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Código: 708210064
Língua Portuguesa
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Índice
Capítulo I ................................................................................................................................... 4
1.2. Metodologias................................................................................................................... 4
Capítulo II .................................................................................................................................. 6
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Capítulo I
1.1. Introdução
O trabalho é atinente à cadeira da Ética Social, o qual, nos traz o tema: “O vínculo da liberdade
com a verdade e a lei natural”. Diante desta temática, debruçaremos vários assuntos
relacionados à temática, assuntos que relatam sobre a liberdade.
Dizer que a questão da liberdade se impõe constantemente ao homem. É um tema de amplitude
inesgotável. Quem o aborda sempre tem um ponto de partida e uma finalidade. É uma palavra
chave no contexto contemporâneo e no Direito. Essa actualidade será ainda mais marcante se
considerarmos a liberdade não apenas em si mesma, como valor ético, mas também nos
fixarmos na sua significação histórica e dinâmica de libertação. Ser livre é da natureza humana.
E, quando se trata de examinar as funções sociais do Direito, necessariamente temos que
abordar este tema. Liberdade e Justiça são temas correlatos.
Estruturalmente, o trabalho compões da Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e por fim a
bibliografia como sustento deste trabalho.
1.1.1. Objectivos
1.1.2. Geral:
✓ Compreender até que ponto a liberdade se vincula com a verdade e a lei natural.
1.1.3. Específicos:
✓ Definir o termo “liberdade”;
✓ Indicar a importância da liberdade e seus limites;
✓ Diferenciar termos “liberdade” e “libertinagem”;
✓ Descrever a relação entre liberdade e verdade tendo em conta a lei natural;
✓ Realçar sobre a dignidade da pessoa humana.
1.2. Metodologias
Com o intuito de atender aos objectivos propostos neste estudo e com base no desenvolvimento
do trabalho, apresentamos a metodologia que tornou viável a investigação deste trabalho.
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Tendo em consideração o estudo e o desenvolvimento do trabalho, trata-se de um estudo
exploratório que, segundo Cooper e Schindler (2003), possibilita o desenvolvimento claro de
conceitos e definições.
À semelhança do que acontece na maioria das pesquisas exploratórias, a nossa pesquisa assume
a forma de pesquisa bibliográfica.
Conforme escreve Gil (1996), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos”, (p.48).
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Capítulo II
2.1. Desenvolvimento do tema
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Nessa mesma perspectiva, Japiassu e Marcondes (2006), lembram que o termo liberdade,
também, pode ser analisado segundo três acepções ou sentidos diferentes: em um sentido
político, a liberdade civil ou individual é o exercício, por um indivíduo, de sua cidadania dentro
dos limites da lei e respeitando os direitos dos outros; em um sentido ético, trata-se do direito
de escolha pelo indivíduo de seu modo de agir, independentemente de qualquer determinação
externa; e liberdade de pensamento, que em seu sentido estrito, é inalienável. Esses sentidos
podem oscilar entre as várias dimensões ou tipos de liberdade, apontadas por Mondin (2014),
como liberdade física, moral, psicológica, política e social.
Abbagnano (2007), assevera, também, que o termo liberdade tem três significados
fundamentais, correspondentes a três concepções que se sobrepuseram ao longo de sua história
e que podem ser caracterizadas da seguinte maneira: (1) liberdade como autodeterminação ou
autocausalidade, segundo a qual ela é ausência de condições e de limites; (2) liberdade como
necessidade, que se baseia no mesmo conceito da precedente, a autodeterminação, mas
atribuindo-a à totalidade a que o homem pertence (Mundo, Substância, Estado); (3) liberdade
como possibilidade ou escolha, segundo a qual ela é limitada e condicionada, isto é, finita.
Mora (2001), relembra que o conceito de liberdade foi entendido e usado de maneiras muito
diversas e em contextos muito diferentes, desde os gregos até aos tempos actuais.
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As escolhas nem sempre são fáceis e simples. Escolher é optar por uma alternativa e renunciar
à outra ou às outras.
Não existe liberdade zero ou nula. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe
sobra algum poder de escolha. Também não há liberdade infinita, ninguém pode escolher tudo.
O acto livre é, necessariamente, um acto pelo qual se deve responder e responsabilizar-se.
Porque sou livre tenho que assumir as conseqüências de minhas acções e omissões.
Os animais irracionais não são livres, não são responsáveis pelo que fazem ou deixam de fazer.
Ninguém pode condenar um cavalo que lhe deu um coice. O animal não faz o que quer e sim
o que precisa ou o que se encontra determinado pelo instinto de sobrevivência para que
continue existindo.
A reflexão acerca da liberdade encontra-se inclusa no Projecto da Modernidade, onde os termos
autonomia, emancipação e liberdade estão relacionados entre si, e também são bases de tais
reflexões. Pensar a liberdade não é possível sem fazer alusão a esse Projecto, no qual os três
termos distintos determinam o mesmo sentido, a maioridade do homem.
“A liberdade é um pressuposto básico para que o homem seja responsável por seus actos e suas
escolhas”, (Vasquez, 1996, p. 92).
É dentro da Modernidade que o homem busca emancipar-se, ser autônomo e livre. O período
moderno é chamado também de período antropocêntrico, onde o homem é capaz de fazer suas
escolhas e praticar suas acções, e é dentro da Modernidade que lhe é oferecido a possibilidade
de emancipar-se e ser autônomo, enfim, conquistar sua liberdade.
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Ocorre que actuar contra a propagação de desinformação influi em actuar para embaraçar o
exercício de um direito fundamental: a livre manifestação do pensamento. Isso porque propaga-
se desinformação sobre todo tipo de assunto e, nas acções dos indivíduos que se denunciam
tais actos de propagação das chamadas fake news, há grande carga de ideologia política. Ora,
em um cenário de disputa ideológica, uma informação falsa pode ser mais útil que a verdadeira,
independente do lado do espectro político que se esteja falando.
A grande questão da desinformação é saber se podemos impedir que as pessoas a propaguem
sob o argumento de sabermos ser ela falsa e prejudicial. Mas quem é o juiz desta verdade? E a
informação ou opinião falsa por si só constitui fundamento para silenciá-la? O público em geral
não possui, além do direito de pensar e expressar, o direito também de ouvir qualquer outra
opinião, ainda que falsa?
Para Mill (2018), um dos filósofos mais influentes e precursores do liberalismo político, o
problema do combate às expressões de pensamento deve ser enfrentado sob dois pontos de
vista: o da verdade e o da utilidade.
No primeiro, estabelece que nunca se pode com certeza determinar que uma opinião é falsa,
principalmente devido a subjectividade do julgamento humano.
No segundo, estabelece que a utilidade de uma ideia não pode ser definida sem que se possa,
através do livre debate, saber a utilidade de uma dada proposição, independente se, porventura,
puder ser esclarecida falsa, (Mill, 2018).
Mill (2018), ensina que a possiblidade de abertura para confrontar opiniões diversas é que
permite que a opinião ou fato falso seja esclarecido e assim fortaleça a versão mais correcta
possível para o momento em questão, porque ninguém pode, em nenhum momento e por sua
própria subjectividade, determinar o que seja a verdade, ao que Mill (2018, passim), chama de
"pressuposição de infalibilidade".
Tal raciocino não cabe apenas a indivíduos, mas também às instituições e seus membros, já
que a capacidade destes de suprimir a liberdade de pensamento é devastadora.
A nosso ver, a doutrina de Mill (2018), sobre a liberdade de expressão, aplicada ao nosso
tempo, leva a proposta de que o provedor de aplicação de rede social não deve, por exemplo,
derrubar uma postagem com fake news publicada em sua plataforma, mas sim indexá-la a uma
nota explicativa ou propor um link para uma “postagem-resposta” àquela suposta enganosa,
para propor o confronto das ideias e permitir que o público, munido de todas as versões,
identifique a mais condizente para si e por ventura a mais condizente com que a razão humana
geral processe.
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Este último recurso é possível já que, como alertou Pariser (2012), é do tipo de modelo de
negócio dos provedores de mídias sociais e serviços de busca e agregadores descobrir, explorar
e instigar comportamentos de seus usuários.
Em um estado democrático de direito absorto em uma nova realidade de provisão de ideias que
se faz digital, interconectada e pulverizada — na qual indivíduos comuns, antes invisíveis, mas
que através das aplicações digitais podem se tornar relevantes, sendo criadores de seu próprio
conteúdo de informação e de disseminação de comunicação — nada mais desejável que os
grandes actores económicos que dão vida a esta realidade ajam para colaborar para a liberdade
de pensamento e provisão de ideias múltiplas.
Nesse cenário, ao poder público não caberia impor qualquer tipo de censura prévia ou posterior
a uma determinada fake news, seja por meio de acções executivas, legislativas ou judiciárias,
mas sim de agir como um actor idóneo nos debates, fomentando as informações que se
considere de interesse público por meios que lhe cabem na administração pública exercida em
meio digital, promovendo o combate à desinformação por meio de informação e não de
censura.
2.4.1. Liberdade
A liberdade é o direito de ir e vir, porém, com certo limite, assim como tudo no universo. Algo
sem limites é destrutivo em qualquer lugar, e por isso, uma sociedade não foge da regra. Assim,
para nossa sociedade e o convívio terem o mínimo de “harmonia”, temos que nos limitar
baseando-nos em regras morais, éticas, nas leis, etc. Essas regras podem mudar de um lugar
para outro; de um país para outro, de um grupo social para outro, enfim. Em tudo há limite,
alguns dizem que esses limites são a prova viva que não existe liberdade de facto, o que não é
verdade. Muitos se confundem, e poucos sabem que liberdade sem limites, é libertinagem.
Esses limites da liberdade são naturais e foram se aprimorando com o tempo, assim como a
tecnologia, a forma de se construir casas (ou prédios), enfim. Quando se via uma falha e esta
fosse prejudicial às pessoas (e/ou sociedade), essas coisas eram moldadas, modificadas. Ou
dependendo do ponto de vista, evoluídas.
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Sempre haverá pessoas que não concordem com uma regra, conduta, sobre uma lei ou falta de
uma, enfim. Sendo as regras (limites) naturais, elas vão se moldando de acordo com o pensar
da sociedade, e se existem, é para o bem da sociedade.
Podemos também dizer que "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do
outro”. Isso diz com clareza, e passa a ideia de que, se não respeitar o direito de liberdade do
outro, usando sua liberdade para isso, ele poderá fazer o mesmo com você. Essa mesma ideia
está expressa nesse ditado popular: “não faça aos outros o que não quer que façam a você”.
Há as leis, com punição directa (privamento da liberdade, seja sendo preso ou tendo que pagar
uma multa, serviço comunitário, etc.) e a moral/ética com “punição” (consequência) directa e
indirecta. Directa pode ser, por exemplo, fazer coisas imorais em certa ocasião e ser reprimido.
Indirecta pode ser fazer sexo com diversas pessoas, podendo contrair doenças, assim como
nadar num rio sujo e ficar doente.
2.4.2. Libertinagem
A libertinagem nada mais é do que a liberdade sem limites, sem consciência, sem
responsabilidade, sem pensar nos danos (directos e/ou indirectos) à si e ao outros. Ela é
destrutiva à pessoa que a pratica e à sociedade, pois, como já havia dito, os limites da liberdade
são naturais e foram “criados” para ter-se harmonia, bem-estar, etc. Foram criados para o bem
das pessoas. Um exemplo de transgressão da liberdade (libertinagem) é usar da sua liberdade
para assaltar alguém (privando a liberdade da pessoa de possuir algo), para oprimir alguém por
motivos fúteis, como a roupa ou gênero (privando a liberdade de uma pessoa viver a vida como
é melhor para ela).
A libertinagem é a prática da liberdade sem consciência, respeito; é transgredir o direito alheio
e criar mal a si mesmo (assim como aos outros), pois transgredindo o direito alheio, o libertino
abre margem para ter seus direitos (sua liberdade) transgredida, privada, enfim.
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Socialmente, Moçambique é um país onde cada dia a sociedade se preocupa no auto-emprego
para sustentabilidade da família, portanto, é esta liberdade que cada um é livre de fazer por
escolhas. (Fonte: adaptado pelo autor).
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Aqui surge uma dificuldade: o homem, enquanto criatura imperfeita perante a perfeição do
Criador, não consegue apreender racionalmente a totalidade da lei eterna. Tem-se então um
pequeno impasse, pois: a razão divina tem uma ordem na qual o homem está inserido, porém
ele não tem acesso a ela. Como seguir uma lei que não é acessível? A resposta de Tomás virá
a partir de uma sútil distinção. Segundo ele, há duas maneiras de uma lei ordenar: a primeira
se dá enquanto princípio ordenador; e a segunda ocorre enquanto é regulado. O homem não
tem acesso à lei eterna enquanto criador da regra ordenadora porque não tem acesso directo à
razão divina.
Porém, “o homem pode participar dela na medida em que descobre, que busca, através do
exercício do intelecto prático, preceitos básicos na sua própria razão”, (Honnefelder, 2010, p.
324).
Nas palavras de Tomás:
inter cetera autem rationalis creatura excellentiori quodam modo
divinae providentiae subiacet, inquantum et ipsa fit providentiae
particeps, sibi ipsi et aliis providens. Unde et in ipsa participatur ratio
aeterna, per quam habet naturalem inclinationem ad debitum actum
et finem, (Aquino, 1995).
Dito de outro modo, a razão prática garante a participação do homem na lei eterna, na medida
em que o homem discerne certas tendências e necessidades fundamentais de sua própria
natureza e aplica em suas acções, (Aquino, 1995).
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Rocha (2004), ao comentar o Art. 1º da Declaração dos Direitos Humanos, o festejado
dispositivo que decreta a igualdade de todos os seres humanos em dignidade e direitos, faz as
seguintes considerações:
Gente é tudo igual. Tudo igual. Mesmo tendo cada um a sua diferença.
Gente não muda. Muda o invólucro. O miolo, igual. Gente quer ser
feliz, tem medos, esperanças e esperas. Que cada qual vive a seu modo.
Lida com as agonias de um jeito único, só seu. Mas o sofrimento é
sofrido igual. A alegria, sente-se igual, (p. 13).
Para o autor, cada um dos elementos possui um significado, sendo que o valor intrínseco
representa as características próprias dos seres humanos, inerentes a sua natureza, o que os
diferencia de outras espécies. Ainda, de acordo com o seu entendimento, é esta a característica
que dá origem a vários direitos fundamentais garantidos no direito, o principal deles o direito
à vida; já a autonomia, nada mais é do que o direito do indivíduo de fazer as suas próprias
escolhas, que no campo jurídico é pautado pela autonomia privada e autonomia pública, o autor
faz o alerta de que este elemento não pode simplesmente levar em consideração as necessidades
pessoais; por último, o valor comunitário representa o papel do Estado no estabelecimento de
metas a serem cumpridas de forma colectiva, bem como, as restrições impostas aos indivíduos
em nome de um bem maior.
Conforme se observa, outra grande dificuldade no que tange à dignidade humana, além de sua
conceituação, é a sua abrangência, ou seja, quais direitos tal princípio poderia abarcar e até
mesmo mitigar, em razão da sua importância que foi adquirida nos últimos anos nos
ordenamentos jurídicos, em diversas áreas do direito.
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Capítulo III
3.1. Conclusão
Chegado aqui, pomos o término o nosso trabalho, o qual versou sobre “O vínculo da liberdade
com a verdade e a lei natural”; foram abordados por meio desta temática, diversos conteúdos
no contexto social, político, cultural, religioso, entre outros. Falamos ao longo do estudo sobre
a liberdade no sentido diversificado. Portanto, os homens necessitados não são livres. Nesse
sentido, a luta pela liberdade real e concreta abrange a luta contra a miséria, o desemprego e
condições de trabalho desumanas muito semelhantes à escravidão, o subdesenvolvimento e as
grandes desigualdades na repartição dos bens e encargos sociais. Percebemos ainda que a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU, é o ponto alto da liberdade humana
no Art. 1º em que afirma: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.
O Art. 2º afirma: “Todo o homem tem capacidade para gozar dos direitos e liberdades
estabelecidos nesta Declaração...” O Art. 3º afirma: “Todo o homem tem direito à vida, à
liberdade e à segurança pessoal.”
É do conhecimento que vivemos num mundo extremamente pluralista. Isso significa que toda
a realidade, que, à primeira vista, parece ser uma, homogénea, é, na realidade, altamente plural.
E para acompanhar esta realidade pluralista, o direito, na sua liberdade de normatizar e interagir
com os vários segmentos da sociedade, se faz plural, renascendo na multiplicidade de direitos,
qual árvore que joga seus ramos para abarcar essa mesma realidade.
A autonomia e a independência que as gerações gritam em comportamento, slogans, gírias,
músicas e literatura aparecem-nos em tensão com os valores culturais.
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3.2. Referências bibliográficas
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