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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Direito

Curso de Licenciatura em Direito

Tema: A Estrutura e Vias de Argumentação e de Explicação

Chimoio, Março 2022

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Direito

Curso de Licenciatura em Direito

Tema: A Estrutura e Vias de Argumentação e de Explicação

Trabalho de campo de Cadeira de Técnicas de


Expressão Oral e Escrita a ser submetido na
coordenação do curso de Direito do ISCED.

TUTOUR:

Andrea Fernando João Paulo Lourenço

Código: 51220038

Chimoio, Março 2022


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Índice

Conteúdo Pág.
Introdução ....................................................................................................................................... 4

Objetivos ......................................................................................................................................... 5

Conceito da Argumentação ............................................................................................................. 6

Argumentos e Provas ...................................................................................................................... 6

Ordens das Provas ........................................................................................................................... 7

Percurso da Argumentação ............................................................................................................. 7

Estrutura da Argumentação............................................................................................................. 9

Vias de Argumentação .................................................................................................................... 9

Via Lógica ....................................................................................................................................... 9

Via Explicativa.............................................................................................................................. 10

Conclusão...................................................................................................................................... 12

Referencias Bibliográficas ............................................................................................................ 13

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Introdução
Neste presente trabalho, argumentar é um processo que apresenta dois aspectos, o primeiro ligado
à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca
capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo. Os argumentos devem promover credibilidade. Com a
busca de argumentos por autoridade e provas concretas, o texto começa a caminhar para uma
direcção coerente, precisa e persuasiva. Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo.
Durante o processo de elaboração de trabalho, usou-se como metodologia a consulta bibliográfica.

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Objetivos
Geral:

• Explicar sobre fases de investigação-acção.

Específicos:

• Identificar as fases do processo de investigação-acção.


• Descrever o que é feito em cada fase.

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Conceito da Argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico for o assunto
em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o início quando
se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e desfavoráveis posicionando-
se apenas na conclusão.

Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe ordenar
ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-
lo e persuadi-lo.

Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por autoridade e


provas concretas, o texto começa a caminhar para uma direcção coerente, precisa e persuasiva.
Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não pode-se confundir facto e opinião. O
facto é único e a opinião é variável. Por isso, quando ocorre generalização dizemos que houve um
“erro de percurso”.

Segundo Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma
afirmação destinada a fazer admitir outra.”

Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação estuda as técnicas discursivas que
permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao seu
consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da retórica. A argumentação investiu no
campo da psicologia, da sociologia e da teoria geral da informação, indo nestes campos procurar
alguma luz sobre como reage o homem, quando exposto às mensagens persuasivas, como altera as
suas convicções e o seu comportamento.

Argumentos e Provas
O argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma afirmação ou, ainda, uma
afirmação destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto, elementos abstractos, cuja
disposição no discurso dependerá da sua força argumentativa, aparecendo, assim, no texto, numa
disposição crescente, decrescente ou dispersa.

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Ordens das Provas
As provas têm a função de sustentar os argumentos e são de três ordens (Jules Verest, 1939: 468-
471):

• Naturais - incluem os textos das leis, o testemunho das autoridades, as afirmações das
testemunhas e os documentos de qualquer espécie;
• Verdades e princípios universais - são reconhecidos, deste modo, por todos e apresentados
sob a forma de raciocínio reduzido.
• O Exemplo – é um caso particular, real ou fictício, que tem uma analogia verdadeira com
o caso que nos ocupa. A intenção é, a partir dele, inculcar uma verdade geral da qual
deduzimos uma proposição que queremos estabelecer.

Percurso da Argumentação
Segundo Rei (1990:90), são caminhos do pensamento para "justificar uma opinião, desenvolver
um ponto de vista, reflectir para chegar a uma decisão". Bellenger (1988: 16) define que “são
processos de organização das ideias, segundo a natureza dos laços que unem os elementos ou as
etapas do edifício persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e dispostos, tendo em vista
uma argumentação concreta”.

No processo de argumentação, usam-se com frequência os seguintes termos, de acordo com o


contexto, como a seguir se apresentam:

• Adversidade: (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, que.
• Alternância: ou; e as locuções ou... ou, ora...ora, já...já, quer...quer...
• Conclusão: logo, portanto, pois.
• Explicação: que, porque, porquanto...
• Causa: que, como, pois, porque, porquanto; e as locuções: por isso que, pois que, já que,
visto que...
• Comparação: que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos, menor, pior), como;
e as locuções: tão... como, tanto... como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem
como, que nem...
• Concessão: que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que, mesmo que, bem
que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que...

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• Condição: se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que, dado que, a menos que,
a não ser que, exceto se...
• Finalidade: As locuções para que, a fim de que, por que...
• Consequência: que (precedido de tão, tanto, tal) e também as locuções: de modo que, de
forma que, de sorte que, de maneira que...

Na argumentação é necessário ter-se sempre em atenção os seguintes aspectos:

• A correta estruturação e ordenação das frases


• O uso correto dos conectores de discurso.
• O respeito pelas regras da concordância
• O uso adequado dos pronomes, que evitam as repetições do nome.
• A utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, antónimos, hiperónimos
e hipónimos.

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Estrutura da Argumentação

A argumentação oral ou escrito, estrutura-se basicamente num plano tripartido:

1. Exórdio – é a primeira parte de um discurso, preâmbulo, a introdução do discurso que consiste


em:

a) Exposição do tema;
b) Exposição das ideias defendidas (pode recorrer-se à explicitação de determinados termos,
à apresentação de esquemas da exposição, à referência de outras opiniões, etc.

2. Narração /confirmação – é a parte do discurso em que o orador desenvolve as provas, consiste


na utilização de argumentos (citação de factos, de dados estatísticos, de outros exemplos, de
narração de acontecimentos, etc.).

3. Peroração/epílogo – é a parte final de um discurso, a sua conclusão, o remate, síntese,


recapitulação.

Vias de Argumentação

Via Lógica

Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das disciplinas ligadas ao
pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio causal.

I. A Indução – é a forma habitual de pensar do singular ao plural, do particular ao geral. Pode


tomar duas formas: totalizante, quando se estabelece a partir do recenseamento de um todo,
adquirindo o estatuto de prova - como quando, depois da chamada, afirmamos "os alunos estão
todos"; generalizante, quando o recenseamento completo não é possível e o raciocínio indutivo
nos leva de uma parte ao todo, por generalização - por exemplo quando se afirma: "Os portugueses
são hospitaleiros". Este é o procedimento mais usual, mas o menos rigoroso, pois a generalização
implica simplificação, e com ele vem o engano, o idealismo e a teorização.

II. A Dedução - dois princípios estão na sua base: o da não contradição - quando duas afirmações
se contradizem uma delas é falsa - e o da progressão do geral para a particular - através de
articulação lógica expressa por "assim", "portanto" ou "logo".

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Por exemplo, o silogismo - constituído por três proposições ou afirmações - chamadas premissas
as duas primeiras (apelidada uma de "major" e outra de "menor", confome o termo que contém, e
conclusão, a terceira - deve possuir três termos e combiná-Ios dois a dois.

Exemplo:
Os Homens são mortais
Sócrates é um homem
Sócrates é mortal.

III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem do facto, antes de nos inquietarmos com a causa"
aconselhava Fontenelle (L. Bellenger, 1988: 27), o papel preponderante do raciocínio causal, na
argumentação, assenta em duas transposiões constantes: da causa para o efeito e do efeito para a
causa, conduzindo ao pressuposto de que "o conhecimento das causas permitirá remediar o facto
constatado" (ibid. 27), quer dizer, suprimamos as causas e o problema estará resolvido, o que leva
as pessoas a preocuparem-se mais com as razões do presente do que com o modo de melhorar o
futuro.

Via Explicativa

A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer compreender e tornar inteligível a


informação da argumentação. Para Bellenger (ibid.: 36-45), via explicativa usa as definições, as
comparações, a analogia, a descrição e a narração. O explicar pretende convencer com o máximo
de objectividade.

I. A definição – definir é dizer a verdade e responde à necessidade de compreender. A necessidade


de definir aumenta a credibilidade de quem quer convencer.

II. A comparação – usa-se a comparação para provar a utilidade, a bondade, o valor de uma coisa,
um resultado, uma opinião. A técnica comparativa é simples, fácil de compreender, inscrita nos
nossos hábitos, levando-nos a usá-la, activa e passivamente, de forma natural e sem disso nos
darmos conta. A comparação procura fazer passar identidades entre factos, pessoas ou opiniões
diferentes e transpor valores de sistemas independentes e autónomos: estas passagens e
transposições são manipuladoras e pretendem chocar, colocar problemas de consciência,
questionar os modelos culturais e as normas vigentes.

III. A analogia – “é a imaginação em auxílio da vontade de se explicar e de convencer.” (L.


Belllenger, 1988: 41). Trata-se de uma semelhança estabelecida pela imaginação entre

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pensamentos, factos, pessoas. Simboliza a vontade de bem se exprimir e bem se fazer entender.
Simplifica a caricatura, prestando-se, assim, a uma fácil fixação e a uma compreensão imediata,
daí o seu uso frequente na publicidade. Os antigos olhavam-na com alguma reserva, aconselhando,
por isso, a introduzi-la com expressões como: de certo modo, quase como, uma espécie de…

IV. Descrição e narração – para convencer alguém, podemos descrever ou narrar uma situação
ou um acontecimento. São o ponto de partida da indução socrática: narra uma história, uma
experiência, uma anedota, desencadeia um processo de inferência que a partir de um facto nos
conduz ao princípio ou à regra. É o peso do concreto, do vivido e do testemunho que passa através
delas. Ambos os processos criam a ausência, a falta de um complemento, de um remate, de um "E
depois?" - ouvido sempre que alguém, ao narrar algo, aparenta parar ou desviar-se do enredo.

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Conclusão
Chegado a esta etapa do trabalho, concluiu-se que o argumento é um raciocínio destinado a provar
ou refutar uma afirmação ou, ainda, uma afirmação destinada a fazer admitir outra. Os argumentos
são, portanto, elementos abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da sua força
argumentativa, aparecendo, assim, no texto, numa disposição crescente, decrescente ou dispersa.
A Via Explicativa à semelhança da anterior procura fazer compreender e tornar inteligível a
informação da argumentação, a via explicativa usa as definições, as comparações, a analogia, a
descrição e a narração. O explicar pretende convencer com o máximo de objectividade.

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Referencias Bibliográficas
1. ABREU, A. S. Breves considerações sobre a arte de Argumentar. In: FIGUEIREDO, M.
F.; MENDONÇA, M. C.; ABRIATA, V. L. R. (Orgs.). Sentidos em movimento: identidade
e argumentação. Franca: UNIFRAN, 2008. p. 63-90. (Coleção Mestrado, 3) 2.

2. FERREIRA, L. A. Leitura e persuasão: princípios de análise retórica. São Paulo: Contexto,


2010. (Coleção Linguagem e Ensino). ReVEL, edição especial vol. 14, n. 12, 2016 ISSN
1678-8931 59

3. MEYER, M. Questões de retórica: linguagem, razão e sedução. Trad. António Hall.


Lisboa: Edições 70, 1998.

4. PERELMAN, C. O império retórico: retórica e argumentação. Trad. Fernando Trindade


e Rui Alexandre Grácio. Porto: Asa, 1993.

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