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ISCED

INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS DE EDUCACAO A DISTANCIA

CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Tema: A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO

NOME ESTUDANTE: NOME DO DOCENTE:

Alfredo Mário Mualeia

PEMBA, MARÇO DE 2022


ISCED

INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS DE EDUCACAO A DISTANCIA

CURSO: DIREITO

TEMA: A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO

NOME ESTUDANTE: NOME DO DOCENTE:

Alfredo Mário Mualeia

PEMBA, MARÇO DE 2022


ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4
OBJECTIVOS ................................................................................................................................... 4
A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO..................................................... 5
Conceito da Argumentação ........................................................................................................... 5
ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO ................................................................................... 6
O TEXTO ARGUMENTATIVO, ORAL OU ESCRITO, ESTRUTURA-SE BASICAMENTE NUM PLANO
TRIPARTIDO: .................................................................................................................................. 7
VIAS DE ARGUMENTAÇÃO ............................................................................................................ 7
1. Via Lógica................................................................................................................................... 7
Via Explicativa................................................................................................................................ 8
TEXTO ARGUMENTATIVO .............................................................................................................. 9
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 11
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 12
INTRODUÇÃO
Uma argumentação é um conjunto de elementos interligados e com o objectivo de
conquistar a adesão de outrem à utilidade e ao valor daquilo que defendemos contra
aquilo que defende o nosso adversário ou, mais simplesmente, um conjunto de razões a
favor ou contra uma opinião Reis (1993).

Sobre a argumentação, no geral, Nascimento e Pinto (2006) apontam para o


encadeamento das ideias como sendo o garante da unidade textual, ou seja as ideias são
apresentadas em sequência e sob uma lógica que seja descortinável pelos destinatários
do texto. Reis (1993) acrescenta que a argumentação pressupõe a organização das ideias
tendo em conta um objectivo final a ser alcançado pelo texto.

OBJECTIVOS
GERAL

- Caracterizar a Estrutura do texto Expositivo-Argumentativo

ESPECÍFICOS

- Redigir textos expositivos-Argumentativos


- Identificar as estratégias argumentativas
A ESTRUTURA E VIAS DE ARGUMENTAÇÃO E DE EXPLICAÇÃO

Conceito da Argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico
for o assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer
desde o início quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis
e desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão.

Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão,


supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca
capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo.

Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por


autoridade e provas concretas, o texto começa a caminhar para uma direcção coerente,
precisa e persuasiva. Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não
podemos confundir facto e opinião. O facto é único e a opinião é variável. Por isso,
quando ocorre generalização dizemos que houve um “erro de percurso”.

Segundo Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar


uma afirmação destinada a fazer admitir outra.”

Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação estuda as técnicas


discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que
apresentamos ao seu consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da retórica.
A argumentação investiu no campo da psicologia, da sociologia e da teoria geral da
informação, indo nestes campos procurar alguma luz sobre como reage o homem,
quando exposto às mensagens persuasivas, como altera as suas convicções e o seu
comportamento.

O desenvolvimento da competência escrita pode alicerçar-se no estudo de diversas


tipologias. Assim, uma vez que esta investigação parte do texto argumentativo, importa
determo-nos no conceito de argumentação, que é uma parte da retórica (cf. grego
rhêtorikê – ‘arte da palavra’), disciplina cujo surgimento está particularmente ligado à
democracia que vigorou em diversas póleis helénicas da Antiguidade (a propósito da
existência de uma proto-retórica já nos Poemas Homéricos, cf. López Eire, 1997).
Aquele regime político tornou essencial aos cidadãos o domínio da arte de bem falar,
argumentar e persuadir, tanto nas assembleias populares como no tribunal. Os Sofistas
tiveram papel de relevo na preparação intelectual destes politai, nomeadamente pelo
ensino de disciplinas como a dialética ou a eloquência, bem como pelo desenvolvimento
que proporcionavam do espírito crítico e da capacidade de expressão. Preconizavam,
porém, o relativismo de valores, capaz de levar uma causa pior a vencer a melhor, sem
preocupações éticas ou morais (Abreu, 1999).

ESTRUTURA DO TEXTO ARGUMENTATIVO


Elaborar um texto argumentativo obriga a conhecer as características e especificidades
desta tipologia textual para além da genérica divisão em introdução, desenvolvimento e
conclusão (Lopes, 2012).
Neste sentido, no texto argumentativo, a introdução desenrola-se grosso modo num ou
mais parágrafos que apresenta a tese. No desenvolvimento, defende-se a tese
apresentada com argumentos que permitam apoiá-la e justificá-la. Por último, a
conclusão concretiza-se através de uma síntese que possibilite a consolidação da defesa
da tese (Lopes, 2012).
Segundo Rocha (2010), a organização dos argumentos concretiza-se de forma
progressiva através da inventio (invenção), da dispositio (disposição), da elocutio
(elocução) e da actio (ação). A invenção define-se na busca e na criação de argumentos
que permitam sustentar a tese que se pretende defender. A produção desses argumentos
pode realizar-se através de explicação, dedução, indução e analogia. Ao nível ainda da
invenção, esta pode servir também para se antecipar e desconstruir possíveis contra-
argumentos (Lopes, 2012). A disposição estrutura-se em exórdio, narração,
confirmação, digressão e peroração, sendo estas as partes constitutivas do plano do
texto. Quanto à elocução, esta diz respeito ao modo como se organiza o discurso,
levando em consideração o seu destinatário (Lopes, 2012). Por fim, temos a ação, que
Lopes (2012) refere como pronuntio, que é relativo à apresentação do discurso (Rocha,
2010).
Marques (2010) referencia que o texto argumentativo se constitui, no mínimo, por dois
blocos textuais: argumento e conclusão, independentemente da extensão destes. A
conclusão e os argumentos podem ser de tipos diferentes, isto é, conclusão própria e
conclusão alheia, bem como argumentos próprios, argumentos alheios e contra-
argumentos. Os argumentos podem também estabelecer-se como argumentos
complexos quando constituídos por subargumentos:
Exemplo: [A sopa é óptima para as dietas,]conclusão [[pois reduz o apetite,]argumento
principal [o que ajuda a perder peso.]subargumento]argumento complexo (Marques,
2010: 73).
Segundo a referida autora (2010), existem vários tipos de argumentos, como por
exemplo, o argumento causal e o argumento pelo exemplo, por analogia, ou por
autoridade.

O TEXTO ARGUMENTATIVO, ORAL OU ESCRITO, ESTRUTURA-SE


BASICAMENTE NUM PLANO TRIPARTIDO:
1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a introdução do discurso
que consiste em:

a) Exposição do tema;
b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à explicitação de determinados
termos, à apresentação de esquemas da exposição, à referência de outras opiniões, etc.
2. Narração /confirmação – é a parte do discurso em que o orador desenvolve as
provas, consiste na utilização de argumentos (citação de factos, de dados estatísticos, de
outros exemplos, de narração de acontecimentos, etc.).
3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua conclusão, o remate,
síntese, recapitulação.

VIAS DE ARGUMENTAÇÃO

1. Via Lógica
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das disciplinas
ligadas ao pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio causal.
I. A Indução – é a forma habitual de pensar do singular ao plural, do particular ao
geral. Pode tomar duas formas: totalizante, quando se estabelece a partir do
recenseamento de um todo, adquirindo o estatuto de prova - como quando, depois da
chamada, afirmamos "os alunos estão todos"; generalizante, quando o recenseamento
completo não é possível e o raciocínio indutivo nos leva de uma parte ao todo, por
generalização - por exemplo quando se afirma: "Os portugueses são hospitaleiros". Este
é o procedimento mais usual, mas o menos rigoroso, pois a generalização implica
simplificação, e com ele vem o engano, o idealismo e a teorização.
II. A Dedução - dois princípios estão na sua base: o da não contradição - quando duas
afirmações se contradizem uma delas é falsa - e o da progressão do geral para a
particular - através de articulação lógica expressa por "assim", "portanto" ou "logo".

Por exemplo, o silogismo - constituído por três proposições ou afirmações - chamadas


premissas as duas primeiras (apelidada uma de "major" e outra de "menor", confome o
termo que contém, e conclusão, a terceira - deve possuir três termos e combiná-Ios dois
a dois. Veja:
Os Homens são mortais
Sócrates é um homem
Sócrates é mortal.
III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem do facto, antes de nos inquietarmos
com a causa" aconselhava Fontenelle (L. Bellenger, 1988: 27), o papel preponderante
do raciocínio causal, na argumentação, assenta em duas transposiões constantes: da
causa para o efeito e do efeito para a causa, conduzindo ao pressuposto de que "o
conhecimento das causas permitirá remediar o facto constatado" (ibid. 27), quer dizer,
suprimamos as causas e o problema estará resolvido, o que leva as pessoas a
preocuparem-se mais com as razões do presente do que com o modo de melhorar o
futuro.

Via Explicativa
A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer compreender e tornar
inteligível a informação da argumentação. Para Bellenger (ibid.: 36-45), via explicativa
usa as definições, as comparações, a analogia, a descrição e a narração. O explicar
pretende convencer com o máximo de objectividade.
I. A definição - definir é dizer a verdade e responde à necessidade de compreender. A
necessidade de definir aumenta a credibilidade de quem quer convencer.
II. A comparação - usa-se a comparação para provar a utilidade, a bondade, o valor de
uma coisa, um resultado, uma opinião. A técnica comparativa é simples, fácil de
compreender, inscrita nos nossos hábitos, levando-nos a usá-la, activa e passivamente,
de forma natural e sem disso nos darmos conta. A comparação procura fazer passar
identidades entre factos, pessoas ou opiniões diferentes e transpor valores de sistemas
independentes e autónomos: estas passagens e transposições são manipuladoras e
pretendem chocar, colocar problemas de consciência, questionar os modelos culturais e
as normas vigentes.
III. A analogia – “é a imaginação em auxílio da vontade de se explicar e de
convencer.” (L. Belllenger, 1988: 41). Trata-se de uma semelhança estabelecida pela
imaginação entre pensamentos, factos, pessoas. Simboliza a vontade de bem se exprimir
e bem se fazer entender. Simplifica a caricatura, prestando-se, assim, a uma fácil
fixação e a uma compreensão imediata, daí o seu uso frequente na publicidade. Os
antigos olhavam-na com alguma reserva, aconselhando, por isso, a introduzi-la com
expressões como: de certo modo, quase como, uma espécie de…
IV. Descrição e narração - para convencer alguém, podemos descrever ou narrar uma
situação ou um acontecimento. São o ponto de partida da indução socrática: narra uma
história, uma experiência, uma anedota, desencadeia um processo de inferência que a
partir de um facto nos conduz ao princípio ou à regra. É o peso do concreto, do vivido e
do testemunho que passa através delas. Ambos os processos criam a ausência, a falta de
um complemento, de um remate, de um "E depois?" - ouvido sempre que alguém, ao
narrar algo, aparenta parar ou desviar-se do enredo.

TEXTO ARGUMENTATIVO
Esse tipo de texto, que é aplicado nas redações do Enem, inclui diferentes gêneros, tais
quais, dissertação, artigo de opinião, carta argumentativa, editorial, resenha
argumentativa, dentre outros. Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa
ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou
seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende
convencer esse interlocutor. Nos gêneros argumentativos escritos, sobretudo, convém
que essa tese seja apresentada, de maneira clara, logo de início e que, depois, através
duma argumentação objetiva e de diversidade lexical seja sustentada/defendida, com
vistas ao mencionado convencimento.
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e
conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro
da composição do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de que
trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos
desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se
desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da
tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada
pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.
CONCLUSÃO
Elaborar um texto argumentativo obriga a conhecer as características e especificidades
desta tipologia textual para além da genérica divisão em introdução, desenvolvimento e
conclusão (Lopes, 2012).

Neste sentido, no texto argumentativo, a introdução desenrola-se grosso modo num ou


mais parágrafos que apresenta a tese. No desenvolvimento, defende-se a tese
apresentada com argumentos que permitam apoiá-la e justificá-la. Por último, a
conclusão concretiza-se através de uma síntese que possibilite a consolidação da defesa
da tese (Lopes, 2012).

Segundo Rocha (2010), a organização dos argumentos concretiza-se de forma


progressiva através da inventio (invenção), da dispositio (disposição), da elocutio
(elocução) e da actio (ação). A invenção define-se na busca e na criação de argumentos
que permitam sustentar a tese que se pretende defender. A produção desses argumentos
pode realizar-se através de explicação, dedução, indução e analogia. Ao nível ainda da
invenção, esta pode servir também para se antecipar e desconstruir possíveis contra-
argumentos (Lopes, 2012).
BIBLIOGRAFIA
MANUAL DO ISCED

PINTO, Elisa Costa e Fonseca, Paula e Baptista, Vera Saraiva (2012). Plural 12. Lisboa:
Raiz Editora.

ROCHA, Regina Braz da Silva Santos (2010). A escrita argumentativa: Diálogos com o
livro didático do português. Pontífica Universidade Católica de São Paulo: São Paulo.

PINTO, Elisa Costa e Fonseca, Paula e Baptista, Vera Saraiva (2012). Plural 12. Lisboa:
Raiz Editora.

MARQUES, Carla Maria Gerardo Henriques da Cunha (2010). A argumentação oral


formal em contexto escolar. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra.

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