Espirito Santo

O Batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder, que nos habilita a sermos testemunhas do
evangelho de Jesus Cristo por onde quer que andemos e nos capacita para termos uma vida bem sucedida em
Deus

Porque devemos buscar o Batismo no Espírito Santo

✓ O Batismo no Espirito Santo é uma promessa do Pai (Jl 2:28,29 ; Lc 24:49)


✓ Nos enche de poder, autoridade e coragem para testemunhar (At1.8;2.14;4.31-33).
✓ Traz revelação e gera mais amor para com a palavra de Deus (Jo16.13; 1Co2.9-16)
✓ Nos capacita para cumprirmos o chamado de Deus (At1.8).

Uma observação que devemos fazer é que no dia do cumprimento da promessa os discípulos não receberam o
Espírito Santo, pois eles já tinham recebido antes. Após a ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos e soprou
o Espírito Santo sobre eles e ministrou o Espírito Santo (Jo 20:22)
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O revestimento de pode é para quem já tem o poder. O Batismo no Espírito Santo é para quem já tem o
Espirito Santo.

2.7. Doutrina imposição de mãos

A imposição de mãos é um dos seis princípios fundamentais da doutrina de Cristo. A pratica da imposição das
mãos pode ser observada em toda a Bíblia, com múltiplas finalidades tanto no Antigo Testamento como no
Novo Testamento.

No Antigo testamento:

✓ Na Consagração de Ofertas e Holocaustos (Ex 29:10,15 ; Lv 1:4; 3:2; 4:15).


✓ Na transmissão de dons (Dt 34:9; Nm 27:18-23)
✓ Para Abençoar (Gn 48:14,15 ; Lv 9:22)

No Novo Testamento:

✓ Na Separação para o Ministério (At 13:2,3)


✓ Para conceder dons (1 Tm 4:14; 2 Tm 1:6)
✓ Para batismo no Espírito Santo (At 8:17; 19:6)
✓ Para cura (Mc 6:5; 8: 22-25; 16:17,18; At 28:8)

Hoje muitas igrejas praticam a imposição de mãos até um certo ponto. A prática mais comum é a imposição de
mãos sobre aqueles que estão sendo ordenados e separados para o ministério.

2.8. Doutrina ressurreição dos mortos

A doutrina da Ressurreição dos mortos é o ensino acerca da ressurreição para a eternidade tanto de justos
como de injustos, os Justos para a vida eterna e os injustos para condenação eterna.

A Ressurreição dos mortos é dividida em duas partes, ou seja, não serão todos os mortos ressuscitados de uma
única vez. Existe uma ordem na ressurreição dos mortos e essa ordem é dividida em:

Primeira Ressurreição: pode ser chamada de ressurreição para a vida eterna, ressurreição para a vida ou
ressurreição do justo.

Segunda Ressurreição: pode ser chamada de ressurreição para vergonha e horror eterno, ressurreição do juízo
ou ressurreição de injustos. (Dn 12:2; Jo 5:28; At 24:15)

2.8.1. A Primeira ressurreição

Em Apocalipse 20 João cita a Primeira Ressurreição como uma Bem-aventurança dizendo que a segunda morte
não tem autoridade sobre quem provou da Primeira Ressurreição (Ap 20:6). Paulo lançou a base da doutrina
da ressurreição para a vida em 1 Coríntios e ficou evidente uma ordem na ressurreição dos jutos (1 Cor 15:20).

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Quando Paulo diz primeiro Cristo e depois, os que são de Cristo, na sua vinda. Podemos entender que até hoje,
ninguém provou da ressurreição para vida a não ser Jesus, e que depois dele a próxima ressurreição para a
vida será da Igreja.

2.8.2. A Segunda Ressurreição

É a ressurreição de todos os que morreram sem salvação. Ela é chamada de ressurreição dos injustos,
ressurreição para vergonha e horror eterno ou ressurreição do juízo.

Hoje, o espírito de todo aquele que morreu sem salvação, encontra-se em um lugar intermediário dos mortos.
Depois do reino milenar de Cristo todos eles serão ressuscitados, ou seja, voltaram paras os seus corpos para
receberem a sentença eterna de acordo com tudo que fez por meio do corpo, por isso é chamada de
ressurreição do juízo. Não apenas o espírito, mas também o corpo ressuscitado vai para o lago de fogo e
enxofre (Ap 20:12).

2.9. Doutrina do Juízo eterno

O último rudimento da doutrina de é o Juízo eterno, Palavra de Deus apresentar o Senhor como o juiz de toda
a terra (Sl 96:13; Jd 1:14,15). Esse juízo será executado por meio de Jesus Cristo (At 17:31)

Esse juízo é chamado de Juízo Eterno porque jamais haverá qualquer mudança nas decisões tomadas naquele
dia, será um julgamento definitivo para a terra.

Assim como existe uma ordem na ressurreição dos mortos, podemos observar uma ordem no Juízo Eterno,
existem vários Juízos citados na Bíblia, mas vamos nos reter em apenas dois

2.9.1. O tribunal de Cristo

Esse é o primeiro Juízo que está por vir e será o da casa de Deus, o tempo exato não está expresso claramente
nas escrituras, mas, sabemos que ele seguirá algum momento depois do arrebatamento da Igreja (1 Pe 4:17 ).
No tribunal da casa de Deus todos os cristãos se apresentarão diante do trono de Deus para prestarem contas
de suas vidas aqui na terra. (2 Cor 5:10). Precisamos entender que o juízo da casa de Deus não será um
julgamento dos pecados do crente, pois estes já estão pagos e não serão mais lembrados, nem são imputados
aos que creem em Cristo. (Jo 5:24)

2.9.2. O Grande trono Branco

Esse será o último juízo e será onde os ímpios será jugado pelas suas obras, esse é um juízo para condenação
(Ap 20:11).

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