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Ficha de Leitura Nº 1
Introdução
TEXTO ARGUMENTATIVO
1. Teorias de base
É uma ação complexa finalizada. Este fim coincide com a adesão do auditório a
uma tese apresentada pelo locutor e dando lugar a um encadeamento
estruturado de argumentos. Esses argumentos são hierarquizados, isto é, um
argumento contrária para estabelecer um outro situado a um nível superior e
assim sucessivamente” Estevão (1983)
Ribeiro et. all (2010:322) texto argumentativo como aquele tipo de texto que
visa convencer, persuadir ou influenciar o destinatário a qual se apresenta um
ponto de vista cuja autenticidade ou validade se deve provar. Para a
consecução deste objectivo, após a apresentação da tese (tomada de posição
do autor face a matéria em discussão), deve-se desenvolver o raciocino, a
argumentação propriamente dita. Esta fase exige argumento (justificações,
motivos, razões…) devidamente encadeados e suportados, se possível, por
provas, e credibilizados por exemplos.
2. Característica
Dai que o texto argumentativo, como foi testemunhado na teoria de base, ele é
caracterizado pela presença de uma tese (Aquilo que se pretende provar.), os
argumentos fundamentadores (O conjunto de todas as razões ou motivos que
usamos para sustentar a tese), o facto (realidade objectiva, inquestionável que
serve de exemplos para conferir os argumentos) e da opinião (afirmação é um
modo de ver, é uma convicção é um juízo de valor do individuo, é sempre
discutida.) Estevão (1983)
Segundo Dias et all (2006: 42), fazem também parte das características do
protótipo argumentativo a correção e clareza, evitando todo o tipo de falácias,
na apresentação dos argumentos; a consistência dos argumentos não pode ser
contestável, devendo possuir as seguintes características:
- autoridade – argumentos fundamentados na opinião de pessoas e entidades
com prestígio ou em teses cientificamente aprovadas;
- universalidade – argumentos consensualmente aceites;
- experiência pessoal – argumentos extraídos de uma vivência pessoal
reiterada.
4. Discurso Argumentativo
“ O filme começa as quatro horas. Já são três horas e trinta e acabo de lhe telefonar e
ela ainda está em casa. Como a viagem demora uma hora, é evidente que ela não
chega a tempo de ver o filme.”
Argumentos (explícitos) “São três horas e trinta; ela ainda está em casa; a viagem
demora uma hora.”
Movimento discursivo
Instrução Argumentativa
Orientação Argumentativa
Concessivo Consecutivo conclusiv
Argumentos o
Marcas da Argumentação A B
Causa-------------Efeito
Argumentativos argumentativos
5. Procedimentos Semânticos
ADJECTIVOS AXIOLOGICOS
OBJECTIVOS
SUBJECTIVOS
Ex- engraçado
NÃO
AXIOLOGICOS
Assustado AXIOLOGICOS
Contente grande
bom
Triste Curto
mau
Longo falso
6. Procedimentos Linguísticos
Os argumentos apoiam-se, estrategicamente, não só nos domínios de
avaliação, mas também na estruturada língua. Essa estrutura participa de
forma variada na articulação argumentativa do discurso , assim se
descrevem:
a) Organização lógica da argumentação (recurso a articuladores lógicos,
actos de fala argumentativos);
b) Locutor presente no enunciado (juízos de valor, opiniões, pontos de vista
pessoais);
c) Modalização (grau de certeza sobre as afirmações apresentadas);
d) Fins persuasivos (explicações, exemplos);
e) Recurso predominante a frases declarativas e interrogativas (perguntas
Texto A.
Odeio telefonemas e telefones
Gosto de atendedores
Análise do Texto A.
Sobre as linhas de leitura e de compreensão
Tema
O objeto de debate é dado logo no título: Odeio telefonemas e telefones. Gosto de
atendedores.
Teses
Ao longo do texto, há um confronto entre duas teses: uma favorável aos
atendedores e aos faxes; outra adversa aos telefones e telefonemas.
Argumentos
Há uma reiteração de argumentos a favor da tese defendida (o atendedor e o
fax) ‟são um suplemento de decência e civilização” ‟restituem aos contactos
socias […] uma possibilidade civilizada de distanciação e de recato”, etc. é
argumentos a favor da tese combatida‟ os telefonemas […] é uma imposição,
uma interrupção incómoda”, etc.
Domínios de avaliação
Os argumentos expressam, sobretudo, valores de ética ‟… são um suplemento
de decência e de civilização. É malcriado telefonar; falta de respeito; é nesse
sacrifício que sobrevive o resíduo social e civilizado; é honesto… é bonito
porque deixa um registo […]
Estratégias argumentativas
A organização do texto assenta numa dinâmica opositiva que se verifica na
disposição dos argumentos: argumentos a favor de uma tese e argumentos
contra outra tese.
Como sabem, sou péssimo aluno – candidato certo à reprovação. Não será,
portanto, a falta desse exercício que ira reprovar-me. Por outro lado, tais
subtilezas não se coadunam com o meu tipo de inteligência.
Não me venham dizer que o exercício será útil para a minha formação.
Suponhamos que eu faco a dissertação. Que significado terá? Nenhum, pois
irei fazer uma Redacção que nada representará para mim.
Dirão vocês: ”se fizer a dissertação, nós seremos prejudicados e, por isso,
ajustaremos as contas.” Ora, todos sabemos que cada qual deve assumir a
responsabilidade dos seus actos. Com duas palavras provo isso ao professor
e, portanto, o grupo não será prejudicado.
Em suma, como já estou reprovado, como não vou fazer uso desse
conhecimento, como não quero perder tempo com trabalho fora do meu
alcance, que, de resto, não será útil para minha formação, como ninguém ficará
prejudicado com tal atitude, não vou escrever a dissertação, que não tem valor
algum para mim.
TEXTO – C
Para além da tolerância estatal em matéria de dívidas, irregularidades dos bingos e outras
práticas condenáveis, assiste-se a uma complacência prolongada e inadmissível no que
se refere à existência e actividades das chamadas claques futebolistas. Depois do que
aconteceu na final da taça de Portugal o estado tem de rever drasticamente a sua relação
com os clubes e, de forma muito concreta, o modo como tem sido enquadrada a atuação
das claques.
Não é admissível que o estado continue a ignorar esse fenómeno degradante da atividade
desportiva, que é a existência organizada de espectadores - em núcleos apadrinhados
pelos clubes - cujo comportamento se orienta pelas histerias coletivas, o apetite pela
violência e, nomeadamente, pela tendência pela manifestação tribais e selvagens, de tipo
nazi e fascista, contra os adeptos dos clubes adversos. O mínimo que o estado pode
fazer contra isso é responsabilizar diretamente os clubes pela segurança dos respectivos
estádios e comportamento dos seus adeptos, como acontece em outros países da europa
em que o ”hooliganismo” assumiu proporções preocupantes. Mais e provável que isso não
seja já suficiente em Portugal, onde a capacidade de controlo e enquadramento da
selvajaria nos estádios se depara com a impotência e falta de meios das forças de
segurança.
Há, então, que ter coragem para levar a cabo uma coisa muito simples: cortar todas as
espécies de subsídio, vantagem e ”tolerâncias” aos clubes que não extingam desde já,
formalmente, as suas claques, proibindo-as de utilizar instalações e de recorrer a
facilidades de transporte e acesso a lugares nos estádios.
Para além de outros motivos, o predomínio das claques sobre a assistência aos jogos de
futebol tem contribuído, em larga medida para afugentar os espetadores que apenas
pretendem descultar o prazer do espetáculo ou manifestar de forma calorosa mas
civilizada o apoio à equipa do seu coração.
Aplicação de Conhecimento
Exercício nº1 –
Sobre o Texto B. responde: