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Gori
ta Rodriguês Alberto
Luciano Celestino

O Impacto do Colonialismo em África nas áreas Social, Cultural e Económica


(Licenciatura em História co Habilidades em Documentação)

Universidade Rovuma
Nampula i
2021

Gorita Rodriguês Alberto


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Luciano Celestino

O Impacto do Colonialismo em África nas áreas Social, Cultural e Económica

Trabalho de História de África do Séc. XIX a metade do


Séc. XX de carácter avaliativo, do curso de Licenciatura
em História co Habilidades em Documentação, 2º Ano,
Leccionado pelo docente: Mestre Aurélia Horácio.

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3
1. O Impacto do Colonialismo em África nas áreas Social, Cultural e Económica...................4
1.1. Consequências do Colonialismo na África..........................................................................5
1.1.1. Impactos Negativos do Colonialismo na África...............................................................5
1.1.2. Impactos Positivos do Colonialismo na África.................................................................6
1.2. Consequências Socioculturais, Politicas e Económicas do Colonialismo na África e
Moçambique em Particular.........................................................................................................8
Conclusão..................................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho de História de África do Séc. XIX a metade do Séc. XX de carácter


avaliativo, do curso de Licenciatura em História co Habilidades em Documentação, 2º Ano,
do, tem como tema: O Impacto do Colonialismo em África nas áreas Social, Cultural e
Económica, na qual, o trabalho tem como objectivo de forma exaustiva descrever sobre os
Impactos do colonialismo na africa nas dimensões sociais, culturais e económicas. O trabalho
tem como como objectivo especificos:
 Analisar sobre as consequências negativas e positivas do colonialismo;
 Mencionar as consequências do colonialismo nas dimensões sociais, culturais e
económicas.

Para a materialização do trabalho, baseou-se no método bibliográfico através de leitura e


pesquisas de diversas obras ou estudos feitos disponíveis fisicamente e electronicamente
relacionados com o tema em destaque, cuja bibliografia encontram-se na pagina reservada
para o efeito.

Em relação a estrutura do trabalho, apresenta elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais,


obedecendo uma sequência logica dos conteúdos aqui abordados começando pela introdução,
desenvolvimento da temática, conclusão e Bibliografia como forma de levar o leitor ou a
auditora perceber os conteúdos aqui expostos.
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1. O Impacto do Colonialismo em África nas áreas Social, Cultural e Económica

De acordo com MARQUES (2008:19), o colonialismo se refere à prática de dominação sobre


algum território. Ou seja, é um meio utilizado por grandes potências para exercer domínio
político, económico ou cultural sobre alguma nação.

Dessa forma, utilizam esse mecanismo para explorar as riquezas ou com o intuito de expandir
território, visto isso, as terras dominadas são exploradas e os habitantes perdem, na maioria
das vezes, direitos políticos e bem materiais. Dessa forma, a potência exploradora consegue se
fixar no território explorado e, assim, extrair as riquezas naturais que a região oferece.

DOLLIS (1999:32) diz que, a “colonização é definida como a ação ou processo de se fixar e
estabelecer controlo sobre os povos indígenas de uma área”. O melhor exemplo disto foi a
Corrida a África ou a invasão, ocupação, divisão e colonização do território africano pelas
potências europeias entre 1881 e 1914. Nesse curto período conhecido pelos historiadores
como o Novo Imperialismo, mais de 90% do continente ficou sob o controlo formal europeu.

O processo de ocupação territorial, exploração económica e domínio político do continente


Africano por potências europeias tem o seu início no século XV e estende-se até a metade do
século XX, altura em que as grandes potências olham para Africa como meio ou necessidade
de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores
(DARUSSE, 2010). Observa-se que, até 1935, o colonialismo estava implantado em quase
toda a África onde Ingleses, Franceses, Espanhóis, Belgas, Alemães e Portugueses, entre 1885
e 1935, conseguiram dominar territórios recorrendo tanto à diplomacia como à acção militar e
a processos económicos. Desde então, cada potência colonial instalou um sistema de
administração próprio, à medida das suas capacidades financeiras e conforme os recursos
humanos e militares de que dispunha.

Nesta senda da invasão, partilha, pilhagem e ocupação efectiva de África pelos Europeus
entre os séculos XV-XIX, trouxe numerosas mudanças no âmbito político, económico,
sociocultural e várias outras áreas nas populações africanas. Trata-se dos impactos negativos e
positivos cujas fazem-se sentir até os dias actuais.
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1.1. Consequências do Colonialismo na África

A colonização do continente africano deixou marcas indeléveis para ambas as partes, isto é,
para os colonizados e para o colonizador. Portanto, a ocupação e dominação do continente
africano trouxe várias consequências positivas, assim como negativas.

1.1.1. Impactos Negativos do Colonialismo na África

Segundo BOAHEN (2010:927), para os europeus justificarem a sua política de colonização


nos anos 1880, era que as novas administrações permanentes reduziriam as perdas em vidas
humanas, até então devidas às lutas entre etnias e às operações de captura pelos mercadores
de escravos. Sem duvidar reinava certa insegurança na África pré-colonial:

 O primeiro e o seguinte: certas fronteiras dividem grupos étnicos já existentes e


retalham Estados e reinos, o que provoca perturbações sociais e deslocamentos. Por
exemplo, os Bacongo estão divididos pelas fronteiras de Angola, Congo Belga (actual
Zaire), Congo francês (actual Republica Popular do Congo) e Gabão. Hoje em dia,
parte dos Ewe vive em Gana, outra no Togo e outra, ainda, no Daomé (actual Benim);
os Somali estão espalhados pela Etiópia, Quénia, Somália e Djibouti; os Senufo
encontram-se no Mali, na Costa do Marfim e no Alto Volta.
 A infra-estrutura fora de fato concebida para facilitar a exploração dos recursos das
colónias e conecta-los as metrópoles, não para promover o desenvolvimento
económico global da África ou os contactos entre africanos.
 O carácter artificial e arbitrárias as divisões coloniais teve ainda outra consequência:
os Estados que surgiram têm superfícies diferentes, recursos naturais e possibilidades
económicas desiguais. Enquanto algumas nações resultantes da partilha são gigantes,
como o Sudão, a Nigéria e a Argélia, outras como Gâmbia, Lesotho, Togo e Burundi.
 A instabilidade africana fora exacerbada ao contacto dos europeus. Portanto de
qualquer modo, os administradores e missionários a aumentaram, todos procurando
justificar a nova ordem instaurada. Em muitos casos, o objectivo das razias não era a
captura de homens, mas a pilhagem de gado e cereais, ainda que os proprietários
atacados corressem riscos ao defender seus bens.
 O pesado tributo em vidas humanas que foi o preço de suas intervenções nas
diferentes regiões da África (no período das resistências africanas). As perdas
raramente ocorriam logo ao primeiro estabelecimento da administração; deviam-se,
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antes, à repressão das revoltas posteriores e às expedições punitivas por elas


desencadeadas;
 Essas represálias parecem ter causado sérios prejuízos, em razão da escassez de
alimentos que se seguia à transmutação dos ciclos da agricultura de subsistência. Eis
alguns exemplos:
- No Senegal, em 1886, o massacre de milhares de autóctones quando tentavam opor-
se à construção de uma ferrovia;
- Desastres ainda mais graves esgotaram Tanganica (actual Tanzânia), onde os
alemães adoptaram a táctica da “terra queimada” durante a rebelião dos Maji Maji
(1905-1906). O número total de mortos elevou-se provavelmente a centenas de
milhares, principalmente devido à fome. Nessa mesma região, as hostilidades entre as
tropas alemãs e as britânicas durante a Primeira Guerra Mundial sem dúvida alguma
agravaram a taxa de mortalidade;
 O impacto negativo do colonialismo, provavelmente o mais importante, foi a perda da
soberania e da independência e, com ela, do direito dos africanos a dirigir seu próprio
destino ou a tratar directamente com o mundo exterior.

1.1.2. Impactos Positivos do Colonialismo na África

O efeito positivo do colonialismo, o mais evidente e o mais profundo foi a constituição de


uma infra-estrutura de estradas e vias férreas, a instalação do telegrafo, do telefone e, as
vezes, de aeroportos, introdução da moeda e das actividades bancárias.

Na perspectiva de BOAHEN (2010:922-924) podemos destacar como os seguintes impactos


positivos:

 O primeiro impacto político positivo foi a instauração de um grau maior de paz e de


estabilidade na África;
 Criação (no nível geopolítico) dos modernos Estados independentes da África;
 No final do século XIX, as metrópoles advertiam que as colónias tinham de ser
rentáveis, nesse caso os lucros provinham do transporte dos produtos, que era
realizado por carregadores na maior parte das regiões tropicais do continente. As
repercussões sociais da dominação colonial:
 Aspectos demográficos de ser melhores ou mais afeitas ao trabalho, em virtude de
contactos mais antigos com a economia comercial ou em consequência de antigas
características de suas culturas originais.
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 Os africanos descobriram que já não eram proprietários das reservas de marfim


acumuladas, que tinham de matar os elefantes para obter as presas e de sangrar a
floresta para conseguir borracha. Eram autorizadas, em grau extraordinário, a utilizar
em proveito próprio o aparelho da administração colonial, inclusive as forças armadas,
a polícia e os tribunais.
 O imposto e o trabalho forçado, embora oficialmente regulamentados, eram aplicados
por esses agentes de modo a assegurar trabalho de tal duração que a agricultura e,
consequentemente por vezes desenvolvimento das colonias, o regime alimentar
sofreram profundamente.
 Aspectos demográficos nenhuma estatística exacta da época, mas quase todos
constatam um declínio dramático da população. É provável que o cálculo dessas
perdas tenha se baseado em estimativas exageradas da população africana pré-
colonial, levando em conta o desaparecimento de populações que viviam ao longo dos
caminhos e dos rios, e que tinham abandonado suas aldeias. No entanto, é difícil
deixar de concluir que a população diminuiu nessas regiões entre 1890 e 1910, senão
mais tarde (a teoria segundo a qual milhões de africanos emigraram para os territórios
ingleses limítrofes quase não encontra apoio nos documentos e nos censos britânicos
realizados nessas colónias).
 Áreas afectadas pela fome. A própria existência de uma rede de transportes e de
moeda válida em regiões muito extensas estimulou a produção de excedentes;
 O sistema colonial também introduziu em quase toda a parte da África duas novas
instituições que a independência não eliminou: um novo sistema judiciário e uma nova
burocracia (ou administração); As estruturas estabelecidas pouco a pouco (ainda que
em muitos casos tardiamente) pela administração das colónias provocaram o
aparecimento de uma classe de funcionários cujo número e influência só fizeram
aumentar com os anos.
 O nascimento não só de um novo tipo de nacionalismo africano, mas também do pan-
africanismo. Em 1939, a proporção de médicos em relação à população do país era
inferior à de 191479. Ainda assim, essas próprias cifras superestimam as
possibilidades de os africanos se beneficiarem com tratamento médico, já que, no
decorrer dos anos 1930, contavam-se na Nigéria 12 hospitais reservados para 4 mil
europeus, enquanto 40 milhões de africanos dispunham apenas de 52 estabelecimentos
hospitalares.
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1.2. Consequências Socioculturais, Politicas e Económicas do Colonialismo na África e


Moçambique em Particular

 A Nível Económico

- A actuação da economia colonial permitiu a construção de infra-estruturas físicas:


aeroportos, portos, estradas, pontes, hospitais e escolas, vias-férreas, instalação do telégrafo e
do telefone, que, por sua vez, tiveram impacto positivo nas colónias.

- No plano agrícola, foram introduzidas as culturas de exportação: cacau, café, tabaco,


algodão, sisal, borracha, chá; estagnação da tecnologia africana devido ao abate das
actividades artesanais; alteração dos hábitos alimentares devido a introdução de monoculturas.

- Com as relações laborais e a existência de trabalhadores assalariados introduziu-se em


África a economia monetária que desempenhou um papel catalisador nas relações comerciais
entre a Europa e África. Foi a partir desta realidade económica que foram instaladas em
África redes bancárias e que se desenvolveram hábitos consumistas, que tendem a agregar-se
nesta fase em que o mundo vive globalizado.

- Registou-se também a emigração e imigração entre países africanos, em busca de melhores


condições de vida ou na fuga às difíceis condições de exploração como foi o trabalho forçado
ou o pagamento dos impostos.

No nosso país, Moçambique, de forma particular, houve a intensificação das trocas


comerciais; produção agrícola para o mercado; recrutamento da mão-de-obra para o sector
mineiro e plantações na África do Sul e Rodésia; integração da população na economia
capitalista mundial; criação de uma economia orientada principalmente para a produção de
mercadorias procuradas no mercado internacional e para a manutenção da mão-de-obra;
introdução do trabalho forçado (xibalo) e a exportação da mão-de-obra generalizada da
população.

 A Nível Político

Durante o período da ocupação colonial efectiva, não se desenvolveram as guerras étnicas; a


partilha e a conquista de África reformularam as fronteiras e alterou o mapa político deste
continente; introdução de um novo sistema jurídico e uso de línguas europeias na justiça;
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surgimento de uma nova classe de funcionários administrativos africanos; destruição das


monarquias africanas, assim como o enfraquecimento das autoridades e do poder dos
africanos; perda da soberania e da independência.

No país, houve a modificação das estruturas e os espaços da comunidade camponesa;


Moçambique foi dividido em circunscrições e postos de fiscalização nas áreas onde as
populações indígenas estavam organizadas e pacificadas, e nas restantes regiões do país onde
os nativos mostrassem rebelião, foram criadas capitanias-mor, divididas em comandos
militares.

 A nível social e cultural

Com a colonização, em algumas colónias como as portuguesas deu-se a aculturação das


populações africanas, sobretudo, como aponta Davidson (1969), citado por Melo (1971:51),
“a assimilação das raças ditas inferiores, por cruzamentos, pela religião cris-tã, pela mistura
dos elementos mais diversos, mesmo a liberdade de acesso às mais altas funções do Estado na
Europa (…)”- Esta situação levou ao esmagamento das tradições culturais africanas a favor da
cultura ocidental.

A educação ministrada para as populações ditas indignas contribuiu bastante para implantar a
educação ocidental e retardar o pensamento intelectual dos africanos, ensinando-os apenas o
saber fazer para servir os interesses económicos dos europeus.

A existência de uma pequena elite africana e a política de assimilação desenvolveram em


alguns países, sobretudo onde a forma de administração foi a directa, uma política de
discriminação racional caracterizada pela existência de brancos, mestiços e negros.

Apesar do sofrimento da colonização, a cobrança dos impostos no campo, a pobreza extrema


e a procura de melhores condições de vida levaram a número elevado da população
camponesa a emigrar para as cidades, culminando com o crescimento destas.

Os europeus introduziram em África as suas línguas e perduram até hoje como lín-guas o¦ciais
dos africanos ou ainda de unidade nacional, caso de Moçambique, facto que este facilitado
pela diversidade das línguas africanas em cada país.

Portanto, em Moçambique ao nível sociocultural observou-se com consequência, o abalo dos


valores culturais; aculturação do povo moçambicano com aquisição da língua, hábitos e
costumes do povo colonizador; proliferação das igrejas cristãs pelo país todo; atraso dos
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níveis de escolaridade para os moçambicanos da época; desenvolvimento do sistema de


segregação racial e as leis para os indígenas.

Conclusão

Após a realização do trabalho, chegou-se a conclusão de que a colonização na Africaa teve


vários impactos sendo destes alguns positivos e outros negativos em varias esferas sociais,
culturais, económicas e politicas que aqui podemos destacar alguns impactos positivos como:
construção de varias vias de acesso e comunicação, introdução de meio de transporte,
produção de algumas culturas europeias na África e outros e dos Aspectos negativos podemos
encontrar aqui a divisão de varias atributos e alteração do mapa, a submissão do povo,
aquisição de alguns valores europeus.
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Bibliografia

BETTS, Reymond F. A dominação europeia: métodos e instituições. In: UNESCO (org.)


História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2 ed. Brasilia: 2010.

BOAHEN, Albert Adu. História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-
1935. 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010.

DARUSSE, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências. São Paulo:
editora Companhia das Letras, 1999.

MARQUES, Clara & PINA CABRAL, João (orgs.). A persistência da história: passado e
contemporaneidade em África. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais. 2008

NHAMPURO, Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª classe, Plural Editores, Maputo, 2016

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