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2. A Sexualidade Humana
Acontecem mudanças e transformações físicas e emocionais, que o adolescente não
consegue, de início, entender e lidar. É a fase de ebulição dos hormônios, desejos e impulsos. Como
lidar com essas mudanças? É difícil entender como funciona nosso próprio corpo e nossas emoções,
quanto mais entender o sexo oposto, que tem suas próprias características. O primeiro passo é
entender a si próprio para depois procurar entender o outro.
Simultaneamente a essas incertezas, existe nos jovens uma enorme e poderosa curiosidade e
desejo de experimentação, que pode causar muitos problemas. Somam-se a isso às regras
familiares, do grupo e da sociedade e as expectativas que se vê impulsionado a corresponder.
A sexualidade humana é uma força poderosa de prazer e de frustrações. Além das diferenças
físicas, que são evidentes, homens e mulheres são diferentes no comportamento e na expressão do
afeto. Dizem, por exemplo, que as mulheres são sensíveis, românticas e mais frágeis e os homens
práticos, objetivos e mais fortes.
Homens e mulheres possuem percepções, potencialidades e compreensões distintas. Na
realidade as diferenças não são tão simples. Muito dessas diferenças é fruto do contexto social, que
dita comportamentos para ele e ela. O conhecimento e entendimento das diferenças entre homens e
mulheres facilitam o relacionamento. Os atritos poderão ser minimizados e o convívio tornar-se
harmônico e prazeroso.
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Há dois caminhos:
a). Viver no presente uma sexualidade sem compromisso ou
b). Optar por um projeto de vida em longo prazo, optando por uma vida de consagração especial a
Deus ou pelo matrimônio. O significado da vida se encontra na capacidade de dar e receber amor.
Coloca-se a mesma questão para o consagrado e o casado: como estou sendo chamado a amar?
Mesmo contando com a possibilidade de uma vida de especial consagração, a opção da
maioria dos jovens é de escolher o Matrimônio. Tem consciência que está dentro de um processo em
que precisa escolher um(a) futuro(a) parceiro(a) que vai ser companheiro(a) para a vida toda e,
também, mãe ou pai de seus filhos. Tem consciência que precisa fazer uma das opções mais
importantes na sua vida. A falta de seriedade e de critérios neste campo pode remeter o jovem por
caminhos que não tem volta.
O ambiente onde o jovem vai fazer esta escolha é também, importante. Obviamente um
ambiente de comunidade, de pastoral, de jovens que comungam os mesmos valores e ideais e que
estão unidos pela mesma fé no mesmo Deus tem suas vantagens sobre um ambiente de
promiscuidade.
Uma vez traçada a meta de longo prazo, devo fazer a pergunta: de que devo abrir mão para
chegar lá? Toda escolha envolve renúncia (a capacidade de adiar o prazer do momento para
conseguir um prazer maior e mais profundo, em longo prazo). Há necessidade de educar o desejo,
de se treinar para alcançar uma felicidade mais profunda e duradoura, em longo prazo. Se os
demais desejos humanos (agredir, comer, raiva) não podem ser deixados a solta, por que seria
diferente com o desejo sexual? Se não há outro interesse a não ser a satisfação do desejo pessoal,
reduz-se o outro a algo descartável, consumível e estamos construindo a casa em cima da areia. Um
dos pilares de um casamento feliz e duradouro é a fidelidade. Se não se treinar antes de casar, há
pouca possibilidade de ser fiel depois de casar. E há uma forte tendência de se iludir nesta área.
7. Sexualidade e Espiritualidade
A sexualidade não pode estar desassociada da espiritualidade, dessa energia que vem de
Deus e aponta para uma relação. Deus que criou o homem por amor, também o chamou para o
amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. (Catecismo Igreja Católica nº 1604).
O casamento é um sacramento da igreja. Sacramento que o casal celebra sob testemunha
da comunidade e do Sacerdote ou Diácono. É a graça de Deus, que abençoa a união entre duas
pessoas que se amam e se respeitam. É um compromisso de vida nos bons momentos e também
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nas dificuldades. É, a pequena célula comunitária onde o amor proposto por Deus torna-se
realidade. Experimentado e disseminado. "Cristo quis nascer e crescer no seio de uma família"... (CIC
nº 1604).
Quem exerce cargo na Igreja sente a necessidade de dar bom exemplo. A sociedade espera
e exige mais de quem exerce uma função específica na Igreja .
8. Namoro
O namoro frequentemente começa com a paixão. A paixão é um sentimento forte,
avassalador e passageiro. A paixão é projeção dos nossos desejos no outro. Muitas vezes nos
apaixonamos pela imagem que criamos do outro e não pela pessoa real. O sentimento da paixão é
um tempero especial do início do relacionamento, porém este deve evoluir para ligações afetivas
mais elaboradas.
O namoro é um espaço para se conhecer, para testar o outro e desenvolver um amor
profundo. É treinamento para convivência a dois, onde o diálogo é ferramenta fundamental. É
momento de autoconhecimento e conhecimento mútuo; de aceitar o outro com seus defeitos e
qualidades. O namoro possibilita o exercício de perceber os limites fundamentais para a vivência da
liberdade e deve ajudar a entender que ninguém é dono de ninguém.
O prazer de estar juntos, da companhia, o respeito, admiração, e a confiança entre os pares
são passos que levam a estruturação, crescimento e aprofundamento do amor. O respeito é chave
em relacionamentos bem sucedidos, onde a preservação do espaço particular de cada um faz
crescer o amor e ampliar as possibilidades de sucesso. O equilíbrio é conseguido pela
complementação das diferenças individuais.
O relacionamento só será perfeito se baseado em pessoas inteiras, com auto-estima
preservada e alimentada por trocas afetivas. Quanto maiores as diferenças, maiores as
possibilidades de ganho.
9. Casamento e Família
O casamento e a família passam por forte crise na atual conjuntura do país, de modo especial
no meio mais pobre. "O impacto da pobreza, em uma sociedade que sacraliza o consumo, relativiza
os valores, atinge a família, o primeiro lugar de socialização do jovem. Cresce o número de homens e
mulheres que não fundam lares estáveis, levando o núcleo familiar a se desintegrar. Essa situação
deixa fortes cicatrizes emocionais na personalidade de muitos jovens em um momento crítico de suas
vidas. Impressiona o número de jovens nas comunidades juvenis que enfrentam problemas
emocionais sérios (Doc. CNBB 85,33)."
Em muitas situações ao seu redor os jovens vêem relacionamentos frios, infiéis,
desrespeitosos, imaturos, a anulação do outro. O que deveria ser construção da vida a dois,
adaptação afetiva e sexual, com objetivos comuns, uma vida de cumplicidade, torna-se um martírio.
Perpetuando o senso de desvalorização do casamento para os filhos, já que é esse o exemplo que
eles vêem e testemunham.
Também, hoje o senso de família mudou. Aquele modelo antigo, tradicional, patriarcal, nos
moldes rurais em que a autoridade dos pais era inquestionável, o respeito, a benção, os papéis bem
definidos dos pais e filhos foi substituído pela mentalidade pós-moderna de direitos iguais. Os filhos
hoje querem menos palpites dos pais.
Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são
de importância primordial. É esse farol num mundo conturbado, desorientado e esfacelado por tantas
outras propostas, de tantos outros gurus modernos. Deve dar exemplo da existência de Deus e da
possibilidade do amor real.
As pessoas quando se casam trazem uma rica bagagem, fruto da educação e de
características da personalidade de cada um. No casamento se revelam manias, defeitos, qualidades,
valores, crenças e principalmente atitudes e posicionamentos frente às dificuldades. O casal deve
procurar constantemente adaptação afetiva, conhecendo um as necessidades do outro. O amor, a
caridade e o respeito mútuo são fundamentais para o sucesso da relação. O respeito é chave em
relacionamentos bem sucedidos, onde a preservação do espaço particular de cada um faz crescer o
amor e ampliar as possibilidades de sucesso. O equilíbrio é conseguido pela complementação das
diferenças.
Tão importante quanto à adaptação afetiva é a adaptação sexual. O casal deve falar
abertamente do que gosta e o que não gosta em matéria de sexo. Tanto o homem quanto a mulher
devem estar atentos às diferenças na expressão de afeto. As mulheres são consideradas mais
românticas e dão grande importância às carícias. Os homens costumam ser mais apressados, de
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modo a saciar rapidamente seus desejos.
O exemplo dos pais é a base da educação dos filhos. Não devemos transferir essa
responsabilidade para a escola ou mesmo para as mídias. Os valores e crenças do casal são
fundamentais para a formação dos filhos, que dessa forma estarão preparados para enfrentar os
desafios de uma sociedade cada vez mais competitiva e cruel. Devemos educar nossos filhos para a
vida, mostrando a necessidade das pessoas serem felizes.
Os casamentos bem sucedidos são reconhecidos pelos sinais de felicidade, serenidade e
realização. Isto nada tem a ver com realização material. O casamento é união de duas pessoas que
se amam e que pouco a pouco não mais são reconhecidas individualmente. É como se parte de um,
lentamente, se transferisse para o outro. Esse processo dura toda uma existência. 1 O sucesso do
casamento depende de perseverança, persistência e capacidade do casal de compreender as
carências um do outro. Também depende de como administram o exercício do perdão. A
fidelidade dos cônjuges é uma das principais forças que mantém o pacto do casamento. A
graça de Deus se manifesta na família cristã, sendo percebida pelas suas atitudes, em todos os
momentos de sua vida, felizes ou não. As pequenas ações, vividas no dia a dia, revelam a
manifestação do Espírito de Deus.
Uma recente pesquisa feita sobre 60 casamentos bem sucedidos indica uma das fórmulas. O
casamento bem sucedido é como um jardim saudável que requer atenção contínua e nutrição. Todos
nós somos pessoas imperfeitas. O relacionamento que sustenta um compromisso para a vida toda
não acontece por acaso.
A verdadeira família cristã está ligada à comunidade e aberta, também, a dar sua
contribuição à construção de outro mundo possível. Não se fecha dentro de um mundo
individualista. Quanto maior a partilha dos dons, maior a recompensa. O prazer em poder dividir o
que temos, na forma de serviço é a gênese do amor. A família não pode existir isolada, porque estará
fadada ao fracasso. A graça de Deus se manifesta na família cristã, sendo percebida pelas suas
atitudes, em todos os momentos de sua vida, felizes ou não. As pequenas ações, vividas no dia a dia,
revelam a manifestação do Espírito de Deus.
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Catecismo Igreja Católica nº 2381 "O adultério é uma injustiça. Quem o comete falta com seus
compromissos. Fere o sinal da Aliança que é o vínculo matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e
prejudica a instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta. Compromete o bem da
geração humana e dos filhos, que têm necessidade da união estável dos pais."
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Código Direito Canônico - cân 1141 "O matrimônio ratificado e consumado não pode ser dissolvido por
nenhum poder humano e por nenhuma causa, exceto a morte."
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