Você está na página 1de 2

Tema: “Argumentação”.

A Argumentação é o desenvolvimento de um raciocínio com o fim de defender ou repudiar uma


tese ou ponto de vista, para convencer um oponente, um interlocutor circunstancial ou a nós
próprios. E sendo a argumentatividade fundamental para a interação social por intermédio da
língua, tem-se a importância de fazer um trabalho efetivo na escola que leve o aluno a desenvolver
essa habilidade tão necessária para torná-lo um cidadão capaz de atuar plenamente na sociedade.
Nos manuais de língua portuguesa não há, geralmente, a distinção entre a dissertação da
argumentação, considerando esta apenas momentos daquela. Mas elas têm características próprias.
A dissertação tem como propósito principal expor, explicar ou interpretar idéias. A argumentação
visa, sobretudo, convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou o ouvinte.
Garcia explica que:
Na dissertação, expressamos o que sabemos ou o que acreditamos saber a
respeito de determinado assunto, externamos nossa opinião sobre o que é
ou nos parece ser. Na argumentação, além disso, procuramos
principalmente formar a opinião do leitor ou do ouvinte, tentando
convencêlo de que a razão está conosco, de que nós é que estamos posse
da verdade.
[...]
Argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer mediante
a apresentação de razões, em face da evidência das provas e a luz de um
raciocínio coerente e consistente. (GARCIA,1996, P.370).

Em alguns casos, quando o falante não tem argumentos adequados, a argumentação pode acabar
em “bate-boca”, em insulto, ironia e sarcasmo. Por isso uma boa argumentação deve se basear em
dois elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas. São cinco os
tipos mais comuns de evidência: os fatos propriamente ditos, os exemplos, as ilustrações, os
dados estatísticos (tabelas, números, mapas, etc.) e o testemunho.
Quase toda conversa é essencialmente argumentativa, exceto quando as pessoas só sabem
conversar, “contando, narrando, descrevendo, inventando incidentes do cotidiano”. Por isso a
argumentação informal está presente em quase tudo o que dizemos ou escrevemos por força das
contingências do cotidiano. E toda argumentação informal consiste, em essência, numa declaração
seguida de prova.
De acordo com GARCIA (1996), “a argumentação passa por quatro estágios: a argumentação, a
concordância ou concordância parcial, a contestação ou refutação e a conclusão”, sem a qual não
existe argumentação, (p. 374).
O conhecimento dessa estrutura pode ajudar o estudante a argumentar com segurança, coerência e
objectividade.
A argumentação formal pouco difere, em essência, da informal: até sua estrutura e
desenvolvimento podem ser em parte, os mesmos. Mas a formal exige outros cuidados. A
proposição (uma declaração, uma tese, uma opinião) deve ser clara, definida, quanto ao que afirma
ou nega e deve ser suficientemente específica para permitir uma tomada de posição contra ou a
favor.
O padrão de argumentação formal, usado principalmente na escrita, de acordo com Garcia (1996,
p.381), é o seguinte:
1. Proposição (afirmativa, suficientemente definida e limitada; não deve
conter em si mesma nenhum argumento, isto é, prova ou razão).
2. Análise da proposição
3. Formulação dos argumentos (evidências)
a) fatos
b) exemplos
c) ilustrações
d) dados estatísticos
e) testemunho
4. Conclusão (GARCIA, 1996, p.381).

Ainda segundo GARCIA (1996), a análise da proposição é muito importante na argumentação


formal, principalmente na escrita e nesse estágio é importante definir o sentido de alguns termos
para que o leitor ou ouvinte possa entender e tomar posição com conhecimento do assunto.

A formulação dos argumentos constitui a argumentação propriamente dita. É o momento no qual


o autor apresenta as provas ou razões, os exemplos que são o suporte de suas idéias. E as frases
(orações) podem ser iniciadas usando-se os seguintes termos: por certo, o referido, por exemplo,
isto é, como, de certo, provavelmente, exemplo disso é, para comprovar o que foi dito. E se for
uma argumentação de contestação ou refutação, o período ou o trecho da fala deve ser iniciado por
uma conjunção adversativa ou expressão equivalente: mas, entretanto, porém, todavia, contudo,
ao contrário, em vez de, ainda que, por outro lado, ao passo que.

Você também pode gostar