Lição 1

A NATUREZA DO
ESPÍRITO SANTO

Desde o dia de Pentecostes, o Espírito Santo tem exercido na terra

uma atividade fora do comum, especialmente nas últimas décadas. Esta
gloriosa verdade é para nós muito significante, pois, além de testemunhar
acerca de nossa própria experiência, corresponde à nossa concepção, à
luz das profecias, de que a manifestação abundante do Espírito Santo é
um dos sinais distintos da iminente volta de Jesus.
A ação crescente do Espírito Santo em nossos dias evidencia a
importância do estudo a respeito da Terceira Pessoa da Trindade.
É uma necessidade imperiosa conhecermos não apenas a doutrina
do Espírito Santo, como também o que Ele pode e quer fazer em nós
e por nós. É igualmente pelo poder do Espírito Santo que a Igreja de
Cristo pode triunfar sobre os poderes satânicos. Por isso, convém-nos
conhecê-Lo em Sua plenitude. Isto conseguiremos através deste estudo,
acompanhado de muita oração.

16
Esboço da Lição

1. A Personalidade do Espírito Santo

2. A Deidade do Espírito Santo
3. Nomes do Espírito Santo
4. Símbolos do Espírito Santo
5. Símbolos do Espírito Santo (Cont.)
6. Símbolos do Espírito Santo (Cont.)
7. Símbolos do Espírito Santo (Cont.)

Objetivos da Lição

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Citar três referências bíblicas que comprovem a personali-
dade do Espírito Santo;
2. Mencionar dois atributos que provem a divindade do
Espírito Santo;
3. Relacionar três nomes do Espírito Santo indicados na Bíblia;
4. Explicar o significado do “fogo” e do “vento” como símbolos
do Espírito Santo;
5. Indicar um versículo no qual Cristo identifique a água como
um símbolo do Espírito Santo;
6. Apresentar três exemplos da aplicação simbólica do
óleo (azeite) como símbolo do Espírito Santo no Antigo
Testamento;
7. Descrever o que indica o selo como símbolo do Espírito
Santo em nosso relacionamento espiritual com Deus.

17

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA
DENTRO DA TRINDADE
Desde os primórdios do Cristianismo, a
Pessoa do Espírito Santo tem sofrido ata-
ques de ordem intelectual advindos de
vários seguimentos religiosos, ora negan-
do-lhe sua própria e distinta identidade
(como fazem os grupos unicistas, herdeiros
da grande heresia do terceiro século, o Sa-
belianismo), ora reduzindo-o apenas a uma
“força ativa de Deus” (como declaram os
grupos Unitarianos, dentre os quais se des-
taca a seita Testemunhas de Jeová).
Unicistas e Unitarianos estão de mãos
dadas com a heresia! A diferença é que
enquanto o primeiro grupo aceita a perso-
nalidade do Espírito Santo, mas nega-lhe a
distinção em relação ao Pai e ao Filho (ou
seja, Pai, Filho e Espírito Santo são a mesma
e única Pessoa divina, manifesta com três
rostos ou nomes distintos), o segundo gru-
po afirma que Jesus é distinto do Pai e não é
Deus, ainda que seja o Messias, e que o Espí-
rito Santo não existe como uma Pessoa, mas
apenas como “a eletricidade, uma força que
pode ser adaptada para realizar grande va-
riedade de operações”. É exatamente assim
que as Testemunhas de Jeová, possivelmen-
te maior grupo Unitariano no mundo hoje,
entendem o Espírito Santo, ou “espírito san-
to”, conforme escrevem, com iniciais minús-
culas, já que consideram que não se trata de
uma pessoa, nem de nome próprio.
Observa-se que, em ambos os casos, o
mistério da Trindade (ou Triunidade) é rejei-
tado e, portanto, faz-se violência a uma tão
cara doutrina para o Cristianismo bíblico e
ortodoxo, especialmente para nós, que so-
mos pentecostais trinitarianos, que cremos
na divindade e personalidade do Espírito
Santo, distinto do Pai e do Filho.
Em razão disso, deve o crente pente-
costal estudar atentamente a doutrina do
18
TEXTO 1 | A PERSONALIDADE
DO ESPÍRITO SANTO
Considerando o que a Bíblia expõe quanto à
personalidade do Espírito Santo, certificamo-nos de
que Ele não é simplesmente uma influência, como
alguns, erradamente, creem e ensinam. O Espírito
Santo é uma pessoa divina. É Ele quem distribui
as numerosas bênçãos e o poder que Deus pôs à
nossa disposição. Sejamos, pois, piedosa e sincera-
mente determinados, e esforcemo-nos por receber
e experimentar tudo o que o Espírito Santo torna
possível ao povo de Deus.
Passemos ao estudo das declarações bíblicas a
respeito da personalidade do Espírito Santo.
Título dado ao Espírito Santo: “Consolador”
Haveremos de compreender que este título,
Consolador, não pode ser atribuído a nenhuma
influência ou força impessoal e abstrata. Em 1
João 2.1, essa palavra é traduzida por advogado e
tem relação com Cristo. Em João 14.16, o Espírito
Santo é o outro Consolador, enviado pelo Pai para
substituir Cristo, uma pessoa divina.
Este outro Consolador viria para ministrar aos
discípulos, como Jesus fazia. Uma mera influência
impessoal não pode substituir uma pessoa, nem
desempenhar suas funções. Só o Espírito Santo, a
Terceira Pessoa da Trindade, poderia tomar o lugar
de Jesus, o Filho Eterno de Deus.
Unidade com o Pai, o Filho e os cristãos
A prova da unidade do Espírito Santo com
o Pai, com o Filho e com os cristãos encontra-se
na fórmula do batismo e na bênção apostólica
(Mt 28.19; 2 Co 13.13; 1 Jo 5.7). Na referência de
Coríntios, o apóstolo Paulo fala da comunhão do
Espírito Santo, da mesma forma que João a ela se
refere relativamente ao Pai e ao Filho (1 Jo 1.2).
Doutrina do Espírito Santo
 Notemos que na citada passagem de Mateus
lê-se: “em nome” e não “nos nomes”, significando
que todos os três são pessoas, igualmente. Seria
irrisório se lêssemos: “Batizando-os em nome do
Pai, do Filho e de uma influência.” (Mt 28.19),
ou: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor
de Deus e a comunhão de uma influência”! (2Co
13.13). Nada disto seria aceito por uma mente
sadia, uma consciência iluminada.
Em Atos 15.28, lemos: “... pareceu bem ao
Espírito Santo e a nós...”. Aqui vemos o poder de
decisão próprio de uma pessoa, e não de uma influência, qualquer seja ela.
Espírito Santo não só para conhecê-Lo e
desfrutar mais de Sua plenitude, mas tam-
bém para defender-se de heresias nefastas
que, através de canções, pregações, mídias
ou literatura, vêm sorrateiramente que-
rer desviar-nos da verdade do Evangelho.
Paulo já nos alertava contra esses “espíritos
enganadores” e “doutrinas de demônios”
(1 Tm 4.1). Aos que negam o Espírito, com-
batamos com a espada do Espírito, que é a
Palavra de Deus! (Ef 6.17).

Atributos e atividades pessoais inerentes ao Espírito Santo

Nos textos que passaremos a examinar, veremos que o Espírito Santo é

descrito de tal modo, que não pode haver dúvida alguma quanto à Sua perso-
nalidade. Leiamos todos, cuidadosamente, considerando os seguintes pontos:
1. O Espírito Santo possui atributos inerentes a uma
personalidade:
a) Pensa. O trecho bíblico faz menção à “... mente do
Espírito...” (Rm 8.27).
b) Tem vontade. O Espírito distribui os dons “... como
lhe apraz...” (1 Co 12.11).
c) Sente tristeza. “E não entristeçais o Espírito de
Deus...” (Ef 4.30).
2. O Espírito Santo exerce atividades de ordem pessoal:
a) Ele revela. “... homens falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21).
b) Ele ensina. “... vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26).
c) Ele dá testemunho de nossa filiação com Deus. “...
enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho,
que clama: Aba, Pai” (Gl 4.6).
d) Ele intercede. “... o mesmo Espírito intercede por
nós...” (Rm 8.26).

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 19

 e) Ele fala. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito
diz...” (Ap 2.7).
f) Ele comanda. “... impedidos pelo Espírito Santo de
pregar a palavra na Ásia...” (At 16.6).
g) Ele testifica de Jesus. “... o Espírito da verdade... dará
testemunho de mim” (Jo 15.26).
3. O Espírito Santo é suscetível de trato pessoal:
a) Alguém pode mentir perante Ele. “... para que
mentisses ao Espírito Santo...” (At 5.3).
b) Pode-se blasfemar contra Ele. “... a blasfêmia contra
o Espírito Santo não será perdoada” (Mt 12.31).

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___1.01 De acordo com a Bíblia, o Espírito Santo é simplesmente uma

influência.
___1.02 Como pessoa divina, o Espírito Santo distribui bênçãos e
poder.
___1.03 Como Consolador, o Espírito Santo viria para ministrar aos
discípulos, da mesma forma que Jesus fazia.
___1.04 O Espírito Santo, uma mera influência impessoal, assumiria
o lugar de Jesus, aqui na terra.
___1.05 É possível blasfemar contra o Espírito Santo.

20 Doutrina do Espírito Santo

TEXTO 2 | A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
As Escrituras claramente revelam ser o Espírito Santo uma pessoa
divina. Também o Espírito indica, Ele próprio, a Sua deidade e pessoa-
lidade, ao agir como Deus. Disto inteirar-nos-emos neste Texto.

Nome divino dado ao Espírito Santo

Na descrição do incidente que envolve o erro e a punição de

Ananias, em Atos, temos uma prova da deidade do Espírito Santo.
Leiamos, cuidadosamente, Atos 5.3,4. O que se observa neste texto?
No versículo 3, Pedro, falando a Ananias, acusou-o de haver mentido
“ao Espírito Santo” e, no versículo 4, diz que mentiu “a Deus”. Logo, o
Espírito Santo é Deus!

O Espírito Santo possui atributos divinos

Outra prova da deidade do Espírito Santo encontra-se nas quali-

dades ou atributos divinos que lhe são conferidos. Vejamos.
a) Eterno. Em Hebreus 9.14, há referência ao Espírito Santo
como “Espírito eterno”, e a eternidade é um dos atributos
de Deus.
b) Onipresente. No Salmo 139.7-10, observamos que o texto
destaca a onipresença do Espírito Santo. Davi exclama:
“Para onde me ausentarei do teu Espírito?”.
c) Onipotente. Lucas 1.35 mostra o Espírito Santo exercendo
a onipotência, que é um atributo divino.
d) Onisciente. Ter conhecimento infinito sobre todas as coisas
só é possível ao Ser divino. Esta verdade fundamental é
claramente ensinada em 1 Coríntios 2.10.

O Espírito Santo realiza trabalhos divinos

Nesta parte, notamos o poder criador do Espírito Santo.

Observemos.
1. Foi o Espírito Santo quem deu vida à criação (Gn 1.2).
2. É o Espírito Santo quem transforma os homens em novas
criaturas, por meio do novo nascimento (Jo 3.3-8).

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 21

 3. Foi o Espírito Santo quem levantou Cristo da morte,
mediante a ressurreição (Rm 8.11). A morte, que é o último
inimigo a ser destruído (1Co 15.26), nunca foi dominada,
a não ser pelo poder de Deus. Mais do que isto: o fato da
ressurreição de Cristo não é semelhante aos casos de ressur-
reição ocorridos no Antigo e no Novo Testamentos, em que
alguns mortos voltaram à vida, mas tornaram a morrer mais
adiante. A ressurreição de Cristo teve um caráter definitivo
e eterno. Ele mesmo disse: “Eis que estou vivo pelos séculos
dos séculos” (Ap 1.18). A ressurreição de Cristo encerra a
mesma natureza que terá a dos cristãos, em corpos incor-
ruptíveis, no dia do arrebatamento, também pela ação do
Espírito Divino (Rm 8.11).

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.
1.06 Prova irrefutável da deidade do Espírito Santo, encontramos em
___a) Atos 2.36.
___b) Atos 5.3,4.
___c) Atos 4.8.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

1.07 Hebreus 9.14 apresenta a referência ao Espírito Santo, como o

Espírito
___a) Onipotente.
___b) Onisciente.
___c) Eterno.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

1.08 Em transformando os homens em novas criaturas, o Espírito

Santo está confirmando que realiza
___a) trabalhos divinos.
___b) ação sensorial.
___c) ato de justiça.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

22 Doutrina do Espírito Santo

TEXTO 3 | NOMES DO ESPÍRITO SANTO
São diversos os nomes atribuídos ao Espírito
Santo, na Bíblia, que provam a Sua natureza
divina. A exiguidade de espaço, porém, não nos
permite mencionar todos. Comentaremos apenas
alguns de maior importância, relacionados ao nosso
estudo e altamente significativos.
Espírito de Deus (Gn 1.2; 1 Co 3.16)
Este título significa que o Espírito Santo tem
relação íntima com o Pai, no que concerne ao nosso
bem-estar espiritual e à nossa segurança. “Não
sabeis... que o Espírito de Deus habita em vós?”
(1 Co 3.16).
Espírito de Cristo (Rm 8.9)
A passagem diz: “...se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Este título
conferido à terceira pessoa da Trindade não signi-
fica que sejam dois Espíritos distintos, como alguns
têm pensado erroneamente, mas, que o Espírito é
dado em nome de Cristo, pois é enviado por Cristo.
Seu trabalho especial é o de glorificar o Filho de
Deus. Por esta razão, é chamado de Espírito de
Cristo (At 16.7).
O Espírito Santo (At 1.5)
Em algumas partes da Bíblia, o Espírito Santo
é chamado de o Espírito, como em 1 João 3.24 e 1
Coríntios 2.10. Entretanto, o nome que Lhe é dado
com mais frequência é Espírito Santo: “...
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo...”
(At. 1.5). A ênfase aqui recai sobre a santidade e,
portanto, o nome indica a Sua natureza santa.
O Espírito Santo, assim como o Pai e o Filho,
possui os atributos divinos; a Sua qualidade mais
gloriosa é a santidade. A designação “Santo” afirma
Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo
FILHOS POR ADOÇÃO
Em todo o Novo Testamento, apenas o
apóstolo Paulo refere-se a esta bendita
experiência, comum aos verdadeiros con-
vertidos: a adoção na família de Deus (Rm
8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5). Mas o que vem a
ser esta adoção (gr. huiothesia)?
Quando nos voltamos ao versículo que
é considerado “o coração da Bíblia”, isto é,
João 3.16, lemos que Deus enviou ao mun-
do seu único Filho, ou “Filho unigênito”. Se
Cristo é o único Filho, como podemos nós,
os crentes, nos considerarmos filhos de
Deus? Ou, ainda mais grave, como podem
os descrentes julgarem-se filhos de Deus
desde que nasceram? De fato, como está
escrito, todos nós éramos por natureza “fi-
lhos da ira” (Ef 2.3), e não filhos de Deus. E
isso devido à natureza pecaminosa que car-
regamos desde o ventre materno (Sl 51.5), e
que se manifesta desde a nossa meninice
(Gn 8.21). Quanto a Jesus, Ele é verdadeira-
mente o único Filho de Deus por natureza –
o único que partilha com o Pai da natureza
santa e divina desde a eternidade.
Como, então, podemos nos reconhecer
filhos de Deus? É que surge o conceito de
adoção que o apóstolo Paulo tinha em
mente. A adoção de filhos, tão comum
hoje, não era prática dos judeus nos tem-
pos bíblicos, mas era normal entre os gre-
gos e os romanos – culturas bem conhe-
cidas pelo apóstolo Paulo, que possuía a
cidadania romana e era douto nas leis e
costumes de sua época. Pela adoção, eram
concedidos ao filho não biológico todos os
privilégios de um filho natural, incluindo
direitos à herança. Contudo, deveres de
filhos naturais eram igualmente exigidos
dos filhos adotivos.
O Espírito Santo é tratado como “o Espíri-
to de adoção” (Rm 8.15, NAA) ou “o Espírito
que os adota” (NVI) justamente porque é
23
 que Nele reside o fogo abrasador da pureza e da
Ele quem nos assegura como filhos na famí-
santidade do Deus Onipotente. O Espírito Santo
lia de Deus. Pela conversão, o Espírito Santo
passa a residir no coração do crente, e nele
descobre e condena o pecado (Jo 16.8).
opera uma obra espiritual, sobrenatural e
Pelo poder do Espírito Santo, o crente é habili-
maravilhosa: o novo nascimento, pelo qual
nos faz filhos amados de Deus (Ef 5.1; 1 Jo
tado a viver de maneira vitoriosa em relação ao
3.1). É o Espírito em nós quem testifica que pecado. Santidade é, portanto, uma característica
somos filhos de Deus (Rm 8.16). Veja, tam- distinta do Espírito Santo.
bém, o versículo 9: “se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. O Espírito é a santidade personificada. Se Lho
permitimos cumprir em nós este ministério particular,
Faça-se, porém, uma advertência: não
percamos de vista a nossa obrigação de
sentimos a Sua ação divina iluminando, expondo e
honrar ao nosso Pai, pois como está escrito: detestando qualquer aspecto do pecado, induzin-
“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; do-nos, ao mesmo tempo, a buscarmos a santidade.
se eu sou pai, onde está a minha honra?...” Assim, facilmente admitiremos que o Espírito Santo
(Ml 1.6). O Espírito que nos transforma em é a essência da santidade. Dele emana a santidade.
filhos é o mesmo Espírito que nos faz viver
como filhos de Deus! Não esqueçamos, entretanto, que isto é diferente
de algo que venhamos a realizar. É o Espírito que
opera esta bendita renovação, criando em nós um ardente desejo de santi-
dade. Ralph M. Riggs disse: “Uma pessoa na vida de outra pessoa é o segredo
da verdadeira santidade, e esta pessoa é o Espírito Santo”.

Espírito da Vida (Rm 8.2)

“Porque a lei do Espírito da vida... te livrou da lei do pecado e da
morte”. A vida que Jesus prometeu aos Seus servidores advém-nos através
da agência do Espírito Santo. Por meio Dele são destruídos os poderes
do pecado e da morte, e não somente isto: pela virtude do Espírito Santo
também podemos receber a cura de enfermidades. Além disso, conforme
vimos, virá o dia quando, assim como o Espírito de Vida levantou da
morte o Senhor Jesus, também trará à vida os nossos corpos mortais.

Espírito de Adoção (Rm 8.15,16; Gl 4.5,6)

À semelhança do que fazem muitos cristãos, com justa razão, nós
também nos regozijamos no fato de sermos herdeiros de Deus e co-her-
deiros com Cristo. É interessante sabermos que isto acontecerá pela ação
do Espírito que, em Romanos 8.15, é chamado o Espírito de Adoção.
É mediante o testemunho do Espírito em nossos corações que nos
sentimos realmente filhos de Deus, com direito à Sua herança. “O próprio
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).

24 Doutrina do Espírito Santo

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” à coluna “B”.
Relacionado aos nomes atribuídos ao Espírito Santo
Coluna “A”
___1.09 “Não sabeis...que o Espírito de Deus habita em vós?”
___1.10 “... se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.
___1.11 “... Sereis batizados com o Espírito Santo...”
___1.12 “... a lei do Espírito da vida... te livrou da lei do pecado e da
morte”.
___1.13 “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus”.

Coluna “B”
A. Atos 1.5.
B. Romanos 8.2.
C. Romanos 8.9.
D. 1 Coríntios 3.16.
E. Romanos 8.16.

TEXTO 4 | SÍMBOLOS DO
O ESPÍRITO COMO FOGO
ESPÍRITO SANTO
O fogo está constantemente relacionado
a Deus em toda a Bíblia, sendo, assim, um
Fogo, Vento (Lc 3.16; At 2.2)
dos mais recorrentes símbolos do resplen-
Neste Texto, veremos alguns fenômenos dor de Sua presença (2 Sm 22.13).

que, nas Escrituras, são mencionados como
símbolos do Espírito Santo. Perceberemos que
eles representam a ação do Espírito através dos
Seus vários ministérios em favor do povo de
Deus. Atentemos bem às referências bíblicas que
fundamentam esta doutrina.
Vemos o Senhor revelando-se a Moisés
em um arbusto que queimava, mas não se
consumia (Êx 3.1,2). Elias foi separado de
seu auxiliar, Eliseu, por uma celestial car-
ruagem de fogo (2 Rs 2.11). Isaías teve a lín-
gua tocada por uma brasa viva retirada do

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 25


altar do holocausto, que ardia em fogo (Is
6.6; Lv 6.13). A Palavra de Deus é como fogo
(Jr 23.29). Até mesmo Jesus, ressurreto e
glorificado, foi visto por João e descrito as-
sim: “... os seus olhos como chama de fogo;
E os seus pés, semelhantes a latão reluzen-
te, como se tivessem sido refinados numa
fornalha…” (Ap 1.14,15).
Todavia, uma das mais impressionantes
manifestações desse “fogo do Senhor” foi
no dia de Pentecostes, registrado por Lu-
cas em Atos 2. Entre aqueles cento e vin-
te crentes reunidos, viu-se pousar sobre
a cabeça de cada um “línguas repartidas,
como que de fogo” (v. 3). Uma leitura aten-
ta dos primeiros versículos deste impor-
tante capítulo levará o estudante da Bíblia
a perceber que três fenômenos ocorreram
naquele dia: (1) um fenômeno auditivo:
“veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso”; (2) um fenômeno
visual: “foram vistas por eles línguas re-
partidas, como que de fogo”; e (3) um fe-
nômeno de elocução: “começaram a falar
noutras línguas”.
A fundação da Igreja deu-se em meio
a uma manifestação de glória divinal! Se
Deus havia descido no Sinai para entre-
gar a Lei a Moisés em meio a labaredas
de fogo, também desceu, por intermé-
dio de seu Santo Espírito, em meio a
labaredas de fogo, para revestir a Igreja
de Cristo do poder espiritual e dar-lhe o
santo fervor de que necessitariam para
testemunhar diligente e ousadamente
do Salvador ressurreto!
Há sérios intérpretes das Escrituras que
afirmam que as “línguas repartidas, como
que de fogo” foram uma verdadeira ma-
nifestação teofânica do próprio Espírito
Santo, descendo sobre os cristãos! Talvez,
por isso, não temos de esperar pela repe-
tição deste fenômeno visual em particular
(embora também não descartemos tal pos-
26
Fogo (Lc 3.16)
O fogo, como símbolo do Espírito Santo,
refere-se à Sua grande força em relação às
diversas maneiras de Sua operação, para corrigir
os defeitos da nossa natureza decaída e condu-
zir-nos à perfeição que deve adornar os filhos de
Deus. Estudemos alguns detalhes deste assunto,
como seguem:
a) O fogo queima. O fogo é um símbolo
da presença de Deus (Hb 12.29), pois
que Deus é chamado de “fogo consu-
midor”. Temos, assim, uma referência
à manifestação da ardente santidade
divina (Is 4.5; Êx 3.2).
b) O fogo consome. Tudo aquilo que
não é resistente ao fogo é consu-
mido por ele, quando ao seu alcance.
A Bíblia fala de obras destrutíveis,
como “madeira, feno e palha” (1 Co
3.12-15), mostrando que o Espírito
Santo é contra tudo o que é falso, tudo
o que não é feito por amor e não vise a
glorificar a Deus.
c) O fogo limpa. Somente o fogo pode
tirar a escória de certos materiais. O
fogo é, portanto, símbolo do poder
purificador do Espírito Santo (Is 6.6,7;
Nm 3.3,4).
d) O fogo amolece. Determinados
materiais derretem-se ao entrar em
contato com o fogo, como a cera, por
exemplo. O fogo do Espírito derrete
corações endurecidos, como aconteceu
no dia de Pentecostes: “... compun-
giu-se-lhes o coração e perguntaram
a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos?” (At 2.37).
Doutrina do Espírito Santo
 e) O fogo endurece. Praticamente o
sibilidade). Fato é que o rápido crescimen-
mesmo fogo que amolece a cera
to daquela igreja primitiva, a despeito da
endurece o barro. O ferreiro leva o perseguição dos judeus descrentes e dos
aço ao fogo para o amolecê-lo e para malignos imperadores romanos, explica-se
torná-lo mais duro. O Espírito Santo pelo calor e fervor do Espírito Santo ope-
que torna o crente mais brando torna-o rando no coração dos cristãos.
também mais forte, mais resistente. Não é sem razão que Paulo tem a figura
do fogo em mente quando exorta: “Não ex-
f) O fogo esquenta. O Espírito, qual tingais o Espírito” (1 Ts 5.19).
fogo, torna a alma abrasada por um
extremo zelo por Deus e Sua obra.
g) O fogo ilumina. Israel era guiado à noite por um “clarão de
fogo” (Sl 78.14). O Espírito nos guia não de modo figurado,
mas real. “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob
a lei” (Gl 5.18).

Vento (At 2.2)

Jesus falou do vento como símbolo do Espírito Santo. O vento é

invisível, porém é real. Não podemos tocá-lo, tampouco compreendê-lo,
mas o sentimos (Jo 3.8). Sua ação independe de determinação humana,
como também a do Espírito Santo.
A palavra pneuma, usada em referência ao Espírito Santo, é também
traduzida por vento, ar ou fôlego. Deus soprou em Adão o fôlego da vida
e ele tornou-se alma vivente. Cristo soprou sobre os Seus discípulos e
disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22). O Espírito Santo é quem
nos dá o fôlego de vida.
A ação do vento simboliza benefícios a nós proporcionados pelo
Espírito Santo, quais sejam:
a) Alimentação. Sabemos que o sustento dos seres vivos
depende em grande parte do oxigênio que compõe o ar.
Podemos viver alguns dias sem outros tipos de alimentos,
mas, sem o ar, apenas por alguns minutos. A grande lição
disto é: SEM O ESPÍRITO SANTO NÃO HÁ VIDA
ESPIRITUAL! (Ez 37.9,10).
b) Transmissão. O som é transmitido pelas ondas do ar.
Sem atmosfera seria impossível ouvir-se alguma coisa (Ap
1.10). Pelo Espírito Santo, o homem fala com Deus e Este

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 27

 com o homem. Através do Espírito Santo, nossas orações
são levadas a Deus (Rm 8.26) e, por Seu intermédio, a
mensagem de Deus é trazida aos pecadores (Lc 4.18).
c) Poder. Como um vento forte e impetuoso, o Espírito Santo
manifestou-Se no Cenáculo, onde os crentes primitivos
estavam reunidos no dia de Pentecostes. O Espírito os encheu
de uma forte onda de poder sobrenatural. O medo deu lugar à
intrepidez, e a multidão foi dominada pelo poder do Espírito,
rendendo-se a Cristo, o Salvador (At 2.2, 37-41).
d) Refrigério. O vento toca e refresca os homens, amenizando
o calor do sol. O Espírito Santo opera de idêntica maneira,
tocando os crentes, tanto coletiva como individualmente,
trazendo o refrigério da presença de Deus. O vento também
alimenta o fogo, o que simboliza uma ação simultânea do
Espírito Santo. O vento é a atmosfera em movimento e tem
caráter permanente, o que ensina que o Pentecostes deve
continuar como um movimento até o dia do arrebatamento.
Esta é a vontade de Deus.

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___1.14 O fogo como símbolo do Espírito Santo refere-se à Sua grande

força em relação às diversas maneiras de Sua operação.
___1.15 O fogo consome, conforme 1 Coríntios 3.12-15, madeira,
feno e palha, que representam tudo o que é falso e que não
visam a glorificar a Deus.
___1.16 O Espírito, qual o vento, torna a alma abrasada e zelosa por
Deus e Sua obra.
___1.17 Israel era guiado à noite por um “clarão de fogo” e, da mesma
forma, o Espírito nos guia, não de modo figurado, mas real.

28 Doutrina do Espírito Santo

TEXTO 5 | SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO (CONT.)

Água, Rio, Chuva (Jo 7.37-39)

Em Jerusalém, no último dia da festa, Jesus levantou-Se e exclamou:

“Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Referia-Se ao
Espírito que haveriam de receber os que Nele cressem.
A respeito da água como símbolo do Espírito, leiamos cuidadosa-
mente os seguintes pontos, conferindo-os com as referências bíblicas.

Água – Origem

a) Cristo, a fonte da água viva (Jo 7.37-39).

b) Cristo, a rocha fendida (Êx 17.6). Paulo, comentando este
texto, afirma: “E a pedra era Cristo” (1Co 10.4).
c) O altar, de onde procede o rio (Ez 47.1-2). A abundância do
Espírito depende da adoração a Deus e da comunhão com Ele.
d) O céu, de onde provém a chuva (Is 55.10) e de onde o
Espírito Santo foi enviado (At 2.33).

Água – Proporção

A água é abundante. Dois terços do globo são constituídos de água.

Estudemos este assunto considerando a importância da proporção.
1. Água de um odre, insuficiente (Gn 21.15). Representa a
acomodação a uma vida espiritual raquítica. O sedento deve
ir a Cristo (Jo 7.37).
2. Água de um poço, limitada (Jo 4.6,13). Embora as portas
do céu estejam abertas, a proporção que recebemos depende
da nossa disposição para buscarmos.
3. Água a jorrar, ilimitada. “... fonte a jorrar para a vida eterna”
(Jo 4.14). Escolhamos a nossa parte!

Água – Utilidade

a) A água refresca e dessedenta (Sl 42.2; 23.2). Estas ações são

atribuídas propriamente ao Espírito Santo neste texto em estudo.

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 29

 b) A água faz brotar as árvores e a erva (Jó 14.9; Is 44.4). O
Espírito renova e produz frutos em nossa vida (Gl 5.22; Sl
104.30).
c) A água limpa (Hb 10.22). O Espírito Santo limpa ou mesmo
lava (Tt 3.5b) o homem de seu pecado.
d) A água fertiliza e faz prosperar (Is 44.3). Estas propriedades
são reais e representam as bênçãos do Espírito Santo a serem
experimentadas por aqueles que as buscarem com fé.

Água – Valor

1. Deus nos dá gratuitamente a água da vida (Is 55.1).

2. A água é indispensável à vida. Fontes, rio e chuva repre-
sentam, portanto, o poder renovador, restaurador e refrige-
rador da presença de Deus, através do Espírito Santo. Nada
sobrevive sem água. Sem o Espírito não há vida espiritual,
em hipótese alguma!

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

1.18 Ao dizer que “do seu interior fluirão rios de água viva”, Jesus
estava Se referindo
___a) às pessoas que são humildes.
___b) ao Espírito Santo que haveriam de receber os que Nele
cressem.
___c) a Deus Todo Poderoso.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

1.19 A respeito da água como símbolo do Espírito, baseamo-nos na

sua origem, que é
___a) a fonte (Jo 7.37-39).
___b) a rocha (1Co 10.4).
___c) o altar (Ez 47.1,2).
___d) Todas as alternativas estão corretas.

30 Doutrina do Espírito Santo

1.20 A água tem profundo significado quanto à simbologia do Espírito
e representa:
___a) água de um odre, insuficiente: vida espiritual raquítica.
___b) água de um poço, limitada: dependente da disposição
para buscá-la.
___c) água a jorrar, ilimitada: “fonte a jorrar para a vida eterna”.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

1.21 Certas utilidades quanto à água e que se aplicam à vida espiritual:

___a) A água faz brotar as árvores e a erva; o Espírito renova e
produz frutos em nossa vida.
___b) A água limpa; o Espírito limpa, lava.
___c) A água fertiliza e faz prosperar; as bênçãos do Espírito
Santo são experimentadas por todos os que as buscam
com fé.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

1.22 A água, que é indispensável à vida e origina-se da fonte, do rio

ou da chuva, representa
___a) o poder restaurador de Deus.
___b) o poder renovador de Deus.
___c) o poder refrigerador de Deus.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

TEXTO 6 | SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO (CONT.)

Óleo, Azeite
Nas Escrituras, o óleo é apresentado como um símbolo do
Espírito Santo (Zc 4.2-6). Era usado nas solenidades de unção e
consagração de profetas, sacerdotes e reis (Êx 30.30; Lv 8.12; 1 Sm
10.1; 16.13; 1 Rs 1.39). O seu emprego nos rituais do Antigo Testa-
mento corresponde à operação real do Espírito Santo na vida do
crente na atual dispensação.
Estudaremos alguns casos e veremos que cada uso simbólico do óleo
(azeite) representa uma ação prática do Espírito de Deus.

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 31

Aplicação simbólica do óleo (azeite)

1. Azeite na orelha (Lv 14.17) representa a habilitação para

se ouvir a voz de Deus. “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas” (Ap 2.17).
2. Azeite na mão (Lv 14.17) representa a habilitação para o
trabalho de Deus. “Não por força nem por violência, mas
pelo meu Espírito, diz o SENHOR” (Zc 4.6).
3. Azeite no pé (Lv 14.17) representa a habilitação para andar
nos caminhos do Senhor. “... andai no Espírito...” (Gl
5.16).
4. Azeite no rosto (Sl 104.15) representa o brilho da alegria
espiritual. “... com o rosto desvendado... somos transfor-
mados, de glória em glória... pelo Senhor, o Espírito” (2 Co
3.18).
5. Azeite em outras vasilhas (2 Rs 4.4-6) representa bênçãos
para outras pessoas (Rm 5.5).
6. Azeite nas feridas (Lc 10.34) é símbolo de restauração pelo
Espírito Santo (Lc 4.18).

Composição e uso especial do óleo no Antigo Testamento

a) Era proibido fabricar outro óleo com a mesma composição

(Êx 30.32,33). Não se pode imitar o Espírito Santo.
b) Era proibido usar o óleo sagrado para fins particulares. O
Espírito Santo não pode ser usado, mas é Ele quem usa os
servos de Deus (Êx 30.31,32).

A unção com óleo representa a finalidade da unção do Espírito

Consideremos a seguir algumas das finalidades da unção com óleo.

1. Consagração do sacerdote para ministrar as coisas sagradas
(Lv 8.10-12). A nossa oferta, como sacerdote que somos, é
aceitável a Deus, sendo santificada pelo Espírito Santo (Rm
15.16; 1 Pe 2.9).
2. Para servir eficientemente. “Deus ungiu a Jesus de Nazaré
com o Espírito Santo e com poder...” (At 10.38); Jesus foi

32 Doutrina do Espírito Santo

 ungido para realizar completa e eterna salvação. O
crente é ungido para pregar a salvação eterna e todos
os seus benefícios, desde o advento do Pentecostes: “Mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...”
(At 1.8).
3. Para enxergar perfeitamente. “Aconselho-te que de mim
compres... colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.”
(Ap 3.18). Também Hebreus 1.9 e 2 Coríntios 4.18 são
referências considerando sua aplicação no relacionamento
entre Cristo e os homens.
4. Para comunicar conhecimento espiritual. “Vós possuís
unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento” (1
Jo 2.20). Esta preciosa lição é confirmada claramente em 1
Coríntios 2.9,10.
5. Para confirmar em Cristo. “Mas aquele que nos confirma
convosco em Cristo e nos ungiu é Deus” (2 Co 1.21, Hb
3.14).
Além destas, poderíamos estudar muitas outras lições a respeito do óleo
como símbolo do Espírito Santo. O óleo era usado para alimentar, iluminar,
lubrificar, curar as enfermidades, suavizar a pele etc. Da mesma maneira, o
Espírito Santo alimenta, ilumina, lubrifica, cura e suaviza a alma.
Glória a Deus pelo dom do Seu Espírito Santo!

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”
___1.23 Habilitava para ouvir a voz de Deus.
___1.24 Habilitava para o trabalho de Deus.
___1.25 Habilitava para andar nos caminhos do Senhor.
___1.26 Referia-se ao brilho da alegria espiritual.
___1.27 Representava bênçãos para outras pessoas.
___1.28 Simbolizava a restauração pelo Espírito Santo.

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 33

Coluna “B”
A. Azeite no pé.
B. Azeite em outras vasilhas.
C. Azeite na mão.
D. Azeite nas feridas.
E. Azeite na orelha.
F. Azeite no rosto.

TEXTO 7 | SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO (CONT.)

SELO (Ef 1.13; 2 Tm 2.19)

O que estudaremos a seguir explica a significativa razão do uso

deste símbolo do Espírito Santo – o selo, que é prova de:
1. Propriedade. Especialmente em épocas passadas, a impressão
de um selo em um objeto indicava a resolução do proprie-
tário de que aquilo lhe pertencia. Os crentes são proprie-
dades de Deus, e a habitação do Espírito Santo neles é a
prova desta possessão divina (Rm 8.9). Em Éfeso, nos dias
do apóstolo Paulo, havia o costume de um comerciante ir
a uma floresta selecionar para si certas madeiras de lei e
imprimir nelas o seu selo como sinal de propriedade. Mais
tarde, mandava um servo para, com o seu sinete, identificar
e transportar a madeira selada. Ao falar do Espírito Santo
como selo, baseado neste costume dos efésios, o apóstolo
Paulo nos ensina que, em possuindo-O, damos prova autên-
tica de que somos propriedade de Deus.
2. Legitimidade e autoridade. Os documentos oficiais eram
reconhecidos e válidos mediante os selos da União, do
Estado etc. Quando Jesus foi sepultado, os principais sacer-
dotes pretenderam manter em segurança a Sua sepultura,
selando-a e conservando-a sob guarda (Mt 27.66). Violar
aquele selo implicava afrontar o governo romano. Assim,
aquele que investe contra um filho de Deus, por ser selado
no Espírito Santo, investe contra a autoridade do Governo

34 Doutrina do Espírito Santo

 Celestial, a qual nos tem autenticado como verdadeiros
filhos de Deus.
3. Segurança ou preservação. Alguns produtos, como conserva
de frutas e vegetais, são lacrados (selados) como meio de se
evitar a penetração de ar, e assim preservá-los da deterio-
ração durante o tempo em que o selo for conservado intacto.
De igual modo, as nossas vidas são seladas pelo Espírito
Santo e, desta maneira, preservadas da má influência deste
mundo contaminado.

O selo é o Espírito Santo

Vejamos as razões por que o selo é símbolo do Espírito Santo.
a) Jesus viveu pelo Espírito Santo (Lc 4.18);
b) Jesus ofereceu-se e morreu pelo Espírito Santo (Hb 9.14);
c) Jesus ressuscitou pelo Espírito Santo (Rm 8.11);
d) Jesus vive em nós pelo Espírito Santo (Cl 1.27; Gl 2.20);
e) Jesus produz vida em nós pelo Espírito Santo (1 Jo 4.17; Gl
6.8).

Os selados são os crentes

Fomos selados no Espírito Santo da promessa, que é a garantia
da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus (Ef
1.13,14). Precisamos também da poderosa unção para o serviço, para a
ministração pela causa do Senhor em favor dos pecadores e, igualmente,
dos santos (Lc 4.18,19; At 10.38).
Muitos querem a unção do Espírito Santo, mas, ao mesmo tempo,
não têm qualquer propósito de se dedicarem ao serviço do Senhor.
A respeito disto, consideremos que Jesus foi selado por Seus próprios
méritos (Mt 3.16) e que nós também somos selados pelos Seus méritos
(1 Co 1.30).

POMBA (Mt 3.16-17)

O Espírito Santo sobreveio aos discípulos no cenáculo em forma de
fogo – havia o que queimar. A Jesus, entretanto, Ele sobreveio em forma
corpórea de uma pomba – símbolo de Sua pureza e inocência.

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 35

 Ao estudarmos mais este símbolo do Espírito, teremos oportunidade
de aprender outras preciosas lições quanto à Sua natureza, representada
nas diversas qualidades desta linda ave e sua participação nos planos de
Deus, através da Bíblia.
1. A pomba saiu da arca depois do juízo do sepultamento da
terra nas águas e sua emersão delas (Gn 8.8-12). O Espírito
Santo sobreveio aos discípulos após o juízo por nossos
pecados haver recaído sobre Jesus, e Ele ter sido sepultado
e ressurgido (At 2.1-4; Rm 6.3-5).
2. A pomba saiu da arca (Gn 8.8). O Espírito Santo veio
através da arca – Cristo (Lc 24.49; At 2.33).
3. A pomba foi enviada três vezes e, na terceira vez, não tornou
mais à arca (Gn 8.8-12). O Espírito Santo foi pelo Pai
enviado três vezes: a primeira sobre os profetas do Antigo
Testamento; a segunda, sobre Jesus (Jo 3.34); e a terceira,
no Pentecostes, sobre a Igreja, para nela permanecer (1 Pe
1.10,11; Mt 3.16; At 2.1-4; Jo 14.16,17).

A natureza da pomba
A pomba é considerada uma ave limpa, razão pela qual era usada
para sacrifícios (Lc 2.24). Geralmente se admite que este símbolo, a
pomba, seja uma referência à gentileza, ternura, amabilidade, inocência,
bondade, brandura, paz, pureza e paciência. Não há dúvida de que estas
virtudes são próprias do Espírito Santo e que determinam a maneira
como Ele age no crente para produzir estas qualidades dignas do céu!

EXERCÍCIOS

Assinale com “x” a alternativa correta.

1.29 Falando do Espírito Santo como selo, com base no costume dos
efésios, aprendemos que, em possuindo-O, damos prova autêntica
de que
___a) temos autoridade sobre todo o pecador.
___b) não temos compromisso com os cidadãos da terra.
___c) somos propriedade de Deus.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

36 Doutrina do Espírito Santo

1.30 O fato de a pomba ter saído da arca por três vezes simboliza o
envio do Espírito Santo
___a) sobre os profetas.
___b) sobre Jesus.
___c) sobre a Igreja.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

REVISÃO DA LIÇÃO
Marque “C” para certo e “E” para errado

___1.31 Homens falaram da parte de Deus movidos por uma

influência.
___1.32 É o Espírito Santo quem transforma os homens em novas
criaturas por meio do novo nascimento.
___1.33 Podemos alcançar vida de santidade independentemente da
ação do Espírito Santo.
___1.34 O vento, que é a atmosfera em movimento e tem caráter
permanente, ensina que o Pentecostes deve continuar como
um movimento até o dia do arrebatamento.
___1.35 A água, biblicamente falando, nada tem a ver como simbo-
logia do Espírito Santo.
___1.36 Nas Escrituras, o óleo representa um símbolo do Espírito
Santo, e a unção com óleo representa a finalidade da unção
do Espírito Santo.
___1.37 Como simbologia, a pomba fala de gentileza, ternura, amabi-
lidade, inocência, paz, pureza e paciência, virtudes próprias
do Espírito Santo.

Lição 1 - A Natureza do Espírito Santo 37