Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. História
2. Considerações gerais
3. Estrutura dos heterósidos cardioativos
4. Classificação
5.Relação estrutura x atividade
6. Biossíntese
7.Cardiotônicos/Açúcares mais comuns
8. Farmacologia
9. Fármacos
1. História
Referência mais antiga – SCILA- Papiro de Ebers (Egito)–
1500 a.C.
Roma antiga – scila – tônico cardíaco, diurético, emético e
veneno de rato
1785 – William Withering – “Uma descrição da Dedaleira e
alguns dos seus usos médicos” – Hidropisia
1. História
1799 – John Ferriar –atribui ação no coração aos digitálicos
1835, Homolle preparou pela primeira vez um extrato purificado de
folhas de Digitalis purpúrea. Nativelle, em 1869. aperfeiçoou o
processo de purificação de Homolle e obteve a assim chamada
digitalina cristalina, normalmente denominado digitalina Nativelle,
e que foi usada por várias décadas.
Prazer, em 1872, atribuiu natureza glicosídica aos princípios atívos
dos digitálicos. Em 1875, Schicdeberg isolou a digitoxina da digital e
demonstrou ser ela idêntica à digitalina cristalina Nativelle.
Séc. XX As clássicas pesquisas independente executadas por Cloetta,
Windaus. Tschesche. Jdcohv Elderfield, Reichstein, Stoll e outros
resultaram na elucidação da estrutura dos glicosídeos digitálicos. A
ação farmacológica destes fármacos foi estudada e esclarecida por
Cushny, Mackenzie, Levvis. Chen e outros.
1903 – eletrocardiograma demonstra ação sobre o músculo cardíaco
2. Considerações gerais
Designações comuns: Glicosídeos cardíacos, Glicosídeos
digitálicos, Tônicos cardíacos, Cardiotônicos, Heterósidos
cardiotônicos ;
CONCEITO
Cardiotônicos são fármacos que aumentam a força contrátil do
coração e exercem ações importantes na excitabilidade,
automaticidade, velocidade de condução e períodos refratários.
São indicados principalmente na insuficiência cardíaca
congestiva, flutter atrial e taquicardia atrial paroxística.
3. EMPREGOS
Taquiarritmia (tratamento de emergência –intravenosa
-ouabaína e deslanósido - ação imediata
Insuficiência cardíaca crónica ou compensada
-folha de digitalis (dedaleira) ou digitoxina (oralmente - ação
mais prolongada)
-Digoxina (via oral ou intravenosa) ação intermediária
Digitoxina
meia-vida longa (intoxicação) - completamente absorvida TGI
(dose VO = IV). Excretada na forma de metabólitos
inativos(função renal alterada)
Estrofantina K
Apresenta ação cardiotônica mais rápida que a digitoxina.
Deslanosido
Estável em sol. HAlc, é apropriado para administração parenteral
em casos de tratamento digitálico de emergência, tais como edema
pulmonar, taquicardia paroxística, fibrilação atrial, insuficiência
ventricular esquerda, palpitação atrial.
Eficácia farmacológica depende:
- genina: atividade específica
- açúcar: solubilidade e ↑potência do heterósido
resultante.
1
C D
9
10 8 14 15
2
CH3 A B
3
5 7
O O 4 6
CH3
O
O Núcleo esteróide
CH3
OH (Ciclopentanoperidrofenantreno)
O
O
OH
OH
OH
Resíduos de açúcar
(Porção osídica)
2. ESTRUTURA DOS HETEROSÍDEOS ESTEROIDAIS
-Núcleo ciclopentano-per-hidrofenantreno (17 carbonos).
-Resíduo de açúcar.
-Anel lactônico.
-Cardenolídeos (23 carbonos) e bufadienolídeos (24 carbonos).
O O
O
21 23 O 24
21
20 23
22 20
22
17
17
H 14 COH H 14
H OH 10
3 3 5H OH
HO
H HO
- OH
Cardenolideo digitoxigenina -
Bufadienolideo helebrigenina
4. Classificação
Cardenólidos – lactona pentagonal α, β insaturada – C17
Bufadienólidos – lactona α,β, γ, δ insaturada – C17
Digitoxina Bufogenina
5. Relação Estrutura x Atividade
1. Anel lactônico α, β insaturado unido em posição β ao
C-17 :
isômero C-17α - inativo
saturação do anel lactônico – perda total ou parcial
da atividade.
2. Anel esteroidal
atividade máxima: encadeamento A/B/C/D do tipo
cis/trans/cis
isômeros A/B trans: atividade reduzida
isômeros C/D trans: inativos
12 17
13
11 16
1
C D
9
10 8 14 15
2
A B
3 7
5
4 6
Encadeamento entre os anéis
3. Substituintes
função oxigenada em C-3 β e em C-14 β;
β -D-DIGITOXOSE β -D-DIGITALOSE
6. Biossíntese dos esteróides
ETAPAS DA BIOSSÍNTESE:
5.1. Precursor : ácido mevalônico
5.2. Conversão do ácido mevalônico a 3-
isopentenilpirofosfato/2-isopentenilpirofosfato
6. Biossíntese dos esteróides
ETAPAS DA BIOSSÍNTESE:
5.3. Polimerização cabeça-cauda de três unidades de
isopentenilpirofosfato produzindo farnesilpirofosfato
5.4. Dimerização do farnesil formando esqualeno
5.5. Ciclização do esqualeno formando lanosterol e sua
posterior conversão a outros esteróides
+
H
O H3 C OH O
O O
AoCS C C SCoA
H 3C C SCoA H2 H2
H2
O
_
SCoA Hidrólise
: H2C
H3 C O O H3 C H2
O OH OH
Redução C
HO C C OH HO C C OH
H2 H2 H2 H2
Ácido Mevalônico
6.2. Conversão do ácido mevalônico em 3-isopentenilpirofosfato –
formação do IPP
Isomerização
OPP
H H OPP
Isopentenil PP (IPP) Dimetilalil PP (DMAPP)
OPP OPP
H H
OPP
Pirofosfato de geranila
6.3.2. Pirofosfato de farnesila – 3 moléculas de IPP
OPP OPP
H H
OPP
Pirofosfato de farnesila
Farnesilpirofosfato Esqualeno
Farnesilpirofosfato NADPH2
Esqualenoepoxidase
Lanosterolciclase
2,3 oxidoesqualeno
Lanosterol
7. Cardiotônicos mais comuns
Acetildigoxina, deslanosídeo, digitoxina, lanatosídeo C,
ouabaína
Espécies importantes: Escrofulariaceae, Apocinaceae,
Liliaceae
Em geral consistem em uma genina esteroidal ligada a uma
fração açúcar
Digitoxina
Ouabaína
Digoxigenina
O
O
OH
CH 3
H 3C
OH
AçO
Açúcares:
Acetildigoxina: Dx-Dx-Dx (Ac)
Deslanosídeo: Dx-Dx-Dx-Gl
Digoxina: Dx-Dx-Dx
Lanatosídeo C: Dx-Dx-Dx(Ac)-Gl
Açúcares nos Cardiotônicos
Glicose Ramnose
Cimarose
Digitoxose
Galactose
5. FARMACOLOGIA
ICC – redução da contratibilidade, aumento do consumo de oxigênio e da
freqüência cardíaca
Mecanismo de ação:
- Teoria mais aceita: ligação específica e com alta afinidade
a biorreceptores da membrana da célula cardíaca.
- Sítio de ligação dos digitálicos: subunidade α de uma
ATPase Na+/K+
O bloqueio da bomba Na+/K+ determina o estímulo da troca Na+/Ca++,
aumentando os níveis intracelulares os níveis intracelulares de Ca2+, por influxo
ou pela mobilização dos reservatórios sarcoplasmáticos. O ↑ da [iônica] próximo
às miofibrilas ativa o aparelho contráctil → formação do complexo actina-
miosina→contração miocárdica ATP-dependente.
6. TOXICIDADE
-Controle terapêutico.
-Intoxicação moderada – vomito, náusea, anorexia, bradicardia e
contrações ventriculares prematuras.
4. DISTRIBUIÇÃO
-Angiospermas
-Cardenolídeos – Apocynaceae (Strophantus), Liliaceae (Convallaria),
Scrophulariaceae (Digitalis).
-Bufadienolídeos – Liliaceae (Urginea) e Ranunculaceae (Helleborus), sapos
(Bufos).
9. Fármacos
9.1 Escrofulareaceae
Digitalis purpurea L. – Dedaleira
parte usada: folhas
substâncias ativas: digitoxina, gitoxina.
uso: extração dos heterósidos, preparações
homeopáticas.
Digitalis lanata Ehr. – Dedaleira grega
parte usada : folhas
substâncias ativas: digoxina, digitoxina, lanatosídeo
C, gitoxina.
uso: extração dos heterósidos, preoparações
homeopáticas.
7. DROGAS VEGETAIS CLÁSSICAS
Dedaleira - Digitalis purpurea (Scrophulariaceae).
Estrofanto
Espécie: Strophantus kombe ou S. gratus (Apocynaceae).
Parte usada: sementes secas.
Composição química: 5 – 10% de cardenolídeos – estrofantidina G (ouabaina)
principal.
9.2. Apocynaceae
Nerium oleander (espirradeira)
9.3. Liliaceae
Scilla maritima L – cila, cebola-marítima
parte usada: bulbo
Princípio ativo: cilareno A
Preconizada por alguns autores como expectorante e
emética
Espirradeira
Espécie: Nerium oleander (Apocynaceae).
Composição química: folhas contém 1,5% de cardenolideos. Príncipal oleandrina ou
3-(α-L-oleandrosil)-16-acetoxi-gitoxigenina.
Bibliografia
BRUNETON, Jean. Farmacognosia – Fitoquímica - Plantas
Medicinais; 2ª ed., Editorial ACRIBIA, 2001.