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Redação

O MUNDO DISSERTATIVO

Na dissertação expressamos nossas ideias a respeito de um assunto. Os elementos estruturais de um texto dissertativo são:
• TEMA – o assunto sobre o qual se escreve.
• PONTO DE VISTA – a posição que se assume diante do tema.
• ARGUMENTAÇÃO – a fundamentação do posicionamento, a defesa do ponto de vista.
Na dissertação clássica, esses elementos se distinguem da seguintes forma:

INTRODUÇÃO:
- delimitação do tema.
- apresentação do ponto de vista.

DESENVOLVIMENTO:
- argumentação.

CONCLUSÃO:
- fecho.
- reafirmação do ponto de vista.

A DELIMITAÇÃO DO TEMA.

A primeira tarefa da atividade dissertativa consiste em definir o tema a respeito do qual se vai escrever, com a maior exatidão
possível.
Para se desenvolver uma boa argumentação, é preciso compreender, contextualizar e definir o tema.
Para conseguir delimitar o tema é preciso evitar à EXTRAPOLAÇÃO (quando se aborda apenas uma parte, um elemento o tema,
em detrimento de outros) e a REDUÇÃO (quando a argumentação ultrapassa os limites do tema proposto).

ASSUMIDO UM PONTO DE VISTA.

Uma vez delimitado o tema, é preciso assumir um ponto de vista sobre ele:

CONCORDÂNCIA – quando pensamos do mesmo modo que o autor do texto.

DISCORDÂNCIA – quando pensamos de modo diferente do autor do texto.

CONCORDÂNCIA (E/OU DISCORDÂNCIA) PARCIAL – concordamos com algum aspecto e discordamos de outro.
Um método muito funcional tanto para delimitar o tema quanto para verificar a posição que se vai assumir diante dele é
transformar a proposta de dissertação em pergunta e, em seguida, procurar a resposta que revele com precisão o ponto de vista
adotado.

Ex.: Se a proposta de dissertação for “Nenhum homem é uma ilha”, podemos indagar: “Um homem pode ser uma ilha?”

ARGUMENTAÇÃO CAUSAL – O(S); PORQUÊ(S)

Depois de delimitar o tema e de assumir um ponto de vista, é hora de desenvolver argumentos para defender a posição assumida.
Fundamentar, provar, justificar, explicar, demostrar, convencer, persuadir – em uma palavra, ARGUMENTAR.
A principal técnica de argumentação é aquela que utiliza o raciocínio lógico-causa, que investiga as causas e consequências
daquilo que se afirma. São os porquês, as razões, os motivos que fundamentam os nossos posicionamentos.
Numa dissertação curta, entre 20 a 35 linhas, uma relação de causa-consequência pode ser suficiente para fundamentar nossa
posição e organizar nosso texto.

A IMPORTÂNCIA DO EXEMPLO

Os EXEMPLOS ajudam a apoiar nossos posicionamentos, dando vida ao texto. Esclarecem o raciocínio, iluminam a compreensão,
intensificam o processo de persuasão, expondo as ideias de modo concreto.

A ESTRUTURA DO TEXTO

Existem inumeráveis modos de organizar a sequência do texto dissertativo e muitas maneiras diferentes de fazer a
INTRODUÇÃO, o DESENVOLVIMENTO e a CONCLUSÃO.

• Na introdução, apresentamos o tema e o ponto de vista.


• No desenvolvimento, apresentamos a argumentação (os porquês, os exemplos).
• Na conclusão, apresentamos uma síntese reafirmadora das ideias (representação, com outras palavras, do ponto de vista e/ou
do argumento principal).
Normalmente as dissertações escolares devem conter entre 20 a 25 linhas: assim, e preciso construir o texto com três ou quatro
parágrafos: um para a introdução, um u dois para o desenvolvimento e um para a conclusão.

JOGOS LÓGICOS-EXPOSITIVOS

Há muitos modos de expor ideias, de desenvolver o raciocínio dissertativo.


Pelo método de estruturação de textos que sugerimos, a introdução tem como finalidade apresentar o assunto e a posição
assumida diante dele, isto é, a tese a ser defendida. Essa apresentação pode ser feita de muitas maneiras:
• DEFINIÇÃO – inicia-se o texto com uma definição do tema, para atribuir-lhe maior clareza e objetividade. Em seguida expõe-se o
ponto de vista e segue-se o processo dissertativo já sugerido.

• COMPARAÇÃO – começa-se o texto buscando uma definição do tempo por comparação. Estabelecida a comparação, faz-se um
breve comentário interpretativo sobre ela, explicitando, assim, a própria visão do assunto.

• CITAÇÃO – uma frase interessante, um verso, um aforismo, um fragmento ou outra citação relativa ao tema.

• HISTÓRICO – explanação rápida do tema através dos tempos. Prepara-se um breve retrospecto da evolução que se quer
demonstrar ou uma rápida retrospectiva acompanhada de uma prospectiva. Depois do histórico, apresenta-se a tese e inicia-se a
argumentação.

• EXEMPLO – um fato-exemplo expressivo. Em seguida, faz-se uma análise interpretativa desse exemplo, revelando a visão que
se tem sobre o tema.

• ESTATÍSTICA – um dado estatístico esclarece dor sobre o tema. O procedimento é praticamente idêntico àquele em que se
inicia o texto pela exemplificação.

• RESUMO – síntese daquilo que se pensa sobre o assunto. O começo da dissertação funcionaria, assim, como uma espécie de
índice, de sumário do texto, em que se apresentariam de modo sintético o tema, o ponto de vista e a argumentação.

• PERGUNTA – um questionamento sobre o tema ou sobre algum aspecto dele.

Esses modos de exposição também podem aparecer no desenvolvimento ou na conclusão.

A LINGUAGEM DISSERTATIVA

As dissertações devem ser escritas de acordo com a norma culta e utilizar os recursos da linguagem lógico-expositiva.
As ideias devem ser expostas com linguagem que apresente adequação, clareza, concisão, coesão e expressividade.
O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO: DICAS SOBRE AS COMPETÊNCIAS AVALIADAS NO ENEM E EM EXAMES
VESTIBULARES.

ADEQUAÇÃO À NORMA CULTA DA LINGUAGEM


O QUE EVITAR?
Gírias (palavras e/ou expressões a linguagem oral), imprecisão vocabular, redundâncias (repetições desnecessárias de palavras),
ambiguidade (expressões com duplo sentido), clichês (chavões, frases feitas, lugares-comuns);palavras difíceis (colocadas para
“enfeitar” o texto).
O QUE FAZER?
Utilizar a linguagem formal, com economia e objetividade; explicitar pressupostos e subentendidos; generalizar sujeito e
interlocutores, atentar para recursos coesivos e de articulação entre as partes do texto.

COERÊNCIA COM O TEMA PROPOSTO


O QUE EVITAR?
Extrapolação dos limites do tema; ausência de tese (anuncia-se o tema, mas o enunciador não se posiciona); posicionamento
referente a uma ideia secundária e não ao tema central; ausência de um planejamento preciso das ideias à serem explorada.
O QUE FAZER?
Delimitar o ponto de vista, a tese que será defendida no contexto do assunto em discussão.

COERÊNCIA COM O TIPO DE TEXTO PROPOSTO


O QUE EVITAR?
Introdução sem contextualização (as ideias brotam do nada), ou com falsa contextualização (num contexto diferente do proposto
pelo tema); desenvolvimento com um único argumento (atribuir-se mais importância a um exemplo ou uma informação do que
propriamente à analise do tema proposto); falta ou desperdício de dados; desarticulação dos argumentos; extensas enumerações
de constatações óbvias (discurso vazio e prolixo); generalizações sem provas concretas; particularizações indevidas; conclusão
com ideias novas que fogem ao tema ou com receitas e finais “róseos”.
O QUE FAZER?
Promover a articulação entre as partes do discursos (introdução, desenvolvimento e conclusão), bem como entre o ponto de vista
e a argumentação; expor a argumentação com consistência lógica, manipulando corretamente os dados e relacionando-os de
modo coerente com raciocínios a que se referem.

LEITURA E UTILIZAÇÃO DA COLETÂNEA


O QUE EVITAR?
Cópias de textos apresentados ou omissão de referência a eles; utilização de fragmentos desarticulados com o ponto de vista e
com os argumentos de defesa; redução, contradição e extrapolação na interpretação da coletânea..
O QUE FAZER?
Interpretar, escolher, relacionar e organizar os textos serem utilizados; colocar aspas nos casos de citação integral e prescindir
delas quando o texto for refeito; articular argumentos próprios e alheios da maneira mais clara possível.

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