FORÇA APLICADO A
GRUPOS ESPECIAIS
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Metodologia do Treinamento Resistido.................................... 7
CAPÍTULO 2
Prescrição dos Diferentes Tipos de Treinamento
Resistido....................................................................................... 59
CAPÍTULO 3
Treinamento Resistido para Populações Especiais............. 117
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, é com prazer que apresentamos para vocês o livro
Treinamento de força aplicado a grupos especiais!
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para iniciarmos os nossos estudos, nesse capítulo, abordaremos aspectos
metodológicos relacionados ao treinamento resistido, tendo como objetivo
identificar os diferentes tipos de treinamento resistido e conhecer os principais
aspectos relacionados às adaptações em cada um desses diferentes tipos de
treinamento resistido que podem ser prescritos.
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
2 TERMOS E CONCEITOS DO
TREINAMENTO RESISTIDO
O primeiro conceito que precisamos deixar claro é que adotamos o termo
treinamento resistido ao invés de treinamento de força. Isso se dá ao fato de
acreditarmos que esse termo está mais atual com a nomenclatura internacional
(resistance training) e por considerar que a força é uma valência física e pode ser
mencionada como um dos tipos de treinamento resistido. Dessa forma, queremos
deixar claro a você, acadêmico, que quando nos referimos ao treinamento resistido
é sinônimo de treinamento de força. Antes de iniciarmos a nossa discussão sobre
os termos e conceitos do treinamento resistido que devem ser considerados
no momento da prescrição, é necessário ressaltar que o treinamento resistido
pode incrementar o desempenho de diferentes atletas a partir do aprimoramento
na força muscular máxima, potência muscular, hipertrofia, resistência muscular
o treinamento localizada a partir dos incrementos na coordenação motora
resistido tem sido (KRAEMER; RATAMESS, 2004) e na economia de corrida (DENADAI
explorado em et al., 2016).
diferentes contextos
e nas populações
especiais com maior Por outro lado, o treinamento resistido tem sido explorado em
foco na saúde, diferentes contextos e nas populações especiais com maior foco na
aprimorando, além saúde, aprimorando, além dos aspectos de aptidão física, o bem-
dos aspectos de estar e a socialização (LIZ; ANDRADE, 2016). Dessa maneira,
aptidão física, podemos verificar a importância dessa modalidade de exercício,
o bem-estar e a
a qual tem sido recomendado por diferentes organizações como o
socialização
Colégio Americano de Medicina do Esporte (AMERICAN COLLEGE
OF SPORTS MEDICINE, 2002) e a Associação Americana do
Coração (WILLIAMS et al., 2007).
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
FONTE: Os autores
Além da numeração, utiliza-se a letra “x” para indicar que a determinada fase
deve ser realizada na maior velocidade possível. Na Tabela 1, demonstraremos
três exemplos de velocidades de execução (cadência) que podem ser utilizadas
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
Sendo assim, o treinamento deve ser repetido e ter a sua estrutura geral
ajustada de maneira contínua para que o indivíduo possa melhorar ou manter os
resultados atingidos em médio e, especialmente, longo prazo (GENTIL, 2019).
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
2.2 DESENVOLVIMENTO DE UM
PROGRAMA DE TREINAMENTO
Um programa de treinamento é composto por diversas variáveis, dentre
elas a ação muscular utilizada (concêntrica, excêntrica e/ou isométrica), carga,
volume (número total de séries e repetições), seleção dos exercícios, sequência
dos exercícios, estrutura do treinamento (quais e quantos grupamentos serão
treinados), intervalo, velocidade do movimento (cadência) e frequência do
treinamento (FLECK; KRAEMER, 1997).
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
FONTE: <https://previews.123rf.com/images/spotpoint74/spotpoint741708/
spotpoint74170800119/84999194-set-powerlifting-athletes-
powerlifters-black-silhouette.jpg>. Acesso em: 3 ago. 2020.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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séries dos dois exercícios quando o intervalo entre séries foi de três minutos,
resultado que não foi verificado com intervalo de um minuto, atingindo-se as dez
repetições apenas na primeira série de cada exercício (KRAEMER, 1997).
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
Por outro lado, para o estímulo da via ATP-CP em conjunto com a via
glicolítica, pode-se utilizar períodos curtos e moderados de recuperação (até três
minutos). Esse período de recuperação tem grande potencial para estímulo de
hormônios anabólicos, além de aumentar o fluxo sanguíneo local e resultar em
grandes produções dos metabólitos (por exemplo, lactato), o qual representa,
por exemplo, um fator relevante para os ganhos de hipertrofia (KRAEMER, 1997;
KRAEMER et al., 1987).
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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É importante notar que quanto maior for a cadência (maior tempo em cada
repetição) menor será a carga, uma vez que a força é igual à massa multiplicada
pela aceleração. A característica não intencional pode ser observada quando
realizado cinco repetições máximas no supino reto, no qual as três primeiras
repetições foram de 1,2 a 1,6 segundos, já as duas últimas repetições de 2,5
a 3,3 segundos de duração, devido à fadiga, aumentando-se a velocidade para
aumento da força (MOOKERJEE; RATAMESS, 1999).
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
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3 DIFERENTES TIPOS DE
TREINAMENTO RESISTIDO
Caro acadêmico, após este entendimento inicial dos conceitos utilizados
e da ideia geral de um programa de treinamento (vale lembrar que o Capítulo
2 especificará mais este assunto), vamos, a partir de agora, olhar mais
profundamente as principais formas possíveis na literatura do treinamento
resistido. Quando pensamos em realizar qualquer que seja o tipo de treinamento,
normalmente nos defrontamos com as seguintes perguntas:
• Como fazê-lo?
• Por que, para quem e quando treinamos?
• Quais os ganhos advindos com isso?
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Agora podemos pensar na seguinte questão: por que é preciso ir até a “falha”
no treinamento com objetivo de hipertrofia? Para podermos entender um pouco
melhor esta questão, vamos recorrer ao que os autores Zatsiorsky e Kraemer
(2006, p. 82) dizem sobre o assunto.
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É preciso pensar em Agora, podemos voltar a falar um pouco mais sobre como treinar
mais dois fatores hipertrofia. Acreditamos que você, acadêmico, já entendeu que além
que influenciam no de pensar em fadigar o músculo nas últimas repetições de uma série
ganho muscular, de exercício, é preciso pensar em mais dois fatores que influenciam no
o recrutamento de
ganho muscular, o recrutamento de unidades motoras e o tipo de fibra
unidades motoras
e o tipo de fibra muscular que será envolvido na atividade. De acordo com Zatsiorsky
muscular que e Kraemer (2006), é preciso pensar em dois princípios básicos (além
será envolvido na do recrutamento pelo tamanho): 1) somente as Unidades Motoras
atividade. (UM) recrutadas são treinadas e; 2) as UM recrutadas devem fadigar
ou, pelo menos, deveriam ser altamente ativadas (o que significa que
a frequência de descarga dos moto neurônios deve ser suficientemente alta).
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R.: ___________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
Acreditamos que, antes de mais nada, devemos voltar aos princípios básicos
da Física para entendemos essas diferentes valências físicas que queremos
abordar. Segundo a Física, qual é o conceito de Força (F)? Você lembra?
Agora que você lembrou o conceito de força, saberias dizer qual o conceito
de potência? De maneira bem básica e didática, para a nossa intenção deste
tópico, podemos descrever potência (P) da seguinte forma: P = F . v.
Lembrando que velocidade (v) é o produto da distância (D) pelo tempo (t): v
= D . t. Assim, a partir de agora, vamos estudar sobre o que é o treinamento de
força máxima.
Segundo Mcardle, Katch e Katch (2015), parece haver uma relação entre
a massa corporal e a capacidade máxima de levantar peso (1RM) para homens
e mulheres. Os autores ainda destacam que as diferenças na produção de força
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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recomendado para iniciantes. A principal limitação é o alto risco de lesão. Outra limitação
é que quando o treinamento for de apenas uma ou duas repetições, a probabilidade
de induzir hipertrofia é pequena. Lembrando o conceito destes autores que já foi dito
anteriormente, nesse caso, a quantidade de trabalho mecânico desempenhado é
pequena e a quantidade de proteínas contráteis degradas é limitada.
Agora, nos interessa analisar um pouco melhor o que Gentil (2019) chama de
treinamento tensional, porque, de certa maneira, é o que estamos tratando neste
subtópico como força máxima. As repetições nesse treinamento devem ser menores
do que seis. A interrupção ocorre diante da impossibilidade de mover a carga em
duas tentativas consecutivas. Segundo Gentil (2019), a velocidade deve ser lenta
enfatizando a fase excêntrica, principalmente nas duas últimas repetições. Deve-se
utilizar pequenas reduções de carga (~10%) após cada falha. Ainda, o descanso entre
as séries deve ser de dois a quatro minutos entre elas. O objetivo desse treinamento é
atingir altos níveis de tensão por tempo prolongado com potencial de gerar microlesão
e ativar a mecanotransdução.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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Assim, a potência gerada pelo João a cada salto no caixote durante seu
treino de pliometria, tem uma complexidade maior, pois é preciso levar em conta
a altura do salto.
FONTE: Os autores
Torna-se importante lembrar que existe uma relação entre a máxima força
produzida e a velocidade, como é possível ver na Gráfico 2, em outras palavras,
podemos dizer que quanto maior a velocidade de execução de um movimento,
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
menor será a força empregada e vice-versa. Existe também uma curva em forma
de “U” invertido que representa a relação entre potência e velocidade, sendo
que existe uma velocidade ótima de contração para produzir a maior potência
possível. Para encerrar este subtópico, vale a pena dizer que, para Mcardle,
Katch e Katch (2015), o treinamento de potência pode ser realizado com uma
carga pesada maior que 80% do RM quando o objetivo maior está nos ganhos
de força e; com cargas de 30 a 60% do RM quando o objetivo está mais centrado
nos ganhos de velocidade sempre de maneira periodizada.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O treinamento resistido tem ganhado atenção com relação às populações
especiais, deixando de ser uma modalidade praticada apenas por atletas
ou pessoas que buscam aprimoramento da aptidão física. Os programas de
treinamento devem ser prescritos conforme as especificidades e os objetivos de
cada indivíduo.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
REFERÊNCIAS
AMERICAN College ff Sports Medicine. Position stand: progression models in
resistance training for healthy adults. Medicine and Science in Sports and
Exercise, Medison, v. 34, n. 2, p. 364-380, 2002.
DENADAI, B. S. et al. Explosive Training and Heavy Weight Training are Effective
for Improving Running Economy in Endurance Athletes: A Systematic Review and
Meta-Analysis. Sports Medicine, v. 47, n. 3, p. 545-554, mar. 2017.
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
FLECK, S. J. Bridging the gap: interval training physiological basis. Strength and
Conditioning Journal, v. 5, n. 40, p. 57-62, 1983.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
Resistido
KOMI, P. V.; KANEKO, M.; AURA, O. EMG activity of the leg extensor muscles
with special reference to mechanical efficiency in concentric and eccentric
exercise. International Journal of Sports Medicine, v. 8, n. 1, p. 22-29, 1987.
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Capítulo 1 Metodologia do Treinamento
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C APÍTULO 2
Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No Capítulo 1, abordamos aspectos metodológicos do treinamento resistido
com o objetivo de: conhecer os termos e conceitos que cercam o treinamento
resistido; discutir os aspectos relacionados ao desenvolvimento de um programa
de treinamento; e abordar as principais características relacionadas aos diferentes
tipos de treinamento resistido.
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FONTE: Os autores
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
2 TREINAMENTO DE HIPERTROFIA
Antes de iniciarmos a nossa discussão acerca das possibilidades de
manipulação das variáveis visando hipertrofia, discutiremos os diferentes fatores
atuantes e os mecanismos para hipertrofia. É importante destacar que a hipertrofia
é o aumento volumétrico de um músculo causado pelo aumento no volume das
fibras que os constituem (GENTIL, 2019). A Figura 2 demonstra uma imagem
de uma fibra muscular pré-treinamento (imagem a esquerda) e a mesma fibra
muscular após um programa de treinamento (imagem a direita).
FONTE: <https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2015/11/
fagocitose.jpg>. Acesso em: 4 ago. 2020.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
Ressaltamos, ainda, conforme citado anteriormente, que o eixo mTOR pode ser
ativado a partir da sobrecarga, dos fatores de crescimento e dos aminoácidos.
As informações apresentadas até aqui cercam os aspectos relacionados aos
aminoácidos que formam as proteínas e enzimas que foram discutidas.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
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Por outro lado, grande parte dos estudos que verificaram alterações
nesses componentes morfológicos em resposta ao treinamento, foram feitos em
condições patológicas ou induziram tais condições (tanto em humanos quanto em
animais). Destacaremos dois estudos nesse sentido.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
a) ( ) V –V –F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – V – V.
d) ( ) F – F – F – F.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
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Nos homens a produção desse hormônio pode variar entre 2,5 a 11,0 g/
dia e nas mulheres verifica-se uma variação de 0,2 a 0,4 g/dia (GUYTON;
HALL, 2011). Essa diferença é mantida em resposta ao treinamento resistido,
no entanto, permanece em aberto a discussão sobre o efeito do treinamento
resistido de longo prazo sobre as concentrações de repouso em ambos os sexos
(FLECK; KRAEMER, 2006). Grande parte da produção verificada nas mulheres
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
Uma das teorias indicam que as ações musculares são produzidas da mesma
maneira pelo sistema nervoso, com diferenças apenas no torque muscular que
poderá ser maior, igual ou inferior à força causada pela carga externa, produzindo
ações concêntricas, isométricas ou excêntricas, respectivamente. Algumas
evidências têm sugerido que as diferentes ações produzem diferentes padrões
motores, nesse sentido, verificando-se maior ativação das unidades motoras
maiores (glicolíticas) nas ações excêntricas (NARDONE; ROMANO; SCHIEPPATI,
1989).
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al., 2005).
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
EXC: ação muscular excêntrica; CON: ação muscular concêntrica; GGM: grandes
grupamentos musculares; PGM: pequenos grupamentos musculares; REPS:
repetições.
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Com relação à carga, tem sido indicado que a faixa de 1RM a 6RM foi mais
efetiva no incremento da força muscular máxima (FLECK; KRAEMER, 2006).
Já a potência muscular máxima tem sido verificada entre 30 e 60% de 1RM
(KRAEMER; RATAMESS, 2004).
Levando em consideração a força máxima, cargas até 60% de 1RM têm sido
indicadas para indivíduos não treinados como intensidade suficiente para gerar
adaptações, com cargas até 80% de 1RM sugeridas para indivíduos treinados,
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
Outro resultado que pode ser discutido, verificou-se que quatro semanas
de treinamento de ações concêntricas e excêntricas realizadas a 90°/segundo,
resultou em maior torque, potência média e trabalho total quando utilizado
intervalos de 160 segundos comparado a séries com 40 segundos (PINCIVERO;
LEPHART; KARUNAKARA, 1997).
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
Recomenda-se para alunos iniciantes até oito exercícios por sessão, com
níveis intermediários e avançados podendo realizar até oito exercícios por
segmento. Para todos os níveis, indica-se de duas a seis séries por exercício
(KRAEMER; RATAMESS, 2004).
Após discutirmos sobre as diferentes manipulações que podem ser feitas nas
variáveis, visando o desenvolvimento de força máxima e potência, apresentamos
algumas recomendações gerais para prescrição do treinamento resistido com foco
no desenvolvimento de força máxima (Quadro 2) e potência muscular (Quadro 3).
EXC: ação muscular excêntrica; CON: ação muscular concêntrica; GGM: grandes
grupamentos musculares; PGM: pequenos grupamentos musculares; REPS:
repetições. CORE: musculatura da região abdominal e lombar.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
4 TREINAMENTO DE RESISTENCIA
MUSCULAR LOCALIZADA
Com relação ao treinamento de resistência muscular localizada,
discutiremos as variáveis: ação muscular, carga, volume, cadência,
intervalo de recuperação entre séries e ordem dos exercícios.
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
a) ( ) F – V – V – V.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Nesse capítulo, procuramos identificar e compreender os fatores que
influenciam e que podem ser manipulados durante o treinamento resistido,
para que o indivíduo possa alcançar as adaptações planejadas prezando pela
eficiência. Além disso, as informações discutidas visam a possibilidade da
prescrição e da organização de um processo de treinamento de longo prazo
buscando à aderência do praticante.
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
REFERÊNCIAS
ABE, T.; KEARNS, C. F.; FUKUNAGA, T. Sex differences in whole body skeletal
muscle mass measured by magnetic resonance imaging and its distribution in
young Japanese adults. British Journal of Sports Medicine, v. 37, n. 5, p. 436-
440, 2003.
ADAMS, G. R.; HADDAD, F. The relationships among IGF-1, DNA content, and
protein accumulation during skeletal muscle hypertrophy. Journal of Applied
Physiology, Washington, v. 81, n. 6, p. 2509-2516, dez. 1996.
AHTIAINEN, J. P. et al. Short vs. long rest period between the sets in hypertrophic
resistance training: influence on muscle strength, size, and hormonal adaptations
in trained men. Journal of Strength and Conditioning Research, Lincoln, v. 19,
n. 3, p. 572, ago. 2005.
106
Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
BIOLO, G. et al. Insulin action on muscle protein kinetics and amino acid
transport during recovery after resistance exercise. Diabetes, v. 48, n. 5, p. 949-
957, mar. 1999.
BIOLO, G. et al. Increased rates of muscle protein turnover and amino acid
transport after resistance exercise in humans. American Journal of Physiology-
Endocrinology and Metabolism, v. 268, n. 3, p. 514-520, 1995.
107
Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
199, 1994.
108
Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
109
Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
KADI, F. et al. The expression of androgen receptors in human neck and limb
muscles: effects of training and self-administration of androgenic-anabolic
steroids. Histochemistry and Cell Biology, v. 113, n. 1, p. 25-29, jan. 2000.
110
Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
111
Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
112
Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
RALSTON, G. W. et al. The effect of weekly set volume on strength gain: a meta-
analysis. Sports Medicine, v. 47, n. 12, p. 2585-2601, dez. 2017.
113
Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
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Capítulo 2 Prescrição dos Diferentes Tipos
de Treinamento Resistido
115
Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
WILSON, G. J. et al. The optimal training load for the development of dynamic
athletic performance. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 25, n.
11, p. 1279-1286, nov. 1993.
116
C APÍTULO 3
Treinamento Resistido para
Populações Especiais
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Capítulo 3 Treinamento Resistido para
Populações Especiais
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá, acadêmico, chegamos ao último capítulo desta jornada acadêmica. Nos
capítulos anteriores, você passou pelas metodologias do treinamento resistido
(TR), as teorias, os conceitos e os diferentes tipos de TR. Foi visto também sobre
a prescrição nos diferentes tipos de treino, nomeada de treinamento de hipertrofia,
de força máxima e potência e o treinamento de resistência muscular localizada.
Vamos utilizar, agora, todo o conhecimento adquirido para entender melhor o
TR para populações especiais. Especificamente, trataremos da prescrição do
treinamento para idosos e Portadores de Doenças Crônicas não Transmissíveis
(DCNT), bem como o TR para crianças e gestantes.
Por outro lado, a busca por um estilo de vida mais saudável e pela prática de
exercícios físicos de maneira prazerosa, tem crescido nos mais diferentes tipos
de populações no Brasil. O público idoso da terceira idade ou “melhor A importância
idade”, tem sido um dos nichos de mercado para muitos profissionais de se estudar
que se especializam nas necessidades específicas desse público, profundamente o TR
para atendê-los da melhor forma. O público infantojuvenil com a para as populações
ditas especiais,
necessidade de se manter ativo, principalmente em grandes centros
visto que esse tipo
e das classes mais altas da sociedade e/ou o público gestante de treinamento é
na busca de uma gestação cada vez mais saudável para a mãe e um dos meios mais
para o desenvolvimento do bebê, bem como na busca estética e de procurados pelas
percepção corporal, também tem sido um mercado em expansão pessoas e possibilita
nos diversos setores da economia, inclusive o do fitness. Assim, a ganhos na saúde e
bem-estar destes
importância de se estudar profundamente o TR para as populações
indivíduos.
ditas especiais, visto que esse tipo de treinamento é um dos meios
mais procurados pelas pessoas e possibilita ganhos na saúde e bem-estar destes
indivíduos. A partir de agora, abordaremos as principais nuances do TR em dois
principais tópicos, tratando da prescrição para os idosos e portadores de alguns
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Treinamento de Força Aplicado a Grupos Especiais
2 PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO
PARA IDOSOS E PORTADORES
DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS (DCNT)
A partir deste subtópico, abordaremos principalmente os aspectos da
prescrição do TR tanto para o público idoso quanto para portadores de doenças
cardiovasculares e diabetes e outras doenças metabólicas. Existem
Quais os tipos de
TR devemos ou vários benefícios da atividade física e dos exercícios sistematizados
podemos usar para estes públicos, como os exercícios aeróbios (corrida ou
nestas populações? pedalada), portanto, focaremos na prescrição e nos benefícios do
Que princípios TR na terceira idade e para aqueles portadores de alguma DCNT.
devemos aplicar Quais os tipos de TR devemos ou podemos usar nestas populações?
no planejamento
Que princípios devemos aplicar no planejamento e na prescrição?
e na prescrição?
Que benefícios Que benefícios estes públicos terão com um TR sistematizado? Se
estes públicos compreendermos a resposta para estas três perguntas durante este
terão com um TR capítulo, atingiremos com sucesso nosso objetivo.
sistematizado?
O que você, acadêmico, entende por terceira idade? Como
distinguir o público idoso dos demais? Essa parcela da população terá
características e peculiaridades importantes que precisamos entender.
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Com o passar da
É possível notar na Figura 1 que a parte em branco que idade, ocorre uma
demonstra a gordura subcutânea e intramuscular está aumentada no redução significativa
idoso, enquanto a parte escura, que representa a massa muscular, da massa muscular.
é maior no indivíduo jovem. Com o passar da idade, ocorre uma Essa redução que
redução significativa da massa muscular. Essa redução que começa começa com 1 a 2%
após os 30 anos
com 1 a 2% após os 30 anos pode chegar a 10% após as primeiras
pode chegar a 10%
cinco décadas. A redução progressiva na área em corte transversal após as primeiras
do músculo, com uma diminuição na massa e na função muscular cinco décadas.
esquelética é denominada de sarcopenia (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2015).
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FONTE: <https://i1.wp.com/www.nopico.pt/wp-content/uploads/2020/03/
PSE-Adulto.png?w=768>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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repetições (exemplo: três reps – 20” – três reps – 20” – três reps,
totalizando nove repetições) mostram ter bastante aplicabilidade
em idosos (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29909049). Ainda
assim, modelos que misturam estímulos dentro da mesma sessão,
podem ser outra alternativa (exemplo: primeira série: 5RM, cargas
altas); segunda série: seis reps (carga leves, com movimento mais
rápido possível na fase concêntrica); e terceira série: 10RM; com
dois minutos de intervalo entre as séries) (https://www.ncbi.nlm.nih.
gov/pubmed/30052598). Um ponto determinante para a escolha do
modelo é a condição de locomoção do idoso.
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FONTE: Os autores
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FONTE: <https://www.fisioterapiaparatodos.com/p/wp-content/
uploads/2018/04/Enfarte-AVC-trombo.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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FONTE: <https://img.pebmed.com.br/wp-content/uploads/2018/02/27130446/
teste-ergom%C3%A9trico.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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FONTE: <http://congressocarioca.com.br/wp-content/uploads/2019/08/
mapa-do-sedentarismo-mundial.gif>. Acesso em: 5 ago. 2020.
Uma das maneiras Segundo Wilhelm e Pinto (2019), uma das maneiras de se
de se utilizar do TRutilizar do TR para melhora na composição corporal e até mesmo
para melhora na
reduzir os fatores de risco de doença cardiometabólica, é a
composição corporal
e até mesmo utilização do chamado treino concorrente, também conhecido
reduzir os fatores como treinamento combinado, que nada mais é que a combinação
de risco de doença de exercícios aeróbios e exercícios de TR. A combinação dos dois
cardiometabólica, tipos de exercícios pode se dar tanto dentro de uma sessão de
é a utilização do treinamento quanto dentro de ciclo semanal de treinamento. Como
chamado treino
exemplo, hipotético, vamos pegar o pai do nosso aluno João da
concorrente.
Silva, lá do Capítulo 1, Pedro da Silva. O Pedro tem 60 anos, 83 kg
de massa corporal e 1,7 m de altura. O índice de massa corporal do Pedro será
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28,7 (kg/m2), ele está um pouco acima do peso para sua idade, é que diríamos
se ele fosse nosso cliente, mas, na realidade, a classificação é sobrepeso e/ou
pré-obesidade. Pois bem, o Pedro pode escolher o treino que será de treinamento
aeróbio seguido pelo TR em dias intercalados por um dia de repouso, o treino dois
que será o TR seguido pelo treinamento aeróbio, também em dias intercalados
(ambos concorrente na mesma sessão) ou, ainda, o treino três que será treino
aeróbio e TR em dias alternados (treino aeróbio dia um, TR dia dois, aeróbio
dia três, TR dia quatro). Ao que parece de evidência na literatura, o treinamento
concorrente é mais eficaz para mudanças na massa gorda quando realizado em
dias diferentes (modelo três) (EKLUND et al., 2016; WILHELM; PINTO, 2019).
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FONTE: <http://www.cenapro.com.br/images/noticias/
Regulao_1.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/-ma8vPybc-5c/VHUoAxSdLKI/AAAAAAAAAKs/
PHF1QsSXIpw/s1600/insulina-glicose.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2020
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Diabetes melito tipo 1 – É o tipo mais grave da doença, era também conhe-
cido como diabetes dependente de insulina. Parece ter um fator hereditário impor-
tante e se desenvolve rapidamente, em geral, antes dos 15 anos de idade. Uma
resposta autoimune destrói as células beta no pâncreas e a insulina deixa de ser
secretada. Pessoas com diabete do tipo I precisam aplicar injeções de insulina em
diferentes momentos do dia, para o controle da glicose plasmática (MARIEB; WIL-
HELM; MALLATT, 2014). Dois fatos interessantes são: nos casos de hiperglicemia
no sangue, ocorre a diurese osmótica e poliúria que nada mais é que o aumento
na quantidade de glicose na urina e o aumento da necessidade de urinar, o que
pode levar à desidratação nesses sujeitos. Um dos sintomas do diabetes tipo 1 (e
tipo 2 também) é a sede aumentada. O outro fator é que, como os neurônios do
centro de saciedade são sensíveis à insulina, na ausência dela a glicose não é
captada por este centro e com os níveis de glicose intracelular baixos, o centro au-
menta a ingestão alimentar. Excesso de vontade de comer é um clássico sintoma
associado ao diabetes tipo I não tratado (SILVERTHORN, 2017).
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3 A PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO
RESISITIDO PARA CRIANÇAS E
GESTANTES
Caro acadêmico, vamos entrar em um assunto, de certa forma, diferente
do subtópico anterior. A partir de agora, trataremos do treinamento resistido
para crianças na segunda infância (cinco anos até o início da puberdade) e na
puberdade ou adolescência, período que termina com o final da maturação. Na
outra parte deste subtópico, o assunto muda quase que completamente e entra
na questão do TR para as mulheres no período de gestação, tanto pré-natal
quanto pós-natal. A linha que une estes dois subtópicos é o TR para populações
especiais. Particularmente, não gostamos muito deste termo, preferimos algo
do tipo “treinamento para populações que precisam de algum cuidado especial
e/ou diferenciado”. Além de muito longo, talvez não fosse o mais adequado,
pois se pensarmos no princípio da especificidade do treinamento e no princípio
da individualidade biológica principalmente, todos os indivíduos precisam de
cuidados especiais e diferenciados. Para além da discussão da terminologia aqui,
o que importa é que veremos as recomendações gerais quanto à prescrição do
treinamento para esses públicos: crianças, adolescentes (ou pré-adolescentes) e
gestantes.
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FONTE: <https://anglo.plurall.net/sites/default/files/imagens/compartilhadas/questoes/
unesp/2016/questao_075_268_15764_1004352_.png>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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O interessante para o nosso contexto, aqui, é a ênfase dada por esse órgão
aos exercícios que fortaleçam os músculos e ossos, pelo menos três vezes por
semana. Segundo a WHO (2010), tanto para crianças quanto para adolescentes
a participação de atividades que exijam da musculatura, como o TR duas a três
vezes por semana, melhoram significativamente a força muscular. Exercícios
com suporte de peso podem impor uma carga saudável ao osso e aumentar a
densidade e conteúdo mineral ósseo (RÉ, 2011). Esses exercícios podem ser
planejados e incluídos em atividades como jogos, corridas, estafetas e saltos
(WHO, 2010). Existe uma certa controvérsia e discussão sobre o uso de exercícios
com pesos livres e halteres em pré-adolescentes e adolescentes, ou seja, o TR
como conhecemos na sua forma mais tradicional para adultos. Por muito tempo
se discutiu na literatura se o excesso de carga em um exercício poderia ser
benéfico ou não para indivíduos com a sua estrutura óssea em formação com
as crianças (RÉ, 2011). O que tentaremos abordar nos próximos dois subtópicos
são as recomendações mais atuais do TR e como ele deve ser aplicado nesta
população, começando por aqueles da segunda infância.
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As variáveis do
programa agudo Vale a pena lembrar que quando tratamos do TR de maneira
que devem ser mais tradicional, as variáveis do programa agudo que devem ser
consideradas quanto consideradas quanto ao planejamento do treinamento incluem: 1)
ao planejamento do escolha da ordem dos exercícios; 2) intensidade do treinamento; 3)
treinamento incluem: volume do treinamento; 4) intervalo de recuperação; e 5) a velocidade
1) escolha da ordem
da repetição (FAIGENBAUM, 2014). De maneira geral, Faigenbaum
dos exercícios;
2) intensidade (2014) coloca as seguintes recomendações para o TR com jovens:
do treinamento;
3) volume do • instrução e supervisão qualificada;
treinamento; • garantia de que o ambiente de treinamento é seguro e
4) intervalo de livre de perigos;
recuperação; e 5)
• foco no desenvolvimento da técnica apropriada;
a velocidade da
repetição. • desempenho de uma a três séries de seis a 15 repetições
para os exercícios de força;
• realização de uma a três séries de seis ou menos repetições para
potência muscular;
• realização de exercícios para todas as partes do corpo;
• incluir exercícios que requeiram equilíbrio e coordenação;
• frequência semanal de duas a três vezes por semana em dias não
consecutivos;
• manter o programa desafiador usando variações sistemáticas.
FONTE: <https://rocklandpeakperformance.com/2014site/wp-content/uploads/2019/09/
Youth-Training-Top-Joint-1-768x499.png>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Acadêmico, chegamos ao fim do nosso capítulo e ao final do nosso livro.
Acreditamos que tenha sido uma interessante jornada até aqui. Para nós,
autores, foi. Vimos diferentes aspectos do treinamento resistido na sua vertente
para populações especiais. Aprendemos como o treinamento resistido pode ser
aplicado em crianças, adolescentes e jovens, idosos e portadores de alguma
doença metabólica ou cardiovascular, por exemplo, o diabetes ou a doença
coronariana. Vimos os aspectos do treinamento em outros grupos especiais
também, como as gestantes e os benefícios do treinamento resistido nas
mulheres grávidas e na futura vida. De qualquer modo, passamos por quase todo
os estágios do círculo da vida, do nascimento até o envelhecimento e como estes
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REFERÊNCIAS
ACOG. Physical Activity and Exercise During Pregnancy and the Postpartum
Period: ACOG Committee Opinion Summary, Number 804. Obstetrics And
Gynecology, v. 135, n. 4, p. 178-188, abr. 2020.
CICCOLO, J. T.; KRAEMER, W. J. Resistance training for the prevention and
treatment of chronic disease. New York: CRC Press, 2014.
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