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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÂO A DISTÂNCIA

Tema
A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO

CURSO: DIREITO

1º Ano

CADEIRA: TÉCNICA DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

TUTOR:

DISCENTE: RAQUEL GRAÇA BENIGNO Código : 61220758

TETE, ABRIL DE 2022


Índice
Introdução..............................................................................................................................................2
Objectivos..............................................................................................................................................3
Objectivos gerais...................................................................................................................................3
Objectivos específicos...........................................................................................................................3
Metodologias.........................................................................................................................................3
A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO.........................................4
Estrutura.................................................................................................................................................4
Conceito da Argumentação....................................................................................................................4
Argumentos e Provas.............................................................................................................................5
Ordens das Provas..................................................................................................................................5
Percurso da Argumentação....................................................................................................................5
Estrutura do Texto Argumentativo........................................................................................................6
VIAS DE ARGUMENTAÇÃO.............................................................................................................7
1. Via Lógica.........................................................................................................................................8
VIA EXPLICATIVA...........................................................................................................................11
Considerações Finais...........................................................................................................................14
Referências Bibliográficas...................................................................................................................15
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Introdução
Ao introduzirmos o presente tema da disciplina de Técnica de Expressão Oral e Escrita, podemos
ter em conta sobre a argumentação posso dizer que é o estudo interdisciplinar de como conclusões
podem ser alcançadas através do raciocínio lógico, assim como na filosofia moderna; ou seja,
argumentar é afirmar algo, seguramente ou não, baseado em premissas. Isso inclui as artes e as
ciências do debate civil, o diálogo, o bate-papo e a persuasão. Engloba o estudo das regras de
inferência, da lógica e das regras de procedimento, tanto em cenários artificiais quanto no mundo
real. Os percursos da argumentação são caminhos do pensamento para “justificar uma opinião,
desenvolver um ponto de vista, reflectir para chegar a uma decisão”.
Também engloba o diálogo erístico, o ramo do debate social em que a vitória sobre um oponente é o
objetivo principal. Esta arte e ciência é com frequência o meio pelo qual algumas pessoas protegem
suas crenças ou seus interesses num diálogo racional, em linguagem comum, e durante o processo de
defender suas idéias. A Argumentação é utilizada, por exemplo em tribunais, para provar ou refutar a
validade de certos tipos de evidências. Além disso, estudiosos da teoria da argumentação estudam as
razões post hoc (após o ato concluído) mediante as quais um indivíduo pode justificar decisões que
originalmente poderiam ter sido tomadas de forma irracional.
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Objectivos
Objectivos gerais
 Descrever sobre a Estrutura e Vias de Argumentação e de Explicação
Objectivos Específicos
 Compreender sobre a Estrutura
 Conceptualizar a Argumentação
 Falar de Argumentos e Provas
 Descrever o Percurso da Argumentação
 Descrever a Estrutura do Texto Argumentativo
 Descrever as Vias De Argumentação
 Descrever a Via Explicativa

Metodologias
O presente trabalho foi baseado diante uma pesquisa no Manual da Unisced Técnica de expressão
Oral e Escrita, 1º Ano, e também fui me basear em arquivos e manuais electrónicos baseando em
referências bibliográficas na internet.
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A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO

Estrutura
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e conclusão,
nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da composição do
texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de que trataremos e a
tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos desdobramentos da tese
apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comummente se desdobra em mais de um
parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese geral do texto corresponde a um
parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos
argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
Conceito da Argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico for o assunto
em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o início quando se
defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e desfavoráveis posicionando-se
apenas na conclusão.
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe ordenar
ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzí-lo
e persuadí-lo.
Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por autoridade e provas
concretas, o texto começa a caminhar para uma direcção coerente, precisa e persuasiva. Somente o
facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não podemos confundir facto e opinião. O facto é único
e a opinião é variável. Por isso, quando ocorre generalização dizemos que houve um “erro de
percurso”.
Segundo Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma
afirmação destinada a fazer admitir outra.”
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Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação estuda as técnicas discursivas que
permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao seu
consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da retórica.
Argumentos e Provas
Já definimos o argumento como um raciocínio destinado a provar ou refutar uma afirmação ou,
ainda, uma afirmação destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto, elementos
abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da sua força argumentativa, aparecendo, assim, no
texto, numa disposição crescente, decrescente ou dispersa.
Ordens das Provas
As provas têm a função de sustentar os argumentos e são de três ordens (Jules Verest, 1939: 468-
471):
 Naturais - incluem os textos das leis, o testemunho das autoridades, as afirmações das testemunhas
e os documentos de qualquer espécie;
 Verdades e princípios universais - são reconhecidos, deste modo, por todos e apresentados sob a
forma de raciocínio reduzido.
 O Exemplo – é um caso particular, real ou fictício, que tem uma analogia verdadeira com o caso que
nos ocupa. A intenção é, a partir dele, inculcar uma verdade geral da qual deduzimos uma
proposição que queremos estabelecer.
Percurso da Argumentação
Segundo Rei (1990:90), são caminhos do pensamento para "justificar uma opinião, desenvolver um
ponto de vista, reflectir para chegar a uma decisão". Bellenger (1988: 16) define que “são processos
de organização das ideias, segundo a natureza dos laços que unem os elementos ou as etapas do
edifício persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e dispostos, tendo em vista uma
argumentação concreta”.
No processo de argumentação, usam-se com frequência os seguintes termos, de acordo com o
contexto, como a seguir se apresentam:
 Adversidade: (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, que.
 Alternância: ou; e as locuções ou... ou, ora...ora, já...já, quer...quer...
 Conclusão: logo, portanto, pois.
 Explicação: que, porque, porquanto...
 Causa: que, como, pois, porque, porquanto; e as locuções: por isso que, pois que, já que, visto que...
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 Comparação: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos,menor, pior), como; e as
locuções: tão... como, tanto... como,mais...do que, menos...do que, assim como, bem como, que
nem...
 Concessão: que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que,mesmo que, bem que, se bem
que, nem que, apesar de que, por maisque, por menos que...
 Condição: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que,dado que, a menos que, a não ser
que, exceto se...
 Finalidade: As locuções para que, a fim de que, por que...
 Conseqüência: que (precedido de tão, tanto, tal) e também as locuções:de modo que, de forma que,
de sorte que, de maneira que...

Na argumentação é necessário ter-se sempre em atenção os seguintes aspectos:


 A correcta estruturação e ordenação das frases
 O uso correcto dos conectores de discurso.
 O respeito pelas regras da concordância
 O uso adequado dos pronomes, que evitam as repetições do nome.
 A utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, antónimos, hiperónimos e
hipónimos.
Estrutura do Texto Argumentativo
O texto argumentativo, oral ou escrito, estrutura-se basicamente num plano tripartido:
1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a introdução do discurso que consiste
em:
a) Exposição do tema;
b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à explicitação de determinados termos, à
apresentação de esquemas da exposição, à referência de outras opiniões, etc.
2. Narração /confirmação – é a parte do discurso em que o orador desenvolve as provas, consiste
na utilização de argumentos (citação de factos, de dados estatísticos, de outros exemplos, de
narração de acontecimentos, etc.).
3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua conclusão, o remate, síntese,
recapitulação.
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Estrutura interna dos argumentos Normalmente um argumento possui uma estrutura interna,
compreendendo o seguinte
1. Conjunto de pressupostos ou premissas
2. Um método de raciocínio ou dedução
3. Uma conclusão ou ponto.
Um argumento deve ter pelo menos duas premissas e uma conclusão. Frequentemente a lógica
clássica é usada como o método de raciocínio em que a conclusão é inferida logicamente dos
pressupostos. Um desafio é que se um conjunto de pressupostos é inconsistente, então nada pode ser
inferido logicamente da inconsistência. Por isso é comum exigir que o conjunto de pressupostos
apresentado seja consistente. É também uma boa prática exigir que o conjunto de pressupostos ser o
mínimo possível, com relação ao conjunto de inclusão, necessário para inferir o consequente. Tais
argumentos são chamados argumentos MINCON, abreviação para mínimo consistente. Esse tipo de
argumentação tem sido aplicada para os campos do direito e da medicina. Uma segunda escola de
argumentação investiga argumentos abstractos, onde o argumento em si é considerado um termo
primitivo, por isso nenhuma parte da estrutura interna dos argumentos é levada em conta.

Na sua forma mais comum, a argumentação envolve um indivíduo e um interlocutor ou um oponente


engajado em um dialogo, cada um defendendo diferentes posições e tentando convencer o outro.
Outros tipos de diálogos em além do convencimento são a erística, busca de
informações, investigação, negociação, deliberação e o método dialético (Douglas Walton). O
método dialéctico ficou famoso por causa de Platão em suas histórias sobre Sócrates questionando
criticamente vários personagens, entre eles figuras históricas.

VIAS DE ARGUMENTAÇÃO
Um argumento, segundo Toulmin, é composto por dados (D), que são informações que dão suporte a
uma alegação ou conclusão (C); mas, os dados não são suficientes para validar uma conclusão, por
isso são necessárias garantias (W), que são informações que permitem essa validação; as garantias
possuem avais que as tornam aceitáveis, chamados de conhecimento básico ou apoio (B); a força
conferida pela garantia para ir dos dados à conclusão é chamada de qualificador modal (Q); e
condições de refutação (R) são circunstâncias nas quais é preciso deixar de lado a autoridade da
garantia.
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1. Via Lógica
Argumentos lógicos são sequências de frases para se chegar a uma conclusão. Existem várias formas
de citar uma sequência de frases, e uma delas é utilizando os termos “todo”, “algum” e “nenhum”.
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das disciplinas ligadas ao
pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio causal.

I. A Indução – é a forma habitual de pensar do singular ao plural, do particular ao geral.


Pode tomar duas formas: totalizante, quando se estabelece a partir do recenseamento de um
todo, adquirindo o estatuto de prova - como quando, depois da chamada , afirmamos "os alunos
estã o to dos"; generalizante, quando o recenseamento completo não é possível e o raciocínio
indutivo nos leva de uma parte ao todo, por generalização - por exemplo quando se afirma:
"Os portugueses são hospitaleiros". Este é o procedimento mais usual, ma s o menos rigoroso,
pois a generalização implica simplificação, e com ele vem o engano, o idealismo e a teorização.

II.A Dedução - dois princípios estão na sua base: o da não contradição - quando duas
afirmações se contradizem u ma delas é falsa - e o da progressão do geral para a particular
- através de articulação lógica expressa por "assim", "portanto" ou "logo".

Por exemplo, o silogismo - constituído por três proposições ou afirmações - chamadas premissas
as duas primeiras (apelidada u ma de "major" e outra de "menor", conforme o termo que
contém, e conclusão, a terceira - deve possuir três termos e combina-los
Os Homens são mortais
Sócrates é um homem
Sócrates é mortal.

III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem do facto, antes de no s inquietarmos com a


causa" aconselhava Fontenelle (L. Bellenger, 1988: 27), o papel preponderante do raciocínio
causal, na argumentação, assenta em duas transposiões constantes: da causa para o efeito e
do efeito para a causa, conduzindo ao pressuposto de que "o conhecimento das causas
permitirá remediar o facto constatado" (ibid. 27), quer dizer, su primamos as causas e o
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problema estará resolvido, o que leva as pessoas a preocuparem-se mais com as razões do
presente do que com o modo de melhorar o futuro.

Consequentemente, é somente através da causação que podemos fazer qualquer inferência a partir do
que nos é dado por meio de nossas percepções, antecipando um acontecimento por meio de outro
acontecimento já ocorrido ou nos assegurando da identidade numérica de um objeto. Isto é o que
afirma esta passagem: “apenas a causação produz uma conexão capaz de nos proporcionar uma
convicção sobre a existência ou ação de um objecto que foi seguido ou precedido por outra
existência ou ação” (T, 1, 3, 2, § 2).
Em outro texto, Hume afirma que “todos os nossos raciocínios sobre questões de fato, província
onde ocorre nosso conhecimento provável ou incerto, parecem se fundar sobre relações de causa e
efeito” (Investigação, p.26). Uma vez apontada a importância da relação de causa e efeito, Hume
afirma ser necessário explicar esta relação de maneira mais completa:

Em sua linha de exposição, Hume parte para a busca, ou descoberta, da impressão da qual deriva
nossa idéia de causação. Como esta relação não pode ser encontrada em nenhuma das qualidades
particulares dos objetos, a única opção é buscá-la em alguma relação entre os objetos.
A primeira constatação é que é preciso, sempre, haver contigüidade entre os objetos chamados causa
e efeito. Embora muitas vezes não se possa constatar a contigüidade entre estes objetos chamados
causa e outros objetos chamados efeito, ainda assim devemos supor que estão ligados por uma
cadeia de causas contíguas entre si (T, 1, 3, 2, 6).

A constatação seguinte é que é preciso haver sempre uma prioridade temporal da causa em relação
ao seu efeito e isto caracteriza a relação de sucessão entre os objetos. Se acaso algum objeto pudesse
ser contemporâneo a seu efeito, sucederia que todos os objetos deveriam sê-lo também: porque se
uma causa fosse contemporânea a seu efeito, e esse efeito a seu efeito, e assim por diante, é claro que
não haveria algo como uma sucessão; e os objetos seriam todos coexistentes (T, 1, 3, 2, § 7)6 .

A terceira constatação é que as duas primeiras relações, contigüidade e sucessão, sozinhas, não
podem ser responsáveis pela percepção de relação causal; é preciso que tenhamos a percepção de
uma união constante entre os objetos.
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Segundo Hume, “um objecto pode ser contíguo e anterior a outro, sem ser considerado sua causa. Há
uma CONEXÃO NECESSÁRIA a ser levada em consideração, e essa relação é muito mais
importante que as outras duas anteriormente mencionadas” (T, 1, 3, 2, 11).

Outros dois argumentos “extras” são apresentados e analisados por Hume para provar que esta
máxima não possui certeza demonstrativa ou intuitiva. O primeiro afirma que se uma coisa fosse
considerada como carente de causa seria tida como causa de si mesma, teria existido antes de
começar a existir, o que é ilógico supor. Mas, alerta Hume, supor que uma coisa começou a existir
sem uma causa para este começo de existência não é supor que ela é sua própria causa. O segundo
argumento é apresentado como afirmando que tudo o que é produzido sem causa é produzido por
nada, tem o nada como sua causa. Mas, é evidente, o nada não pode ser uma causa. Como a opinião
de que uma causa é sempre necessária não deriva de um raciocínio, deverá ter sua origem na
experiência.
Hume, no entanto, sugere que pode ser mais conveniente inserir esta questão em uma outra: “por que
concluímos que tais causas particulares devem ter tais efeitos particulares, e por que realizamos uma
inferência daquelas para estes últimos?”. Considerando que talvez uma mesma resposta sirva
igualmente para ambas as questões, Hume parte para esta nova investigação.

Das partes componentes de nossos raciocínios acerca da causa e do efeito”, a principal informação é
que em todo raciocínio acerca de causa e efeito devemos ter uma impressão presente ou uma idéia de
memória, que deverão ser combinadas com uma idéia, que será inferida.
Conforme já havíamos visto, quando a mente tem as duas impressões, duas idéias da memória, ou
duas idéias da imaginação não realiza um raciocínio. Mas a mente não deve perder de vista as
impressões das quais infere algo ainda não percebido, ou a idéia da memória destas impressões.
Caso a mente realize estas inferências usando apenas suas idéias, o resultado poderá ser quimérico e
fictício, ou apenas hipotético.

Neste ponto é conveniente ressaltar que a interpretação sobre como a crença causal pode ser
produzida tem sido motivo de algumas divergências entre os comentadores de Hume. Podemos
encontrar defensores da posição de que estas crenças causais são originadas da transferência de
vivacidade por associação, como John Passmore, e outros que atribuem a Hume a defesa da
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produção de crença por meio do hábito, como James Noxon; mas as diferentes interpretações são
originadas pela leitura de obras distintas.

VIA EXPLICATIVA
A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer compreender e tornar inteligível a
informação da argumentação. L. Bellenger (ibid.: 36-45), via explicativa usa as definições, as
comparações, a analogia, a descrição e a narração. O explicar pretende convencer com o máximo de
objectividade.
I. A definição - definir e dizer a verdade e responde à necessidade de compreender. A necessidade
de definir aumenta a credibilidade de quem quer convencer.
II. A comparação – usa-se a comparação para provar a utilidade, a bondade, o valor de uma coisa,
um resultado, uma opinião. A técnica comparativa é simples, fácil de compreender, inscrita nos
nossos hábitos, levando-nos a usá-la, activa e passivamente, de forma natural e sem disso nos
darmos conta. A comparação procura fazer passar identidades entre factos, pessoas ou opiniões
diferentes e transpor valores de sistemas independentes e autónomos: estas passagens e transposições
são manipuladoras e pretendem chocar, colocar problemas de consciência, questionar os modelos
culturais e as normas vigentes.

III. A analogia – “é a imaginação em auxílio da vontade de se explicar e de convencer.” (L.


Belllenger, 1988: 41). Trata-se de uma semelhança estabelecida pela imaginação entre pensamentos,
factos, pessoas. Simboliza a vontade de bem se exprimir e bem se fazer entender. Simplifica a
caricatura, prestando-se, assim, a uma fácil fixação e a uma compreensão imediata, daí o seu uso
frequente na publicidade. Os antigos olhavam-na com alguma reserva, aconselhando, por isso, a
introduzi-la com expressões como: de certo modo, quase como, uma espécie de…
IV. Descrição e narração – para convencer alguém, podemos descrever ou narrar uma situação ou
um acontecimento. São o ponto de partida da indução socrática: narra uma história, uma experiência,
uma anedota, desencadeia um processo de inferência que a partir de um facto nos conduz ao
princípio ou à regra. É o peso do concreto, do vivido e do testemunho que passa através delas.
Ambos os processos criam a ausência, a falta de um complemento, de um remate, de um "E depois?"
- ouvido sempre que alguém, ao narrar algo, aparenta parar ou desviar-se do enredo.
Diferenças
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Descrição – é o tipo de redacção na qual se apontam as características que compõem um determinado


objecto, pessoa, ambiente ou paisagem.
É o tipo de texto que mostra de forma verbal um objecto, ser, coisa, paisagem ou mesmo um
sentimento, sempre por meio da apresentação de seus elementos mais característicos, de suas
particularidades e a forma e a ordem de sua organização.
A finalidade básica de uma descrição é estimular os sentidos provocados pela coisa observada, como
se pudesse dar ao leitor as mesmas impressões que se tem ao estar diante daquilo que é descrito. Para
isso, é importante atentar para o ponto de vista, seja ele a posição física em que se encontra o
observador, seja a orientação afetiva que apresenta diante daquilo que é descrito.
Daí decorrem dois tipos de descrição. A descrição objetiva e a descrição subjetiva. Na primeira, a
coisa descrita é mostrada de forma concreta, com foco em seus aspectos intrínsecos, sem revelar as
impressões do observador; assim, o foco são características como forma, tamanho, volume,
coloração, espessura etc.
Na descrição subjectiva atenta-se para a percepção do observador em relação ao que é descrito.
Neste tipo de descrição, existe a parcialidade do observador que demonstra suas emoções e
impressões individuais acerca daquilo que descreve.
É também particularmente importante em uma descrição a ordem dos elementos apresentados ao
longo do texto. Essa progressividade auxilia o leitor a combinar os detalhes descritos em uma
imagem unificada.
Narração – é a modalidade de redacção na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.
Nele, teremos sempre um fato ou episódio com personagens (protagonista e antagonista)
e enredo/trama (como será contada a parte dos fatos narrados, ou seja, como a trama acontece).
Além disso, sempre haverá uma ambientação em que a história é contada, e o tempo pode ser
cronológico ou psicológico, sendo certo que sempre há um tempo passando-se na narração.
Por fim, há também o narrador, que pode ou não ser um dos personagens da história – lembrando
que certamente é possível a existência de coloquialismos (situações em que há língua oral falada).
 Dentro de um texto narrativo, pode haver também a descrição: elemento discursivo consistente
em adjetivações, explicações, fatores quaisquer que preencham a história, enriquecendo-a em
detalhes.
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Considerações Finais
Este trabalho de Técnicas De Expressão Oral e Escrita, teve o propósito comunicativo pode ser
definido como sendo a acção retórica que o género pretende realizar, podendo ser, no entanto,
analisado a partir de um olhar mais geral ou mais específico. Definido mais genericamente, trata-se
de um propósito comum que permite agrupar certos gêneros, de acordo com os objetivos que
compartilham, formando o que denomina colónia de géneros, conceito que detalhamos mais adiante.
Neste aspecto apresenta os gêneros introdutórios compreendidos como aqueles que "introduzem ou
apresentam outros gêneros". No que diz respeito ao livro acadêmico, bem como ao livro de modo
geral, fatores como a ausência do autor, em decorrência do texto escrito, impresso ou virtual, ou
mesmo a pouca familiaridade ou autoridade do autor diante de uma determinada comunidade
discursiva.
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Referências Bibliográficas
 Jules Verest, 1939: 468-471
 Manual da Unisced Técnica de expressão Oral e Escrita , 1º Ano, Beira Moçambique, 2015
 L. Belllenger, 1988: 41

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