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ESCOLA BIBLICA DOMINICAL

IDENTIDADE CRISTÃ – FASES DO CRESCIMENTO

O crescimento é uma expressão normal da vida. Quer pensemos em plantas, quer em


animais ou pessoas, esperamos que cresçam até alcançarem a maturidade. Quando algo ou
alguém não se desenvolve, sabemos que alguma coisa está errada.
Desenvolver-se também é uma expressão normal da vida cristã. Os escritores do Novo
Testamento pressupõem o crescimento e nos estimulam o tempo todo a buscá-lo.
Pedro nos incentiva:

“Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”


(2Pe 3.18).

Paulo nos instrui:

“Seguindo a verdade em amor,cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.15).

Na verdade, ao contrário do que acontece no campo físico, os cristãos jamais deveriam parar
de crescer espiritualmente. Paulo elogiou os tessalonicenses por buscarem agradar a Deus e
amar outros cristãos. Contudo, em ambos os casos, insistiu em que o fizessem “cada vez mais”
(1Ts 4.1,10). Queria que continuassem a crescer nesses aspectos da vida cristã.Não existe um
“cristão adulto”que não precise mais crescer. O crescimento é normal não só para os novos
crentes, mas também para aqueles que caminham com Deus há cinquenta anos ou mais.
Claro, quase todo crescimento (tanto físico como espiritual) é gradual. Não temos
como ver plantas ou pessoas crescerem diante dos nossos olhos. Só podemos observá-lo com
o tempo. Isso também é verdade na vida cristã. Claro, pessoas diferentes crescem em ritmos
diferentes. E nenhum de nós cresce no mesmo ritmo regular o tempo todo. Mas, ainda que
aceitemos as diferenças entre pessoas e períodos de desenvolvimento em nossa vida
individual, permanece o fato de que todos deveríamos estar crescendo espiritualmente.
Quando um crente não cresce, alguma coisa está errada!

CRESCENDO EM GRAÇA

A expressão “crescendo em graça” costuma ser mais utilizada para indicar o


crescimento no caráter cristão. Emboraeu considere que esse uso tem seu valor, um
significado mais preciso é o de crescermos continuamente em nosso entendimento da graça
de Deus, em especial no que ela se aplica a nós pessoalmente; tornarmo-nos pouco a pouco
mais conscientes de nossa própria falência espiritual continuada e do favor imerecido de Deus,
do qual somos indignos e para o qual nada contribuímos. Que possamos todos crescer em
graça nesse sentido.

À medida que crescermos em graça dessa maneira, cresceremos na motivação para


obedecermos a Deus por um senso de gratidão e reverência a ele. Nossa obediência sempre
será imperfeita em desempenho nesta vida. Jamais lhe obedeceremos com perfeição até que
sejamos aperfeiçoados nele. Do mesmo modo, nossas motivações jamais serão puras por
completo; com frequência haverá algumas “questões de mérito” misturadas
mentalmente com nosso amor genuíno e nossa reverência a Deus.
OS DOIS ESTÁGIOS DOS FILHOS DE DEUS – TÉKNON E HUIÓS

Após receber o receber o evangelho da graça, o perdão de pecados e a vida divina,


fomos introduzidos na vida da igreja, um ambiente preparado pelo Senhor para O servirmos.
O propósito é nos aperfeiçoar para que, um dia, governemos no mundo que há de vir ( Hb 2:5-
8). Nesse viver normal praticando a Palavra do Senhor ganhamos mais da vida divina o que
leva-nos ao amadurecimento.

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8:14).

A palavra “filhos” no grego é huiós (uiov), que significa um filho já maduro ou maior.

Portanto, todos aqueles que  vivem no espírito, são esses filhos maduros guiados por
Deus. Pelo fato de praticar a Palavra do Senhor se tornam sensíveis ao guiar do Espírito
Santo. Essa palavra ocorre 12 vezes na epístola. Filhos, fala da relação legal que temos com
nosso Pai Celeste assim como em João 1:12: “..deu-lhes o poder de serem feitos crianças de
Deus", se refere ao momento em que fomos gerados por Deus, quando nascemos de Deus,
como bebê em Cristo.

Em Hebreus 2:10 nos diz: 

"Porque convinha que aquele, por cuja causa são todas as coisas, e por quem todas as coisas
subsistem, tendo que levar muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelas aflições o autor da
salvação deles".

  Somente um filho maduro está em condições de ser levado à glória.


O versículo 16 diz: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus”. A palavra grega para “filho” nesse versículo, diferente do versículo 14, é téknon, que
significa criança, bebês ou filhos pequenos.
Trata-se de um filho de Deus ainda imaturo. Então podemos ver que, em nosso
crescimento espiritual de vida, há duas etapas, ou dois estágios. Irmãos novos ou recém-salvos
ainda são téknon, por não terem se alimentado o suficiente da Palavra. Ocorre apenas 5 vezes
em toda epístola.

Um filho de Deus ainda criança não poderá reinar no mundo que há de vir. Se um pai
que tem riquezas entregar sua herança ao filho menor de idade, este não conseguirá
administrar bem a herança que recebeu. Para isso, o filho tem de amadurecer. É salutar após
sermos salvos, termos um ambiente adequado e favorável ao nosso crescimento de vida.

Em Marcos 10:15-16, o SENHOR JESUS disse:

 “Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de DEUS como uma criança de maneira
nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as
abençoava”.
Veja que ser criança aqui é “receber”, é ser tomado “nos braços”. Ser “filhos” fala da
posição legal que temos com o Pai é uma posição imutável.
O amadurecimento faz parte da vontade de Deus para nós. Que o Espírito possa trabalhar nos
recém-nascidos (teknon) para que eles alcancem uma completa filiação, e sejam filhos (huios)
maduros para que venham corresponder a sua perfeita vocação celestial e servir ao Senhor na
plenitude do nosso chamamento.

Efésios 4:12 e 14: “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu
serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para
outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela
astúcia com que induzem ao erro”.

Vemos nesses versos o verdadeiro sentido daquilo que é ser um “huios”: “O


aperfeiçoamento dos santos”; “à perfeita varonilidade”; “à medida da estatura da plenitude de
Cristo”; “não mais sejamos como meninos”.

Quando paulo diz: “tendo em vista o aperfeiçoamento”, o termo que ele usa é


“katartismos” que significa: “capacitação”. O que significa que o propósito do ministério
cristão é levar os santos a capacitação para o serviço, não apenas nos capacitar, mas nos levar
a “à perfeita varonilidade”; precisamos ter consciência que a palavra “perfeito” na Bíblia tem o
sentido de “maduro”; então, o sentido aqui é de um “varão maduro”, que conseqüentemente
é a medida da estatura de Cristo para sermos esses “HUIOS”.

Em Hebreus 5:8  "Embora sendo Filho (Huiós) aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu".

O crescimento físico é algo que acontece paulatinamente. O crescimento intelectual é


uma função do aprendizado. O crescimento espiritual não depende do tempo nem do
aprendizado, mas de uma obediência firme da vontade de Deus.

Romanos 7 fala-nos do velho homem, a natureza do velho Adão que todos nós temos
em nossos membros (Rm 6:6; cf. 7:1-3). Ele corresponde à carne, ao ego, à vida da alma que
nos escraviza, subjugando nosso corpo para praticar o pecado. Mas, graças ao Senhor, após
nosso espírito ser regenerado também temos uma nova vida em nós, que nos leva a viver por
Cristo: 

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras
do corpo, vivereis” (Rm.8:13). 

Como consequência, passamos a ser filhos de Deus, “huiós”, guiados pelo Espírito (v.
14). Assim, pois, a vontade de Deus não é levar bebês, mas sim filhos maduros, à glória!

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