APOCALIPSE

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SÉTIMO CICLO
Chegamos na parte final do Apocalipse.
O foco principal tratado aqui é o “novo
céu e a nova terra”.
Um conceito muito importante que
precisamos compreender é que todas
as descrições sobre o novo céu e nova
terra são simbólicas. João descreve o
mundo que virá com uma linguagem
terrena e limitada. Por isso são apenas
comparações; símbolos que buscam
expressar o que neste momento é
inexprimível.
NOVO CÉU E NOVA
TERRA
“Então vi um novo céu e uma
nova terra, pois o primeiro
céu e a primeira terra já não
existiam, e o mar também não
mais existia.” (Ap 21.1)
João ao de falar do novo céu e nova
terra está fazendo uma referência de Is
65.17. O céu, a terra e o mar formam
o que conhecemos como mundo.
Haverá uma transformação universal.
Até mesmo o céu, onde os santos que
já morreram habitam, passará por uma
transformação. Que transformação
seria essa? Talvez uma transformação
tenha relação com o fato de o acusador
ter sido lançado do céu. Mas a principal
transformação é o evento que
nenhuma criatura presenciou: a
descida do céu, que é a cidade santa,
à Terra. Finalmente haverá uma
unidade entre céu e terra, e Deus
habitará nesse “novo céu e nova
terra”.
A palavra “novo” não está indicando
que a Terra será aniquilada. Deus não
precisa destruir para criar algo novo.
Essa transformação da terra se dará
semelhantemente à transformação
da igreja que estiver na terra quando
Jesus voltar. Depois da Grande
tribulação a igreja terrena se
encontrará com Cristo nas nuvens e
terá o seu corpo transformado, sem
precisar passar pela morte. Depois
que Cristo voltar, a Terra irá ser
transformada, possivelmente num
piscar de olhos.
Talvez você esteja se perguntando se
essa restauração seria como na época
de Adão e Eva no Éden. E eu te digo
que será muito melhor. No Éden
ainda havia uma separação entre
Deus e o homem. Deus visitava o
jardim na virada do dia. No “novo céu
e nova terra” Deus não visitará, Ele
habitará conosco. Isso é
infinitamente melhor.
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Deus quando criou a terra ele viu
e disse que tudo ali era bom,
afinal é sua criação. Mas depois
que o pecado entrou no mundo,
toda a criação foi corrompida. Por
isso que quando Cristo voltar ele
vai remover essa maldição,
restaurando a terra. A terra não é
do diabo; ela é de Deus. Por isso
ela tem a sua importância.
“E vi a cidade santa, a
nova Jerusalém, que
descia do céu, da parte
de Deus, como uma
noiva belamente
vestida para seu
marido.” (Ap 21.2)
Você provavelmente também foi
ensinado a vida toda que Jesus
nos buscará e iremos morar para
sempre no céu, certo? Mas esse
ensinamento não condiz com as
Escrituras sagradas. O céu é um
lugar onde todos os santos que
morrerem antes da segunda vinda
de Jesus irão temporariamente
ficar. Mas no grande dia da vinda
de Jesus, a cidade santa descerá
com ele. Nesse dia, que acontece
no final da grande tribulação, nós
ao invés de subirmos aos céus,
iremos encontrar com Jesus nas
nuvens, que será o momento de
termos o nosso corpo glorificado.
“Ouvi uma forte voz que
vinha do trono e dizia:
“Vejam, o tabernáculo de
Deus está no meio de seu
povo! Deus habitará com
eles, e eles serão seu
povo. O próprio Deus
estará com eles.” (Ap
21.3)
No Antigo Testamente vemos que a
marca da presença de Deus naquele
lugar era o Santo dos Santos, que
estava dentro do tabernáculo. O
tabernáculo nesse verso é uma
figura que representa a presença de
Deus no meio do seu povo.
Deus não habitará em Jerusalém,
que está situada em Israel. A
habitação de Deus é na nova
Jerusalém. A igreja de Cristo é a
nova Jerusalém. A igreja é a Israel
espiritual.
João não nos diz de quem foi essa
forte voz, provavelmente porque a
mensagem ofuscou todo o resto.
Que mensagem é essa? De que
Deus habitará com sua igreja para
sempre.
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 “Ele lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e não
haverá mais morte, nem
tristeza, nem choro, nem
dor. Todas essas coisas
passaram para sempre”
(Ap 21.4)
Já havíamos recebido essa
promessa em Ap 7.17, e mais uma
vez Deus consola e encoraja sua
igreja para passar por todo
sofrimento, porque tudo isso um dia
terá fim. Não haverá mais morte,
fome, doença nem qualquer
sofrimento, pois Cristo derrotará de
uma vez por todas os seus inimigos.
A Morte não terá mais qualquer
poder.
“O vitorioso herdará
todas essas bênçãos, e eu
serei seu Deus, e ele será
meu filho”(Ap 21.7)
Como se já não bastasse sermos
salvos, Deus ainda nos dá a honra
de reinarmos com Cristo e de
herdarmos todas as coisas. Paulo diz
em Rm 8.17 que “Se somos seus
filhos, então somos seus herdeiros
e, portanto, co-herdeiros com
Cristo. Se de fato participamos de
seu sofrimento, participaremos
também de sua glória”. Não fomos
só justificados, mas também
adotados. Quer dizer que nos
tornamos família com Deus, e com
isso coerdeiros de Cristo.
“O muro da cidade era
grande e alto, com doze
portas guardadas por
doze anjos, e nelas
estavam escritos os
nomes das doze tribos
de Israel. 13 Havia três
portas de cada lado:
leste, norte, sul e oeste.
14 O muro da cidade
tinha doze pedras de
alicerce, e nelas
estavam escritos os
nomes dos doze
apóstolos do
Cordeiro.” (Ap 21.12-
14)
O muro, que é responsável por
conter a cidade, é descrito tendo
doze portas com o nome das doze
tribos, e doze pedras, com os
nomes dos doze apóstolos. O que
isso significa? Que a nova
Jerusalém é composta por todos
os crentes do Antigo e do Novo
Testamento.
Deus não tem um plano para
Israel e um para a igreja. Não
existem dois caminhos. Deus não
tem dois povos. A nova Jerusalém
é uma união de todos os que estão
em Cristo. Quando no verso 13
descreve três portas de cada lado
é exatamente para evidenciar que
a cidade está aberta para todos os
tipos de pessoas fazerem parte do
povo de Deus. Qualquer tentativa
de separar o que Deus uniu é ser
contrário às Escrituras.
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 “E a cidade estava
situada em quadrado; e o
seu comprimento era
tanto como a sua
largura. E mediu a
cidade com a cana até
doze mil estádios; e o seu
comprimento, largura e
altura eram iguais. E
mediu o seu muro, de
cento e quarenta e
quatro côvados,
conforme à medida de
homem, que é a de um
anjo.” (Ap 21.16-17)
Essa descrição da dimensão da
cidade não deve ser interpretada
literalmente. Essa dimensão de
doze mil de comprimento, de
largura e de altura é um
apontamento para a completude
da igreja de Cristo. Como vimos
nos versículos anteriores, e em
outras passagens também, o
número 12 é visto como a
representação do povo de Deus.
A própria descrição no verso 17
sobre o muro da cidade reafirma o
que foi dito nos versos 12 e 14,
que é a união da igreja do Antigo
e do Novo Testamento. 144
côvados não é nada mais nada
menos que 12 vezes 12.
“As doze portas eram
doze pérolas, cada porta
feita de uma única
pérola. A rua principal
da cidade era de ouro
puro, como vidro
transparente.” (Ap
21.21)
Todas essas pedras que para nós é
preciosa, para Deus não têm qualquer
valor. João vendo a preciosidade da
nova Jerusalém, através de uma
linguagem terrena, compara com
alguns materiais preciosos desse
tempo. Penso que o nosso foco aqui
não deve ser se a rua será de fato
composta por ouro ou não, mas ao
invés disso nos atentarmos para aquilo
de mais importância: a preciosidade
desse estado eterno com Deus.
“Eis que venho em breve!
Feliz é aquele que guarda as
palavras da profecia deste
livro” (Ap 22.7)
O Apocalipse começa no verso 3 do
primeiro capítulo falando que feliz é
aquele que lê e ouve as palavras desta
profecia, ou seja, aqueles que guardam
essas palavras. E no seu último capítulo
Deus novamente nos lembra e enfatiza
a importância disso.
Guardar as palavras ocidentalmente
tem um significado de esconder. Porém
na cultura hebraica significa guardar no
coração. Nosso coração deve estar
cheio da Palavra de Deus. Que não
venhamos aprender sobre este livro
apenas para adquirir conhecimento,
mas para gerar transformação.
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 “Eu, João, sou aquele que
ouviu e viu estas coisas.
Tendo-as ouvido e visto,
caí aos pés do anjo que me
mostrou tudo aquilo para
mim, para adorá-lo. Mas
ele me disse: ‘Não faça
isso! Sou servo como você
e seus irmãos, os profetas,
e como os que guardam as
palavras deste livro. Adore
a Deus!’ ” (Ap 22.8-9)
Depois de ver a grandiosidade das
revelações, João repete o mesmo
erro de Ap 19.10 em querer adorar
um anjo. E nas duas situações ele
recebe a repreensão do próprio anjo
dizendo que só Deus merece
adoração. O que podemos aprender
aqui é que até o último dos apóstolos
precisava que tomar cuidado para
não cair em erro. Na primeira vez
que eu li isso eu fiquei em choque
achando que era impossível isso
acontecer, principalmente depois de
João ter recebido tamanhas
revelações. Mas foi aí que eu lembrei
de uma fala de Paulo aos coríntios:
“Portanto, se vocês pensam que
estão de pé, cuidem para que não
caiam” (1 Co 10.12).
Não importa quanto tempo seguimos
Jesus, não importa o quanto lemos a
Bíblia e muito menos o que fazemos
na igreja; se não estivermos
vigilantes, poderemos facilmente
cair em erros, assim como João caiu.
Continuaremos lutando contra o
pecado enquanto estivermos vivos,
ou até a volta de Jesus.
“Então me disse: "Não
sele as palavras da
profecia deste livro, pois o
tempo está próximo.” (Ap
22.10)
Enquanto em Dn 8.26 e Dn 12.4,9
Deus diz para deixar as palavras
seladas, como João Ele diz para não
selar. Chegou o tempo em que a
mensagem precisa estar disponível
para todos.
O Apocalipse não é um livro
distante, pelo contrário, ele é atual
para todas as gerações. Tudo o que
precisamos está na Palavra de Deus,
e não há mais qualquer selo. Que
possamos guardá-la nos nossos
corações.
“Eu sou o Alfa e o
Ômega, o Primeiro e o
Último, o Princípio e o
Fim.” (Ap 21.13)
Jesus está dizendo que ele é o início
de todas as coisas, porém ele
também é o fim (escaton). Por isso
que a escatologia é sobre a
revelação que o Pai faz do Filho.
Estudar Escatologia é conhecer mais
sobre a pessoa de Jesus.
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 “O Espírito e a noiva
dizem: — Vem! Aquele
que ouve, diga: — Vem!
Aquele que tem sede
venha, e quem quiser
receba de graça a água
da vida.” (Ap 22.17)
Aqui há, na minha opinião, ocorre
a oração mais bonita de toda a
Bíblia. Essa é a oração do Espírito
em união com a noiva (igreja)
clamando pelo retorno do seu
amado.
Nós como igreja precisamos ter
esse sentimento de não aguentar
mais ficarmos afastados de Jesus.
Precisamos ser uma igreja
apaixonada em querer ver a sua
face. Assim como uma noiva ocupa
sua mente todos os dias pensando
no grande dia do seu casamento, a
igreja também deve possuir esse
anseio pela sua vinda.
Entretanto não adianta dizer que
está com saudade de Jesus e que
deseja encontrá-lo, se ignora
diariamente o Espírito Santo. O
pai, o Filho e o Espírito Santo são
um. E é o Espírito quem nos ensina
sobre Jesus. Deixar de se
relacionar com ele é dizer aos
quatros cantos do mundo que
nunca amou Jesus.
Nada alegra mais o coração do Pai
que ver a igreja e o Espírito juntos
clamando: - Vem!
“Aquele que dá testemunho
destas coisas diz: "Sim, venho
em breve! " Amém. Vem, Sen-
hor Jesus! A graça do Senhor
Jesus seja com todos. Amém.”
(Ap 22.20-21)
Essas são as últimas palavras que
Jesus nos deixou na Bíblia. Aquele que
é o autor e consumador da nossa fé
em breve virá. Essa mensagem deve
nos despertar todos os dias de manhã.
Jesus é real. Ele morreu, mas também
ressuscitou, e muito em breve ele virá
para habitar conosco. Busque ser
apaixonado pela segunda e última
vinda de Jesus. Te encorajo a estudar
mais sobre Escatologia, porque o
Espírito Santo não inspirou um livro
indecifrável, pelo contrário, ele
inspirou exatamente para que nos
relacionemos melhor com Jesus e
conheçamos mais sobre a sua pessoa.
Guarde essa mensagem no seu
coração. Torne a Escatologia prática.
Viva por essa verdade, e se necessário
for, morra por ela também.
“Feliz é aquele que lê as palavras
desta profecia, e felizes são aqueles
que ouvem sua mensagem e
obedecem ao que ela diz, pois o tempo
está próximo” (Ap 1.3)
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FIM DO ESTUDO SOBRE APOCALIPSE

ESTUDO REALIZADO POR

GABRIEL SILVA (GAAB)

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