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FACULDADE DE...
DEPARTAMENTO…
MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

CONTRIBUTO DOS COMITÉS COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA


PROMOÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO DISTRITO DE NAMPULA

AVALIAÇÃO FINAL DE METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Nampula, Setembro, 2021


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Lista de Abreviaturas

C.S: Comités de Saúde;

MISAU: Ministério da Saúde;

OMS: Organização Mundial da Saúde;

U.S: Unidade Sanitária.


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Índice
Lista de Abreviaturas..................................................................................................................1
1. Introdução...............................................................................................................................3
1.1.Generalidades........................................................................................................................3
1.2. Problema..............................................................................................................................4
1.3. Justificativa..........................................................................................................................5
1.3. Hipóteses..............................................................................................................................6
2. Objectivos da Pesquisa...........................................................................................................6
2.1. Objectivo Geral....................................................................................................................6
2.2. Objectivos Específicos.........................................................................................................6
3. Revisão de Literatura..............................................................................................................6
3.1. Conceitos básicos de Comités de Saúde..............................................................................7
3.2. Objectivos do Comité de Saúde...........................................................................................7
3.3. Principais tarefas do Comité de Saúde.................................................................................8
3.4. Conceito de Promoção de Saúde..........................................................................................9
3.5. Estratégias de Promoção à Saúde, Segundo a Carta de Ottawa.........................................10
4. Material e Métodos...............................................................................................................11
4.1. Área de Estudo/Unidade de Experimentação....................................................................11
Tipo de Pesquisa quanto à Abordagem.....................................................................................12
Tipo de Pesquisa quanto aos Objectivos...................................................................................12
4.3. Considerações Éticas.........................................................................................................13
4.5. Procedimento.....................................................................................................................13
4.5.1. Amostragem....................................................................................................................14
4.5.2 Análise de Dados e Processamento da Amostra..............................................................15
5. Cronograma...........................................................................................................................15
6. Orçamento.............................................................................................................................15
Referencias Bibliográficas........................................................................................................16
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1. Introdução
1.1.Generalidades

O direito à Saúde é um direito humano, Consagrado na Declaração Universal dos Direitos


Humanos e de forma particular constitui um direito fundamental em Moçambique
reconhecido na Constituição Moçambicana (2004) nos termos dos artigos 89 e 116, aonde
consagra que, todos os cidadãos moçambicanos têm o direito à assistência médica e
medicamentosa. Também assegura que todos os cidadãos gozam dos mesmos direitos,
independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, local de nascimento, religião, nível de
educação, posição social ou género.

No entanto, o Governo através do sector da saúde reconhece o envolvimento da participação


dos cidadãos na melhoria da qualidade e serviços dos cuidados de saúde, dai que surge como
questão primordial criar um elo entre o sector e a comunidade onde originou com a criação do
Comité de Saúde. Neste contexto, a presente pesquisa tem como tema: Contributo dos
Comités Comunitários de Saúde na Promoção de Serviços de Saúde no Distrito de Nampula.
E centra-se em Analisar o Papel dos Comités de Saúde na Promoção dos Serviços de Saúde
nas Comunidades. Com especificidades em: Identificar as principais causas das barreiras que
condicionam na falta da participação dos Comités de Saúde na Gestão de Saúde; Descrever as
principais acções desencadeadas pelos Comités de Saúde nas Comunidades; Avaliar o
contributo do envolvimento da comunidade na melhoria e qualidades dos serviços e cuidados
de saúde.

Importa referir que o trabalho está estruturado da seguinte maneira: a contextualização do


tema, problematização, justificativa, hipóteses, objectivos (gerais e específicos), metodologia.
E ainda há uma parte reservada para revisão da literatura, e no final apresenta a respectiva
referência bibliográfica.
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1.2. Problema

Moçambique foi um dos países que assinou o compromisso de promoção da saúde em Canadá
a quando da primeira Conferência de Promoção da Saúde em Ottawa de 1986 e neste
compromisso, o Governo comprometeu-se em assegurar que o maior valor é a vida e investir
na Saúde é investir nas pessoas, porque a saúde é um bem e um direito básico de todos os
cidadãos, constitui uma das políticas sociais que mais contribui para uma sociedade justa,
integra e solidária, dai que, constitui uma das prioridades principais do Governo de assegurar
que todos, sem excepção, tenham o acesso aos melhores cuidados de saúde sempre que deles
necessitem, mas o fundamental é garantir às pessoas um atendimento de qualidade, em tempo
útil, com eficácia e com humanidade (Green & Kruiter, 2000, p.17).

Neste âmbito o Governo com vista a prover o direito à assistência médica e medicamentosa a
população criou nomeio das Comunidades locais o Comités de Saúde estes que constituem
um órgão importantíssimo para a promoção e cuidados de saúde na comunidade pós constitui
o principal meio para o envolvimento das comunidades na resolução dos problemas de saúde.

O sector da saúde reconhece a relevância da participação do cidadão para a melhoria da


qualidade e humanização dos cuidados de saúde. Neste âmbito, defende que “A integração da
sociedade e da participação social torna-se importante na melhoria dos serviços, pois permite
o exercício do controle social e que as práticas de saúde se direcionem também aos interesses
colectivos e dos contextos sociais e culturais” (MISAU, 2017, p.03).

Apesar do MISAU reconhecer e estabelecer que o envolvimento comunitário em Saúde é de


suma importância e constitui um factor chave para o desenvolvimento humano e que as
populações têm o dever de participar activamente em acções que visam melhorar e preservar a
sua Saúde, vários estudos sobre o Envolvendo a Comunidade na Melhoria da Qualidade e
Humanização dos Cuidados de Saúde do MISAU e parceiros apontam que o sector da saúde
deve melhorar a definição e promoção do cumprimento do papel dos intervenientes,
particularmente dos líderes comunitários; a consciencialização dos trabalhadores de saúde
sobre a importância do contributo da comunidade; a garantia de fundos; a provisão de
incentivos aos líderes comunitários; e a expansão dos comités maximizando as oportunidades
de integração.
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Portanto, observa-se que os Comités Comunitários de Saúde deparam-se com varias barreiras
para a sua actuação como é o caso da falta da oportunidade na gestão de centros de saúde
porque os membros dos comités não são convidados regularmente; falta de capacitações
regulares, falta de coordenação e colaboração entre os técnicos da US e o comité, os membros
dos comités de saúde apenas são solicitados em campanhas de jornadas de limpeza e em
campanhas de distribuição de redes mosquiteiras e de vacinação. A partir destas constatações,
a pesquisadora levanta como questão de partida: Qual é o Contributo dos Comités de Saúde
na Promoção dos Serviços de Saúde nas Comunidades?

1.3. Justificativa
A escolha deste tema ocorreu por dois motivos fundamentais, primeiro pelo facto de
reconhecermos que, os membros dos Comités de Saúde desempenham um papel fulcral no
meio comunitário e constitui um braço direito da comunidade no apoio aos serviços de saúde;
bem como estabelece o contacto permanente com o sector de saúde na melhoraria dos
serviços prestados e actua como ponto focal na educação, comunicação e envolvimento das
comunidades em acções em prol da adopção de estilos de vida saudáveis

Segundo, por autora, verificar que, apesar de ser um órgão bastante importantíssimo na
promoção e pratica de saúde, este observa-se com varias barreiras ligadas a falta de
oportunidades na gestão de saúde, são apenas solicitados em participar nos processos de
campanhas de saúde, tem falta de assistência de subsídios e isso em algum modo influencia
no desempenho deste órgão.

Os Comités de Saúde visa fortalecer a ligação entre o sector da saúde e a comunidade local,
esta participação da comunidade na promoção de saúde é fundamental em qualquer
intervenção de saúde pública dai que através do estudo espera-se contribuir significativamente
em termos sociais, profissionais e científico uma vez que o tema é bastante relevante para
estudantes de saúde pública, actores sociais e políticos que participam na formulação de
políticas públicas.
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1.3. Hipóteses

Na tentativa de responder a inquietação exposta, foram levantadas as seguintes hipóteses


como possíveis respostas:
 O fraco envolvimento das comunidades locais na formulação e implementação das
actividades de saúde nas comunidades pode influenciar na fragilidade no processo de
gestão de saúde;
 O Envolvimento da comunidade local traz melhoria na qualidade e humanização dos
Cuidados de Saúde;
 Realizações de encontros ou reuniões, capacitações e formações, alocação de material
de trabalho contribuem significativamente na eficácia e eficiência nas actividades de
educação e mobilização dos membros do comité de saúde.

2. Objectivos da Pesquisa
O objectivo é sinónimo de meta, fim. Os objectivos podem ser separados em objectivo geral e
objectivos específicos”.

Deste modo, a presente pesquisa tem como objectivos os seguintes:

2.1. Objectivo Geral

 Analisar o Papel dos Comités de Saúde na Promoção dos Serviços de Saúde nas
Comunidades.

2.2. Objectivos Específicos

 Identificar as principais causas das barreiras que condicionam na falta da participação


dos Comités de Saúde na Gestão de Saúde;
 Descrever as principais acções desencadeadas pelos Comités de Saúde nas
Comunidades;
 Avaliar o contributo do envolvimento da comunidade na melhoria e qualidades dos
serviços e cuidados de saúde.

3. Revisão de Literatura
Far-se-á abordagem sobre as diversas literaturas e discussão de ideias relativo ao tema, com
destaque aos Conceitos de Comités de Saúde, Objectivos, Composição e Estrutura do Comité
de Saúde, e ainda sobre a Promoção de Saúde em Moçambique.
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3.1. Conceitos básicos de Comités de Saúde


O envolvimento comunitário constitui uma ferramenta indispensável na formulação e
implementação de qualquer tipo de actividade no meio social pós permite que os indivíduos e
organizações na comunidade trabalhem e estabeleçam uma relação a longo prazo com uma
visão colectiva a favor da comunidade.

De acordo com o MISAU (2012), os comités de Saúde é uma estrutura sócio-comunitária


composta por membros escolhidos ou eleitos pela comunidade, para a “representar” em
todas ocasiões e para tomar decisões sobre saúde; É um organismo independente e não deve
- se subordinar as instituições de saúde.

O MISAU introduziu os agentes comunitários de saúde em 1978. Eles são seleccionados e se


dedicam às comunidades onde vivem (Cliffet et al., 2003). Este programa de saúde da
comunidade foi em resposta à necessidade de aumentar cobertura, e qualidade dos serviços de
saúde que se concentra na promoção da saúde e prevenção de doenças. Verificou-se que o
programa resultou na melhoria de equidade no acesso aos cuidados de saúde, aceitabilidade e
percepções da comunidade sobre a qualidade da prestação de serviços de saúde. Os agentes
comunitários de saúde são apreciados pelas comunidades, que os consideram como “médicos
comunitários” que fornecem pontes para o sistema de saúde (Giveet et al., 2015).

Contudo, os Comités de Saúde são órgãos reconhecidos pelo Serviço Nacional de Saúde e
estes surgiram como um meio de envolvimento comunitário que visa participar e decidir sobre
as acções do sector da saúde no meio comunitário.

3.2. Objectivos do Comité de Saúde

Os Comités de Saúde surgiram com propósito da comunidade a participar de forma activa


organizada nas acções de promoção de saúde e prevenção das doenças nos seus locais de
residência. Neste sentido, de Acordo com o MISAU (2012) constituem os seguintes
objectivos dos Comités de Saúde:

 Geral

- Mobilizar os membros da comunidade, para a identificação dos problemas de saúde em geral


e os que afectam as mulheres e as crianças em particular; bem como buscar as respectivas
soluções dentro e fora da comunidade.
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 Objectivos específicos

- Mobilizar a comunidade, para o seu envolvimento activo nas acções de promoção de saúde e
prevenção de doenças;

- Fazer ligação entre a Comunidade e a Unidade Sanitária;

- Organizar-se para acção, explorar os problemas de saúde e prioriza-los, planificar,


implementar acções; e avaliar junto com a comunidade utilizando o ciclo de acção
comunitária como guia;

Impulsionar a realização de encontros comunidades – saúde e fazer o seguimento das


actividades dos APEs, PT e outros activistas;

- Coordenar a construção e manutenção de casas de espera;

- Mobilizar recursos, dentro e fora da comunidade, para implementação de planos de acção


para promoção de cuidados de saúde ;

- Gerir os transportes de emergência de base comunitária (bicicletas, tracção animal ou


outros);

- Mobilização de outros membros influentes da comunidade para participar em actividades de


promoção da saúde e desenvolvimento da comunidade;

- Servir de órgão de consulta e participar activamente na implementação, monitoria e


avaliação de iniciativas externas e internas.

Portanto, os Comités de Saúde tem em vista a representar as populações mais vulneráveis nos
diálogos e decisões sobre a saúde na comunidade, uma vez que a população tem o dever de
participar em acções que visam melhorar e preservar a sua Saúde.

3.3. Principais tarefas do Comité de Saúde


Segundo o MISAU (2012), as principais tarefas dos membros do grupo de gestão do Comites
de Saúde são as referentes as cinco fases do ciclo de comunitária (identificar / priorizar os
problemas, planificar, implementar, avaliar junto com a comunidade) o que inclui o seguinte:

 Auscultar os problemas da comunidade para tentar encontrar uma solução adequada,


utilizando os recursos locais;
 Fazer levantamento dos problemas de saúde com apoio ou não de agentes
comunitários de saúde ou outros elementos e procura canalizá-los as instituições
responsáveis conforme o problema identificado (ex: vacinação: informar á US,
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água/saneamento e habitação informar ao chefe do posto administrativo ou outras


instituições que estejam a trabalhar para esse fim).
 Com apoio explorar a questão de mobilização e definir prioridades;
 Recolher e analisar dados comunitários sobre saúde;
 Elaborar planos de trabalho em coordenação com o pessoal de saúde, APEs e outros
voluntários de saúde;
 Convocar a população para reuniões comunitárias para aspectos de saúde;
 Mobilizar e informar à comunidade sobre as formas de prevenção e tratamento das
doenças em reuniões programadas;
 Participar na monitorização das actividades dos APES e ACS em reuniões de
avaliação das actividades;
 Participar na discussão de mortes maternas, e de recém nascidos na comunidade;
 Coordenar a construção e manutenção de casas de espera;
 Mobilizar recursos (financeiros, materiais, humanos), dentro e fora da comunidade,
para implementação de planos de acção para promoção de cuidados de saúde;
 Gerir os transportes de emergência de base comunitária (bicicletas, tracção animal ou
outros);
 Participar no Comité de Co-gestão da Unidade Sanitária;
 Coordenar as diferentes actividades dos grupos de trabalho;
 Reportar para as Unidades Sanitárias e para a Autoridade Comunitária.

Assim, o Comité de Co-Gestão se encarregará de fazer a ligação entre a comunidade e o


Sector de Saúde, bem como da coordenação e apoio ao processo de implementação das
actividades de melhoria da qualidade e humanização no âmbito da US.

3.4. Conceito de Promoção de Saúde

Promoção da saúde diz respeito as acções que visam beneficiar e proteger a saúde e a
qualidade de vida das pessoas. No entanto, promoção da saúde não só visa melhorar a nossa
condição de saúde, mas também melhorar a nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar.

Segundo a Carta de Ottawa (1986) citado por Campos (2003, p. 03) diz que

Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade


para actuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma
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maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de


completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem
saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar
favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso
para a vida, e não como objectivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um
conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as
capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade
exclusiva do sector saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na
direcção de um bem-estar global.

Dessa forma, a Carta de Ottawa de 1986 conceitua promoção da saúde como o processo de
capacitação da comunidade para actuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde,
incluindo uma maior participação no controle deste processo (OMS, 1986).

Assim como, para Gutierrez (1994), promoção da saúde é o conjunto de actividades,


processos e recursos, de ordem institucional, governamental ou da cidadania, orientados a
propiciar a melhoria das condições de bem estar e acesso a bens e serviços sociais, que
favoreçam o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e comportamentos favoráveis ao
cuidado da saúde e o desenvolvimento de estratégias que permitam à população maior
controle sobre sua saúde e suas condições de vida, a níveis individual e colectivo. Neste
conceito, mais apropriado à realidade latino-americana, agrega-se ao papel da comunidade a
responsabilidade indenegável do Estado na promoção da saúde de indivíduos e populações.

3.5. Estratégias de Promoção à Saúde, Segundo a Carta de Ottawa.


A Promoção da Saúde, segundo a Carta de Ottawa, contempla 5 amplos campos de acção:
implementação de políticas públicas saudáveis, criação de ambientes saudáveis, capacitação
da comunidade, desenvolvimento de habilidades individuais e colectivas e reorientação de
serviços de saúde

1) Implementação de políticas públicas saudáveis: a promoção à saúde inclui, além dos


cuidados de saúde, outros determinantes como: renda, protecção ambiental, trabalho,
agricultura. A saúde deve estar na agenda de prioridades dos políticos e dirigentes em todos
os níveis e sectores, que devem tomar consciência de suas decisões e responsabilidades. A
Carta de Ottawa sugere acções legislativas, fiscais e organizacionais visando à diminuição das
desigualdades sociais e à melhoria da qualidade de vida da população. Sugere, também, a
adopção de uma postura intersectorial para a formulação de políticas públicas e sua acção
sobre o sector saúde.
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2) Criação de ambientes favoráveis à saúde: propõe a protecção do meio ambiente e a


conservação dos recursos naturais como parte da estratégia de promoção à saúde. Para que
isto ocorra, sugere acções que objectivem o monitoramento de mudanças das áreas
tecnológicas, do trabalho, produção de energia e urbanização, que interferem na saúde da
população.

3) Reorientação dos serviços de saúde: recomenda que a reorientação dos serviços de saúde
deva voltar-se na direcção de um enfoque na saúde e não na doença, que apontem para a
integralidade das acções de saúde. Propõe, para isto, mudanças na formação dos profissionais
e nas atitudes das organizações dos serviços de saúde.

4) Reforçando a acção comunitária: implementação de acções e recursos existentes na


comunidade e que possam intensificar a auto-ajuda e o apoio social necessários ao
desenvolvimento da participação popular nos assuntos de saúde, o empowerment comunitário.

5) Desenvolvimento de habilidades pessoais: capacitar as pessoas para "aprenderem através


da vida" e se "prepararem para todos os estágios" 14:6 é uma das estratégias prioritárias da
nova promoção à saúde. Apoia, também, o desenvolvimento pessoal e social mediante a
divulgação de informação, educação para a saúde e intensificação das habilidades vitais.

4. Material e Métodos
4.1. Área de Estudo/Unidade de Experimentação

Etimologicamente, metodologia significa os estudos dos caminhos, dos instrumentos


utilizados para fazer uma pesquisa científica.

Para a pesquisa, usamos método indutivo, pós este método é responsável pela generalização,
isto é, partimos de algo particular para uma questão mais ampla ou geral.

Para Lakatos e Marconi (2007, p.86) considera-se:

Indução é um processo mental por intermedio do qual, partindo de


dados particulares suficientemente constatados, infere-se uma verdade
geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o
objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo
é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
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Depois da recolha dos dados, estes devem ser interpretados de forma cuidadosa usando assim
a tabulação, interpretar de forma estatística e tratamentos dos dados em análise. Estes
instrumentos devem ser de forma detalhada e as suas questões também devem ser de forma
sequenciadas para facilitar os questionados responderem com facilidade as questões
subsequentes.

Neste contexto, será necessário a elaboração de um roteiro de questões abertas onde os


respondentes irão argumentar e posteriormente as respostas serão analisadas e interpretadas.

Tipo de Pesquisa quanto à Abordagem

No propósito de obter um esclarecimento sucinto e uma melhor compressão deste facto em


causa, que diz respeito contributo dos comités comunitários de saúde na promoção de serviços
de saúde no Distrito de Nampula, optar-se-á por uma pesquisa de abordagem qualitativa.

De acordo com Gil (1999, p.34), “a pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas, sim o aprofundamento da compreensão de um grupo social,
de uma organização”.

E ainda, segundo o mesmo autor, os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos


buscam explicar o porque das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não
quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os
dados analisados são não-métricos (suscitados e de interacção) e se valem de diferentes
abordagens.

Tipo de Pesquisa quanto aos Objectivos

Quanto aos objectivos, a autora optara por pesquisa descritiva por ser aquela que expõe
características de determinada população, procurando descrever com exactidão os factos
existentes.

Para Gil (1999, p.46) “ as pesquisas descritivas têm como objectivos primordial a descrição
das características de determinadas população ou fenómeno ou então, o estabelecimento de
relações entre variável”.
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4.3. Considerações Éticas

Para efeitos de Ética e Confidencialidade da pesquisa na Identidade dos Informantes, os dados


serão obtidos com a autorização expressa dos intervenientes. E para garantir o anomimato
todos os entrevistados serão codificado, para tal, a pesquisadora ira codificar os nomes de
Técnicos de Serviços Distritais de Saúde Mulher e Acção Social para TSDSMAS,
Representante do Comité de Saúde para RCS, População Local para PL e os números 1,2,3,4..
Indicaram a ordem dos informantes.

4.5. Procedimento
As técnicas de pesquisa envolveram o levantamento e análise bibliográfica e documental. Tais
instrumentos de colecta de dados são de grande importância, porque permitem confrontar
teoria e prática, viabilizando a contextualização do tema. Para o estudo constituíram técnicas e
instrumentos os seguintes:

 Pesquisa Bibliográfica

De acordo com Marconi & Lakatos (1999, p.71), as fontes bibliográficas ou fontes
secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo,
desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas monográficas, testes,
material gráfico, ate meios de comunicações orais […] sua finalidade é colocar o pesquisador
em contacto direto com tudo o que foi inscrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,
inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritas de por alguma forma.

 Observação

Para elaboração da pesquisa, usou-se a observação directa nos respectivos lugares onde foi
realizada a pesquisa. De acordo com Lakatos e Marconi (1992, p.107), a observação “utiliza o
sentido de determinado aspecto da realidade”.

Neste tipo de pesquisa permitiu a apreciação dos factos directamente observados, para a
eficácia desta técnica foram tomadas em conta elementos que puderam ajudar a pesquisadora
a entender alguns fenómenos em relação ao contributo dos comités de saúde na promoção de
saúde na comunidade.

 Entrevista

Trata-se, segundo Gil (1999, p.113) da “técnica em que o investigador se apresenta frente a
frente do investigado e lhe formula perguntas com objectivo de obtenção os dados que
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interessam a investigação”. A entrevista é portanto, uma forma de interrogação social. Mas


especificamente é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca colectar
dados e a outra se apresenta como fonte de informação.

Esta técnica será usada colectar informações aprofundadas em algumas pessoas sobre o papel
e importância dos comités de saúde.

 Questionário

Segundo Belo (2005, p.85), “como uma das técnicas de investigação composta por um
número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito as pessoas tendo por
objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas,
situações vivenciadas”.

Esta técnica, será aplicada a alguns funcionários dos serviços de saúde e técnicos afectos em
algumas US, do qual o questionário será entregue aos sujeitos para um preenchimento
individual, sem a presença da pesquisadora. Portanto, serão elaborados questionários,
correspondentes aos sujeitos abrangidos na técnica, este processo foi feito levantamento de
opiniões, interesses, expectativas e situações sobre o contributo dos comités de saúde e a sua
eficiência.

4.5.1. Amostragem

Para Gil (1999, p.89) a Amostra representa o Subconjunto do universo ou da população, por
meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.

Para tornar possível a análise e interpretação dos dados, a autora trabalhou com uma amostra
aleatória simples constituída por 25 elementos pois, o uso deste tipo de amostra é pelo facto
de constituir os elementos que mais vivem com o fenómeno em estudo, não só ela não exige
os procedimentos rígidos.

Partindo dos princípios acima apresentados a autora representa a amostra de seguinte maneira:

- 05 Representante dos Serviços Distritais da Saúde, Mulher e Acção Social de Nampula;

- 02 Técnicos da Direcção Provincial da Saúde afectos no Departamento de Saúde Publica;

- 10 Membros do Comité de Saúde;

- 02 Técnicos de Saúde afectos na US


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- 06 Membros da População/residente local.

4.5.2 Análise de Dados e Processamento da Amostra

Segundo Gil (1999, p.168) A analise e interpretação de dados apesar de ter conceitos distintos
aparece sempre relacionada. A análise tem como objectivo analisar, investigar e sumariar os
dados para dar resposta ao problema proposto para a investigação.

Assim, a análise e interpretação será feita mediante ao sistema de unanimidades, mas também
usar-se-á alguns posicionamentos dos informantes será confrontados com as referências
bibliográficas, como forma de tornar os resultados menos tendenciosos e subjectivos.

5. Cronograma
Etapa J F M A M J J A S O N D
Revisão Bibliográfica X
Amostragem X
Processamento das amostras X
Análise estatística X
Submissão de artigo para revista científica X
Submissão do resumo para conferência X
Conclusão do relatório X
Fonte: Autora, 2021.
6. Orçamento
Nº Item/Material de Quantidade Valor por unidade Valor total
apoio Mt
1 Esferográfica 2 10,00 Mt 20,00 Mt
2 Digitação 10 15,00 Mt 150,00 Mt
3 Impressão 20 5,00 Mt 100,00 Mt
4 Lápis 2 10,00 Mt 20,00 Mt
5 Borracha 2 10,00 Mt 20,00 Mt
6 Encadernação 2 20,00 Mt 40,00 Mt
7 Fotocópias 150 1,00 Mt 150,00 Mt
Total 405,00 Mt

Fonte: Autora, 2021.


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Referencias Bibliográficas
BELLO, J (2005). Metodologia Científica: manual para elaboração de textos académicos,
monografias, dissertações e teses, 1ª ed. Rio de Janeiro.

Cliff, J., Simango, A., Augusto, O., Van der Paal, L., & Biellik, R. (2003). Failure of
targeted urban supplemental measles vaccination campaigns (1997–1999) to prevent
measles epidemics in Mozambique (1998–2001). Journal of Infectious Diseases,
187(Supplement_1), S51-S57.

GIL, António Carlos (1999). Métodos e Técnicas de pesquisa Social. 5ª Ed. São Paulo
Editora Atlas, São Paulo.

LAKATOS, Eva M. & MARCONI, Marina de A.. (2007). Metodologia Científica. 2.ed. São
Paulo, Atlas, 1991.

____________________. Técnica de pesquisa. 5ª Edição, São Paulo, Atlas editora, 1992.


_____________________. Metodologia Científica. 5ª Edição. Atlas. São Paulo, 2009

MISAU (2012). Termos de Referência para o Estabelecimento e Funcionamento dos


Comités de CoGestão das Unidades Sanitárias. Maputo: Ministério da Saúde, República de
Moçambique.

MISAU (2014). Envolvendo a Comunidade na Melhoria da Qualidade e Humanização dos


Cuidados de Saúde: um Princípio de uma Abordagem. Maputo.

MISAU (2017). Estratégia nacional para a melhoria da qualidade e humanização dos


cuidados de saúde (2017-2023). Maputo: Ministério da Saúde, República de Moçambique.

MISAU (2017). Termos De Referência Dos Comités De Qualidade e Humanização dos


Cuidados de Saúde em Moçambique. Maputo: Ministério da Saúde, República de
Moçambique.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Constituição da República -2018 (Lei n.o 1/2018, de 12


de Junho).

World Health Organization. (1986). Ottawa Charter for Health Promotion: An International
Conference on Health Promotion: The Move Towards a New Public Health, November 17-
21, 1986, Ottawa, Ontario, Canada. WHO.
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