APOCALIPSE

1
TERCEIRO CICLO
No segundo ciclo vimos seis selos
sendo quebrados. Os quatro
primeiros descrevendo 4 cavalos
acompanhados de 4 cavaleiros. O
quinto selo temos uma visão das
almas dos mártires clamando para
que Deus os vingue. O sexto é o
relato da situação desesperadora
dos ímpios. Mas antes do sétimo
selo ser aberto Deus dá uma
pausa entre os últimos dois selos
para confortar a sua igreja. E
somente no capítulo 8 teremos a
abertura do sétimo selo.
Veremos a seguir que do sétimo
selo surgirá 7 trombetas, dando
início ao terceiro dos sete ciclos de
Apocalipse. 4 trombetas serão
apresentadas no capítulo 8, 2
trombetas no 9, o capítulo 10 e
metade do 11 ocorrerá um
interlúdio e por fim, o capítulo 11
se encerrará com a sétima
trombeta. Enquanto no 2º ciclo a
ênfase era no céu, nesse 3º ciclo a
ênfase será na terra.
A convocação das sete trombetas
está distribuída entre as quatro
primeiras, as quais afetam o
mundo natural, seguida das duas
seguintes, as quais fazem dano e
matam os habitantes da terra, e a
sétima trombeta introduz a
consumação da ira de Deus, diz
Simon Kistemaker.
Todos os que estão debaixo do
sangue do cordeiro não precisam
temer, pois o juízo será derramado
somente sobre os incrédulos, assim
como ocorreu com as pragas no Egito.
AS 7 TROMBETAS
Em todo o Apocalipse é possível
enxergar o contraste entre a condição
maravilhosa destinada à Igreja e a
condição desesperadora destinada aos
incrédulos, que receberão a ira de
Deus.
Depois do cordeiro abrir o tão
esperado sétimo selo, houve um
silêncio prolongado de 30 minutos. A
quantidade de minutos não tem tanta
importância. O que devemos fixar
nossa atenção é para o silêncio
aterrorizante que houve no céu, e não
para a quantidade de minutos. Havia
uma calmaria e uma expectativa para
a justiça de Deus que seria
derramada sobre os incrédulos.
“Vi os sete anjos que estão em pé
diante de Deus, e a eles foram dadas
sete trombetas” Ap 8.2
2
As trombetas são sinais de alerta.
Alerta sobre a volta de Jesus e a
condenação inevitável para todos
que rejeitarem o seu Filho. Vemos
uma clara referência no episódio
que Israel por 7 dias marchou ao
redor de Jericó. E no 7º dia
marchou 7 vezes. Na sétima vez a
muralha de Jericó caiu sem
qualquer auxílio humano. O Juízo de
Deus havia chegado ali. Vemos
fagulhas do grande Juízo de Deus
principalmente em Sodoma e e foram lançados sobre a terra
Gomorra, Egito, Jericó, entre outros
episódios na Bíblia. Mas são apenas
fagulhas de algo muito mais
aterrorizante que haverá de
acontecer.
A seguir temos uma visão de um
anjo trazendo um incensário até o
altar. As orações dos santos
misturadas com a fumaça do
incenso sobem até Deus,
ocasionando em “trovões,
estrondos, relâmpagos e um grande
terremoto” sobre a terra.
Deus ouve o clamor da igreja e no
tempo determinado por Ele, e não
por nós, o juízo virá sobre os
rebeldes. Não é coincidência que
temos 7 menções sobre grandes
terremotos no Apocalipse, dando
mais uma vez a ênfase no número
7, simbolizando completude.
Jesus diz em Mt 24 que haveria
fome e terremotos, mas que é a
apenas o princípio das dores. Há
2000 anos que a humanidade está
tendo sinais pontuais sobre o retorno
de Jesus, Como fome, epidemias,
catástrofes naturais, perseguições,
anticristos, falsos mestres e
apostasias Todas as gerações estão
recebendo sinais. Mas vale ressaltar
que conforme for chegando os
últimos dias dos últimos dias a
tendência é se intensificar cada vez
mais.
“O primeiro anjo tocou sua trombeta,
granizo e fogo misturados com
sangue. Um terço da terra pegou
fogo, e foi queimado um terço das
árvores, além de toda relva verde.”
Ap 8.7
Assim como aconteceu na sétima
praga no Egito, vemos a mesma
figura de juízo em Apocalipse:
granizo com fogo. Na primeira
trombeta o Juízo de Deus visita 1/3
da terra. A segunda sobre 1/3 do
mar, a terceira sobre 1/3 das fontes
das águas (água doce) e a quarta
sobre 1/3 dos céus.
No 2º ciclo o Juízo veio sobre 1/4 da
terra, no 3º veio sobre 1/3. Sempre
se intensificando, até chegar o
momento que cobrirá toda a terra.
3
Uma pergunta que devemos nos fazer
é: Se Deus através das trombetas está
alertando o mundo sobre a volta de
Jesus, nós também como corpo de
Cristo não deveríamos fazer o mesmo
ao pregar o Evangelho?
OS 3 “AIS”
“Então vi e ouvi uma águia que,
voando pelo meio do céu, dizia com
voz forte: — Ai! Ai! Ai dos que moram
na terra, por causa do som das outras
trombetas que os três anjos ainda vão
tocar!” Ap 8.13
A repetição das palavras representam
uma intensificação, assim como vemos
na Bíblia com "Santo, Santo, Santo".
Os 3 "ais" são "piores do que as
quatro primeiras trombetas porque
ferem de modo direto os ímpios.
Enquanto as 4 primeiras trombetas
afetavam diretamente a natureza e
indiretamente o homem, as 3 últimas
trombetas, ou os 3 “ais” afetam
diretamente os homens que não têm a
marca do selo de Deus.
O 1º “AI”
No início do capítulo 9 o anjo toca a 5ª
trombeta ou o 1º “ai”. Dessa trombeta
surgem gafanhotos.
Esses gafanhotos de maneira
nenhuma devem ser vistos como
literais. Isso fica evidente quando
lemos a descrição deles em Ap 9.7-11.
Claramente não se trata de gafanhotos
de verdade.
No verso 2 diz que o abismo é
aberto e de lá saíram os
gafanhotos. Esses seres na verdade
são forças demoníacas. Simon
Kistemaker diz que o termo Abismo,
no Novo Testamente geralmente se
refere à habitação (prisão) de
espíritos malignos. Por isso que
quando Jesus foi expulsar do corpo
os demônios, chamado de Legião,
do corpo de um homem, eles
disseram para que os mandasse
para a prisão chamada de “Abismo”.
“E lhes foi dito que não causassem
dano à erva da terra, nem a
qualquer coisa verde, nem a árvore
alguma, e tão somente às pessoas
que não têm o selo de Deus na
testa. Também não lhes foi
permitido que os matassem, mas
que os atormentassem durante
cinco meses.” Ap. 9.4-5
A dor de um escorpião é intensa,
mas passageira. Quando o texto diz
sobre um tormento de 5 meses, fala
sobre um prolongamento desse
tormento (podendo ser físico e
mental) parecendo ser infindável.
Mas esses demônios não receberam
autoridade para matar, apenas para
ferir. E o único modo de escapar do
juízo de Deus é tendo a marca do
sangue de Cristo, que é o selo do
Espírito.
4

O 2º “AI”
“O sexto anjo tocou a trombeta, e
ouvi uma voz que vinha das quatro
pontas do altar de ouro que se
encontra na presença de Deus,
dizendo ao sexto anjo, o mesmo que
tem a trombeta: — Solte os quatro
anjos que estão amarrados junto ao
grande rio Eufrates. Então foram
soltos os quatro anjos que se
achavam preparados para a hora, o
dia, o mês e o ano, para que
matassem a terça parte da
humanidade.” Ap 9.13-15
A 6ª trombeta é semelhante a 5ª,
mas a principal diferença é que esses
anjos que foram presos, que também
acredito estar se referindo aos anjos
caídos (demônios), têm o poder de
não só atormentar os homens
perversos, como no caso anterior,
mas agora eles foram soltos para
matar 1/3 desses homens.
O pensamento comum é que depois
de todos esses alertas das trombetas,
agora finalmente a humanidade que
não foi morta se arrependerá, certo?
Mas surpreendentemente não é isso
que acontece. Eles permanecem com
seus corações duros como pedras.
“O resto da humanidade, isto é,
aqueles que não foram mortos por
esses flagelos, não se arrependeu das
obras das suas mãos: eles não
deixaram de adorar os demônios e os
ídolos de ouro, de prata, de bronze,
de pedra e de madeira, que não
podem ver, nem ouvir, nem andar.
Também não se arrependeram dos
seus homicídios, nem das suas
feitiçarias, nem da sua imoralidade
sexual, nem dos seus furtos.” Ap
9.20-21
ENCORAJAMENTO
Há um intervalo entre a sexta e a
sétima trombeta. Mais uma vez João
traz uma palavra de encorajamento e
mostrar para a igreja a sua missão
de pregar o evangelho e ser
testemunhas fieis.
Aqui aparece mais um vez um
segundo anjo poderoso. O 1º Anjo
poderoso (cap. 5) perguntou: "quem
é digno de abrir o livro?". O livro
estava fechado. Mas dessa vez
aparece um 2º Anjo poderoso (cap.
10) que estava segurando um livro
aberto.
Um pé do anjo estava sobre a terra e
um pé sobre o mar. O foco não é
falar sobre a altura do anjo, mas
sobre o plano de Deus que alcança a
terra, o mar e os céus. O Juízo de
Deus alcança todos os lugares. Só
um louco acharia que é possível fugir
de Deus.
No momento que o anjo gritou, os 7
trovões responderam. E quando João
estava prestes a escrever sobre o
que foi falado, os 7 trovões o
impediram, dizendo-o para manter
em segredo.
Esse silêncio que Deus colocou aqui
foi para lembrar que podemos
estudar a vida toda, mas mesmo
assim não conhecemos sore tudo, e
que Deus não está limitado numa
caixa. Devemos aceitar nossas
limitações, como diz em Dt 29.29.
5

O LIVRINHO
“Então me aproximei do anjo e
lhe pedi o livrinho. “Pegue-o e
coma-o!”, disse ele. “Ele será
amargo em seu estômago,
embora tenha um sabor doce
como mel em sua boca” Ap 10.9
Esse livrinho é a própria Palavra
de Deus. Ao absorvermos,
sentimos como o Evangelho é
doce como o mel (Sl 19.10). Nos
é revelado que somos amados por
Deus, que fomos perdoados e
adotados. Isso é algo incrível.
Mas quando proclamamos essa
Palavra, consequentemente irá
gerar uma tensão no mundo. É
possível que essa inimizade
apareça até mesmo dentro da
nossa casa e devemos estar
preparados.
Passaremos lutas amargas,
perseguições, seremos
maltratados e ridicularizados,
podendo até sermos mortos,
como o próprio Cristo foi, além de
muitos dos seus seguidores.
Depois de comer o livrinho
(experimentar o Evangelho), é
necessário que João seja
testemunha nesse mundo de
trevas falando sobre o que havia
provado. Sem dúvida, para ser
uma testemunha fiel de Cristo é
preciso ter coragem. E é isso que
Deus está fazendo aqui: nos
encorajando. A morte não é o fim,
meus amigos. Para todos os que
são marcados por Cristo, a morte
é o começo de algo grandioso e sem
fim.
AS 2 TESTEMUNHAS
“Depois disso, recebi uma vara de medir
e me foi dito: ‘Vá e tire as medidas do
templo de Deus e do altar, e conte o
número de adoradores. Mas não meça o
pátio exterior, porque ele foi entregue
às nações. Elas pisotearão a cidade
santa durante 42 meses’.”Ap 11.1-2
Mais uma vez não podemos interpretar
o templo, a cidade santa, 42 meses, e
as duas testemunhas como literais,
porque fugiria da estrutura da literatura
apocalítica, que é simbólica. Robert H.
Mounce diz que “Simbolismo não é
negação da historicidade, mas um
método figurado de comunicar
realidade. A linguagem apocalítica tem
como um de seus característicos básicos
o uso crítico e simbólico de palavras e
frases”.
Seria totalmente incoerente voltar a
uma imagem da antiga aliança da
necessidade um templo, quando Paulo
já havia ensinado aos Coríntios que o
novo templo de Deus é no coração das
pessoas redimidas.
Apocalipse 6:2 6
. Santidade é a sua identidade.
O objetivo de João ao medir
somente a parte interna do templo é
de fazer essa separação do que é
santo e do que é profano. Deus faz
uma distinção entre os verdadeiros
e os falsos. Os lobos e os joios não
serão medidos. Quer dizer que
todos que não tem a marca de
Deus, por consequência são os que
têm a marca da besta, não serão
contatos como povo de Deus.
“Darei autoridade a minhas duas
testemunhas, e elas se vestirão de
pano de saco e profetizarão durante
1.260 dias’.”Ap 11.3
Em Apocalipse, o princípio é sempre
maior do que a importância da
quantidade de tempo citada. Swete
diz que “a duração do triunfo dos
gentios = a duração de tempo em
que as Duas Testemunhas
profetizaram = a duração da
peregrinação da mulher no deserto”.
Mas quem são as tão famosas “Duas
testemunhas” de Apocalipse?
Algumas pessoas sugerem nomes
do Antigo e do Novo Testamento, ou
até mesmo alguém que surgiria.
Mas se você chegou até aqui, já
deve compreender que a
interpretação simbólica é a mais
coerente. As duas testemunhas
representam a Igreja
testemunhando sobre Cristo. Vemos
essa mesma imagem quando Jesus
envia as testemunhas de dois em
dois (Mc 6.7).
“Essas duas testemunhas são as duas
oliveiras e os dois candelabros que
estão diante do Senhor de toda a
terra” Ap 11.4
João reforça a ideia de duas
testemunhas serem a Igreja,
descrevendo-as como oliveiras e
candelabros. Zacarias refere-se a duas
oliveiras como sendo servos ungidos, e
a figura de candelabro João Já abordou
em Ap 1.20 se referindo à Igreja de
Cristo.
As testemunhas se vestem de panos
de sacos porque é um simbolismo
comum na Bíblia para arrependimento.
Nós como testemunhas de Cristo
devemos nos “vestir” de
arrependimento, assim como João
Batista, e proclamar para todo o
mundo a necessidade do
arrependimento e que Cristo é o único
capaz de perdoar os nossos pecados.
Como vimos anteriormente, a
consequência máxima de ser
testemunha de Cristo é morrer. E a
alegria do mundo é exatamente tentar
silenciar a mensagem matando os
mensageiros.
Não devemos lidar isso como o
abandono de Deus, mas exatamente o
contrário, a prova cabal de que
estamos testemunhando o Evangelho.
O 3º “AI”
Nessa última trombeta temos um
celebração da vitória. O capítulo se
encerra com a igreja louvando pelo
triunfo de Cristo sobre todos os seus
inimigos.
7
 CONTINUA…

ESTUDO REALIZADO POR

GABRIEL SILVA (GAAB)

TWITTER: @_gaabsilva2

INSTAGRAM: @_gaabsilva2