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A Sexualidade

Em meio às diferenças, também existem


semelhanças. Assim como todas as outras pessoas, as
crianças e adolescêntes diagnosticadas com
deficiências também desenvolvem a sexualidade.
Nesse sentido, a sexualidade é plural e vivida
por cada sujeito de forma singular, de modo que as
diferenças devem ser respeitadas e acolhidas.
As pessoas com deficiências podem experimentar
dificuldades na compreensão dos afetos envolvidos
na expressão da sexualidade. Devemos ter em mente
que eles não são seres assexuados.
Pelo contrário são crianças e adolescêntes que
passarão pelas mesmas transformações da
puberdade. Pode ser desafiador para essas pessoas
vivenciar relações afetivas com outras pessoas, uma
vez, que o nosso capacitismo os empedem de perceber
sua sexualidade. Por isso, é muito importante que
as pessoas com deficiências tenham acesso à
educação sexual.

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Educação Sexual
Ainda é um assunto censurado e muitas vezes
considerado tabu no meio social, sendo totalmente
desconhecido pelas pessoas.
Nesse sentido, a Educação Sexual é todo o
processo informal pelo qual aprendemos sobre a
sexualidade ao longo da vida, seja por meio da
família, da religião, da comunidade, dos livros ou
da mídia.
A informação é sempre a melhor opção contra o
preconceito!

Îmagem em: https://www.facebook.com/tucaejuba/photos/precisamos-superar-os-


mitos-e-entender-o-quanto-a-educa%C3%A7%C3%A3o-sexual-%C3%A9-protetiva

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Imagem em: https://www.facebook.com/tucaejuba/photos/precisamos-superar-os-
mitos-e-entender-o-quanto-a-educa%C3%A7%C3%A3o-sexual-%C3%A9-protetiva

1 Para tratar da biologia dos nossos


corpos e sobre a reprodução sexual.
Independente do nível de limitações, a
Neurodiversidade vem, referindo-se ao direito da
pessoa com deficiência sobre seu corpo e sua
sexualidade. Refutando a crença de que seriam
pessoas assexuadas ou “eternas crianças”.
Crianças já na primeira infância terão
questionamentos acerca da anatomia e fisiologia dos
seus corpos. Irão questionar sobre a gravidez e
controle reprodutivo, sendo necessário garantir que
tenham acesso a essas informações de forma segura,
tendo a família papel essencial.

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2 Para Falar também sobre saúde e
higiene pessoal
A puberdade “é a grande fase da vida humana,
em que é alcançada a maturidade em todos os
níveis: biológico, social, psicológico, moral, espiritual e
econômico. É a época da plenitude sexual e biológica,
é a fase da adolescência.” (SOUZA, 1991, p. 101).
Educar sobre higiente e cuidados pessoais é um passo
importante para o desenvolvimento da sexualidade,
mas também na autonomia de cada sujeito em
cuidar de si, de sua saúde.

Imagem em: https://www.https://www.medicina.ufmg.br/observaped/puberdade-


precoce/

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3 Discutir e conversar sobre
relacionamentos interpessoais
Pessoas deficiêntes muitas vezes terão dificuldades
em expressar seus afetos para outras pessoas e, no
campo da sexualidade, isso pode ser ainda mais
desafiador. É importante que seja discutido e
conversado, de forma clara, sobre formatos de
famílias, namoros e casamentos, orientação sexual,
responsabilidade com pares, noção de consentimento.
Neste período podem aparecer comportamentos
desafiadores que incluem: hipermasturbação,
masturbação pública, gestos românticos
inapropriados, excitação inapropriada e exibicionismo.
Acredita-se que tais comportamentos sejam
causados pela falta de compreensão da puberdade
normal e ausência de educação sexual.
Sugere-se que a educação individualizada e
repetitiva seja iniciada desde cedo de forma
acessível. Esses comportamentos podem ocorrer em
casa, na escola, na igreja. O que fará a diferença?
Será a capacidade de lidar com a situação.

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O adolescente com deficiência não se diferenciará
quanto ao desenvolvimento e às inclinações sexuais
de outros jovens de sua idade, mas pode apresentar
comportamentos infantilizados pela maneira insistente
como é mantido em suas relações vinculares como
uma “eterna criança”. Devido muitas vezes, às suas
limitações intelectuais, muitos argumentam que é
impossível que as pessoas com deficiência
compreendam a sexualidade, um ledo engano.
As pessoas com deficiência também desejam, como
qualquer adolescente:
• ouvir música, dançar, ver televisão, produzir-se,
passear, conversar, ficar juntos, falar alto, dar
risadas, ter segredinhos, telefonar para a/o
amiga/o, querem comprar coisas da moda.
• eles percebem despertar dentro de si novos
sentimentos, emoções, desejos, questionamentos.
• Como qualquer adolescente, também vão se
descobrir, tendo suas singularidades e necessidades
diferentes.
• Quando eles percebem a deficiência, começam a
questionar o que têm de diferente! O que varia
para cada um é a necessidade de suporte.

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4 Ensinar sobre a autoproteção
Um ponto fundamental é tratar da
autoproteção, ensinando sobre toques adequados e
inadequados, visando a identificação de contextos e
pessoas que possam representar perigo de violência
sexual. Deve-se trabalhar a proteçãocontra abusos
ensinando-os a comunicar-se em situações de risco e
buscando ajuda quando necessário.
Sugestão é utilizar o semáfaro do toque.

Algumas saídas que podem ser ensinadas são:


O quanto antes, contar para a mamãe, o
papai, o tio, a tia, a vizinha, a professora ou
outro adulto de confiança – deixar

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Violência Sexual
Entende-se por Violência Sexual “qualquer ação
na qual uma pessoa, valendo-se de sua posição de
poder e fazendo uso de força física, coerção,
intimidação ou influência psicológica, com uso ou não
de armas ou drogas, obriga outra pessoa, de
qualquer sexo e idade, a ter, presenciar ou
participar de alguma maneira de interações sexuais,
(OMS, 2012). A violência sexual abrange:

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Abuso Sexual
É toda forma de relação ou jogo sexual entre
um adulto e uma criança ou adolescente, com o
objetivo de satisfação desse adulto e/ou de outros
adultos. Pode acontecer por meio de ameaça física
ou verbal, ou por manipulação/sedução. Na
maioria dos casos, o abusador é uma pessoa
conhecida da criança ou adolescente – geralmente
familiares, vizinhos ou amigos da família.

Modalidades:

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Consequências do Abuso Sexual
para Crianças e Adolescentes
É importante ressaltar que a violência sexual
não produz o mesmo resultado sobre todas as
crianças e adolescentes submetidos a ela.

Cada criança ou adolescente reagirem de forma


diferente a situações de abuso sexual, há também
muitos fatores externos que moldarão o impacto que
essa violência terá na vida da vítima.

Alguns fatores externos são:


1 - A duração do abuso;
2 - O grau de violência;
3 - O grau de proximidade entre o agressor e a
criança,
4 - O grau de sigilo sobre o fato ocorrido
5 - A existência e eficiência do atendimento da rede
de proteção à criança e do adolescente.

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Sinais de Abuso Sexual a Curto
Prazo
1 - Mudanças bruscas de comportamentosem
explicação aparente;
2 - Mudanças súbitas de humor;
3 - Sonolência excessiva;
4 - Perda ou excesso de apetite;
5 - Baixa autoestima e isolamento social;
6 - Evasão escolar;
7 - Medo de escuro ou de ficar sozinho,
8 - Marcas físicas como lesões, hematomas e
doenças sexualmente transmissíveis, entre muitos
outros sinais de alerta.

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Sinais de Abuso Sexual a Longo
Prazo
1 - Sequelas dos problemas físicos gerados pela
violência sexual;
2 - Dificuldade de ligação afetiva e amorosa;
3 - Dificuldades em manter uma vida sexual
saudável. Aqui, as vítimas podem ter reações
divergentes;
4 - Dependência em substâncias lícitas e ilícitas.

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A Luz da Bíblia porque as
Igrejas precisam Trabalhar a
Educação Sexual

É extremamente importante saber ouvir e acolher


a criança ou adolescente que passou por alguma
situação do abuso sexual e a família.
Evitar reações extremas e perguntas inquisitórias;
denunciar a suspeita às autoridades e buscar um
atendimento médico e psicossocial humanizado para
as vítimas.
Em caso de qualquer suspeita de abuso sexual
de crianças e adolescentes, DENUNCIE!

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Como o ministério infantil pode
trabalhar o acolhimento
1 - Sendo empático;
2 - Sabendo ouvir;
3 - Prudência e Confidencialidade;
3 - Levando uma palavra de esperança;
4 - Resignificar a dor, através do amor de Deus.
Lembre-se de que contar sobre o abuso é muito
delicado para a vítima. Não a force, não a condene,
não a julgue!
Nossa esperança está no SENHOR; ele é o
nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se
alegra o nosso coração, pois confiamos no
seu santo nome. Esteja sobre nós o teu
amor, SENHOR, como está em ti a nossa
esperança.
Salmos 33:20-22 NVI
E, tomando uma criança, colocou-a no meio
deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: "Quem recebe
uma destas crianças em meu nome, está me
recebendo; e quem me recebe, não está apenas me
recebendo, mas também àquele que me enviou".
Marcos 9:36-37
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Prevenção ao Abuso Sexual
Diferentes estratégias complementares podem ser
realizadas:
A primeira diz respeito a questão da insistência
para que a criança dê o “beijinho” ou abraço de
cumprimento quando ela recusa. É necessário que,
desde cedo, a criança aprenda que seu corpo é de
seu controle: se não se sente confortável para
realizar algo que os adultos pedem, é preciso
respeitar esse sentimento e adultos devem respeitar o
seu “não”.
A segunda estratégia se refere ao acolhimento e o
esclarecimento das dúvidas da criança a respeito de
seu corpo ou sobre aspectos gerais da sexualidade, e
não tornar esse momento como um “tabu”. A partir
disso, é possível que correções necessárias gentis
ocorram e que, se necessário, ocorra a adição de
informações apropriadas para a criança em questão,
considerando sua idade e repertório comportamental.

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Prevenção ao Abuso Sexual
Use Recursos Visuais

Elaborar cartões com figuras que representem


ações ligadas à sexualidade, para que a partir do
estímulo visual se estabeleça a comunicação sobre
formas adequadas de realizar aquele
comportamento.

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Prevenção ao Abuso Sexual
Use Vídeos Educativos

Utilizar cenas de séries, desenhos animados, filmes,


quadrinhos, dentre outros recursos educativos para
iniciar o diálogo sobre questões de sexualidade.

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Prevenção ao Abuso Sexual
Use Histórias Sociais

É uma forma lúdica de transmissão de


conhecimentos e um poderoso estímulo à imaginação.
Histórias despertam emoções, interesses e expectativas,
ouvir e contar histórias representa cultura, valores e
conhecimentos que muitas vezes são passados de
geração para geração.

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Atenção:

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Referências
AMARAL, Lígia Assumpção. Conhecendo a deficiência
- em companhia de Hércules. São
Paulo: Robe Editorial, 1995. (Série Encontros com a
Psicologia).
AMOR PAN, José Ramón. Afetividade e
sexualidade na pessoa portadora de deficiência
mental.
São Paulo: Loyola, 2003.
Brasil. Ministério da Saúde. (2018) Diretrizes de
Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos
do Espectro do Autismo. Brasília, DF.
Bíblia Sagrada. Acesso em: https:
//www.bibliaonlin.com.br/acf
GIKOVATE, Flavio. O Jovem e a sexualidade.
Disponível em: Acesso: 06 JUN. 2023.
Silva, G. M., & Tilio, R. (2021). Discursos de
Familiares acerca da Sexualidade de Sujeitos
Autistas. Revista ubjetividades, 21(2), 06 JUN.
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