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E S CATO LO G IA

INTRODUÇÃO
O termo escatologia é oriundo do grego antigo (eskatós) “último”,
mais o sufixo (logia) “estudo”. O estudo das últimas coisas ou
estudo dos últimos acontecimentos. Aqui denominaremos de
escatologia bíblica, pelo fato de estudarmos as últimas coisas à luz
da Bíblia.

A escatologia bíblica é uma parte da teologia que trata dos últimos


eventos na história do mundo ou do destino final do gênero
humano, comumente denominado como fim do mundo sob a ótica
das Escrituras Sagradas. Dentre os vários assuntos tratados na
escatologia bíblica temos:

• O arrebatamento;

• A morte;

• O tribunal de Cristo;

• A grande tribulação; o milênio;

• As Bodas de Cristo;

• O julgamento final;

• Novos céus e nova terra;

• Estado Intermediário.
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA ESCATOLOGIA
A Escatologia sempre esteve presente na vida dos cristãos e os
influenciou na maneira de se portarem como seres políticos e
sociais. Se as pessoas não conseguem enxergar isso no passado,
por nem sempre terem um bom conhecimento histórico, não é difícil
verificar essa ênfase na igreja contemporânea. O envolvimento
político e social do cristão, pelo menos na igreja contemporânea,
pode estar (e frequentemente está) diretamente vinculado à sua
posição escatológica e mais especificamente à sua ideia do reino
de Deus. Norman L. Geisler acertadamente diz: “A diferença crucial
dos pontos de vista a cerca do envolvimento cristão na arena
política está mais intimamente associada com a concepção de
como alguém relaciona o presente reino de Deus com o futuro reino
do que propriamente com a tradição eclesiástica.”

ARREBATAMENTO

  (1ª Tes., 4:16,17) Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e
com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. (AP 1:3) "Bem-aventurado
aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas
que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." 

O Arrebatamento da Igreja é Iminente...

(MT 24:36,39) "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu,
mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a
vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao
dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em
que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou
a todos, assim será também a vinda do Filho do homem."  
Breve resumo dos últimos tempos:

1) - Todas às profecias já se cumpriram, faltando apenas algumas pessoas


ainda serem salvas. Com referência à Marcos 13;10(evangelho pregado em
todas às nações), considere que Paulo e Lucas, logo após a partida de Jesus
aos Céus, pregaram o evangelho em toda à Ásia e parte da Europa (AT 19:10 
"E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que
habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como
gregos").    Conclusão: se Paulo conseguiu pregar em dois anos para toda à
Ásia e parte da Europa, sem Rede de Rádio, Redes de Televisão
Internacionais, Internet, Panfletos, considere que se ainda há quem não ouviu
o Evangelho, ainda poderá ser evangelizado no espaço de uma semana ou
menos, utilizando-se da tecnologia hoje existente. Não falta mais nada
acontecer. Até o processo de paz entre Árabes e Judeus está cada vez mais
distante, sinalizando segundo a bíblia, o arrebatamento da Igreja. 
Somente o anti-cristo, promoverá a paz entre esses dois povos, no final dos 3
(três) anos e meio, que também assinalará o início das pragas sobre a terra. 
2) - O Arrebatamento da Igreja, só será percebido, porque milhões de pessoas
desaparecerão da face da terra (os salvos). Cristo não será visível nesse
momento para os que aqui ficarem, pois essa ainda não é a Segunda Vinda de
Cristo à terra e sim o evento do Arrebatamento da Igreja, que durará Sete
anos (sete anos com Cristo, fora da terra). Somente verão à vinda de Jesus, os
Salvos, que serão arrebatados. (1TS 4:16) "Porque o mesmo Senhor descerá
do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro."  A Segunda Vinda de Cristo, só
ocorrerá após sete anos de Arrebatada à Igreja (7 anos de governo diabólico
na Terra). 
3) - Após terem se passado 7 anos do Arrebatamento da Igreja por Jesus
Cristo (primeiros 3 anos e meio de aparente paz e após 3 anos e meio de muita
tribulação aqui na terra), ai sim ocorrerá a Segunda Vinda de Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo à Terra. Nesse período de 7 anos, ainda haverá salvação
pelo sangue de Cristo Jesus, conforme AP 7:14 "E eu disse-lhe: Senhor, tu
sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram
as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro." O Espírito Santo,
ainda estará na Terra e só não agirá contra o pecado, mas ainda promoverá a
salvação (2TS 2:6,7) "E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu
próprio tempo seja manifestado. "Porque já o mistério da injustiça opera;
somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;"   OBS.: como
tenho recebido muitos e-mails questionando esse assunto, passo a explicar o
seguinte sobre esse versículo: o Espírito Santo é o que detém e resiste a
chegada do anti-cristo. Como a igreja está na terra e mais pessoas precisam
ouvir a mensagem de Cristo, ele é impedido pela oração dos salvos (a Igreja
é que resiste até que do meio seja tirado, arrebatado), que ainda lutam para
mais almas serem salvas. Jesus Cristo e o Espírito Santo, intercedem por nós
junto ao Deus pai. O Espírito Santo estará na terra (durante a tribulação)
para cumprir a palavra que não muda "(João 16:8) convencerá o mundo do
pecado, e da justiça e do juízo". 
Todo o Olho o verá vir em grande glória. Haverá sobre Israel, uma Jerusalém
Celestial, onde estarão os salvos, juntamente com Cristo, que nesse momento
iniciará 1000 anos de governo sobre toda à Terra.O diabo será preso por 1000
anos (AP 20:2) "Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e
Satanás, e amarrou-o por mil anos." Nesse tempo, todos que estiverem na
terra, conhecerão à Cristo e terão chance de salvação. Ainda haverá o livre
arbítrio para os que sobreviveram da grande tribulação. Muita paz reinará
sobre a terra. 
4) - No fim dos 1000 anos, o diabo será novamente solto sobre à terra (um
breve tempo) e muitos ainda se perderão e irão para o inferno, pois a carne
prima pelo prazer, mesmo momentâneo. (AP 20:7,10) "E, acabando-se os mil
anos, Satanás será solto da sua prisão, "E sairá a enganar as nações que estão
sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a
areia do mar, para as ajuntar em batalha. "E subiram sobre a largura da terra, e
cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do
céu, e os devorou. "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e
enxofre, onde está a besta eo falso profeta; e de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre." O coração do homem, mesmo sob o
governo perfeito de Jesus Cristo, pode mostrar-se "não convertido" e com isso
podemos ver que o homem não salva a sí mesmo, pois nossa natureza é
pecaminosa. 
5) - Completados os 1000 anos, os não salvos mortos em todas às épocas,
desde o início do mundo, serão ressuscitados e julgados diante do grande
Trono Branco. Só os não salvos serão ressuscitados.Os salvos, já estarão com
Jesus. (AP 20:11,15)"E vi um grande trono branco, e o que estava assentado
sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para
eles. "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e
abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram
julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
"E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte eo inferno deram os mortos
que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. "E a morte
e o inferno foram lançados no lago de fogo.Esta é a segunda morte."E aquele
que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." 
6) - Nós os Salvos, já estaremos para sempre com Jesus Cristo, na presença do
Deus Eterno e com prazeres nunca sentidos pelo homem  (AP 22:5) "E ali não
haverá mais noite,e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o
Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre."   Já os que não foram
salvos, estarão para sempre com o diabo e os seus anjos no lago de fogo e
enxofre (MT 25:41) "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e
seus anjos;" 
7) - O momento é agora, não há nem um minuto mais a esperar. Se ainda não
houve o Arrebatamento, curve-se à Cristo e salve a sua alma do fogo do
inferno eterno  (JO 3:18) "Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê
já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de
Deus." Vocë ainda tem oportunidade, tome a decisão mais acertada de sua
vida e aceite Jesus como seu único e suficiente Salvador (JO 11:25) "Disse-
lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá;"  dobre seus joelhos, e ore (como se estivesse conversando com
um amigo) e peça-lhe perdão por todos os seus pecados e prometa-lhe que de
agora em diante ele será o seu Senhor e Salvador. Vocë está deixando de ser
uma criatura de Deus para ser um filho de Deus (JO 1:12) "Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que
crêem no seu nome;" . Agradeça-lhe por ter morrido por vocë naquela cruz.
Nesse momento, o Espírito Santo estará Selando a sua vida e escrevendo o seu
nome no Livro da Vida do Cordeiro. Tudo isso, conforme à Bíblia, pela Fé.
Procure uma igreja evangélica e fundamente mais a sua vida na mensagem
Bíblica.  Se tudo isso fizeres, você já é um salvo. A salvação é instantânea e
pode acontecer no secreto do seu quarto em casa.

A MORTE

Morte (do latim mors)[1] , óbito (do latim obitu)[2] , falecimento (falecer+mento)


[3]
 , passamento (passar+mento)[4] , ou aindadesencarne (deixar a carne), são
sinônimos usados para se referir ao processo irreversível de cessamento
das atividades biológicasnecessárias à caracterização e manutenção da
vida em um sistema outrora classificado como vivo. Após o processo de morte
o sistema não mais vive; e encontra-se morto.

O Cristão Diante da Morte


O cristão, genuíno membro da igreja de Deus, deve aprender a se comportar
adequadamente diante da morte. O estilo de vida do crente verdadeiro não é
mera representação teatral, que, em face dos mais profundos sofrimentos da
vida, permite tirar a máscara de santidade e revelar desespero e ódio contra
Deus. Ao contrário, a verdade é que no enfrentar das situações realmente
difíceis, nas quais é impossível manter qualquer grau de hipocrisia ou falsa
piedade, a magnitude do caráter cristão maduro desponta com brilho ainda
maior.
Que situação mais difícil o homem pode enfrentar do que a morte? É ela o
terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram
ao Criador no Éden (Gn 2.15-17; 3.19; Rm 5.12). É o pagamento indesejado
que recebemos por ter pecado (Rm 6.23). É o fim para o qual caminhamos a
passos largos (Ec 12.1-7). Mais do que isso, é o inimigo inexorável que vem
em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados
(Lc 12.20). Nós, coroa da criação, criados não para morrer, mas para viver
eternamente!

Que é ensinado na igreja de Deus sobre o modo como o cristão deve


comportar-se diante da morte? Conforme o entender dos mestres dessa igreja,
qual deve ser a postura do crente quando um ente querido seu parte desta
vida? Como ele pode ajudar de modo real e significativo os enlutados? E
quando a morte, enfim, o vier chamar? Como deverá proceder?

As respostas dadas a todas essas perguntas devem ter como fundamento as


palavras das Sagradas Escrituras. É na Bíblia que obtemos respostas claras e
precisas para todas as questões relacionadas à morte, nosso cruel e último
inimigo.

De modo prático, o Livro Sagrado mostra que, quando perdemos um ente


querido, a tristeza e o choro diante de tão doloroso fato não são censuráveis.
Davi, homem de Deus, pranteou amargamente a morte de seu filho Absalão
(2Sm 18.32-33). Marta e Maria foram consumidas de tristeza pela morte de
Lázaro, morte esta que levou o próprio Senhor Jesus, doador da vida, às
lágrimas (Jo 11.33-35). O historiador Lucas nos conta que quando Estevão
morreu apedrejado, homens piedosos o sepultaram e fizeram “grande pranto
sobre ele“ (At 8.2). O mesmo Lucas narra o quanto os crentes de Jope
choraram a morte de Dorcas, irmã amada por todos daquela igreja (At 9.36-39).
Inúmeros são os exemplos de homens e mulheres de Deus que choraram
quando viram seus queridos mortos.

O apóstolo Paulo ensina que quando o falecido é crente, o desespero por sua
morte deve ser evitado. Entretanto, Paulo não ensina que é errado nos
entristecermos nessas ocasiões. Diz que não devemos nos entristecer “como
os demais que não têm esperança” (1Ts 4.13). Segundo ele, esse tipo de
tristeza tão comum nos incrédulos só se aloja no coração de um crente quando
ele esquece o fato de que os salvos ressuscitarão um dia. Para Paulo, a
amarga tristeza dos incrédulos enlutados está associada à sua falta de
esperança. Logo, segundo ele, os crentes não devem entristecer-se como eles
uma vez que, cientes da ressurreição futura, têm real esperança.

Por isso, conforme o ensino do grande apóstolo, a postura do cristão diante da


morte de outro crente querido seu deve ser de tristeza esperançosa, que é fruto
da certeza da ressurreição futura dos salvos. É fato indiscutível que, de posse
das verdades acerca da ressurreição dos santos (1Co 15; 1Ts 4.13-18),
qualquer crente pode evitar o desespero quando a alma de um de seus
queridos salvos parte para o céu. E, não bastasse essa bendita certeza, vem
ainda em nosso auxílio nas horas de saudade a doce lembrança das
promessas bíblicas acerca do lar celestial, presente morada das almas dos
santos que partem deste mundo (Lc 16.22; 23.42,43; Fl 1.21-23; 2Tm 4.18).

É claro que esses consolos podem não nos valer na hipótese de o defunto ser
incrédulo. Porém, mesmo nesses casos, não fica o crente desamparado, pois
conta com a atividade sobrenatural do Consolador Divino, que lhe alivia as
mais profundas dores (Jo 14.16-17; Rm 8.26-27), e pode descansar na
soberania de Deus.

É fora de dúvida que uma prática que muito pode ajudar o coração enlutado é o
isolamento temporário. Esse isolamento tem por propósito o dedicar-se à
oração e não deve ser feito em prejuízo de nossos deveres e
responsabilidades. Aprendemos isso com o próprio Mestre. Quando Jesus
recebeu a notícia de que João Batista havia sido decapitado (Mt 14.1-12),
procurou um lugar isolado (Mt 14.13). O grande assédio de uma multidão
doente e faminta interrompeu seu retiro por algum tempo (Mt 14.13-21). Porém,
depois de cumprir seu trabalho, buscou novamente o isolamento e orou só,
sobre o monte (Mt 14.22,23). O evangelista Mateus diz que esse isolamento
em razão do luto durou cerca de dez horas (Mt 14.25)! Talvez os crentes
entristecidos pela morte de alguém ficassem surpresos com o efeito
restaurador e didático dessa prática. Infelizmente, o que vemos com frequência
são cristãos enlutados derramando o coração ininterruptamente diante de
amigos, psicólogos, pastores e conselheiros. É claro que isso tem seu lugar e
valor, mas nada pode substituir a busca do consolo de Deus, diante de quem
devemos derramar o coração todo o tempo (Sl 62.8; Mt 11.28-30; Fp 4.6,7) e
em cuja Palavra sabemos poder encontrar alívio para a nossa alma (Sl 19.7;
119.50).No episódio narrado por Mateus e analisado acima, é notável outro
exemplo deixado pelo Mestre. O texto mostra que, mesmo entristecido pela
morte tão cruel de João, o Senhor Jesus Cristo, ao invés de ser amparado,
amparou os outros. Socorreu uma multidão necessitada, quando seu próprio
coração sofria (Mt 14.14, 19-21). Nisso também os crentes devem imitar seu
Salvador. Devem ser como o trigo, que esmagado, produz pão puro para
alimentar os que estão ao redor. Outra lição acerca do comportamento do
crente enlutado está no livro de Jó. Todos conhecem a tocante história desse
homem piedoso que perdeu bens, saúde e filhos em meio a uma tempestade
de provas que o Senhor lhe enviou (Jó 42.11). Todos também conhecem
aquelas que talvez sejam suas palavras mais marcantes, pronunciadas logo
depois que recebeu a notícia da morte de seus filhos: “…o Senhor o deu, e o
Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!”. O texto bíblico diz que Jó
fez essa declaração após ter-se lançado em terra, em atitude de plena
adoração a Deus (Jó 1.18-21). Isso mostra que, quando está enlutado, o
cristão deve fazer que de seus lábios flua o louvor decorrente do
reconhecimento da soberania de Deus. Trata-se de um gesto chamado pelo
autor da carta aos Hebreus de “sacrifício de louvor” (Hb 13.15), ou seja, um
louvor associado à dor, que brota do coração de quem sofre e só se pode
esperar do homem que confessa Jesus Cristo e descansa na certeza de que
todas as coisas o Senhor realiza de conformidade com sua vontade soberana e
sempre boa. Por isso, quando morre um ente querido, não é correto o crente
ficar perguntando inconformado: “Por quê? Por quê? Por quê?”.
Na Bíblia aprendemos que é pecado discutir com Deus e questionar suas
ações (Jó 38.1,2; 40.1,2; Is 45.9; Rm 9.20). Proceder desse modo é evidência
de fé rasa, de má compreensão de quem é o Senhor e de disfarçada revolta
contra sua vontade soberana. Convém agora falar acerca da maneira como o
crente deve agir diante de pessoas que sofrem a dor da separação ocasionada
pela morte de um parente ou amigo. É comum nessas ocasiões vermos vários
indivíduos tentando desempenhar o papel de consoladores, trazendo palavras
com as quais pretendem suscitar certo conforto nos que pranteiam. Porém,
infelizmente, nesses momentos, com frequência, ouvimos esses consoladores
(que às vezes se apresentam como cristãos ou até pastores!) dizer as mais
grosseiras tolices e devaneios, acreditando que seus ares artificiais de
sabedoria podem emprestar autoridade às palavras absurdas que proferem.
Um diz que o incrédulo morto descansou (!); outro, que, de algum lugar, a alma
do defunto estará cuidando doravante daqueles que aqui permanecem; outro,
ainda, fica enaltecendo virtudes imaginárias do falecido, suscitando dúvidas
nos presentes sobre se vieram ao velório da pessoa certa.

Todas essas demonstrações de ignorância são absolutamente infrutíferas. É


na Bíblia que aprendemos como ajudar os enlutados. Paulo ensina,
em 1Tessalonicenses 4, com que palavras devemos consolá-los. Ele diz nos
versículos 13-17 que, assim como Jesus morreu e ressuscitou, Deus, mediante
Jesus, um dia trará juntamente em sua companhia os crentes que morreram;
diz ainda que o Senhor, depois de dar sua palavra de ordem, uma vez ouvida a
voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os crentes
mortos ressuscitarão; diz também que os cristãos que estiverem vivos nesse
dia serão arrebatados junto com os que hão de ser ressuscitados e, entre
nuvens, todos subirão ao encontro do Senhor nos ares a fim de permanecer
para sempre com ele. Depois de expor tudo isso, Paulo diz: “Consolai-vos,
pois, uns aos outros com estas palavras” (v.18). Por isso, bem fariam todos os
cristãos se conhecessem a fundo “estas palavras”. Isso os tornaria mais úteis
no auxílio dos que sofrem em razão da separação, evitaria emudecerem diante
dos que, inconsoláveis, pranteiam a morte de alguém, e poria freio nos desvios
que com soberba os indoutos proclamam em momentos tão propícios à
reflexão da verdade. Evidentemente, as palavras que Paulo escreveu servem
apenas para o consolo dos que choram a morte de crentes. No texto analisado
acima, o apóstolo ensina sobre a tranquilidade que podemos ter quando
pensamos nos mortos em Cristo (1Ts 4.16). Em se tratando da morte de
incrédulos, nenhuma palavra agradável pode ser dita a respeito do estado ou
do lugar em que a alma deles se encontra. Isso porque a Palavra de Deus é
extremamente amarga quando fala sobre o destino eterno dos que não
receberam Jesus Cristo, crendo nele como Salvador de sua vida. Tais pessoas,
segundo as Escrituras, estão condenadas ao tormento eterno no inferno,
preparado para o diabo e seus anjos, onde o verme não morre e o fogo nunca
se apaga! (Mt 25.41, 46; Mc 9.43-48; Lc 16.19-31; Jo 3.36; Ap 20.11-15). É
claro, porém, que o cristão deve ter tato. Há maneiras sábias de dizer essa
verdade num funeral de pessoa incrédula. Basta, durante conversas
particulares ou no pronunciamento de um breve sermão dirigido a todos,
chamar a atenção não para a condição espiritual do defunto (que já não
importa mais), mas para a condição espiritual dos ouvintes. Esse proceder
preservará o que realmente é importante e livrará o cristão comum ou o pastor
de situações embaraçosas. Entretanto, é evidente que se alguém perguntar
sobre o destino da alma do falecido incrédulo, terá o cristão de,
cuidadosamente, dizer a verdade. O consolo enganador é obra do mundo e do
diabo, não dos ministros de Cristo. E é melhor os ouvidos dos enlutados serem
alertados por verdades dolorosas que o coração deles ser iludido com uma
falsa paz. Uma forma sábia de agir diante de perguntas embaraçosas
formuladas nesses momentos é fazer o interlocutor chegar a suas próprias
conclusões. Basta responder-lhe brandamente com perguntas do tipo:
“A Bíblia diz que só os crentes em Cristo são salvos. Ele era crente em
Cristo?”. Respondendo a essa questão, o interlocutor chegará às suas próprias
conclusões, sejam elas tristes ou não. Caso responda que não sabe, então o
servo do Senhor deverá dizer: “Se não sabemos se ele morreu tendo fé em
Cristo ou não, também não podemos saber onde a alma dele está”.
O TRIBUNAL DE CRISTO

Reunida a Igreja, será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens


devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb 9.27)
I.   O SIGNIFICADO DO TERMO
O Tribunal de Cristo é a palavra grega “bema” que se refere a uma plataforma
elevada de arbitragem e recompensa. É um local onde a vida e as obras do
crente são examinadas. Quando os crentes estiverem diante do Tribunal de
Cristo em Sua vinda, eles serão julgados de acordo com suas obras; de acordo
com o seu caráter e a sua frutificação. O Tribunal de Cristo determina a
recompensa ou a perda da mesma, e não a salvação, pois quem estiver diante
do tribunal no mínimo receberá a salvação.
II.   QUANDO E ONDE SERÁ REALIZADO O TRIBUNAL DE CRISTO.
O Tribunal de Cristo acontecerá depois do arrebatamento da Igreja. Será
realizado nos céus. A Bíblia ensina que este julgamento será exclusivamente
para os salvos arrebatados na vinda de Jesus. A questão da salvação já foi
resolvida. Não será um julgamento para condenação ou salvação, será um
julgamento para receber galardão conforme o que prometeu o Senhor Jesus:
“E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um
segundo a sua obra” (Ap 22.12).
O Tribunal de Cristo é o tempo em que a Igreja permanecerá no céu com o
Cordeiro, para receber a recompensa pelo seu trabalho. Depois voltará com
Ele a fim de inaugurar o Reino Milenar.
III.  ESTE TRIBUNAL É EXCLUSIVO DOS CRENTES.
É comum ouvir, em nossas igrejas, que no fim do mundo haverá um julgamento
conjunto dos justos e dos injustos, porém a Bíblia ensina de modo diferente.
Precisamos saber de antemão que o primeiro julgamento ocorreu no Calvário,
já realizou-se. Neste julgamento Jesus foi julgado em nosso lugar, sofrendo o
castigo do nosso pecado, a morte, para que pudéssemos ser salvos.
O segundo julgamento, deve ser realizado diariamente pelo próprio crente,
olhando para sua própria vida, examinando seu viver. Neste juízo o juiz é o
próprio crente. Por isso o cristão deve vigiar a si mesmo e iluminado pelo
Espírito Santo deve examinar-se diariamente diante de Deus, quanto à sua
submissão e lealdade ao Senhor.
Agora, no tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto
ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho. Já foi dito que não se
trata de julgamento dos pecados do crente. Não. Nossos pecados já foram
julgados em Cristo, pela misericórdia e graça de Deus (2ª Co 5.21; Gl 3.13).
Também não é um julgamento quanto ao nosso destino eterno. A nossa
salvação não depende daquilo que fazemos para Deus, pois somos salvos pela
graça e da obra redentora que Jesus consumou uma vez para sempre por nós
(Hb 7.27).
IV.  A IGREJA PERANTE CRISTO.
A Bíblia ensina que todos os crentes salvos terão um dia de prestar contas
“Ante o Tribunal de Cristo”, de todos os seus atos praticados por meio do
corpo, sejam bons ou maus.
“Porque todos deveram comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2ª Co
5.10).Bema; (no gr. agathon, “espiritual e moralmente bom ou útil aos olhos de
Deus”) ou mal (gr. Phaulos, “sem valor, iníquo; inclusive egoísmo, inveja, e
preguiça)”.
Segundo o trabalho que fizermos nesta vida, bem ou mal, receberemos ou não
o galardão do Senhor. Agora trata-se da questão de recompensa, que será
resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo da
casa do Senhor. Todos os salvos estarão frente a frente com o Senhor Jesus
Cristo, e de acordo com a Palavra de Deus que diz: “que não há encoberto que
não seja revelado” (Hb 4.13; Mt 10.26).
Neste julgamento o Senhor avaliará o serviço de cada cristão. Não será tanto a
quantidade, mas sim, a qualidade dessa obra.
Todos os participantes do arrebatamento terão suas vidas reveladas perante
todo o céu, ou seja, pecados não confessados, erros não admitidos,
pensamentos levianos, mau uso da liberdade cristã, falta de amor, etc.
O Juiz será o próprio Senhor Jesus, aquele cujo aspecto é descrito em Ap
1.13-17, o “Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de
Deus” (Jo 5.22). No evangelho segundo João Jesus diz: “E também o Pai a
ninguém julga, mas deu ao Filho ‘todo o juízo” (2ª Tm 4.8) “justo juiz”.
Diante de Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa
hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo! Amém!
V.   A BASE DO JULGAMENTO NO TRIBUNAL DE CRISTO
Neste julgamento todos os cristãos serão julgados, não haverá exceção. “Pois
todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo. De maneira que cada
um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.10, 12).
Neste julgamento, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou
infidelidade a Deus.
“Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel. Todavia, a
mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano;
nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado;
mas nem por isso me considero justificado; pois quem me julga é o Senhor.
Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual
também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos
corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (1ª Co 4.2-6).
O cristão será julgado pela sua conduta.
“Se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1ª Co 11.31).
Será julgado pelo tratamento com o próximo.
“Mas tu, por que julgas o teu irmão? Ou tu, também, porque desprezas o teu
irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o Tribunal de Cristo” (Rm
14.10).
O cristão terá que prestar conta das suas práticas e ações, a oportunidade e o
conhecimento que recebeu os dons, talentos, enfim tudo o que de Deus
recebeu. As más ações do cristão, quando ele arrepende-se, são perdoadas no
que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levados em conta quanto
a sua recompensa (2ª Co 5.10).
As boas ações e o amor do cristão são lembrados por Deus e por Ele
recompensados.
“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da
caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos
santos e ainda servis” (Hb 6.10).
Cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer.
“Servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens. Sabendo
que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre”
(Ef 6.7-8).
Na descrição de Paulo aos Coríntios ele compara as obras dos crentes feitas
por motivos indignos comparando-se ao feno, palha e madeira, substância de
fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor
às almas são comparadas ao ouro, prata e pedras preciosas que resistem à
prova de fogo (1ª Co 3.10-15).
Sofrerá a perda ou ganhará o galardão.
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o
fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre
ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o
qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de
ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se
manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta;
e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou
nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se
queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia pelo fogo” (1ª Co
3.10-15).
No Tribunal de Cristo toda obra será declarada um dia.
Nada ficará em oculto. Quando o cristão realiza um trabalho para honra e glória
do Senhor Jesus, que é o fundamento de toda a nossa obra, ele assim está
construindo um edifício de ouro, prata, pedras preciosas; mas quando o
trabalho na obra é edificado sobre o seu nome e tudo circula em torno de si
(Eu) e não para o Senhor Jesus, ele está construindo um edifício de madeira,
feno e de palha, onde um dia o fogo queimará.

1. Embora salvo poderá ter uma grande perda:


1. Sentimento de vergonha na vinda de Cristo (2ª Tm 2.15).
2. Perda do trabalho que fez para Deus na sua vida.
3. Perda da Glória e da honra diante de Deus (Rm 2.7).
4. Perda de oportunidade de servir e autoridade nos céus (Ap 3.21).
5. Posição inferior no céu (Mt 5.19).
VI.   QUAIS OS GALARDÕES QUE O SENHOR DARÁ AOS SALVOS?
1.      O próprio Jesus distribuirá os galardões.
Jesus tem um galardão ou recompensa para entregar aos fiéis. Ele não
mandará um representante seu fazer isso, pois Ele mesmo disse: “E eis que
venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada
um segundo as suas obras” (Ap 22.12).
2.      Tipos de Galardões.
Haverá diferentes tipos de galardões simbolizados por coroas, porque no
mundo bíblico no Novo Testamento os galardões que os vencedores recebiam
nas olimpíadas gregas (o termo vem de olimpo, o monte sagrado dos deuses).
Uma coroa de ouro era conferida aos vencedores. Paulo faz menção disso em
1ª Co 9.24-25.
A. A coroa da vida. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque,
quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido
aos que o amam. “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo
lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap
2.10).
B. A coroa de Glória. Esta é para os ganhadores de almas. “Apascentai o
rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como
tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
E, quando aparecer o sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória”
(1ª Pe 5.2-4- outras referências Fl 4.1; Dn 12.3;1ª Ts 2.19; Pv 11.30).
C. A coroa da justiça. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a
qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia: e não somente a mim, mas
também a todos os que amarem a sua vinda” (2ª Tm 4.8).
D. A coroa incorruptível. “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o
fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível” (1ª
Co 9.25).
O crente nesta vida precisa batalhar pela fé e trabalhar sem cessar pela causa
do Mestre, porque a nossa recompensa não será nesta terra, mas no céus.
“Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12)
“Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa” (Ap 3.11).

VII.  CONSIDERAÇÕES FINAIS NO CÉU


1.      Seremos vestidos de vestes brancas Ap 3.5.
Isso ocorrerá logo após o arrebatamento, essa será a roupa que usaremos no
céu com Jesus. O branco representa as justiça e a santidade dos salvos.
2.      Ao que vencer, eu o farei coluna Ap 3.12.
Isso prova-nos que nunca sairemos do céu para habitar outra vez na terra no
meio de sofrimento e dor. Essa promessa só irá cumprir-se definitivamente
depois do arrebatamento, quando todos os que vencerem estiverem juntos
para sempre.
3.      Ao que vencer se assentará com Jesus em seu trono Ap 3.21.
Quando todos os salvos estiverem juntos no céu, então, iremos assentar-nos
com Jesus no seu trono de Glória.
4.      Iremos comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de
Deus: Ap 2.7.
Depois de tudo consumado por Deus em seu plano de salvação e o número
dos salvos completarem-se, então o Senhor levará a todos a comer da árvore
da vida, para que vivamos para sempre, pois a partir deste momento morte
para os salvos não existirá.
5.      Não recebermos o dano da 2ª morte: Ap 2.11.
A segunda morte está relacionada à condenação eterna, para nós não existirá
a segunda morte, pois estaremos com o Senhor para sempre. Quem subiu no
arrebatamento escapou da segunda morte.
6.      Iremos comer do maná escondido e receber um novo nome escrito
em uma pedra branca: Ap 2.17.
Isto ocorrerá logo após a entrega dos galardões. O galardão que o Senhor dará
como recompensa pelo trabalho a Deus será utilizado no reinado de Cristo aqui
na terra, pois quem precisa de coroa a não ser para participar de um reinado, e
isto fica bem claro se compararmos as promessas de Cristo como recompensa
conforme abaixo:
A. Reinarão com Ele mil anos (Ap 20.6).
B. E dar-lhe-ei poder sobre as nações (Ap 2.26-28).
C. E concederei que se assente comigo no meu trono (Ap 3.21).
D. E dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).
Isso ocorrerá quando o Senhor implantar o Milênio sobre a terra e reger as
nações com varas de ferro, nós estaremos também exercendo poder sobre as
nações concedidas pelo Senhor.
A GRANDE TRIBULAÇÃO

I.         O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO.

“Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do


mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21). A palavra
“tribulação” significa literalmente “cumprir com força”, como se faz com as uvas
no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda. A Grande Tribulação é o
período de maior angústia da história humana, em que os ímpios serão
obrigados a reconhecer quão terríveis é cair nas mãos do Deus vivo. A Grande
Tribulação é chamada na Bíblia como o “Dia do Senhor” o qual Deus entrará
em juízo com o mundo altivo, rebelde e impenitente que não ouviram e nem
obedeceram a Sua Palavra (Is 13.9-11; Ml 4.1). Esta aflição, sem precedente
na história, será universal. O castigo de Deus virá sobre os moradores da terra,
conforme descrito no livro de Apocalipse, do capítulo 6 ao 19. A palavra
profética tem predito que virá uma Grande Tribulação sobre a face da terra. O
próprio Jesus falou muitas vezes sobre isto (Mt 24.31; Mc 13.39). O profeta
Daniel chamou aquele tempo de “um tempo de angústia” (Dn 12.1). Será um
tempo como nunca houve no universo. Em Lucas 21.25-26, lemos a respeito
da angústia das nações, e como os homens desmaiarão de terror. O profeta
Sofonias fala sobre as densas trevas que dominarão o tempo (Sf 1.14-18).

A grande tribulação é também chamada de:

1.      Dia do Senhor                              Sf 1.14.

2.      Ira do Cordeiro                            Ap 6.16.       

3.      Ultima semana de Daniel             Dn 9.24-27.

4.      Tempo de angústia de Jacó          Jr 30-7; Sf 1.15.


5.      Ira futura                                      1ª Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16-17.

6.      Tempo de destruição                    1ª Ts 5.3.

7.      Tempo de Eclipse (escuridão)      Is 24.10-23; Am 5.18.

8.      Tempo de castigo                         Ez 20.37-38.

9.      Tempo de choro (pranto)             Am 5.16-17.

10.  Tempo de aflição                         Mt 24.21.

11.  Dilúvio de açoites                        Is 28.15-18.

II.      A GRANDE TRIBULAÇÃO TERÁ A DURAÇÃO DE SETE ANOS.

A Grande Tribulação será dividida em duas fases:

1ª Fase: Será três anos e meio de falsa paz que o Anticristo trará para o
mundo, neste período o mundo o receberá como grande solucionador dos
problemas da humanidade e será adorado como um deus.

2ª Fase: termina a falsa paz, e nos três anos e meio que faltam para completar
os 7 anos. São três anos e meio de juízos onde o Jeová irá derramar as pragas
do Apocalipse sobre os homens e haverá pestilências em todo o mundo,
fazendo assim o Senhor estará frustrando o reinado do Anticristo, que a Bíblia
chama de Grande Tribulação.

A Grande Tribulação terá uma duração de sete anos com base nas referências
de Daniel 9.27, 7.25 e Apocalipse 12.6. Então esta duração abrange a meia
semana, três anos e meio, pois de acordo com Daniel 9.27, o Anticristo, o
príncipe no qual Israel então terá feito uma aliança, interromperá no meio da
semana o serviço do sacrifício. Daniel 12.7 diz: “...um tempo, dois tempos e
metade de um tempo”. No capítulo 7.25 é indicado de forma muito concreta a
duração da grande tribulação: “e os santos lhe serão entregues nas mãos, por
um tempo, dois tempos e metade de um tempo”. Em Apocalipse 12.6 fala-se de
mil duzentos e sessenta dias e em Apocalipse 13.5 de quarenta e dois meses.
E notório que o apóstolo João o qual igualmente descreve estes três anos e
meio usa as mesmas expressões de Daniel. Em Apocalipse lemos: “...um
tempo, dois tempos e metade de um tempo”. No estudo sobre as setenta
semanas de Daniel, podemos verificar que a última semana que equivale o
período de sete anos que ainda não se cumpriu e é exatamente a Grande
Tribulação que terá uma duração de sete anos, divididos em duas partes de
três anos e meio.

§  Mil duzentos e sessenta dias – Ap 11.1; 12.6.


§  Quarenta e dois meses – Ap 13.5.

§  Tempo e tempo e metade de um tempo – Ap 12.14.

A Escritura, entretanto indica toda a 70ª semana como a grande tribulação


porque a primeira é preenchida pela sedução de Israel por parte do Anticristo.
Eles o aceitarão como o Messias (Jo 5.43). Perfazem assim o período profético
de 7 anos de Grande Tribulação. Quanto ao Anticristo, a leitura atenta dos
textos que o mencionam deixamos claro tratar-se de uma personalidade real,
porque ele é chamado de “homem do pecado” e “filho da perdição”, e em
Daniel de “o assolador” (2ª Ts 2.3; Dn 9.27).

1.      A primeira fase da Grande Tribulação.

A primeira fase da Grande Tribulação que são três anos e meio terá os
seguintes acontecimentos:

A.  Israel terá pleno domínio de Jerusalém (Dn 9.24).

B. Israel fará acordo com o Anticristo por sete anos (Dn 9.27; Jo 5.43; Is 28.15-
18). 

C. Israel irá construir o templo derrubado por Roma em 70 d.C. (2ª Ts 2.4).

D. O livro com os sete selos serão abertos (Ap 5.1-14).

E.  As duas testemunhas darão as suas profecias (Ap 11.1-12).

2.      A segunda parte da Grande Tribulação.

A.  Israel é invadida pelo Anticristo (Ap 12.6).

B. O Anticristo sentará no templo exigindo adoração (2ª Ts 2.3-4; Dn 9.27. Jo


5.43; Is 28.15-18).

C.  As duas bestas (O falso profeta e o Anticristo) (Ap 13).

D. As sete pragas (Ap 15 e 16).

E.   A batalha do Amargedom (as nações contra Israel) (Zc 14.12-13; Ap


19.19).

F.  O espírito do demônio controlará os reis da terra (Ap 16.13-14).

G. Os reis do oriente marcham rumo a Israel (Ap 16.12-16).

H. Uma chuva de meteoro de até um talento que equivale a 34 quilos (Ap


16.21; Mt 24.29).

I.  As sete trombetas do juízo de Deus (Ap 8.2-12; 9.1-13; 11.15).


I.   A Volta de Cristo com Seus santos para livrar Israel (Ap 19.11-26; 1.7;

Judas 1.14; Mt 24.30-31).

III.  QUANDO TERÁ INÍCIO A GRANDE TRIBULAÇÃO.

A Bíblia é clara a respeito da Grande Tribulação, que terá início:

1.      Será a última semana de Daniel.

“E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da


semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).

A primeira metade da semana será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo


que, fará um concerto com Israel em Jerusalém e será aceito tanto pelos
judeus quanto pelos gentios. Aqueles terão como o seu messias.

A segunda metade será ocupada pela Grande Tribulação propriamente dita:


“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá
repentina destruição, como as dores de parto aquela que está grávida; e de
modo nenhum escaparão” (1ª Ts 5.3).

Na primeira fase da Grande Tribulação (três anos e meio), Israel rompe a


aliança com o Anticristo, o seu tratado é quebrado e interrompe o sacrifício no
templo (Dn 9.27).

O Anticristo vai declarar-se deus, apoderar-se-á do templo em Jerusalém e


proibirá adoração ao Senhor (2ª Ts 2.4) e assolará a Palestina. Israel será o
único país no mundo que rompera o concerto com o Anticristo, e nenhum judeu
receberá a marca do Anticristo. Diante deste acontecimento, o Anticristo se
preparará para reunir as nações com soldados no grande vale do Amargedom
para destruir por completo Israel, mas o seu intento só acontecerá no final da
Grande Tribulação (Ap 16.16). Então o Anticristo terá um prazo de três anos e
meio para concretizar o seu mal intento contra os filhos de Deus (Dn 7.25).
Quando Israel romper a aliança com o Anticristo, Deus no céu abre as portas
de um cataclismo mundial. Porque o Senhor enviará o seu juízo sobre a terra
aos que ficarem. O Apocalipse mostra-nos quão difíceis serão estes dias para
os que estiverem aqui na terra, o Senhor derramará pragas e pestilências, um
grande e terrível cálice de dor, de angústia e sofrimento sobre os homens que
rejeitaram a Sua Palavra e não aceitaram a Jesus como Salvador.
2.      Será o “dia da vingança do nosso Deus” (Is 61.2).

Foi logo em Is 61.1-2 que Jesus leu, no dia que entrou na sinagoga da Sua
cidade (Nazaré), e foi-lhe dado o livro, pois quando abriu a Escritura achou esta
passagem. Ele leu, mas quando chegou a palavra “o dia da vingança”, cerrou o
livro e entregou-o ao sacerdote (Lc 4.16-20). Por que Jesus parou a leitura no
meio do versículo? Sim, porque naquele tempo Ele não tinha por missão
executar a vingança, mas em salvar. Porém na Grande Tribulação chegará “o
dia da vingança”, quando Deus afasta-se da humanidade, e entrega os homens
à operação do erro, para que creiam na mentira, pois não receberam o amor da
verdade para salvarem-se (2ª Ts 2.10-11).

IV.  OBJETIVOS DE DEUS NA GRANDE TRIBULAÇÃO.

A Grande Tribulação será deflagrada, visando a aplicação dos juízos divinos


sobre a terra e a reconciliação de Israel com o seu verdadeiro Messias. Ela
também possui como objetivos:

1.      Repreender, castigar e educar Israel com vara de Juízo, preparando os


Judeus para enfim aceitarem a Jesus Cristo como o Messias prometido
(Ezequiel 20.37; Dt 4.30; Mt 23.37-39).

2.       Separar os judeus fiéis a Deus (Zc 13.8-9; Ap 14.1-3).

3.       Castigar os ímpios que rejeitaram o maior presente de Deus que é o


amor de Cristo, e não se converteram dos seus pecados, pois recusaram a luz
de Cristo para viver em trevas (2ª Ts 2.11-12) e preferiram crer nas trevas e na
mentira do diabo.

4.       Trazer aflição e angústia porque rejeitaram a Jesus como salvador da


humanidade.

5.       Derramar a ira de Deus (Ap 6.16-17; 2ª Ts 1.7-9).

6.       Destruir o império do Anticristo (Ap 16.10).

7.       Desestabilizar o atual sistema mundial (Dn 2.34-35).

8.       Implantar o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo (Dn 2.44).

V.     A IGREJA E A GRANDE TRIBULAÇÃO

O Pré-Tribulacionismo. Ensina que o arrebatamento da igreja (tanto os santos


vivos quanto os mortos) ocorrerá antes do período de sete anos da tribulação,
ou seja, antes do início da 70º semana de Daniel 9.24-27. É necessário dizer
“antes do período de sete anos de tribulação” (RYRIE 2004, p. 563).

O Mesotribulacionismo. A visão do arrebatamento mesotribulacionista


defende que o arrebatamento da igreja ocorrerá no meio dos sete anos e meio.
Segundo esta visão, a tribulação é somente a segunda metade da 70º semana
de Daniel. (p.579).

O Pós-Tribulacionismo. Ensina que o arrebatamento e a Segunda Vinda são


facetas diferentes de um único evento, que ocorrerá no final da Grande
Tribulação, quando Cristo voltar. A Igreja estará na Terra durante a tribulação
para experimentar os eventos desse período. (p. 582).

VI.             A IGREJA PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO?

Segundo a interpretação da escola pré-tribulacionista a Igreja será arrebatada


antes da Grande Tribulação e concordo com está linha de pensamento.

“Eles gritavam às montanhas e às rochas: “Caiam sobre nós e escondam-nos


da face daquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro”! Pois
chegou o grande dia da ira deles; e quem poderá suportar?” (Ap 6.16-17).

Alguns crêem que a Igreja do Senhor enfrentará aqui a Grande Tribulação, e


que, quando Jesus vier, virá num ato único para ela, para Israel e para as
nações rebeladas contra Deus. Ensinam ainda que a trombeta de 1ª Coríntios
15.52 e 1ª Tessalonicenses 4.16, ligada ao arrebatamento da Igreja, é
equivalente à sétima trombeta de Apocalipse 11.15-19, que dá início aos
últimos juízos da Grande Tribulação.

O Apocalipse mostra que a Igreja não estará na Terra durante a Grande


Tribulação A igreja não é vista na Terra nos capítulos 4 a 18 do Apocalipse.

Israel será a testemunha de Deus durante a Grande Tribulação e não a Igreja.


(Apocalipse 7). As orações dos santos em Apocalipse 8 são de julgamento.
Somente Israel faz orações deste tipo. A Igreja é ensinada a orar pelos seus
inimigos e não contra eles (Lc 9.51-56). As orações do Apocalipse são as
orações dos Salmos, embasadas nas promessas feitas a Abraão, de
amaldiçoar os que amaldiçoassem Israel (Gn 12.1-3).

A Bíblia fala sobre dois eventos distintos: a remoção dos crentes antes da
grande tribulação (arrebatamento) e a segunda vinda de Cristo. O primeiro
ocorrerá no começo e o segundo no fim da septuagésima semana de Daniel.
Primeiro Cristo virá para os seus santos para levá-los para o céu; de outra
forma jamais poderia vir com os seus santos do céu para socorrer a Israel na
Batalha do Armagedom. O arrebatamento acontecerá quando menos
esperado.

A segunda vinda acontece apenas depois de todos os sinais terem sido dados
e todos souberem que Cristo está prestes a voltar em glória e poder. O
arrebatamento ocorre em meio a paz (1ª Ts 5.3); a segunda vinda em meio a
guerra (Ap 19.11-21). É simplesmente impossível colocar no mesmo referencial
de tempo e num único evento as afirmações mutuamente exclusivas que o
Novo Testamento faz sobre o arrebatamento e a segunda vinda (Mt 24.29-44).

As diferenças e os contrastes das duas fases da vinda de Jesus são tanto na


Escritura, que se houvesse uma só fase, tudo seria uma grande contradição.
Vejamos, a seguir, as evidências de que Jesus arrebatará para si a Igreja,
antes da sua revelação em glória às nações. Citaremos algumas referências
bíblicas para contrastá-las, a primeira sobre o arrebatamento, e a segunda
sobre a revelação de Jesus. Is 57.1: “Perece o justo, e não há quem se
impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém
considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal”.

Na primeira fase o mundo não o verá. 1ª Coríntios 15.52: “Num momento, num


abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”.

Mateus 24.30: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre
as nuvens do céu com poder e muita glória”.

 Na primeira passagem, Jesus vem num momento, e levará os seus para o


Céu. Isto é, num abrir e fechar de olhos, num milésimo de segundo. Na
segunda passagem, Jesus, ao voltar será visto por todos os povos da terra:
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram.
E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém” (Ap
1.7). Esta fase da sua vinda será precedida do “sinal” do Filho do homem,
como está bem claro nesta segunda referência. Será, portanto, algo lento e
diferente do primeiro caso.

João 14.3: “E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para
mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também”.

Colossenses 3.4: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós
também sereis manifestados com ele, em glória”.

Em João 14.3 Jesus promete vir buscar o seu povo que está aqui na terra.
Então, aqui Ele vem para os seus. Em Colossenses 3.4 a Palavra nos declara
que quando Ele vier, nós viremos com Ele. Então, aqui Ele vem com os seus.
Para Jesus vir com os seus, Ele primeiro os levará para si. (Quanto a
Colossenses 3.4 – Jesus vindo com os seus – ler também Zacarias 14.4,5 e
Judas v.14).

1ª Tessalonicenses 4.17: “Depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos


arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor
nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”.

Zacarias 14.4: “Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras,
que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será
fendido pelo meio...”.

Em 1 Tessalonicenses 4.17, Jesus vem até as nuvens, para levar os seus; dos
ares Ele os levará. Em Zacarias 14.4 o Senhor vem e pisará a terra, a saber, o
monte das Oliveiras e de modo ostensivo. E trata-se aí da vinda do Senhor (Zc
14.5b). Logo trata-se aí de dois casos diferentes.

Em Hebreus 9.27-28 lemos que Jesus virá sem pecado, isto é, não para tratar
do problema do pecado. Ele virá para os que o aguardam para a salvação. Em
Mateus 25.31-46, vemos Jesus vindo para julgar e castigar os pecados
daqueles que tiveram prazer somente em pecar. Logo, estas duas referências
tratam de dois casos diferentes.

Apocalipse 19.7, 8 e Apocalipse 19.11-14. Na primeira referência temos a


Igreja reunida a Cristo nas bodas do Cordeiro no céu (Ap 19.1) e na segunda
referência Ele vem para julgar as nações.

1ª Coríntios 15.51. “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas
transformados seremos todos”. A fase da vinda de Jesus aqui abordada é um
“mistério”. O arrebatamento da Igreja não foi revelado aos escritores do Antigo
Testamento. Os escritores do Novo Testamento tiveram a revelação do evento,
mas não dos seus detalhes. Já a volta de Cristo à Terra é um evento
detalhadamente descrito em grande parte do Antigo Testamento. É o chamado
“Dia do Senhor Jeová”, tão mencionado nos profetas. O dia em que Ele virá à
terra para julgar as nações.

Tito 2.13. Aqui temos num só versículo as duas fases da segunda vinda de


Jesus. Paulo primeiramente fala dos salvos como “aguardando a bendita
esperança”, mas a seguir fala também da “manifestação da glória do nosso
grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. A “bendita esperança” é sem dúvida
alguma alusão ao arrebatamento da Igreja; a “manifestação da glória” é uma
alusão à manifestação pessoal de Cristo.

Torna-se pois bem claro, à vista da Palavra de Deus, que há dois aspectos
distintos da segunda vinda de Jesus.
Vejamos alguns fatos que ocorreram livramento antes da tribulação:

§  Enoque foi levado ao céu antes do Dilúvio; a Bíblia diz na carta de Hebreus
para não ver a morte (Hb 11.5).

§  Elias foi levado ao céu antes do aparecimento das duas ursas que mataram
os 42 rapazes (2ª Reis 2.1, 23, 24).

§  Ló foi tirado de Sodoma antes da destruição (Gênesis 19).

§  Deus não destinou a Igreja para a ira (1ª Ts 5.9).

§  João foi arrebatado ao céu logo após o relato da última carta à igreja de
Laodicéia (Ap 4.1-2).

§  Se orarmos e vigiarmos escaparemos das coisas que sucederão (Lc 21.36).

§  Versículos bíblicos que nos mostram o grande livramento que o Senhor nos
dará:

(Salmos 32.7; Salmos 27.5- 6; Salmos 33.19; Pv 11.8; Ec 8.5; Isaías 65.13 e 1ª
Ts. 1.10).

VII.        A IGREJA E O DIA DO SENHOR.

1. O Dia de Cristo. O “Dia de Cristo” foi revelado somente no Novo


Testamento e aplica-se unicamente à Igreja de Jesus. Por isto, ele está
relacionado quase sempre com bênçãos, com promessas e com a esperança
da glória de Cristo. Ele diz respeito ao retorno dos crentes renascidos para o
reino do Pai (a casa do Pai), mas também ao tribunal de Cristo que vai
acontecer nesta ocasião.

O arrebatamento da Igreja marca o início do chamado “dia de Cristo” (1ª Co


1.8; Fl 1.6). Este “dia” é relacionado com a Igreja, e vai do arrebatamento da
Igreja à revelação de Cristo em Glória. Em 2ª Ts 2.2, a tradução correta é “dia
do SENHOR”, (com maiúscula, significando “Jeová” conforme o estabelecido
pelos editores da Bíblia, internacionalmente). A expressão “dia do Senhor”
abrange o mesmo período da vinda de Jesus com relação às nações gentílicas
e Israel. Tem a ver com julgamento. A Igreja não está esperando o “dia do
Senhor”, mas o “dia de Cristo”.

2. O “Dia do Senhor”. O dia do Senhor, pelo contrário, não é uma nova


revelação, mas já era conhecido no Antigo Testamento. Este “dia” tem a ver
com o justo juízo de Deus que cairá sobre o mundo incrédulo e castigará a
rebelião contra Ele. Neste dia igualmente acontecerá o juízo sobre o povo de
Israel e seu restabelecimento espiritual. Trata-se da intervenção evidente e
visível de Deus nos acontecimentos deste mundo.
Este dia é o dia da Grande Tribulação e começa depois do “Dia de Cristo”, ou
seja, depois do arrebatamento. Ele resultará, finalmente, na vinda de Jesus em
poder e glória juntamente com os Seus santos. Por isto ele também é chamado
de “as dores” ou “dores de parto” (1ª Ts 5.3). Em sua abrangência mais ampla,
o “Dia do Senhor” refere-se ao estabelecimento do reino de Jesus (Milênio) e
conduz à derradeira destruição do antigo céu e da antiga Terra. Também a
este respeito seguem alguns exemplos: “Porque o Dia do Senhor dos Exércitos
será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que
seja abatido. Então, os homens se meterão nas cavernas das rochas e nos
buracos da terra, ante o terror do Senhor e a glória da sua majestade, quando
ele se levantar para espantar a terra” (Is 2.12 e 19; compare Ap 6.15-17).

“Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e


vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que
venha o grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.19-20).

Outras passagens bíblicas sobre o “Dia do Senhor” são encontradas em Joel


1.15; 2.1-2; Ezequiel 30.3; Sofonias 1.14; Zacarias 14.4-5 e 8; 1ª
Tessalonicenses 5.1-5; 2ª Pedro 1.16; 3.10 e Judas 14-15.

3. O Dia de Deus. O “Dia de Deus” é após todos os acontecimentos


apocalípticos, ou seja, após o julgamento do grande trono branco. Será dia em
que o próprio Deus triunfará definitivamente; depois que todo o mal tiver sido
afastado e tudo estiver implantado na nova situação eterna e permanente,
quando Deus será tudo em todos.

“Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo
dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas
sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas,
certamente exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as
coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele
que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1ª Co
15.25-28). Nesse contexto a Palavra diz aos crentes: "...esperando e
apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados,
serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo
a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça"
(2 Pe 3.12-13).

VIII.     QUAL A DIFERENÇA ENTRE TRIBULAÇÃO E GRANDE


TRIBULAÇÃO?

A palavra tribulação significa: aflição, amargura, adversidade, trabalho, ou seja,


são aqueles problemas que todo o mundo tem, é muito comum em alguém “Eu
estou atribulado”, “estou passando por uma tribulação”, porém isto não passa
de momentos maus que acontecem na vida de cada ser humano. Quem nunca
passou por problemas na família, na escola, no trabalho, financeiro, no
ministério da igreja, etc. Jesus ensinou no Seu evangelho que passaríamos por
aflições (Jo 16.33).

A Bíblia diz que a Igreja aqui neste mundo passará por aflições, provas,
tribulações. São adversidades que enfrentamos contra o inimigo de nossas
almas (Satanás). Pois estas adversidades são formas que Deus usa para
corrigir o seu povo nesta terra. O apóstolo Paulo fala da tribulação do tempo
presente (Rm 8.18), isto porque refere-se aos momentos difíceis do dia-a-dia.
Paulo é bem claro para ninguém confundir tribulação com Grande Tribulação.
Porque Cristo iria castigar a Sua Noiva? È uma pergunta que não tem resposta
na Bíblia. Isto tudo são tribulações, porém nada comparado com a GRANDE
TRIBULAÇÃO, que será um período onde a ira (juízos) de Deus serão
derramados sobre a terra o qual nunca houve antes, e nem haverá em outro
tempo (Mt 24.31). Esta Grande Tribulação virá sobre os moradores da terra
que ficarem após o arrebatamento da Igreja.

IX.  A IRA DO CORDEIRO.

A ira (gr. orge), é uma expressão da justiça. É a indignação pessoal de Deus e


Sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8-9; Ef 5.6; Ap 19.15)
causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2º
Sm 6.6-7), e pela apostasia e infidelidade do povo (Nm 25.3; 32;10-13; Dt
29.24-28).

“E disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face
daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o grande
dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Ap 6.16-17).

A ira do Cordeiro descrito neste capítulo do verso 6 ao 19, é uma manifestação


da vingança divina contra os transgressores da Sua Palavra e para quem não
há manifestação da Sua misericórdia (Dt 32.39-43; Ex 22.23-24).

Muitos destacam o amor á Deus e esquecem que Ele também é justiça. E


nesta justiça, está a Sua ira contra o pecado (Rm 1.18, 3.5-6; 9.22). A ira de
Deus foi pronunciada pela primeira vez no Éden e manifestar-se-á em plenitude
com a vinda de Cristo (Ap 6.16-17).

A ira aqui se refere aos juízos que virão para aqueles que nunca acreditaram,
creram na obra redentora de Cristo através de Sua morte no Calvário e não se
arrependeram de seus pecados.Na primeira carta aos tessalonicenses nos é
mostrado claramente que o consolo da Igreja consiste do fato que o
arrebatamento nos livrará do dia da ira de Deus (do “Dia do Senhor”): “...e para
aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos,
Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1ª Ts 1.10).
William McDonald diz: Aquele por quem esperamos é Jesus, “que nos livra da
ira vindoura”. Esta descrição de nosso Senhor que voltará pode ser entendida
de duas maneiras:

1. Ele nos livra do castigo eterno que merecemos pelos nossos pecados. Na
cruz Ele suportou a ira de Deus por nossos pecados. Pela fé em Jesus, o valor
da Sua obra na cruz é creditado a nós. Daqui por diante não há mais
condenação para nós, por estarmos em Cristo (Rm 8.1).

2. Ele nos livra igualmente da era de juízo que virá sobre esta terra, quando a
“ira” de Deus será derramada sobre um mundo que rejeitou Seu Filho. Este
tempo é conhecido como “a Grande Tribulação”, ou também o tempo da
“angústia de Jacó” (Dn 9.27; Mt 24.4-28; 1ª Ts 5.1-11; 2ª Ts 2.1-12; Ap 6.1-17 e
10). Esta “ira de Deus” começará na Grande Tribulação, como se vê
claramente em Apocalipse 6.15-17. Também em 1ª Tessalonicenses 5 é
nitidamente do “Dia do Senhor” que o texto fala, dia que virá como ladrão de
noite (vvs. 2-3). Mas neste contexto de juízo e castigo é dito a Igreja que ela
será poupada deste dia:

“Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos
apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós
não somos da noite, nem das trevas. Porque Deus não nos destinou para a ira,
mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Ts 5.4-
5 e 9). A Bíblia Viva diz no versículo 9:”Porque Deus não nos escolheu para
derramar sua ira sobre nós, mas para nos salvar por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo”. Portanto, em resumo, podemos dizer: sempre que o Espírito
Santo nos recorda o tema do arrebatamento, somos lembrados de todo o
consolo do Evangelho de Jesus, da esperança da nossa vocação.

Os tessalonicenses foram bem instruídos sobre este assunto. Por isto eles
ficaram tão preocupados quando repentinamente surgiram rumores de que “o
Dia do Senhor” (a Grande Tribulação) já havia chegado. Pois estaria
acontecendo justamente o contrário do que eles haviam ouvido do apóstolo.
Eles logo se preocuparam, ficaram com medo, abalados, surpresos, tristes e
começaram a vacilar. Por quê? Porque haviam abandonado a palavra da
graça. A Bíblia é nosso parâmetro, por isto devemos confiar no que ela está
escrito! “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça” (Rm 1.18). Ira de
Deus nestes versículos refere-se ao ódio de Deus contra o pecado, a
imoralidade e a iniquidade impenitente, a idolatria. Embora muitos “líderes”
ensinam que a Noiva de Cristo ficara na Grande Tribulação. Mas, os que
estivem esperando Seu Noivo subirão com Ele. Amem! A esperança de Paulo
deve ser de cada cristão: “Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não
só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte divulgou-se a vossa fé
para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa
alguma; pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve
o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes
a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu
Filho, quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira
futura”(1ª Ts 1.8-10).

Aqui o apóstolo Paulo está revelando o quadro horrível dos desobedientes à


vinda de Jesus. Paulo fala aqui do “dia do SENHOR”, dia de ira, de vingança,
quando Ele manifestar-se-á como fogo flamejante, contra os impenitentes, que
recusaram o Evangelho do Senhor Jesus. Ora, aqui, aos ímpios serão infligidos
castigados por sua rebeldia, e, é evidente, não há lugar neste contexto para a
presença da Igreja, redimida pelo sangue de Cristo e fruto do amor de Deus.
Os fiéis da Igreja de Cristo não estão destinados à ira de Deus (1ª Ts 5.9).
Deus prova Seu amor inefável para com Sua Noiva: “Mas Deus prova o seu
amor para conosco que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo muito mais agora, sendo justificado pelo seu sangue, seremos salvos da
ira. Porque, se nós quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a
morte do seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos pela
sua vida. E não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso
Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos agora, a
reconciliação” (Rm 5.8-11). Se Deus mandou o Seu Filho para morrer por nós
quando éramos inimigos, quanto mais agora que somos seus filhos. O
livramento da ira futura é a prova do seu grande amor por nós. “Salvos da ira”:
aponta para o julgamento de Deus no fim. No verso 10 Paulo diz que quando
Cristo morreu, a nossa dívida foi paga. Quando aceitamos a Cristo, pela fé nós
nos aproximamos da salvação. A morte de Jesus nos isentou da condenação e
da ira futura. O Senhor Deus já havia falado através do profeta Isaías que seu
povo não entraria em juízo: “Os teus mortos viverão, os teus mortos
ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho,
ó Deus, será como orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai,
pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha a porta sobre ti; esconde-te só
por um momento, até que passe a ira” (Is. 26.19-20). Ele nos livra do castigo
eterno que merecemos pelos nossos pecados. Na cruz Ele suportou a ira de
Deus por nossos pecados. Pela fé em Jesus, o valor da Sua obra na cruz é
creditado a nós. Daqui por diante não há mais condenação para nós, por
estarmos em Cristo (Rm 8.1). Jesus (O Noivo) tem preparado um lugar
especial para Sua noiva, por isto profetizou Isaías: “Os teus mortos
ressuscitarão” refere-se ao arrebatamento da Igreja que após este evento
entrará nas mansões celeste para receber seus galardões: “entra nos teus
quartos e fecha a porta sobre ti”. E Deus é claro quando diz: “até que passe a
ira”. Os crentes em Jesus não precisam temer porque Deus enviará o seu
Filho, o Noivo para buscar a Sua Igreja (a Noiva) antes da ira futura, a Grande
Tribulação. Que Ele venha em breve. Amaste a justiça e aborreceste a
iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus te ungiu, com óleo de alegria mais do
que a teus companheiros (Hb 1.9). Os que amam a justiça serão
recompensados, e o nosso misericordioso Pai não irá deixar-nos passar pela
tristeza, isto é, pela Grande Tribulação, Ele nos ungiu com o óleo da alegria.
Amém.

X.     QUEM PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO.

Há dois grupos distintos que passarão pela Grande Tribulação:

1.      A Grande Tribulação será para os judeus que não aceitarão a Cristo.

O Julgamento de Israel dar-se-á após o arrebatamento da Igreja de Cristo.


Israel será julgado, repreendido pelo Senhor por ter rejeitado a Jesus como
Messias e Salvador.

Este julgamento o Senhor chama de angustia de Jacó:

“E estas são as palavras que disse o SENHOR acerca de Israel e de Judá.


Assim diz o SENHOR: Ouvimos uma voz de tremor, de temor, mas não de paz.
Perguntai, pois, e vede se um homem tem dores de parto. Por que, pois, vejo a
cada homem com as mãos sobre os ombros, como a que está dando à luz? E
por que se tem tornado macilentos todos os rostos? Ah! Porque aquele dia tão
grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para
Jacó; ele, porém, será salvo dela. Porque será naquele dia, diz o SENHOR
dos Exércitos, que Eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei
as tuas ataduras; e nunca mais se servirão dele os estranhos. Mas servirão ao
SENHOR, Seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei”(Jr
30.4-9). Nesta passagem o profeta Jeremias fala de um tempo ainda futuro
quando grande angústia ou tribulação virá sobre todo o Israel, que é
simbolicamente denominado de “Jacó”. É melhor interpretar este tempo de
angústia como algo que ainda é futuro para Israel - um tempo conhecido como
a septuagésima semana de Daniel ou a Tribulação. O expositor bíblico e
estudioso de profecia Dr. Charles H. Dyer escreve sobre essa passagem e seu
significado: A que “tempo de angústia” Jeremias está se referindo? Alguns
acham que ele está indicando a derrota de Judá pela Babilônia ou a derrota
posterior da Babilônia pelo Medo-Pérsia. Mas, em ambos estes períodos o
Reino do Norte, Israel, não foi afetado. Ele já tinha sido levado ao cativeiro
em 722 a.C. Uma solução melhor é que Jeremias está referindo-se a um
período de tribulação futuro quando o remanescente de Israel e Judá sofrerá
uma perseguição incomparável (Dn 9.27; 12.1; Mt 24.15-22). O período
terminará quando Cristo aparecer para resgatar os Seus eleitos (Rm 11.26) e
estabelecer Seu reino (Mt 24.30-31; 25.31-46; Ap 19.11-21; 20.4-6). Portanto, o
tempo de angústia para Jacó enfatiza o aspecto da Tribulação futura que
expressa a dificuldade pela qual os judeus ou descendentes de Jacó passarão
durante este período. A nação de Israel goza duma relação especial com Deus
em razão do pacto com eles, por Ele ter escolhido esta nação como
testemunho entre as nações da terra (Is 43.10; Rm 3.1-2).

No plano de Deus ficou estabelecido que dela viriam a salvação e as bênçãos


pelo fato de que o Messias procederia de Israel. Por causa desta relação
pactual Deus os chama “meus filhos”, e trata-os com castigo quando lhe
desobedecem (Is 43.6). A grande maioria dos judeus permanece até hoje
incrédula e apóstata. Rejeitaram a Deus e nos dias de Samuel pediram um rei
como tinha as demais nações. Quando o Messias dele, e libertador da
humanidade chegaram, eles disseram: “Fora com ele, não O queremos para
mandar em nós”. Mesmo depois de ter contemplado a obra redentora e estar
aberta à porta da salvação para eles, recusaram a convicção do Espírito Santo,
recusaram seus mensageiros e apedrejaram seus discípulos. Israel já tem
passado por muitas repreensões de Deus, mas passará ainda por um grande
desapontamento, ou seja, um julgamento tão severo qual ainda não passou,
por isto, o Senhor diz: “E é tempo de angústia para Jacó”. Serão enganados
pelo Anticristo e sofrerão os horrores do tempo da “Angustia de Jacó”. O
período da Grande Tribulação será o tempo de angústia para Israel, onde Deus
enviará os seus juízos para os desobedientes. “No momento que seriam
esmagados pelas nações do mundo, no fim deste período, passarão debaixo
do cajado de Deus” (Ez 20.37), que simboliza uma aproximação de Deus. Na
grande Tribulação, após sofrerem, os justos clamarão o nome do Senhor, em
profundo arrependimento. Os rebeldes serão destruídos e o remanescente fiel
entre eles tornar-se-á o único núcleo de um Israel renovado espiritualmente,
então dirão a Deus: “Mas agora, o Senhor, Tu és nosso Pai; nós o barro, e Tu o
nosso Oleiro; e todos nós obra de suas mãos” (Js 64.8); (Zc 12.10; 13.1).

O Renovo de Davi: “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a


Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará e praticará o juízo e a
justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este
será o nome com que o nomearão: O SENHOR, Justiça Nossa. Portanto, eis
que vêm dias diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive o SENHOR que
fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas, Vive o SENHOR que fez
subir e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do Norte e de todas as
terras para onde os tinha arrojado. E habitarão na sua terra” (Jr 23.5-8). Será
nesta hora que a nação, em sua totalidade, reconhecerá Jesus como seu
Messias, sendo por Ele convertido. “Quem jamais ouviu tal cousa? Quem viu
cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria
uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus
filhos” (Is 66.8). No final da Grande Tribulação quando Israel estiver cercado
pelo Anticristo então virá o Senhor em glória e irão dizer: “E se alguém lhe
disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas com que
fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13.6).

2.      Os gentios.

“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia
contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do
trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas mãos”
(Ap 7.9, 13, 14). A grande tribulação é um tempo de julgamento divino sobre
um mundo ímpio que rejeitou a Cristo, mas também um tempo de ira e
perseguição satânica contra os que recebem a Cristo e a sua Palavra.

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes


brancas, quem são e de onde vieram. E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele
disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas
vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7.13-14).

“E um dos anciãos...” Os vinte quatro anciãos visto pelo apóstolo João


Apocalipse 4.4, representam os remidos, que foram levados ao Tribunal de
Cristo e coroados logo após o arrebatamento. Portanto a Grande Tribulação
dará inicio logo após o arrebatamento.

Mas um dos anciãos pergunta a João: “Estes que estão vestidos de vestes
brancas, quem são e de onde vieram...”. Estes são os que vieram de grande
tribulação..., ou seja, os “mortos por amor da palavra de Deus” são os que
foram martirizados por sua fé em Cristo e pela verdade da sua Palavra.

Será baixado um decreto ordenando a morte de todos que se recusarem a


adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que
resistirem ao anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas
vidas (Ap 6.9; 14.12,13; 17.9-17).

XI.   HAVERÁ SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO?

Quando se estuda a Grande Tribulação, a pergunta é inevitável: “haverá


salvação neste período?” É claro que sim. O livro de Apocalipse mostra dois
grupos distintos de salvos: os israelitas e os gentios: “Respondi-lhe: meu
Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande
tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap
7.4-14). Outras passagens que evidenciam a salvação durante a tribulação (Ap
6.9; 12.17; 7.9-11; 15.2; 20.4). Isto significa que, apesar da oposição do
Anticristo, a Bíblia continuará a ser divulgada em escala mundial. Enganam-se
aqueles que afirmam que após o arrebatamento da Igreja, as Escrituras
perderão sua inspiração sobrenatural e única. Tal ensinamento não conta com
qualquer respaldo bíblico. Afirma o profeta Isaías: “seca-se a erva, e caem as
flores, mas a palavra de Deus subsiste eternamente” (Is 40.8). Precisamos
entender que a salvação é pela graça. A graça é manifestada a todos os
homens que se arrependem de seus pecados. Na Velha Aliança, o povo era
salvo pela fé no Redentor Prometido. Na Nova Aliança, somos salvos pela fé
no sacrifício de Jesus no Calvário. Porém, na grande tribulação o povo será
salvo por guardar a fé. Isto é também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4; 1ª
Pe 1.19-20). Eles também tinham o Evangelho (Gl 3.8; Hb 4.2). Em Ap 14.1-5
vemos uma multidão de judeus salvos da terra na grande tribulação. Em Ap 6.9
e 7.9-11 vemos uma multidão de gentios salvos no céu, porém saídos da terra,
após sofrerem martírio.

Bodas do Cordeiro

As bodas do Cordeiro ocorrem entre Cristo e sua Igreja após o arrebatamento


desta e a ressurreição dos que dormem em Cristo
     "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as
bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. (8) E foi-lhe dado que se
vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças
dos santos." (Ap. 19:7-8 ACF).
As bodas devem ocorrer necessariamente após o julgamento da Igreja por
Cristo, conforme:
     "Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." (Ef. 5:27 ACF).
Vejam o que diz Apocalipse:
Em Apocalipse 19:7-10, vemos que Jesus comemora as Bodas (o Casamento)
com a Noiva, logo na iminência de seu Aparecimento Glorioso:
     "Regozijemo-nos, e alegremo-nos [em exultação e triunfantes], e demos-lhe
glória; porque [finalmente] vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa
se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino (radiante), puro e
resplandecente; porque o linho fino são (significam, representam) as justiças (a
vida, a conduta e a ação divina justa, reta e em comunhão com Deus) dos
santos (o Povo justo de Deus). E disse-me: Escreve: Bem aventurados (felizes,
a serem invejados) aqueles que são chamados (convidados, ordenados) à ceia
das bodas do Cordeiro. E disse-me [ainda]: Estas são as verdadeiras palavras
(as genuínas e exatas declarações) de Deus. E eu lancei-me a seus pés para o
adorar (lhe prestar as devidas honras); mas ele [me impediu e] disse-me: Olha
não faças tal; sou [apenas] teu conservo, e de teus irmãos, que têm [aceitado e
mantido] o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho (a
essência, a substância) de Jesus é o espírito de profecia [que é a respiração
vital, a inspiração de toda pregação inspirada e interpretação da vontade e do
propósito divinos, incluindo o meu e o teu]."
O mais interessante aqui é que as Bodas do Cordeiro ocorrem enquanto o
mundo enfrenta o período de Tribulação, após o Arrebatamento. Então
poderíamos nos perguntar: Será que as Bodas do Cordeiro durariam então 7
anos, que seria a mesma duração da Tribulação?

A resposta é não. O que acontece aqui é que as Bodas ocorrem no Céu, ou


seja, no mundo espiritual, porque Apocalipse 19:11 mostra claramente que em
seguida, o Senhor Jesus regressa do céu em seu Aparecimento Glorioso:
     "E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco [apareceu]; e o que estava
assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro (Digno de confiança, Leal,
Incorruptível, Firme); e julga e peleja com justiça (santidade e retidão)."
Também no episódio do Arrebatamento, 1 Tessalonicenses 4:13-17 afirma que
somos arrebatados e direcionados aos céus para comemorar as Bodas com o
Senhor Jesus. 
O que temos que aprender e nunca nos esquecer é que o mundo espiritual é
atemporal, ou seja, não está sujeito ao tempo do mundo físico. No mundo
espiritual, o tempo é sempre presente. Não existe, portanto, seqüência de
passado, presente ou futuro no tempo espiritual. Veja o que está escrito em
Eclesiastes 3:14-15:"Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente;
nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para
que haja temor [de reverência] diante dele [a fim de revenciá-Lo e louvá-Lo,
sabendo quem Ele é]. O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus
pede conta do que passou [a fim de que a história se repita]."
Portanto, no mundo espiritual não existe o conceito de tempo, mas existem
ações consumadas e ações eternas (sem fim). Por isso, para todos aqueles
que forem arrebatados, eles não sentirão que no mundo físico já se passaram
7 anos entre o Arrebatamento e a Ceia das Bodas do Cordeiro. 
Enfim, Jesus comemorará o Casamento com a Noiva verdadeira, a Igreja, que
amou mais a Cristo do que a própria vida (Apocalipse 12:11)! As Bodas do
Cordeiro são detalhadas aqui através de uma grande ceia de Jesus com o seu
povo santo.
Em Efésios 5:27, existe uma descrição maravilhosa de como a Igreja se
apresentará diante de Cristo:
     "Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível."
Apocalipse 19:8 também diz que a Noiva (a Igreja) se vestirá de linho fino, que
significa esse povo é santo e justo! Aleluia! Seguramente será uma festa
gloriosa e inesquecível... simplesmente a maior festa de todos os tempos.
Somente esse motivo seria mais do que suficiente para que jamais deveríamos
nos desviar da Palavra de Deus um segundo sequer.
Quem são os convidados para a Ceia das Bodas do Cordeiro ?
A Ceia das Bodas do Cordeiro são a segunda fase da comemoração das
Bodas em si (Apocalipse 19:9). a primeira são as próprias Bodas do Cordeiro
(Apocalipse 19:7). Depois das Bodas, em que a esposa participou, Apocalipse
19:9 diz que existem os chamados para a Ceia das Bodas do Cordeiro. Ou
seja, haverá convidados para a Ceia - amigos do Noivo e da Noiva. Quem são
esses?
A resposta se encontra em João 3:29. João Batista diz claramente que ele é
amigo do Noivo:
"Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste
e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo
está cumprido."
João Batista foi um dos últimos santos do Velho Testamento. Ele anunciou que
a chegada do Messias era iminente e pregou o arrependimento ao povo judeu.
Portanto, os santos do Velho Testamento estarão entre os convidados para a
Ceia das Bodas do Cordeiro.
Haverá também outros convidados, que serão justamente os que morreram
durante a Tribulação, mas aceitaram a Cristo e não se curvaram ao anticristo.
Lembre-se que a Ceia ocorre em Apocalipse 19. Na terra, onde existe a idéia
de tempo, já se passaram os sete anos de Tribulação e Jesus está prestes a
voltar em seu Aparecimento Glorioso.
A Noiva de Cristo
A figura do casamento é usada freqüentemente nas Escrituras para representar
a relação entre Deus e seu povo. No Velho Testamento, Deus é o marido e o
povo de Israel, a mulher. No Novo Testamento, Cristo é o noivo e a igreja, a
noiva. Ao compreender a riqueza desse símbolo, daremos mais importância à
obediência no dia-a-dia.
A linguagem figurada de Ezequiel descreve o casamento de Israel com Deus: 
Passando eu por junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores;
estendi sobre ti as abas do meu manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e
entrei em aliança contigo, diz o Senhor Deus; e passaste a ser minha. Então, te
lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. Também te
vesti de roupas bordadas, e te calcei com couro da melhor qualidade, e te cingi
de linho fino, e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites e te pus
braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente
no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça. Assim, foste ornada
de ouro e prata; o teu vestido era de linho fino, de seda e de bordados; nutriste-
te de flor de farinha, de mel e azeite; eras formosa em extremo e chegaste a
ser rainha. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura,
pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor
Deus. (Ez.16:8-14)
O mesmo simbolismo aparece em várias passagens no Novo Testamento,
incluindo na carta de Paulo aos efésios: 
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo
se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da
lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
defeito....Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. (Ef. 5:25-
27,32).
Costumes de Casamento na Época da Bíblia
Antes de examinar alguns outros trechos bíblicos, observemos algumas
informações históricas sobre costumes de casamento nos tempos bíblicos. O
processo do casamento envolvia várias etapas, incluindo:

 O Desposório.O primeiro passo oficial ao casamento foi um


compromisso assumido pelo casal (muitas vezes arranjado pelos pais) em que
se prometeram um ao outro. Assim Maria foi desposada com José (Mt. 1:18).
 Presentes: Foram dados à noiva e à sua família pelo noivo ou sua
família (veja Gn. 24:52-53). Esta prática é semelhante ao pagamento do dote
em alguns países até os dias de hoje. Jacó serviu seu sogro durante sete anos
para poder casar-se com Raquel (Gn. 29:18-20).
 Um Intervalo de Espera; antecedeu o casamento. Durante este tempo,
era importantíssimo manter a pureza e que a noiva se preparasse para o seu
noivo. Caso contrário, poderiam romper o relacionamento sem completar o
processo do casamento (veja Mt. 1:18-19).
 As Bodas ou Banquete Nupcial ;começava quando o noivo chegou à
casa da noiva para levá-la para sua casa. A noiva esperava a chegada dele,
usando roupas e jóias especiais, e era acompanhada pelas donzelas e por
outros convidados. A festa das bodas tipicamente durava uma semana (veja
Gn. 29:21-23,27; Jz. 14:17; Mt. 25:1-13). A partir das bodas, os dois, agora
uma só carne, morariam juntos.
Consideremos essas etapas em relação ao simbolismo bíblico.O Casamento
de Cristo e a Igreja.
Podemos relacionar a linguagem bíblica com as fases do casamento citadas
acima. Jesus veio ao mundo e fez grandes promessas ao povo. Nós, também,
prometemos ser fiéis a ele quando nos convertemos ao Senhor. Dessa forma,
tanto Cristo como o povo dele assumem o compromisso do desposório.
Da mesma forma que o noivo dava coisas de valor à noiva e à família dela,
Jesus pagou um valor altíssimo para casar-se com a igreja. Ele comprou a
igreja com o seu próprio sangue (At. 20:28). “Cristo amou a igreja e a si mesmo
se entregou por ela” (Ef. 5:25).

A nossa situação atual bem se descreve como um intervalo de espera. Mesmo


se já tenhamos entrado em comunhão com o Senhor, ainda não fomos levados
à habitação eterna na presença dele. Por esse motivo, diversos trechos no
Novo Testamento enfatizam a necessidade de nos preparar para a vinda do
noivo. Jesus quer voltar e encontrar a sua noiva “gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef. 5:27). Ele se
sacrificou para santificar e purificar a igreja (Ef. 5:26), e quer que os seus
discípulos se mantenham santificados (Jo. 17:17,19). Se ele nos achar infiéis,
não nos levará às bodas, nem ao lar eterno com ele.
Ainda esperamos a chegada do noivo para nos levar ao banquete nupcial.
João, um dos apóstolos de Jesus, confortou os cristãos primitivos em um
período de perseguição com a esperança de participarem do casamento do
Cordeiro:
"Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as
bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado
vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são
os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-
aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro". (Ap.
19:7-9).
Ele falou da noiva preparada e da esperança de morar eternamente com Deus,
o perfeito marido: 

"Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de
Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande
voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus
habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles".
(Ap. 21:2-3)
Como a noiva esperando a chegada do noivo, a igreja hoje aguarda a vinda de
Jesus. Ele levará os fiéis às bodas, e depois habitará com sua esposa para
sempre. A Noiva Adornada para o Seu Esposo.
Todo o simbolismo do casamento do Cordeiro com a igreja apresenta um belo
conto romântico, mas há muito mais nessa história. As Escrituras servem para
nos habilitar “para toda boa obra” (2 Tm. 3:16-17). Toda essa história de uma
noiva esperando a chegada do noivo serve, também, para nos instruir. A
ênfase de textos como Ezequiel 16 e Efésios 5 está no adorno da noiva.
Consideremos algumas mensagens importantes:
A beleza da noiva vem do noivo! Não é assim nos casamentos humanos que
nós conhecemos. A noiva escolhe o vestido, arruma os cabelos e faz tudo para
chegar à cerimônia adornada para agradar o noivo. Mas toda a beleza da noiva
de Ezequiel 16:1-14 veio do marido. Deus encontrou Israel como uma menina
recém-nascida abandonada pelos próprios pais. Ele cuidou dessa menina
durante anos e, quando ela cresceu, casou-se com ela. Ele a lavou, e a vestiu
com as melhores roupas. Colocou nela enfeites e jóias finas. Deu-lhe os
melhores alimentos, e ela se tornou absolutamente linda. Deus disse “...pois
era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti” (Ez. 16:14). Esse
fato é fundamental na doutrina bíblica da salvação pela graça. A beleza da
noiva depende do noivo. Leia, de novo, Ef. 5:25-27. A beleza da igreja vem de
Cristo. Ele se entregou para santificar e lavar a igreja, “para a apresentar a si
mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém
santa e sem defeito” (Ef. 5:27).
Jesus quer uma igreja composta de pessoas santas. Numa cerimônia de
casamento, o momento mais especial é a entrada da noiva. O noivo espera ver
a sua noiva resplandecente entrar para fazer um pacto solene com ele. Imagine
a noiva entrando usando um vestido sujo e rasgado, com seus cabelos
totalmente desarrumados, e com lama no rosto. O noivo, provavelmente, sairia
correndo! E se Jesus voltar e encontrar a sua noiva suja e usando roupas
rasgadas e manchadas? Ele quer um povo santo (1 Pe. 1:13-16) que
demonstra a sua santidade no seu proceder no dia-a-dia (1 Pe. 2:11-23).
Nem todas as igrejas agem como uma noiva pura. Considere as igrejas da
Ásia. A congregação em Éfeso não aceitava homens maus e mentirosos, mas
abandonou o seu primeiro amor e caiu (Ap.2:2-5). Em Pérgamo, a igreja
conservava o nome do Senhor e não negou a fé, mas tolerava os que
ensinavam falsas doutrinas (Ap. 2:13-15). A igreja de Tiatira era dedicada e
ativa em obras, mas tolerava a falsa profetisa, Jezabel (Ap. 2:19-20). Em
Sardes, a igreja tinha uma reputação de ser viva, mas estava morta (Ap. 3:1-4).
A congregação de Laodicéia tornou-se morna (Ap. 3:15-19). O livro de
Apocalipse contém cartas aos anjos de sete igrejas. E se tivesse mais uma:
“Ao anjo da igreja em ” [coloque aqui o lugar onde você congrega], o que diria
esta carta? Jesus elogiaria a fidelidade e dedicação da igreja, ou teria uma lista
de queixas? Coletivamente, a congregação prega e pratica a verdade? Louva a
Deus conforme a palavra dele? Rejeita doutrinas falsas? É uma igreja “
“Sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”?
Antes de dar uma resposta definitiva, lembre-se de que a igreja é composta de
pessoas. Individualmente, falamos e vivemos conforme a verdade? Somos
seguidores de Cristo ou seguidores do mundo? Buscamos a prosperidade
espiritual ou material? Usamos a palavra de Deus como espelho para corrigir
as nossas vidas, ou imitamos o mundo? Somos santos, como Deus é santo? 
“Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro....São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Ap.19:9).

O Julgamento Final

Outro evento escatológico relacionado com a volta de Cristo e o fim do mundo,


proeminente na Bíblia, é o julgamento final. Toda a Escritura ensina que haverá
um julgamento no final da história, o último.

O Antigo Testamento fala do “dia do Senhor”, quando Deus julgará as pessoas


(Am 5.18; Ml 4.1; etc.).

No Novo Testamento as referências são abundantes também (Mt 25.31-46; Jo


5.27-29; At 17.31; Rm 2.5-11; 2 Tm 4.1; Hb 9.27; 10.27; 2 Pe 3.7; Ap 20.11-15).
As palavras principais usadas (hebraico: shafat e mishpt; no grego: krima, krino
e krisis) aparecem centenas de vezes. Estudaremos a natureza, o juiz, os que
serão julgados, o critério, o propósito e a importância do julgamento final de
Deus.

1 – Natureza do Julgamento

O julgamento final na Bíblia não é um processo espiritual invisível e infindável,


nem pode equiparar-se com os julgamentos parciais e temporais de Deus
sobre pessoas e nações na história. No presente, Deus visita o mal com
castigos, e recompensa o bem com bênçãos. Mas, estes julgamentos não são
finais. Muitas vezes o mal prossegue sem a devida punição, e o bem nem
sempre é recompensado nesta existência com as bênçãos prometidas. Por
esta razão, a própria consciência humana também reclama por um julgamento
completo. Exemplos de reivindicações da justiça divina encontramos em muitas
partes da Bíblia (Ml 2.17; 3.14,15; Sl 73, em Jó, etc.). A Bíblia nos ensina a
olhar para o futuro e aguardar o julgamento final como resposta para as
interrogações sobre a justiça divina, a solução de todos os problemas e a
remoção de todas as discrepâncias aparentes da era atual. Os textos não se
referem a um processo, mas a um evento bem definido no fim dos tempos.

2 – O Juiz do Julgamento

O julgamento final é obra da Trindade. Dentro dela, o poder de julgar é dado ao


Filho (Mt 25.31,32; Jo 5.27; At 10.42; 17.31; Fl 2.10; 2 Tm 4.1). Então, quem
julga é Deus, através do Filho. Foi por causa da sua encarnação, expiação e
exaltação que Jesus Cristo adquiriu todo o poder de julgar os vivos e os
mortos. Cristo terá o auxilio dos anjos no julgamento (Mt 13.41,42; 24.31;
25.31). Os santos também, de algum modo, vão julgar com Cristo (1 Co 6.2,3;
Ap 20.4). Este julgamento através dos santos pode significar mais do que
simplesmente a condenação do mundo por sua fé, como os ninivitas teriam
condenado as cidades incrédulas nos dias de Jesus; pode ser ainda mais do
que estar presente ao julgamento de Cristo. É provável que o apóstolo Paulo
estava dizendo mais do que isto para os coríntios.

3 – Os que Serão Julgados

A Bíblia ensina que todos serão julgados, justos e ímpios (Mt 25.31-46; 1 Co
3.12-15; 2 Co 5.10; 2 Pe 2.4-10; Ap 20.12,13). Quando Jesus declara que os
crentes não entram em juízo (Jo 5.24), certamente está dizendo que não
entram em condenação, isto é, não está em julgamento sua salvação, mas
suas obras. O julgamento alcança também os anjos maus (Mt 8.29; 1 Co 6.3; 2
Pe 2.4; Jd 6). Será o dia da ruína final de Satanás e seus demônios. Há quem
argumente que Paulo em 1 Coríntios 6.3 está se referindo ao julgamento dos
anjos bons. Mas outros estudiosos defendem que como a palavra angelous
não está precedida do artigo, não poderia estar se referindo aos anjos bons.
Mais provável é que Paulo estivesse pensando no julgamento dos demônios.

4 – Elementos Básicos do Julgamento

4.1 – Responsabilidade individual

O julgamento tem por fundamento a responsabilidade de cada individuo


perante Deus. Deus é o soberano criador e sustentador de todos no universo, e
com Ele todos temos de tratar. Cada pessoa deve prestar contas de seus atos
diante de Deus.

4.2 – Conhecimento da revelação

No julgamento final, será levado em conta o grau de conhecimento ou de luz


que cada um recebeu de Deus. Por meio da revelação natural, todos puderam
ter algum conhecimento de Deus, pelo que são indesculpáveis (Rm 1.19,20).
Através da revelação especial o conhecimento aumentou (Rm 2.18). Assim, “os
que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei
pecaram, pela lei serão julgados” (Rm 2.12). A revelação especial em Cristo
fornece mais elementos ainda para embasar o julgamento final (Jo 3.18-21). A
luz emanado por Cristo pode resultar salvação para os que crêem, ou mais
duro juízo e condenação para os que rejeitam a luz.

4.3 – As obras humanas

O julgamento final levará em conta as obras de cada um (Mt 16.27; 25.31s; Jo


5.29; Rm 2.6; 1 Co 3.12-15; 2 Co 5.10; Ap 20.13). A resposta do homem à
revelação de Deus mostra-se nas obras, termo que inclui todos os atos de
obediência ou desobediência, inclusive “toda palavra fútil” (Mt 12.36) e todos
“os segredos dos homens” (Rm 2.16; 1 Co 4.5).

Não é a fé em si que será julgada, mas as obras, produtos da fé. As obras


revelam a fé e o caráter da pessoa, e o caráter revela o seu destino.

5 – O Propósito do Julgamento

5.1 – Declaração

O julgamento final não é uma espécie de sindicância para se descobrir o


destino das pessoas. O propósito do julgamento não é descobrir, mas declarar
toda a verdade. O caráter e os segredos dos homens serão plenamente
descobertos e se tornarão conhecidos no julgamento final. Será declarado o
que o homem é e o que ele fez ou deixou de fazer face à revelação de Deus.

5.2 – Retribuição

O julgamento final tem ainda outro propósito: retribuir a cada um, conforme as
suas obras (1 Co 3.12-16; 2 Co 5.10, etc.). Esta retribuição não significa vida
eterna ou salvação, pois estas não vêm das obras, pois são dons gratuitos de
Deus em Cristo Jesus (Rm 6.23; Ef 2.8-9). A retribuição é a recompensa ou o
galardão aos crentes pelas obas obras de fé realizadas, e o castigo pelas más
obras dos ímpios.

No céu ou inferno, cada qual terá a retribuição das suas obras. “Para todos os
que comparecerão ao juízo, a entrada no céu, ou a exclusão dele, dependerá
da questão se estão revestidos da justiça de Jesus Cristo. Mas haverá
diferentes graus, tanto de ventura no céu como de castigo no inferno” (Berkhof,
L.).

5.3 – Separação entre o bem e o mal

Um dos propósitos do julgamento é a separação entre o bem e o mal, que


agora existem juntos no mundo (Mt 13.24-30). Todo o pecado e suas
manifestações serão erradicados do meio dos salvos, que então passarão a
constituir um povo perfeito, sem mácula alguma, no “novo céu e nova terra”.

5.4 – Glorificação de Deus

A declaração de toda a verdade acerca do homem e retribuição de todas as


obras resultarão também em revelação maior do caráter e das obras de Deus
na Sua relação com o homem. Seu amor, justiça, poder, sabedoria, santidade,
obras, serão plenamente revelados naquele dia, e formarão um contraste com
as fraquezas dos homens. Ali haverá maior conhecimento de Deus. “Então
conhecerei plenamente, como também sou conhecido” (1 Co 13.13). assim, o
julgamento final resultará em glória ao nome de Deus, aliás, propósito final da
criação e da revelação.

6 – Ocasião e Importância do Julgamento

6.1 – Ocasião

Os premilenistas situam o julgamento final depois do milênio, portanto, cerca


de mil anos depois da volta de Cristo. Outros julgamento já teriam ocorrido, o
dos crentes e das nações. Entretanto, nosso entendimento é que o julgamento
de Apocalipse 20.11-15 é um julgamento no final do mundo para todos os
indivíduos, grandes e pequenos, salvos e perdidos, de onde saem alguns para
a vida e outros para a condenação eterna (20.15). Ele terá lugar imediatamente
após a ressurreição na volta de Cristo.

6.2 – Importância da Doutrina

A doutrina do julgamento final é muito importante para os crentes e para todos


em geral, pelo menos por duas razões:

• A doutrina do julgamento final dá dignidade às nossas ações. Elas serão


avaliadas e recompensadas por Deus. Deus olha e sabe o que estamos
fazendo. Todos os nossos atos, pequenos ou grandes, estão sendo registrados
perante Deus, para serem julgados no grande dia do juízo. Nosso destino
eterno depende das ações e decisões desta vida.

• O julgamento final significa que no fim a justiça vai prevalecer, para a glória de
Deus Pai.

O NOVO CÉU, A NOVA TERRA E A NOVA JERUSALÉM

Texto para a Leitura: II Pe. 3.7-14

Texto para a Memorização: II Pe. 3.14, “Por isso, amados, aguardando estas
coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.”

O Novo Céu e A Nova Terra – Ap. 21.1-27 Logo após o milênio veio o último
julgamento, o do Grande Trono Branco. Naquela ocasião da presença de Cristo
“fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.” (Ap. 20.11). A menção
dessa conflagração junto com o último julgamento mostra a proximidade
desses dois eventos. Todavia o tempo exato que a terra e o céu fugiram da
presença da majestade e da glória de Cristo é aberto para comentários. Alguns
dizem que acontece logo depois deste julgamento e outros sustentam que foi
durante a Tribulação (Ap. 16.20).

Em todo caso João viu “um novo céu, e uma nova terra”. Como foram criados
na primeira vez, não serão no futuro, mas novos e diferentes, Gn. 1.1, “No
princípio criou Deus os céus e a terra.” A palavra “novo” é de uma palavra
grega que significa quanto forma: não usado, recente, ou como substância: um
espécie novo, incomum (#2537, Strong’s).

Alguns creem que os primeiros céus e a primeira terra literalmente serão


queimados, aniquilados, eliminados e desfeitos pelo fogo e tudo será uma nova
criação (II Pe. 3.10-12). Pode ser isso a realidade que a profecia está
apontando. Todavia convém pensar nessas duas considerações:

1. A Bíblia diz que a terra é para sempre - Sl 78.69, “E edificou o seu santuário
como altos palácios, como a terra, que fundou para sempre.”; Sl 104.5, “Lançou
os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.”; Ec 1.4, “Uma
geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.”; Is
51.6, “Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a terra em baixo,
porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como
roupa, e os seus moradores morrerão semelhantemente; porém a minha
salvação durará para sempre, e a minha justiça não será abolida.” Se a terra
permanecerá, como pode ter um fim?

2. Para fazer tudo novo, não é necessário eliminar completamente o velho.


Tome como referência o homem velho na hora de regeneração. O homem
velho não é destituído, eliminado, mesmo que “tudo se fez novo” (II Co. 5.17,
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo.”) Deus cria o homem novo e o velho
homem é suplantado, feito submisso à nova natureza. Também pense nos que
perecem no lago de fogo. Perecem, mas permanecem. Não serão eliminados
mas castigados numa condenação eterna. Podemos considerar a destruição da
terra pela água no dilúvio. Deus disse a Noé: “... porque a terra está cheia de
violência; eis que os desfarei com a terra.” Gn. 6.13; 7.4 (Am. 9.5). Todavia,
sendo desfeita não foi eliminada completamente. Se uma vez aconteceu assim
será que o novo céu e a nova terra são ‘novos’ da mesma maneira?

Tudo Novo - Mesmo que os céus e a terra não serão eliminados ou reduzidos
a nada, serão purgados, ou seja, serão desfeitos e limpos pelo fogo (II Pe. 3.7,
10-12). O importante é entender que todas as obras pecaminosas do homem
na terra serão eliminadas pelo fogo purificador de Deus. O resultado é um novo
céu e uma nova terra, sem nenhum mar. Que lugar será! A terra será sem
nenhum resquício da maldição do pecado e sem o abominável sangue do
homem inocente que foi derramada nela. Purificada, cristalina, tudo novo!

Nova Terra Sem Mar - Alguns simbolizam que a ausência do mar ensina que
não haverá mais separação entre os salvos e os seus entes queridos salvos,
ou nenhuma separação das raças e nações. Desde que o mar controla o clima
da terra podemos entender que o mar é usado por Deus para regar a terra;
para que todo animal, homem e planta vivem. Porém, naquela nova terra não
haverá morte e não necessitará o homem de cultivar a terra para sobreviver
(Ap. 21.27). Na eternidade o homem salvo tem vida eterna e pode comer da
árvore da vida livremente (Ap. 22.2). Portanto o mar não existirá mais.

Novo Céu - A Bíblia fala de três céus (II Co. 12.2-4, “foi arrebatado ao terceiro
céu”... ao paraíso). O primeiro céu é para as aves (atmosfera perto da terra), o
segundo é para as estrelas e planetas (o espaço, o firmamento), e o terceiro
céu (o paraíso, o lugar do Seu trono - Sl. 11.4, “o céu dos céus” - I Rs. 8.27).
João viu um novo céu. Este novo céu pode ser aquele onde Deus habita. Os
céus das aves e das estelas ou foram eliminados ou foram ajuntados com
aquele aonde permanece o trono de Deus. Este pode ser o céu onde Deus tem
Seu trono e onde “estaremos sempre com o Senhor” será eliminado? (I Ts.
4.17)

Apesar do que se pode opinar destes acontecimentos é fato comprovado que


cada ser humano terá corpo, alma e espírito na eternidade. Essa eternidade
será de tormento no lago de fogo ou será na nova terra ou no novo céu onde
Deus habita. Estar em Cristo faz a grande diferença. “Aquele que crê no Filho
tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira
de Deus sobre ele permanece.” Jo. 3.36. Arrependei-vos dos seus pecados e
creia em Jesus pela fé!

Aplicações: Entendendo que tudo aqui na terra atual será fundido e feito novo,
como devemos ser sábios! Nenhum servo do Senhor deve ser tão estúpido de
perder o sono com a preocupação de adquirir bens que não vão com ele para
essa cidade e nem vão sobreviver à purificação dessa terra. Aquela
preocupação ou prazer que rouba a sua comunhão para com Deus, a igreja ou
com a sua família vale tanto? Por mais que determine que posses são
importantes, tudo é passageiro. Seja sábio! Buscai primeiramente o Reino de
Deus e a Sua justiça! Assim, não gastará o seu tempo, sua saúde e o fruto do
seu suor naquilo que será queimado (II Pe. 3.10).Entendendo que tudo aqui na
terra atual será fundido e feito novo, como devemos ser santos! Foi a água que
limpou o mundo a primeira vez. Dessa vez será pelo fogo. Portanto aquele
tempo desperdiçado por priorizar diversões que roubam a sua presença dos
cultos de adoração a Deus; aquelas meditações que só trazem vergonhas em
vez de edificação; os investimentos que redundam somente para a grandeza
do homem e não animam a causa do Senhor, e as amizades que promovam
vanglória em vez de crescimento na obediência da Palavra de Deus serão
todos desfeitos. Serão destruídos nessa hora. Sabendo que virá tal fogo
purificador como devemos procurar a ser santos como nosso Salvador é Santo!
(II Pe. 3.11-14; I Jo. 3.1-3)

A Nova Jerusalém – A Esposa do Cordeiro – Ap. 21.2-27

Apesar de todas desobediências dos cristãos e das suas participações em


igrejas não verdadeiras, ninguém estará lá no céu sem estar vestido com as
justiças de Cristo - Ap. 19.8: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro
e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Jo. 14.6; II
Co. 5.21) As bodas do Cordeiro acontece quando Jesus está com os Seus logo
no fim da Tribulação (Ap. 19.7-9). Quando João viu o novo céu e a nova terra a
esposa, a mulher do Cordeiro, foi manifestada logo depois (Ap. 21.2, 9-10).

A esperada cidade dos justos do Velho Testamento (Hb. 11.10, “Porque


esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é
Deus.”) junto com os em Cristo desde o período do Novo Testamento (Hb.
13.14, “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.”) é
revelada agora. A cidade chamada “Nova Jerusalém” é a esposa do Cordeiro.
É o tabernáculo de Deus com os homens (Ap. 21.4). João a descreve com
detalhes gloriosos em Ap. 21.9-27. A esposa é a cidade ou existem a esposa e
a cidade? Podem ser termos para ensinar: “Como esposa, vemos a intimidade
da sua comunhão com o Cordeiro e a sua união com Ele; como cidade, mostra-
nos a habitação de Deus e a vida conjunta e organizada dos salvos.” (pg. 148,
Watterson). Essa cidade é o alvo dos santos, ou seja, nela é manifestada
aquela assembléia universal, a igreja de todos os primogênitos que estão
inscritos nos céus (Hb. 12.22-23). Como sempre, essa ‘ecclesia’ é uma
assembléia local e visível. Essa igreja constará de todos os salvos num só
lugar. Mesmo que seja dito que essa cidade é quadrada alguns creem que
tenham razão opinar que a forma da Nova Jerusalém é uma pirâmide, outros
uma esfera, e outros um cubo. De qualquer maneira ela é grande e gloriosa.
Doze mil ‘estádios’ medem dois mil quilômetros. A cidade mede dois mil
quilômetros no seu comprimento, na sua largura e na sua altura (Ap. 21.16).

Mesmo com as características da grandeza da glória dessa cidade relatadas


por João, esse lugar que Jesus está preparando está além da capacidade do
homem imaginar perfeitamente. O Apóstolo Paulo nos ensina: “Mas, como está
escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” I Co 2.9;
Is. 64.4. Jesus está preparando uma cidade para Seu povo (Jo. 14.1-3). Ele
também está preparando um povo para a Sua cidade: Ef. 5.25-27, “Vós,
maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si
mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da
água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula,
nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”; Tt. 2.14, “O
qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar
para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.”

Aplicações: Todo o desprezo, a inconveniência, o custo financeiro e o custo


da nossa saúde serão recompensados. Na verdade tudo expendido no serviço
ao Senhor será naquele momento mais do que recompensado. Nenhum
sacrifício será esquecido mas tudo será recompensado múltiplas vezes. A
glória de estar com o Salvador vivenciando uma paz completa em tanta beleza
para todo o sempre valerá todo sacrificado aqui. “Portanto, meus amados
irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” I Co. 15.58

Você lá estará? O Caminho é Cristo!

Santifique-se mais e mais para estar pronto e experimentado para gozar as


bênçãos desta cidade!

Voce está em: Seminário de Escatologia - Escatologia geral

Semente da Vida Igreja Evangélica


Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Escatologia
Autor: Pastor Ricardo Correia de Mattos

1ª Parte / Aula 4

Escatologia geral – O estado intermediário

Atentem bem para a ilustração abaixo, pois ela será de bastante utilidade durante a nossa aula.
Aprendemos em nossa última aula que a morte é uma realidade a qual nenhum ser humano pode negar;
mais cedo ou mais tarde, de um modo ou de outro, todos a enfrentarão; exceto os salvos que se
encontrarem vivos no momento do arrebatamento da igreja. Se a morte é uma triste realidade e a alma
humana é imortal; para onde vão aqueles que morrem? O que acontece com a alma daqueles que
morreram fisicamente?
Estaremos estudando nesta aula sobre o estado intermediário dos mortos e responderemos a estas
questões durante o nosso estudo.

IV-O estado intermediário dos mortos


Após a morte, o corpo se desfaz no pó da terra, entretanto existe uma parte espiritual no ser humano que
não cessa de existir. A vida vai além deste mundo visível e perceptível aos olhos humanos. A vida que
possuímos neste mundo é passageira e cabe somente ao Senhor o controle da mesma; apenas Deus
sabe quando morreremos, por isso, todo ser humano deveria pensar no porvir. Como cristãos, sabemos
que a nossa vida está nas mãos de Deus, e devemos lembrar que, apesar da vida findar-se aqui neste
mundo, a alma humana é imortal e, por causa disso, o Senhor com justiça dará destino a esta alma que
permanece viva e consciente após a morte.
Textos como os de Ec 12.7 e Hb 9.27 mostram claramente isso. (No final da aula 4, nas págs 17 e 18,
existe um comentário sobre os textos citados)

A Bíblia fala do homem como um todo (corpo, alma e espírito), logo são necessárias a ressurreição e a
redenção do corpo.
Segundo a Bíblia, existe um local onde a alma (e espírito) dos que morrem aguarda a ressurreição. Após
a morte a alma passa para o que é chamado de ESTADO INTERMEDIÁRIO.
A Bíblia não entra em detalhes sobre o estado intermediário dos mortos, entretanto alguns textos nos dão
informações importantes.

IV.1-O estado dos mortos no antigo testamento


No antigo testamento já havia uma consciência da continuidade da existência humana após a morte
física.
A idéia do velho testamento também era a de que existia um lugar para onde a alma humana ia após a
morte.
Este local, como um todo, é chamado no antigo testamento de “sheol” (Hb) e corresponde no novo
testamento ao “hades” (Gr). Antes da morte de Jesus Cristo, o espírito e a alma de todos os que morriam
(salvos ou não) iam para o “hades” ou “sheol”. Este local fica em um plano inferior e muitas vezes é
associado à figura do seio da Terra. Veja: Jó 17.16; Sl 30.3; 86.13; Ef 4.8-10.
Na ilustração da pág 12, você pode observar a sua esquerda (abaixo), uma representação do mundo dos
mortos. Neste lugar a alma permanece consciente desfrutando de paz, ou em sofrimento e dor.
No “hades” havia dois compartimentos, um para os salvos e outro para os não salvos, portanto, embora
salvos ou não salvos fossem para o “sheol”(“hades”), eles não ficavam no mesmo lugar. Estes
compartimentos ficavam separados por um abismo. Conferir Lc 16.26. Vide fig da pág 12 abaixo à
esquerda da folha.
O local para onde ia aqueles que morreram na esperança da salvação, crendo pela fé nas promessas
messiânicas e nas profecias a respeito de Jesus chamava-se seio de Abraão. Ver Lc 16.22.
O local de tormentos para onde ia os ímpios que morriam em seus pecados parecia estar em um plano
inferior ao seio de Abraão Lc 16.23.
Os salvos e os não salvos estavam separados por um abismo intransponível Lc 16:26.
No mais profundo do abismo (também chamado de poço do abismo) estão alguns anjos caídos
aprisionados, os quais serão soltos no período da grande tribulação.
Conferir: II Pe 2.4; Jd 6; Ap 9.1-11. Satanás será aprisionado neste lugar após a grande tribulação por um
período de mil anos. Ap 20.3. A palavra grega para poço do abismo é “tartaroo”.
No “sheol” há vida consciente e sofrimento. Ler: Lc 16.25; Mc 9.43-48; Ap 19.20. A idéia de sofrimento
somente pode existir mediante vida e consciência!

IV.2- O estado dos mortos no novo testamento


No novo testamento; após a morte de Jesus houve uma mudança no estado intermediário...
Depois de morrer na cruz, Jesus esteve no “sheol” (“hades”) Ef 4.9 -10.
O Senhor, segundo a Palavra de Deus, foi ao paraíso, chamado então de seio de Abraão, que se
localizava no “sheol”( ou “hades”).Lc 23.43. Neste local estava a alma e o espírito dos santos do antigo
testamento que morreram desde Adão, na esperança da ressurreição e redenção (Jo 11.23 -24; Hb
11.39-40).
Não podemos esquecer que no antigo testamento existia desde Adão uma promessa de redenção (Gn
3.15), havia noção de sacrifício e necessidade de expiação (Abel- Gn 4.4; Hb 11.4), vemos uma
promessa de benção estendida a todas as nações (Gn 12. 1-3; Hb 11.8-19), encontramos promessa de
casa; reino e trono eternos (Davi- II Sm 7.16), observamos várias profecias de salvação e da vinda do
messias(Sl 22.1,3-8,14-18,22,27; Is 7.14; 9.1,2,6,7; 11.1-2; 52.13-15; 53.1-12 ), uma noção de
ressurreição no pensamento dos judeus e, especialmente, no dos fariseus (Jo 11.23,24 ; At 23.6,8),  etc...
Estes santos, enquanto não se cumprisse a promessa messiânica (Hb 11.3, 39,40) deveriam aguardar no
“hades”; porém, após a vinda de Jesus, foram levados ao 3º Céu, pois a promessa de um salvador havia
se cumprido. Jesus Cristo ainda não tinha morrido por eles; embora tivessem crido era necessário que
aguardassem no “hades”; ainda que em um lugar de descanso.
O paraíso, portanto, após a morte de Jesus, foi transportado ao 3º céu (Ef 4.8-10).            Paulo esteve
neste local (II Co 12.1 a 4). Acompanhe a trajetória de Jesus nas setas numeradas da figura na pág 12.
No“hades” o Senhor anunciou a sua vitória (I Pe 3:18- 20); vitória esta notória em todo mundo dos mortos
e celebrada pelos seus santos que a aguardavam. Para os salvos ela teve o gozo da promessa cumprida;
o gozo da certeza da liberdade (Ef 4.8), mas para os perdidos foi a confirmação da incredulidade que os
levou a rejeição de todas as tentativas feitas por Deus de se revelar a eles.
Obs: A palavra pregar em I Pe 3.19 significa anunciar; proclamar; e não tem o sentido de pregar para a
salvação, pois seria impossível pregar visando arrependimento para quem já morreu. A Bíblia não pode
se contradizer!
Este texto não afirma que foi dada uma chance aos que morreram sem salvação, mas diz que a vitória de
Jesus foi anunciada no “hades”. Ao contrário do que conjectura alguns erradamente, o texto afirma que
Deus aguardava o arrependimento da humanidade pacientemente enquanto Noé construía a Arca,
entretanto o povo incrédulo não correspondeu à misericórdia do Senhor e foram rebeldes, logo,
pereceram no dilúvio e morreram sem salvação; agora, com a descida do Senhor, a incredulidade deles é
selada com a vitória de Jesus! A chance já lhes havia sido dada anteriormente!
O fato de serem citados os perdidos somente da época Noé se deve ao apóstolo Pedro utilizar o episódio
do dilúvio em comparação com o batismo. Ver os versículos 20 e 21.
Já o texto de I Pe 4.6 fala da manifestação do Senhor aos seus no “hades”, mais precisamente no seio de
Abraão; entretanto a ênfase do versículo está no sofrimento dos santos, julgados erroneamente pelos
homens carnais, mas aprovados por Deus recebendo a vida.

IV.3- Algumas verdades sobre o paraíso


1ª- Sabemos pela Bíblia, que no Paraíso os salvos estão em estado de consciência.( Lc 16.25; 23.43; II
Cor 12.1- 4; Ap 6.11) .
2ª- Este local, ou seja, o Paraíso (3º Céu); está na presença de Deus (Ap 6.9).
3ª- É um local de descanso para os crentes salvos (Ap 14.13)
4ª- É um local onde aguardamos a ressurreição, quando os cristãos receberão um novo corpo (I Ts 4.16; I
Co 15.52-53)
5ª- Todo crente atualmente quando dorme no Senhor vai para o paraíso!
         IV.4- Algumas verdades sobre o hades após a morte de Jesus
1ª- Neste lugar não houve modificação após a morte de Jesus, quando o Senhor desceu ao seio da Terra.
Como no Antigo Testamento, o “sheol” ou “hades” no novo testamento continua recebendo os mortos,
entretanto está reservado apenas para aqueles que morrem sem salvação.
2ª- Sabemos pela Palavra, que o “hades” dará os seus habitantes no juízo final, os quais após serem
julgados e condenados serão lançados no lago de fogo e enxofre “geena” que é a segunda morte (Mt
25.46; At 24.15; Ap 20.13,14).
3ª- No “hades” (local de tormento), o espírito e a alma aguardam a ressurreição do corpo para a vergonha
e desprezo eterno (Dn 12:2) após o milênio.
4ª- Podemos notar que neste local o não salvo já sofre (Lc 16.23-24) e está consciente (Lc 16.24).

IV.5- Conferindo os originais hebraico e grego:


A palavra hebraica para mundo dos mortos é “sheol” e a grega é “hades”.
A palavra para inferno (lago de fogo) no novo testamento é “geena”. Esta é a forma grega do aramaico
“ge hinnãm”, que por sua vez, remonta para o hebraico “ge hinnõn”, expressão esta que originalmente
denotava um vale que ficava ao sul de Jerusalém, o “vale do filho de Hinnon”. Neste vale eram oferecidos
sacrifícios de crianças ao “deus” Moloque (II Rs 16.3; 21.6; II Cr 28.3; 33.6). Joás mandou profaná-lo (II
Rs 23.10). Esta palavra foi usada como figura para o inferno devido à situação daquele fogo contínuo (seu
fogo ficava sempre aceso), onde eram lançadas as criancinhas. No antigo testamento o termo “tofete”,
também é usado como figura de inferno ( Is 30.33; Jr 7. 31,32).
Repare bem a diferença entre inferno (lago de fogo e enxofre) (“geena”) e o mundo dos mortos (“hades”).
Estes detalhes são importantes devido a distorções que algumas seitas fazem com relação ao estado
intermediário dos mortos, a sepultura e o inferno. 
Por exemplo: Existem seitas que confundem a morte e a sepultura com mundo dos mortos, isto para um
suposto argumento das suas heresias. Não podemos confundir o mundo dos mortos com a Sepultura,
pois a palavra hebraica para sepultura é “queber”; (grego-“mnemeion”) bem diferente de “sheol” ou
“hades”.
Outro motivo importante de conhecermos os originais é que em algumas das nossas versões para o
português, as palavras “Sheol” ou “Hades” têm sido traduzidas de uma forma imprecisa para Inferno;
portanto, quando lemos em algumas traduções em português a palavra inferno, às vezes esta palavra
estará se referindo ao mundo dos mortos, ou melhor, “hades” ou “Sheol”; e outras vezes poderá estar se
referindo ao inferno (lugar da condenação eterna no qual serão lançados os ímpios após o juízo final). Os
textos deveriam ser traduzidos literalmente para “sheol” ou “hades”. O problema deste pormenor está na
confusão que pode gerar para quem desconhece o fato. Lembre-se que inferno não é a tradução de
“sheol” ou “hades” e sim de “tofete” ou “geena”.
Aplicando este conhecimento, podemos reforçar mais ainda alguns conceitos sobre o estado dos mortos,
bem como solucionarmos algumas dúvidas de interpretação, a saber:
a)- No inferno (lago de fogo e enxofre) ainda não foi lançado ninguém! O inferno é um local espiritual onde
ficarão todos os que forem condenados no juízo final; estes estarão em sofrimento; conscientes e
eternamente separados de Deus (Mt.25.46; Mc 9. 43-48;Ap 14.9-11; 20.15).
Obs:O lago de fogo e enxofre não foi criado para os seres humanos, mas foi preparado para o Diabo e
seus anjos (Mt 25.41); isto não significa que os incrédulos não serão lançados neste lugar.
b)- Os primeiros a serem lançados no inferno serão a besta e o falso profeta (Ap 19.20); depois o diabo
(Ap 20.10); e por último os ímpios (Ap 20.14,15; 21.8).
c)- Em Lc 16.23 o texto original é “hades”, portanto a melhor tradução é manter a palavra “hades” como
está no original. Encontramos o termo mantido na ARC. Outra tradução boa é “mundo dos mortos” como
na BLH e NTLH. O Texto na ACF, AC e ARA trás “inferno”; entretanto no inferno os ímpios serão
lançados apenas após o juízo final. Apesar da ARA ser uma das melhores traduções, neste ponto a ARC
está melhor.
d)- Em Ap 20.13-15 observamos que no versículo 13 a palavra original é “hades” sendo traduzida para:
Além (AC; ARA); mundo dos mortos (BLH; NTLH) e inferno(ARC; ACF).
Observamos que no versículo 15, mais uma vez a palavra usada no original é “hades”, traduzida para
inferno nas versões AC; ARA; ARC; ACF e traduzido para mundo dos mortos nas versões BLH; NTLH.
Em todos os textos citados anteriormente a palavra usada no original foi “hades”; entretanto algumas
vezes ela é traduzida por inferno. O problema aparece, por exemplo, no versículo 14, onde a tradução
para inferno ficaria imprecisa, pois daria o sentido do inferno ser lançado no inferno, que é o lago de fogo
e enxofre, local da condenação eterna. O “hades”sempre estará se referindo a um estado intermediário,
um lugar temporário, enquanto que o inferno se refere a um estado de condenação eterna.
Fontes:1) Coenem, Lothar/ Brown, Colin: Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento- Vol I
A-M; págs 1.020 a 1.026.- Editora Vida Nova  2) Davidson, F.: O Novo Comentário da Bíblia- Ed 1 vol-
Editora Vida Nova 3) Arrington, French L./ Stronstad, Roger: Comentário Bíblico Pentecostal- Novo
Testamento- Editora CPAD 4) Champlin, Russel N.: O Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo- Vol  4 e Vol 6/págs 4399 a 4301- Editora Hagnos 5) Douglas, J.D.: O Novo Dicionário da Bíblia-
Ed 1 vol- Editora Vida Nova 6) Bíbli online- módulo avançado- recursos do dicionário de Almeida e Strong
7) Traduções da Bíblia Sagrada: Almeida Revista e Atualizada (ARA); Almeida Revista e Corrigida (ARC);
Almeida Contemporânea (AC); Almeida Corrigida Fiel (ACF); Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e Nova
Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
Obs: Assim como no inferno ainda não foi lançado nenhum ímpio, no céu dos céus somente está Jesus à
destra do Pai.
Mais uma vez acompanhe na figura da pág 12 a posição do inferno (abaixo à direita). Repare que não é o
mesmo lugar que o hades. Perceba ainda que o céu dos céus não é o paraíso. A seta nº 4 mostra a
ascensão de Jesus aos céus para assentar-se à destra do Pai. A ilustração dos dois tronos é apenas para
enfatizar Jesus assentado ao lado do trono do Pai.
Resumindo a aula:
Esta aula foi bastante rica em informações; muitas delas talvez tenham sido novidades para você; que tal
sintetizá-las para melhor compreensão? Vamos lá...
      1- No antigo testamento tanto os salvos quanto os ímpios após a morte iam para o hades; entretanto
no hades havia dois lugares distintos, um para os salvos (paz) e outro para os ímpios (tormento). Estes
lugares estavam separados por um abismo e quem estava em um lado não podia passar para o outro;

1. Após a sua morte Jesus transportou os santos do antigo testamento para o 3º céu;
2. A alma dos ímpios atualmente vai para o hades após a morte;
3. A alma dos salvos vai para o paraíso (3º céu);
4. No inferno ainda não foi lançado ninguém

Aprendemos neste ensino que existe um local para onde vai a alma dos que morrem. Neste lugar as
almas aguardam a ressurreição. É sobre a ressurreição que estaremos estudando na próxima aula.
Segue um comentário sobre Ec 12.7 e Hb 9.27...
A) Ec 12.7
Em Eclesiastes, notamos que o escritor (o sábio) relata a sua observação do curso da vida do homem em
uma perspectiva humana, mostrando que a vida do homem com os seus prazeres é vaidade, chegando a
conclusão que somente em Deus podemos encontrar a satisfação plena e que um dia prestaremos conta
a Deus por tudo o que fizermos (Ec 12. 9-14). É importante saber este sentido geral do livro para que
possamos entender o que o escritor deseja mostrar no capítulo 12.7.
O capítulo 12 de Eclesiastes é um capítulo conclusivo e o seu contexto mostra que o pregador está
finalizando o seu raciocínio dizendo que devemos nos lembrar de Deus enquanto há tempo; isto porque a
vida é passageira e breve, além de não sabermos como será o final da nossa trajetória aqui nesta terra. A
única coisa certa para todo homem é que um dia ele morrerá! A vida do ser humano é vaidade quando
este pensa na satisfação apenas neste mundo, e este homem infelizmente descobrirá isto muito tarde!
Certamente, o adiamento em se pensar em Deus e no porvir poderá ser fatal, pois a morte poderá vir a
qualquer momento e, mesmo em vida, não sabemos em qual situação estaremos quando velhos! É sobre
esse triste final que o capítulo 12 fala; devemos lembrar de Deus enquanto há tempo, enquanto estamos
lúcidos e enquanto temos condições de desfrutar da plenitude da vida com o Senhor; esta é a verdadeira
vida, uma vida que não é, e nem será vaidade! 
Quantos ao entregarem a vida a Cristo dizem: “Porque não fiz isto antes!”, ou “Poderia ter sido antes...”;
mas alguns descem a sepultura sem terem se entregado a Deus, e, então, será tarde demais. Após a
morte não haverá mais arrependimento, não haverá mais chances! (Hb 9.27) Na morte, nosso corpo irá
para o pó da terra donde foi formado Ec12.7(a) e a nossa vida; o sopro de vida; voltará para ele (Ec
12.7(b)). Somente Deus pode permitir a vida ou a morte; entretanto, após a morte seguir-se-á o juízo.
Depois que parte desta vida, o homem não pode mais se expressar neste mundo; a alma do morto não
volta para falar com os vivos; após a morte física, o homem não busca a Deus para se arrepender e não
vê o que acontece na Terra. (Ec 9.5; Sl 115.17).
Concluímos então que a palavra espírito no contexto de Ec 12.7 é aplicada dando o sentido de sopro de
vida. A vida do homem concedida por Deus, ao encerrar, estará nas mãos do criador; sobre o destino da
alma, não é tocado nesse texto; porém sabemos que a sua alma imortal (tanto do homem salvo como do
não salvo) aguardará a ressurreição; ou em descanso ou em sofrimento e angustia. Deus determinará
onde esta alma aguardará!
  

B) Hb 9.27
O escritor deixa bem claro que ao homem é determinado por Deus morrer apenas uma só vez! Esta morte
a qual o escritor se refere é a morte física, pois logo em seguida vem o juízo. O homem dará conta a
Deus de tudo o que fez, caso morra em seus pecados passará para a morte eterna e se morrer crendo
em Cristo, tem a vida eterna.
Este texto joga todo o ensino espírita da reencarnação por terra!
Não confundir ressurreição com reencarnação!
O que é reencarnação?
É a pluralidade de existência. Esta doutrina absurda é antibíblica e incoerente.
A Bíblia não fala de reencarnação (porque ela não existe), mas sim de ressurreição. Enquanto que a
reencarnação ensina que o indivíduo pode voltar a este mundo em outro corpo assumindo outra
personalidade; a ressurreição é o ensino de que o mesmo individuo ressuscitará no seu próprio corpo,
porém adaptado para viver a eternidade. Repare que na ressurreição não há troca do corpo e sim
transformação do mesmo corpo.
A doutrina espírita é diabólica, pois tira o sacrifício de Jesus e coloca a reencarnação como o modo para
o aperfeiçoamento do homem. Sabemos que somente através de Jesus temos a salvação. A
reencarnação possui falhas gritantes além dos textos bíblicos que a refutam, podemos citar:
1ª- Se a reencarnação purifica o homem, como explicar o fato da humanidade piorar? A “purificação” não
funcionou até agora? Se na reencarnação existem a punições, como por exemplo, a de vir como um
criminoso, no que isso contribuiria para melhorar a pessoa, haja vista ter virado criminoso e ter ficado em
pior estado?
2ª- Por que aumenta a população mundial?
3ª- Se a alma reencarna com outra personalidade e corpo; como isso poderia ser uma punição ou
recompensa, haja vista não se conhecer o passado?
4ª- Inúmeras pessoas alegam terem sido Cleópatra, Napoleão, Tiradentes, etc...
5ª- Por que as pessoas somente alegam terem vivido como vultos famosos; sejam estes bons ou ruins? E
a grande massa desconhecida da humanidade? Etc...

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