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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
808.025
S383o Schuck, Neivor
Oratória e retórica / Neivor Schuck. Indaial: UNIASSELVI,
2018.
119 p. : il.
ISBN 978-85-69910-92-3
1.Retórica - Técnicas.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Neivor Schuck
APRESENTAÇÃO.....................................................................01
CAPÍTULO 1
Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória...................9
CAPÍTULO 2
A Retórica e a Oratória.........................................................49
CAPÍTULO 3
A Arte de Argumentar...........................................................85
CAPÍTULO 4
Implicações da Retórica......................................................101
APRESENTAÇÃO
Entendemos a necessidade do estudo da oratória e da retórica para os
estudantes de teologia devido às particularidades conceituais envolvidas. Para
podermos construir bons argumentos precisamos entender como estes são
produzidos e expostos. E é neste momento que a disciplina de oratória e retórica
merece ser apresentada como uma maneira fundamental de entender os conceitos
teológicos estudados.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Contextualização
O contexto do estudo da oratória e da retórica no mundo contemporâneo é
bastante amplo. Nesta disciplina queremos enfatizar a construção e exposição
dos argumentos para que possamos transmitir uma mensagem de qualidade.
Vejamos como se considerava a arte retórica na antiguidade.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
um retórico. Isso significa que o modo como apresentamos uma ideia ou expomos
um pensamento produz um determinado efeito naquele que ouve.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
sem a técnica adquirida, com o tempo não conseguiremos ter êxito em nossa
tarefa. Segundo Reboul, “o verdadeiro orador é um artista no sentido de descobrir
argumentos mais eficazes do que se esperava, figuras de que ninguém teria ideia
e que se mostram ajudadas; artistas cujos desempenhos não são programáveis e
que só se fazem sentir posteriormente” (REBOUL, 2004, p. 16).
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Oratória e Retórica
Hermenêutica
Passaremos agora ao modelo hermenêutico. Quando expressamos um
discurso, ele nunca está só, sempre está em diálogo com outros oradores, se
antepõe a este e dialoga com os mesmos.
Heurística
Outra característica é a heurística, que significa encontrar algo remetendo ao
grego euro, ou eureka, ambas indicando a capacidade de descoberta do ser humano.
Não nos referimos diretamente à ciência, falamos do ponto de vista da pergunta sobre
qualquer assunto. Neste aspecto a heurística contribui para o confronto de ideias, na
demonstração delas e na descoberta de coisas que não sabemos.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Muitos são os autores que nesta época configuraram uma retórica cristã.
O que podemos entender é que há uma imensa variedade de soluções para
problemas teológicos apresentados durante a chamada Idade Média. Assim,
percebemos que a adoção de princípios platônico-aristotélicos configurou por
volta do século XIII a retórica comumente usada nos sermões. Essa nova oratória
servia muito bem para convencer os corações dos fiéis e lhes trazer o conforto
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Oratória e Retórica
Dito isso, seguimos a esteira dos passos iniciais da retórica inaugurada pelos
sofistas na Grécia antiga para entendermos como esse discurso persuasivo pode
nos ajudar no cotidiano. É no pensamento sofístico que encontramos esboço
de gramática, formas de prosa, tanto ornada como erudita. Segundo esses
filósofos, não há transmissão da possibilidade da verdade em um debate, isto é,
completamente contrário ao ideal socrático, que sempre está em busca de uma
verdade.
A retórica inaugurada pelos sofistas não está abaixo do saber, seu objetivo é
o poder; em outras palavras, os sofistas como pedagogos podem ser entendidos
como aqueles que ensinam “a governar bem suas casas e suas cidades”
(REBOUL, 2004, p. 10). Isso significa que o que importa é servir o poder.
Seu método de ensino partia da reflexão dos alunos, com os quais ele
sentava e discutia as questões, corrigindo em conjunto os problemas de seus
discursos e argumentos. Segundo ele, não são todas as pessoas que podem
praticar a boa oratória, deve haver algumas condições para que o sujeito possa
desenvolver esta arte.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
sofistas, pois para Isócrates não se pode criar um bom orador, apenas se pode
aperfeiçoar alguém com aptidão para tal arte. De acordo com Reboul, Isócrates
queria um modelo de retórica “sóbria, clara, precisa, isenta de termos raros, de
neologismos, de metáforas brilhantes, de ritmos marcados, mas sutilmente bela e
profundamente harmoniosa” (REBOUL, 2004, p. 11).
A razão de ser da retórica, que constitui uma das suas principais características,
é justamente o fato de ela querer convencer alguém, logo, ela aborda elementos
que são comuns e sobre os quais pesa mais de uma possibilidade. O orador deve
saber formular silogismos, que são raciocínios lógicos, sobre as provas empíricas
que ele escolher. Um bom silogismo deve conter premissas plausíveis, sendo que
não pode haver confusão entre as partes descritas.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Segundo Duran (2009), para alguns pensadores do final do século XVIII não
era mais possível seguir sem a disciplina de retórica em nossos bancos escolares,
e propuseram uma reforma no sistema de ensino para permitir aos estudantes
uma maior polidez e qualidade em suas ideias.
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Oratória e Retórica
Platão e Aristóteles
Segundo Platão, a retórica se caracteriza pela capacidade de persuasão dos
interlocutores, essa capacidade nos traz a atualidade do diálogo em Górgias de
Platão acerca de uma educação retórica. Embora estejamos enfeitiçados pela
tecnologia, quando encontramos alguém que sabe se expressar muito bem,
percebemos quão importante é saber falar e organizar as ideias.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Percebemos que a oratória referida por Górgias é aquela jurídica e que está
restrita aos tribunais. Sócrates distingue dois tipos de persuasão: 1) a crença sem
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Para Górgias, Helena é inocente, pois ela não pode ter decidido livremente
juntar-se aos troianos, logo, para Górgias, a argumentação sofística de que um
ato involuntário não implica em culpa. Assim, a arte retórica expressa na oratória
de Górgias passou a ser chamada de sofista.
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Oratória e Retórica
deve conter ideias contraditórias, visto que em grego a palavra erística vem de
éris, que significa controversa. Desta maneira, segundo Protágoras, qualquer
argumento pode ser refutado ou sustentando, eis que esta é a condição da técnica
erística, ou seja, os modos e formas para vencer um debate. A discussão e a
controvérsia, mediante o uso da retórica e da oratória, é que conferem a condição
de um debate.
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Queremos deixar
Essas definições partem do princípio de que retórica é um corpo claro que retórica e
de conhecimento ou método para se expressar bem; assim como oratória são formas
pensamos a retórica, devemos levar em conta os seus usos. No que de comunicação
que compartilham
tange à finalidade de um discurso, não há muita diferença entre o técnicas, mas se
âmbito teórico e prático da eloquência. distinguem enquanto
execução. À retórica
cabe a elaboração
Queremos deixar claro que retórica e oratória são formas de e à oratória a
comunicação que compartilham técnicas, mas se distinguem enquanto apresentação de
um argumento.
execução. À retórica cabe a elaboração e à oratória a apresentação de Desta maneira,
um argumento. Desta maneira, a formulação e a exposição caminham a formulação
e a exposição
juntas. caminham juntas.
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Oratória e Retórica
Atividades de Estudos:
a) O que é retórica?
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
c) O que é oratória?
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Nisto a retórica difere das demais artes, pois ela abrange todas as demais
no que tange à instrução e à persuasão. Ainda merece destaque a necessidade
de encontrarmos provas de persuasão próprias da retórica. Algumas estão no
caráter do orador, outras no ouvinte e, por último, temos aquelas presentes nos
discursos. É importante salientar que explicaremos cada uma das formas das
provas de persuasão:
• A persuasão pelo caráter ocorre quando o orador é digno de fé. Isso ocorre
porque temos mais facilidade em acreditar em pessoas honestas do que nas
demais. Esse meio é o modo mais importante de persuasão, faz com que os
indivíduos ignorem os argumentos e se concentrem na probidade do sujeito.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 1 Introdução ao Estudo da Retórica e Oratória
Algumas Considerações
Este capítulo abordou a história da retórica e da oratória para distinguir
algumas características. Deste modo, argumentar bem não significa enganar o
interlocutor, é, antes de tudo, saber escolher a estratégia adequada, como nos
ensinam Platão, Sócrates, Aristóteles e os outros autores referidos no texto.
Por isso cabe a você, estudante de Oratória e Retórica, escolher quais os
caminhos seguir para transmitir uma mensagem de qualidade mediante as
ferramentas disponíveis.
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Oratória e Retórica
Referências
ARISTÓTELES. Arte Poética e Arte Retórica. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
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C APÍTULO 2
A Retórica e a Oratória
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Contextualização
Neste capítulo destacamos a formulação e exposição de um argumento.
Partimos da noção e conceituação grega, pois retórica e oratória não nasceram na
modernidade, e nos colocamos no caminho dos grandes sábios e pensadores que
refletiram sobre o problema. Convidamos o estudante desta disciplina a seguir
este caminho maravilhoso conosco para que possamos realizar as descobertas
que tanto almejamos.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Por isso, conhecer estas divergências expostas no texto entre retórica e oratória
permite ao estudante da disciplina pensar de modo a se organizar e entender que
ele não é o primeiro a se deparar com o problema de montar e expor um discurso.
Isso lhe ajuda a pensar e organizar melhor suas ideias e argumentos. Conforme
aponta Campos (2008), em seu artigo acadêmico, a retórica romana assumiu
muitos elementos da retórica grega na questão da estrutura e, ao mesmo tempo,
assumiu características novas devido ao meio romano na qual estava imersa.
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Oratória e Retórica
A moral de orador, a sua eloquência, a credibilidade etc., nada disso pode ser
dispensado em um mundo como o nosso. E você, estudante de oratória e retórica,
precisa destes compromissos para poder falar e escrever bem.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
se dizer que temos um conceito. Sem um conceito não podemos fazer academia.
Deste modo, propomos a você, estudante de oratória e retórica, um pequeno
exercício que pode contribuir no entendimento deste problema.
Atividade de Estudos:
Agora que você já sabe que o conhecimento acadêmico não é uma mera
opinião de qualquer pessoa, passamos ao entendimento da arte retórica e da
oratória como formas de compreensão da expressão do intelecto humano de
maneira mais clara e distinta.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Atividade de Estudos:
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Oratória e Retórica
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Deste modo, argumentar bem significa pensar de acordo com o que se quer
expor de modo claro e distinto, conforme aponta Descartes em seu discurso do
Método, pois algo confuso e misturado não pode transmitir uma mensagem clara
aos interlocutores.
Logo, a arte de falar bem não é exata, como as pessoas que não estudam
a área pensam, emitindo opiniões vazias. Devemos evitar generalidades, ensina
o grande retórico antigo Aristóteles em seu texto chamado posteriormente de
Metafísica, pois elas produzem efeitos contraditórios e enganosos.
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Oratória e Retórica
Desta maneira, Desta maneira, falar bem é consequência direta da boa construção
falar bem é e exposição de argumentos. Se bem formularmos um argumento,
consequência direta
da boa construção poderemos apresentar bem a mensagem que queremos transmitir.
e exposição de
argumentos. Se
bem formularmos Neste sentido, falar bem é aprender a pensar bem, escrever bem
um argumento, e expor bem um determinado argumento. Se não formos capazes de
poderemos explicar um argumento, não podemos dizer que falamos bem, pois
apresentar bem
a mensagem que falar bem implica em se fazer entender e transmitir a mensagem que
queremos transmitir. nós queremos passar.
A Construção do Argumento
A construção de A construção de um argumento se processa de maneira muito
um argumento se
processa de maneira detalhada e existe a necessidade de construirmos uma base sólida
muito detalhada e para expor o que queremos.
existe a necessidade
de construirmos
uma base sólida Inicialmente, para se fazer e expor um bom argumento é preciso
para expor o que escolher o estilo a ser utilizado na exposição deste. Depois precisamos
queremos.
escolher o modo como se fará esta exposição. É claro que supomos
uma determinada mensagem que já foi escolhida para ser transmitida. Logo, para
se construir um bom argumento é preciso ter um assunto a ser transmitido, um
estilo de exposição, um modo pelo qual o orador irá se manifestar e um plano
lógico para executar todo o processo de transmissão da mensagem.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
à lei da gravidade, podemos explicar isso aos outros, bem como suas variações.
Agora, se temos dúvidas e não sabemos qual é a lei da gravidade universal, não
conseguiremos expor e explicar as particularidades do argumento. Deste modo
devemos, antes de tudo, averiguar se realmente sabemos um argumento de
maneira a podermos expor o mesmo com qualidade. Conforme ensina Sócrates
referido por Luz (2010, p. 49-50):
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Oratória e Retórica
Quando falamos de leis da física parece um tanto mais distinto e direto, agora
quando falamos de argumentos filosóficos e teológicos, a situação é um pouco
mais complicada. Como a filosofia e a teologia se utilizam da hermenêutica, ou
seja, a interpretação de textos, o argumento, muitas vezes, é confundido com a
interpretação.
São várias as formas como você entende este argumento. E, mesmo sendo
lógico e formalmente irrefutável, você pode ignorá-lo, logo, a interpretação é
sempre um movimento subjetivo e introspectivo. Mesmo com método determinado
e um argumento, é a mensagem lógica que se passa por intermédio da linguagem.
Os Gêneros do Discurso
Um gênero de discurso é, antes de tudo, a opção que o orador faz para expor
seu argumento e seu modo de pensar. O pensar pode ser exposto de diferentes
modos, podemos fazer textos, construir esculturas, montar peças de teatro, pintar
quadros, fazer gestos e muito mais.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Aristóteles (Ret. I, III, 11), uma vez tendo considerado que cada
gênero retórico – deliberativo, judiciário e epidítico - deve ser
baseado numa demonstração (éntechnos), tem em vista que a
retórica deve se desenvolver a partir do método das evidências
e, sendo a demonstração uma evidência, afirma: “pois que a
nossa confiança é tanto mais firme quanto mais convencidos
estivermos de ter obtido uma demonstração”. A evidência
retórica, conforme Aristóteles, é caracterizada pela aplicação
do entimema, ou seja, pelo uso de um raciocínio que não tem
o mesmo grau de certeza daquele normalmente apresentado
pelo silogismo, mas que busca ser evidente. O silogismo deriva
de premissas lógicas, enquanto o entimema tem origem nas
premissas retóricas (LIMA, 2011, p. 48).
Na retórica e na oratória se configuram gêneros de um discurso, as maneiras
que escolhemos desde a antiguidade para nos expressarmos. Platão e Aristóteles
fizeram uma classificação dos gêneros de um discurso conforme apontamos no
capítulo primeiro do texto.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
é para falar com os homens nem para tratar com eles que o
sábio despende tanto esforço, mas para falar o que agrade aos
deuses e também para lhes comprazer com suas ações, na
medida do possível. Porque o homem de senso [...] não deverá
esforçar-se para agradar seus companheiros de escravidão;
pelo menos não porá nisso o principal intento, nem o fará de
ligeiro, porém a bons mestres e de boa origem. Eis que fica
clara a preocupação de Platão em estabelecer parâmetros
éticos para a prática da oratória, e, nesse sentido, veremos,
após alguns parágrafos adiante, que a mesma preocupação
pode ser identificada em Aristóteles no que concerne a sua
sistematização (LIMA, 2011, p. 44).
Segundo Aristóteles, a exposição de um argumento se divide em invenção,
disposição, elocução e ação.
Já a ação consiste em expor de maneira oral tudo o que foi preparado nos
três aspectos anteriores, de maneira a permitir aos interlocutores o entendimento
da mensagem que se quer transmitir. Neste momento, o orador usa de todas as
capacidades que a sua voz lhe permite e de todas as habilidades adquiridas ou
naturais que possui.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
Atividade de Estudos:
LIBERDADE OU MANIPULAÇÃO?
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
O logos, o discurso
Deste modo, é a forma de se expressar em uma linguagem clara, propriamente dito,
direta e concisa que permite ao orador apresentar seus argumentos e precisa de um ritmo,
transmitir sua mensagem de modo a alcançar seu objetivo. de uma forma, de
um modo e de uma
estrutura. O logos
O logos, o discurso propriamente dito, precisa de um ritmo, de de um argumento
procura convencer
uma forma, de um modo e de uma estrutura. O logos de um argumento ou transmitir a
procura convencer ou transmitir a mensagem para um determinado mensagem para um
público. determinado público.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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Oratória e Retórica
Algumas Considerações
A história da oratória e da retórica permite o entendimento de como somos
capazes de organizar e exprimir uma ideia. Desta maneira, um discurso bem
feito e bem apresentado depende do esforço do estudante que escolhe bem os
elementos argumentativos e os dispõe de modo adequado.
Referências
ANSELMO. Monológio. São Paulo: Victor Civita, 1991.
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Capítulo 2 A Retórica e a Oratória
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C APÍTULO 3
A Arte de Argumentar
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
Contextualização
Este capítulo se destina a apresentar a você, estudante, uma perspectiva
filosófica com desdobramentos teológicos para a construção e exposição de
argumentos. Destacaremos brevemente a sutil conexão com a lógica, sobretudo a
silogística, concatenação em sequência de premissas para formular um argumento.
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
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Oratória e Retórica
Com efeito, a moral do orador ou da retórica não é regra aplicada aos outros,
mas a você que deseja ser um bom expositor de pensamentos. É fundamental
a intenção do orador, se sua intenção é ludibriar, convencer a qualquer custo o
interlocutor ou tentar transmitir uma mensagem com responsabilidade e limites
com certos valores fundamentais. Na retórica de nossos dias, muitos defenderam
a necessidade de uma teoria do ethos para produzir uma reflexão mais profunda.
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
Essa teoria que une a retórica com a narrativa permite entender porque
o homem precisa de um discurso para expor suas ideias de maneira coesa e
articulada. Não basta um modelo estilístico, é preciso construir uma narrativa que
configure um sentido para as ideias a serem apresentadas.
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Oratória e Retórica
Atividade de Estudos:
Argumentação Pedagógica,
Filosófica
A argumentação retórica pode ser pedagógica ou filosófica. Uma
argumentação pedagógica é aquela que produz um efeito educativo, quer
constranger o outro indivíduo a seguir aquilo que está sendo exposto ou enunciado
em um determinado argumento (SOUKI, 2012). Já a argumentação filosófica é
aquela em que se prioriza a exposição de ideias e que implica, necessariamente,
em um debate ou na exposição linear e concatenada de argumentos.
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
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Oratória e Retórica
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Capítulo 3 A Arte de Argumentar
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Oratória e Retórica
Agumas Considerações
Os aspectos argumentativos expostos permitem um entendimento de como
a retórica e a oratória, no decorrer da história do conceito, se desenvolveram.
E conforme aponta Reboul (2004), não existe uma evolução positivista na
construção dos argumentos.
Referências
AMOSSY, Ruth. Da noção retórica de ethos à análise do discurso. Imagens
de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, p. 9-28, 2005.
Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/arquivos/anexos/Livro_trecho.pdf>.
Acesso em: 12 jun. 2017.
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C APÍTULO 4
Implicações da Retórica
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
Contextualização
Neste capítulo procuramos apresentar a você, estudante de oratória e
retórica, uma reflexão sobre as implicações das escolhas de determinados
argumentos e as devidas consequências destas escolhas.
Implicações do Argumento
Quando enunciamos um argumento, devemos saber quais as devidas
implicações do que estamos expondo. Ao apresentarmos um determinado
argumento, devemos saber de suas fontes, se ele tem ou não alguma relação
com a verdade, no sentido platônico que remete à epistemologia dos fatos ou se é
uma mera suposição do intelecto que produz determinadas situações como fruto
de nossa imaginação.
Um argumento
precisa ter uma
Um argumento precisa ter uma sequência lógica de raciocínios, sequência lógica
ele não pode ser um enunciado vazio sem coerência interna. Para que de raciocínios, ele
não pode ser um
você, estudante de oratória e retórica, entenda o que está sendo dito, enunciado vazio sem
daremos alguns exemplos. coerência interna.
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
Atividade de Estudos:
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
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Oratória e Retórica
Atividade de Estudos:
Teeteto — E daí?
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
Teeteto — Certo.
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Oratória e Retórica
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
Verdade e Verossimilhança de Um
Argumento
A verdade e a verossimilhança merecem destaque por que você, estudante
de oratória e retórica, precisa entender quando um argumento é verossimilhante e
quando ele é verdadeiro.
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Oratória e Retórica
E essa diferença nem sempre é clara como parece ser. Com isso, em muitos
momentos de nossa existência pensamos que algo é verdadeiro simplesmente por
parecer, e na realidade estamos atribuindo verdade a algo verossimilhante, aquilo
que parece ser verdadeiro, mas se olharmos mais de perto não é, só parece ser.
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Capítulo 4 Implicações da Retórica
Algumas Considerações
Agora você, estudante de oratória e retórica está pronto para seguir seu
caminho, escolhendo seus argumentos de modo adequado a cada situação para
expor suas ideias com clareza e objetividade.
Referências
CHIBENI, S. S. Notas sobre tipos de argumentos. [s.d.]. Disponível em: <www.unicamp.
br/~chibeni/textosdidaticos/argumentos.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2017.
VIEIRA, José Guilherme Silva. A retórica como a arte da persuasão pelo discurso. 2016.
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