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Introdução

Neste presente trabalho serão apresentados de forma breve e sucinta, fichas de leituras que
abordam sobre diferentes temáticas que seria o caso de Textos orais e escritos de natureza
didáctica e científica, Textos expositivo-explicativos: conceito, características, estratégia
discursiva, Regras ortográficas: acentuação, pontuação, ortografia portuguesa e brasileira e
Relações lexicais: sinonímia e antonímia, hiperonímia, hiponímia e paronímia (leia duas obras e
elabore duas fichas de leitura).

Ficha de Leitura 1

Pag. Ficha de Leitura Observações


Referencias Bibliográficas No que diz respeito
http://tondinho.blogspot.com/2010/04/o-texto-expositivo- ao vocabulário,
explicativo.html recorre-se a um
vocabulário
Tema: Textos orais e escritos de natureza didáctica e científica especializado. Isto
O que é? quer dizer que se
É um tipo de texto que tem por objectivo principal a um texto é do ramo
transmissão de conhecimentos a cerca de uma dada realidade, de biologia, por
isto é, fazer-saber ou fazer-conhecer (fazer-perceber). exemplo, irá
O texto visa a transformação do estado cognitivo dos sujeitos recorrer a
aos quais se destina, informando-os de forma clara, objectiva, expressões da
coesa e coerente sobre um assunto ou problema de que se linguagem técnica
supõe eles serem detentores de um saber insatisfatório. que um biólogo
É próprio de um texto expositivo apresentar uma questão, deve dominar. Um
situação ou problema de modo a que os destinatários obtenham gestor ou
um conhecimento, tanto quanto possível. Completo sobre o administrador de
que explana. uma determinada
Estrutura empresa ou
1. Colocar a questão: apresentar a questão ou o problema instituição, também
existente, ou que se pretende estudar, a sua caracterização ou deve possuir e
delimitação, a sua contextualização no espaço e no tempo. dominar um
2. Desenvolver a questão: apresentação dos dados numa vocabulário próprio
cadeia de interligações lógicas concretizando o que foi da área que ele
anunciado na introdução. administra. O
3. Concluir: síntese do anteriormente referido. Em algumas mesmo poder-se-ia
circunstâncias pode não ocorrer a conclusão, como acontece dizer relativamente
num projecto de investigação. às outras áreas do
Funções de Linguagem saber.
1. Referencial (aquela que se usa para transmitir informações
novas);
2. Metalinguística (usada em segmentos que visam explicar ou
esclarecer o sentido de uma noção ou expressão anterior).
Organização Discursiva
Enunciados Expositivos: contendo as informações com as
quais o autor do texto pretende fazer saber, ou seja, transmitir
os novos saberes;
Enunciados Explicativos: com os segmentos explicativos
visando fazer compreender o que se transmite;
Enunciados Baliza: com a finalidade de marcar as
articulações do discurso, isto é, anunciar o que vai ser dito;
resumir o que se disse, ou seja, estabelecer os nexos de ligação
entre as diversas partes do texto.
Características Linguísticas
O uso do presente do indicativo com o valor gnómico
(atemporal), uma vez que se refere a factos que são tidos como
verdadeiros por parte de quem os anuncia, portanto, uma
verdade que perdura independentemente do tempo em que ela
é dita.
Emprego da construção passiva como uma estratégia de
impessoalizar o discurso científico. Sendo o texto científico
objectivo o sujeito deve estar afastado do seu discurso e isso
consegue-se com o recurso à passiva. O texto científico é
monológico.
As nominalizações são usadas para condensar o que foi dito e
assegurar a progressão do texto.
Não se usam os adjectivos valorativos, a não ser que eles
sejam necessariamente exigidos pelo discurso.
As expressões explicativas permitem ao emissor tornar mais
clara a sua comunicação e orientam a compreensão do leitor.
Os conectores discursivos são os elementos que vão assegurar
as relações entre as diversas partes do texto. No texto
Expositivo – Explicativo, os conectores são usados com
frequência e são de natureza lógica. Eles marcam laços de
adição, oposições, laços de consecução ou de causalidade.

Ficha de Leitura 2
Pag. Ficha de Leitura Observações
38 a Referencias Bibliográficas Na forma de
50 GOMES, A. et al. Guia do Professor de Língua Portuguesa. I apresentação das
Vol. 1º Nível. Lisboa, 1991. informações, o texto
didático considera
Tema: Textos orais e escritos de natureza didáctica e científica os conhecimentos
Segundo Gomes et al (1991) “textos didácticos ou de natureza prévios ou não do
científica são os que se propõem a transmitir conhecimentos interlocutor.
ou informações científicas especializadas”. Ou seja, quando o
... “os textos de manuais escolares, os guias turísticos, as interlocutor não tem
instruções relativas ao uso de equipamentos ou de produtos conhecimentos
químicos e farmacêuticos”. prévios sobre o
 Organização dos Textos:  assunto, o tema é
 título ou títulos  apresentado e
 apresentação do tema/problema destrinchado de
 corpo explicativo acordo com o nível
 sistematização de dados  de entendimento.
 Características da linguagem:  O mesmo ocorre
 vocabulário claro e específico  quando já há algum
 frases curtas tipo de

 Características Gerais conhecimento

1) clareza (eliminação de ambiguidades e de prévio. Nesse caso,


generalização excessiva)  a mensagem é

2) precisão (exactidão nos conceitos, explicações, descrições, adaptada ao nível


relações)  das informações

3) coesão (elementos de referenciação e de sequenciação) adquiridas

 4) coerência (sentidos, intertextualidade, argumentação) previamente pelo

5) diagramação (disposição do texto no papel; recursos leitor.


visuais)  É preciso ter em

6) adequação aos objectivos propostos (visando à mente que um texto


aprendizagem) didático não é

 Funcionamento da língua: figurativo e, por

 classe de palavras; este motivo, os

 os pronomes demonstrativos possessivos; termos são

 Concordância do adjectivo com o nome, em número e empregados de

género. maneira exata.

O texto didático é um gênero textual com objetivos


pedagógicos. É disposto de maneira que todos os leitores
tenham a mesma conclusão. Por este motivo, é considerado um
texto utilitário.
A construção de um texto didático é feita de maneira
conceitual, primando pela necessidade do interlocutor de
compreender o assunto exposto com base.
Esse é o tipo de texto utilizado em livros didáticos, por
exemplo, artigos científicos e programas de educação.

Ficha de Leitura 3
Pag. Ficha de Leitura Observações
Referencias Bibliográficas O Texto Expositivo-
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley, Nova Gramática do Explicativo é um
Português Contemporâneo, 15ª ed., Lisboa: Edições Sá da tipo de texto que
Costa, 1999. tem por objectivo
Tema: Textos Expositivos-Explicativos principal a
Conceito transmissão de
O texto expositivo/explicativo é um tipo de texto cuja conhecimentos a
intenção de comunicação se prende essencialmente com cerca de uma dada
conhecimento da realidade, a respeito da qual oferece realidade, isto é,
um saber. fazersaber ou fazer-
A finalidade de acção da linguagem a atingir é a de informar, conhecer (fazer-
isto é, de transmitir conhecimentos ao destinatário relativo a perceber). Daí,
um referente preciso. Por isso, o texto expositivo/explicativo é podemos concluir à
um texto conceptual, visa instruir o estado cognitivo do priori que o texto
destinatário. visa a
Características transformação do
Quanto à organização textual estado cognitivo dos
A análise de qualquer texto requer o conhecimento das regras sujeitos aos quais se
do seu funcionamento, da sua estruturação, isto é, da sua destina,
gramática. informando-os de
Da mesma forma que o campo da linguística desenvolve forma clara,
estudos visando a consciencialização dos elementos da frase, objectiva, coesa e
torna-se imperioso o estudo dos elementos caracterizadores de coerente sobre um
cada tipo de texto. assunto ou
Collier (1986:8) apud Adam resume as fases de construção do problema de que se
texto expositivo/explicativo em três momentos: supõe eles serem
1) A fase de questionar dententores de um
2) A fase de resolução saber insatisfatório.
3) A fase de conclusão Como se pode
Estes três momentos (introdução, desenvolvimento e notar, o Texto
conclusão) podem ou não aparecer explícito na superfície do Expositivo-
texto. Todavia, a fase de questionar não contém Explicativo apenas
necessariamente uma interrogativa directa ou indirecta; apresenta uma
poderá, por exemplo, ser constituída apenas pela explicitação informação, que se
do tema / assunto da exposição, às vezes, aparece no título do considera nova,
texto. partindo de um
A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao saber que se
seguinte encadeamento: de questão poder-se-á ir à resolução, pressupõe que o
ou optar-se pela antecipação da parte conclusiva. leitor o detenha.
Exemplo 1:
Introdução – uma  reflexão sobre influência da droga no
rendimento escolar da camada juvenil.
Implicitamente temos uma questão:
A droga influencia? Porquê? Como?
Desenvolvimento – Expor-se-ão as principais ideias sobre a
influência da droga no rendimento escolar.
Conclusão – Apresentar-se-ão as principais conclusões sobre
o objecto problematizado.
Exemplo 2:
“A droga provoca um fraco rendimento escolar na camada
juvenil, o que origina o abandono dos estudos”.
Desenvolvimentos – Apresentam-se enunciados que fazem
compreender a observância do baixo rendimento nos
consumidores de estupefacientes.
Quanto ao tipo de enunciados
O texto expositivo/explicativo tem uma própria textura que o
distingue das outras formas de discurso.
Assim, este género textual é composto por três tipos de
enunciados:
1. enunciados de exposição, contendo uma sucessão de
informações que visam fazer saber.
2. enunciados de explicação que tem como finalidade fazer
compreender o saber transmitido.
3. enunciados que marcam as articulações do
discurso: anunciar o que vai ser dito; resumir o que se
disse; antecipar o que vai ser dito, através de títulos,
subtítulos, numerações, etc., focalizar o que é dito através
de sublinhados e de mudanças tipográficas.
Os discursos de manuais (usados nas escolas) têm a ver com
saberes científicos de base de uma disciplina, escritos por
autores que não são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim,
um papel de intermediários, Beacco, 1990. Este facto leva o
autor da compilação a usar estratégias que ajudarão o
estudante a compreender o texto.
Características Linguísticas
O texto expositvo/explicativo é um discurso de verdade, a sua
objectividade manifesta-se através de formas linguísticas
próprias. Ele é emitido por um locutor ao qual não são
contestados nem o poder nem o saber. Quando se põe em
causa esta autoridade, entra-se no domínio da polémica,
perdendo, assim o estatuto de texto de explicação. É objectivo
e isento de ataques.
A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma
diversidade de modos de comunicação:
 emprego da passiva;
 nominalizações;
 apagamento do sujeito falante;
 emprego de um presente com valor genérico;
 uso de expressões que explicam os conteúdos
veiculados;
 articuladores.
Uma das características do texto expositivo/explicativo
consiste na abstracção do sujeito entanto que membro duma
sociedade determinada; deve neutralizar tudo o que se possa
resultar de uma apreciação pessoal, subjectiva. O discurso
expositivo deverá, por isso, fazer desaparecer do enunciado
toda a referência a um caso particular, a um momento
determinado e situar-se no universal. A forma passiva é um
mecanismo para tornar impessoal o discurso científico; ela é
usada como uma estratégia de objectividade, de afastamento
do sujeito enunciador do seu discurso.
Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade, mesmo
que em alguns textos apareça um nós, eu, estarão desprovidos
do valor individualizante. Por se tratar de um discurso
monológico, observa-se a ausência de tu.
As nominalizações, processo que consiste na transformação
de um sintagma verbal, ou adjectival num nome, permite, em
certos casos, condensar o que foi dito, assegurar uma
determinada orientação da reflexão.
Exemplo:
“Quando os animais e as plantas morrem, os
corpos  apodrecem (SV) e acabam por desaparecer na
terra. O  apodrecimento (N) é provocado por organismos (...)
”.
Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente
com valor genérico ou estativo que enuncia as propriedades.
Exemplo:
“O gato é um animal vertebrado”.
A informação contida nesta frase constitui uma verdade que
perdura, independentemente da sua enunciação.
O presente genérico não pode ser oposto a um passado ou um
futuro, trata-se de uma forma temporal “zero”, Mainguenean
(1991:65).
Um presente com valor deíctico (actual) reenvia ao momento
de exposição.
As expressões explicativas têm um papel importante nos
textos expositivos/explicativos, permitindo ao emissor tornar
mais clara a sua comunicação e orientar a compreensão do
receptor.
Definidos como elementos que asseguram as relações entre as
diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico, interfrásico,
quer entre parágrafos, no texto expositivo/explicativo, estes
elementos com frequência são de natureza lógica.
Estes conectores podem marcar laços de adição (também,
igualmente) oposições (mas, ao contrário) laços de consecução
ou de causalidade (porque, visto que, dado que).
Exemplo de um texto expositivo explicativo
A CASPA
A caspa é uma dermatose que abrange 20% da população
mundial.
Caracteriza-se pelo aparecimento de partículas brancas,
frequentemente acompanhada de prurido, e hipersecreção
sebácea, não escolhe o sexo, raça ou cor de pele e constitui,
sem dúvida, uma situação embaraçosa, tanto a nível social
como profissional. Embora muitas vezes não coloquem o
problema desta forma, a caspa é considerada uma doença.
Ainda em benigna, está classificada como dermatose e tem
lugar cativo na consulta de Clínica Geral e de Dermatologia ou
no aconselhamento em farmácias.
O seu agravamento, a Dermite Seborreica, constitui para
crianças e adultos um problema clínico com dois picos de
incidência: o primeiro, na infância, pode começar entre a 2ª e
3ª semana de vida e prolongar-se até ao 6º mês; o segundo pico
manifesta-se sobretudo nos 20 e 50 anos.
Durante muito tempo os investigadores encararam a caspa
como resultado de excessiva renovação celular. E o problema
era tratado com aplicações de sulfureto de selénio, alcatrão e
corticosteróides tópicos – combatiam-se os sintomas e não a
causa.
Hoje sabe-se que o responsável pelo aparecimento da caspa é
um microorganismo – Pityrosporum Ovale – que está no couro
cabeludo em 80% das pessoas, mas que nem sempre se
manifesta. Este fungo tem uma função fisiológica, alimenta-se
de detritos biológicos que são libertados pela pele, conferindo-
lhe acidez e constituindo uma barreira de defesa.
A hiperproliferação do Pityrosporum Ovale desencadeia uma
resposta imunológica da pele que conduz à inflamação e
prurido. A caspa é uma doença que deriva de um desequilíbrio
físico e para o qual, à partida, todos os indivíduos têm igual
predisposição. Os factores desencadeadores podem ser os
distúrbios hormonais na altura da adolescência, da menopausa,
ou quando as mulheres tomam a pílula ou distúrbios
psicossomáticos como o stress, doenças do sistema nervoso,
maus hábitos alimentares, abuso do álcool, humidade
atmosférica, calor, etc.
Normalmente, a caspa é uma doença que não apresenta
sintomas, com excepção do prurido, a pessoa não sente nada
sem ser a descamação das películas. Como portadores desta
doença recidivas frequentes, torna-se necessário combater o
fungo e manter sob controle o reaparecimento deste
microorganismo no couro cabeludo.
Hoje trata-se esta doença com Cetoconazole, agente activo do
Nizoral Champô, é um antimicótico (antifúngico) da elevada
potência contra o Pityrosporum Ovale, eliminando por
completo o fungo causador da caspa.
In Saúde e Bem – Estar (Texto Adaptado)

Ficha de Leitura 4
Pag. Ficha de Leitura Observações
Referencias Bibliográficas A análise de
GOMES, A. et al. Guia do Professor de Língua Portuguesa. I qualquer texto
Vol. 1º Nível. Lisboa, 1991. requer o
Tema: Textos Expositivos-Explicativos conhecimento das
Conceito regras do seu
O Texto Expositivo-Explicativo é um tipo de texto que tem por funcionamento, da
objectivo principal a transmissão de conhecimentos a cerca de sua estruturação,
uma dada realidade, isto é, fazersaber ou fazer-conhecer isto é, da sua
(fazer-perceber). Daí, podemos concluir à priori que o texto gramática.
visa a transformação do estado cognitivo dos sujeitos aos quais Da mesma forma
se destina, informando-os de forma clara, objectiva, coesa e que o campo da
coerente sobre um assunto ou problema de que se supõe eles linguística
serem dententores de um saber insatisfatório. desenvolve estudos
Objectivo do texto expositivo-explicativo visando a
Assim, o texto expositivo-explicativo tem por objectivo consciencialização
instruir, comunicando de forma clara e pormenorizada, a um dos elementos da
leitor determinado, que se supõe possuir um saber frase, torna-se
insatisfatório do que deve saber de um facto, assunto ou imperioso o estudo
problema. dos elementos
Terminada a abordagem do objectivo do texto, agora, você vai caracterizadores de
referir-se à sua estrutura. cada tipo de texto.
Estrutura ou organização do texto
O texto expositivo-explicativo estrutura-se em três momentos,
nomeadamente:
 Fase de questionar – é o momento em que se faz a
apresentação do tema ou assunto que vai ser tratado ao
longo do texto.
 Fase de resolução – é o momento em que se
desenvolve o assunto apresentado na fase de
questionar.
 Fase de conclusão – é o momento em que se faz o
resumo e se apresentam as ideias fundamentais
discutidas no desenvolvimento.
A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao
seguinte encadeamento ou colocação: da questão poder-se-á ir
à resolução ou optar-se pela antecipação da parte conclusiva.
Chegado a esta parte, agora, vai falar das características
discursivolinguísticas do texto.
Características discursivas
Do ponto de vista do discurso o texto expositivo-explicativo é
composto por três enunciados:
a) Enunciados de exposição – aqueles que contêm uma
sucessão de informações que visam fazer saber;
b) Enunciados de explicação – os que têm por finalidade fazer
compreender o saber transmitido;
c) Enunciados que marcam as articulações do discurso – são os
que tratam de anunciar o que vai ser dito; resumir o que já se
disse; antecipar o que vai ser dito, mediante o uso de títulos,
subtítulos, numerações, bem como focalizar o que é dito
através de sublinhados e de mudanças tipográficas (formas de
escrever).
Características linguísticas
Do ponto de vista linguístico o texto expositivo-explicativo
caracteriza-se por:
a) Emprego da passiva;
b) Uso das nominalizações;
c) Apagamento do sujeito falante\ enunciador;
d) Emprego do presente com valor genérico;
e) Uso de articuladores [conectores (conjunções, locuções,
preposições)].
Agora veja como se manifesta cada uma destas características.
 Emprego da passiva – é uma forma de se expressar
que consiste em tornar impessoal o discurso científico, isto é,
que não apresenta as marcas de pessoas gramaticais, de modo
a tornar o discurso objectivo.
 Uso das normalizações – é um processo que consiste
na transformação de um sintagma verbal ou adjectival num
nome, permitindo, em certos casos, condensar o que foi,
anteriormente, dito.
 Apagamento do sujeito falante/ enunciador – é um
processo através do qual o discurso torna-se impessoal, quer
dizer, é um discurso que não apresenta as marcas de pessoas
gramaticais.
 Presente genérico – tem os verbos a exprimirem um
valor atemporal e universal. Diz-se valor atemporal porque a
verdade referida perdura ao longo de todos os tempos;
universal pois a verdade em referência é conhecida em todo o
universo.
 Uso de articuladores [conectores (conjunções,
locuções e preposições)] – asseguram as relações entre as
diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico (dentro da
mesma frase), interfrásico (entre diferentes frases), quer entre
parágrafos.
Agora, vai referir-se às características linguísticas, tendo como
ponto de partida:
a) Emprego da passive: «…a caspa é considerada uma
doença». O verbo sublinhado está na forma passiva.
b) Uso das nominalizações: «Durante muito tempo os
investigadores encararam a caspa como resultado de excessiva
renovação celular» – o que equivale a dizer – «Caspa:
consequência da excessiva renovação celular».
c) Apagamento do sujeito falante/enunciador; «Embora muitas
vezes não coloquem o problema desta forma, a caspa é
considerada uma doença». A expressão sublinhada mostra que
o sujeito da frase está ocultado.
d) Emprego do presente com valor genérico: «A
hiperproliferação do Pityrosporum Ovale desencadeia uma
resposta imunológica da pele que conduz à inflamação e
prurido». Trata-se de uma verdade que acontece em todos os
tempos e em todo o universo.
e) Uso de articuladores [conectores (conjunções, locuções,
preposições)]: Caro aluno, os conectores ou articuladores do
discurso podem ser:
i. Para explicar/clarificar: isto é; ou seja; por outras palavras;
ou melhor; então; pode dizer-se que; é o caso de; sendo assim;
por vezes; veja-se; compare-se; observe-se; em relação a; no
que diz respeito a…;
ii. Para ilustrar/exemplificar: assim; por exemplo; tal/tais
como; é o caso de; é de realçar; ressalta-se; importa
salientar…;
iii. Para concluir: em conclusão; finalmente; por todas as
razões apresentadas; consequentemente; em consequência; em
síntese; enfim… Como já sabe, o texto expositivo-explicativo
apresenta três características do discurso, nomeadamente:
a) Enunciados de exposição: «A caspa é uma dermatose que
abrange 20% da população mundial».
b) Enunciados de explicação: «O seu agravamento, a Dermite
Seborreica, constitui para crianças e adultos um problema
clínico com dois picos de incidência: o primeiro, na infância,
pode começar entre a 2ª e 3ª semana de vida e prolongar-se até
ao 6º mês; o segundo pico manifesta-se sobretudo nos 20 e 50
anos».

Ficha de Leitura 5
Pag. Ficha de Leitura Observações
40 a Referencias Bibliográficas Dado o exposto, é
60 KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva possível perceber
psicolinguística. São Paulo: Ática, 2005. que a normatização
s.d. Boa e ma língua. Acedido em 2020. ortográfica do
https://ling.blogs.sapo.pt/15735.html. português é um
Tema: Regras ortográficas: acentuação, pontuação, ortografia sistema complexo,
portuguesa e brasileira que vai muito além
Embora a intenção dos estudiosos tenha sido criar um alfabeto da relação
que notasse foneticamente a língua, sabemos que isso na som/letra, o que
prática não acontece, pois a relação letra-som nem sempre é implica reiterar que
biunívoca. As diferenças geográficas, sociais, etárias, a escrita do
históricas e de classe social são refletidas na língua, que varia e português é
muda. essencialmente
Segundo Kato (2005, p. 17), “na verdade, a relação é fonêmica, visto que
essencialmente fonêmica, isto é, a escrita procura representar procura neutralizar
aquilo que é funcionalmente significativo”. A autora cita a diferenças fonéticas
palavra “descontar” que, ao ser pronunciada, soa mais ou que existem na fala,
menos como [discontá(r)], como argumento para sustentar que, mas que não são
de fato, a nossa ortografia não tem motivação alfabética. significativas,
Kato (2005, p. 17-19), em defesa da ideia de que a ortografia reproduzindo
portuguesa é essencialmente fonêmica, elenca cinco apenas as diferenças
motivações que explicam seu ponto de vista. A primeira delas fonéticas distintivas.
é a motivação fonêmica, em que se neutralizam diferenças Por outro lado,
fonéticas que existem na fala, mas que não são significativas. convém ressaltar a
É o que ocorre, por exemplo, com as vogais “a” da palavra natureza
casa. Enquanto pronunciamos [a] no primeiro caso, dizemos relativamente
[Ə] no segundo; já em cama as duas vogais “a” realizam-se ideográfica da
como sendo o mesmo fonema [Ə]. Nos dois casos, utilizamos escrita, uma vez que
o mesmo grafema para notar sons contextualmente muitas
determinados, porém não distintivos, os quais reconhecemos regularidades do
como realizações de um mesmo fonema. sistema ortográfico
A segunda motivação a que a autora se refere é a motivação são ditadas pela
fonêmica e fonética, que ocorre quando um fonema só tem coerência lexical,
uma realização possível. É o caso das relações biunívocas. Por sem esquecer
exemplo, o “b” realiza-se sempre como [b] no português, seja também o princípio
em posição pré-vocálica como em “bola”, seja em posição pós- da arbitrariedade, se
vocálica, com em “sub-região”. Dizemos, pois, que o “b” é se olhar a língua do
fonêmica e foneticamente motivado. Essa relação de ponto de vista
biunivocidade é recorrente em parte das consoantes do sincrônico.
português como em “p”, “t”, “d”, “f ”, “v”.
A terceira motivação é fonética. Em outras palavras, a
representação ortográfica é apenas foneticamente motivada.
Ilustra isso a familiar regra do m antes de p e b. Palavras como
campo/pombo não admitem o n porque [m], [p] e [b] são
bilabiais; fenômeno semelhante ocorre em canto/lindo, uma
vez que [n], [t] e [d] são linguoalveolares.
Para Kato (2005, p. 18), “a representação ortográfica
representa, pois, a qualidade de nasalização que precede essas
consoantes homorgânicas (de traços semelhantes), quando elas
não são distintivas, mas sim determinadas pelo contexto”. Dito
de outra maneira, é como se, nesses casos, os grafemas “m” e
“n” representassem o til sobre a vogal anterior.
Acentuação gráfica
A acentuação consiste na aplicação de certos símbolos escritos
sobre determinadas letras, para representar o que foi estipulado
pelas regras acentuação do idioma. A acentuação gráfica
consiste na colocação do acento gráfico para indicar a
pronúncia de uma vogal ou marcar a sílaba tônica de uma
palavra.
A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que,
sobrepostos às vogais, indicam a pronúncia correta das
palavras no que respeita à sílaba tônica e no que respeita à
modulação aberta ou fechada das vogais.
Os sinais diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os
sinais gráficos auxiliares, permitem a correta representação da
linguagem falada na linguagem escrita, possibilitando também
uma mais fácil leitura e compreensão do conteúdo escrito.
Os acentos gráficos são elementos essenciais para que se
estabeleçam, por meio de regras, a intensidade/sonoridade das
sílabas das palavras. O uso dos acentos gráficos tônicos (agudo
e circunflexo) está relacionado a alguns fatores. São eles:
sílaba tônica, terminações, pronúncia e encontros de vogais.
Além disso, os acentos podem ser usados para diferenciar
palavras que têm a mesma grafia.
Tipos de acentos gráficos
O Acento agudo (') normalmente é utilizado sobre as letras
“a”, “e”, “o” quando estás representam vogais tônicas. É usado
geralmente para assinalar uma vogal aberta ou longa. Exemplo
1: pó, flexível, Paraná.
O Acento grave (`) é utilizado geralmente para designar uma
vogal curta ou grave em latim e grego. Em português serve
para marcar a crave.
O Acento circunflexo (^) é utilizado sobre as letras “a", “e” e
também sobre a letra “o" indicando um som tônico, porém de
timbre fechado. Exemplo 2: pêssego, âmago, tônico.
No Acento Prosódico todas as palavras de duas ou mais sílabas
possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o acento
prosódico, isto é, o acento da fala, é aquele que aparece em
todas as palavras que possuem duas ou mais sílabas.
O Til (~) é espacialmente usado nos ditongos “ão”, “ãe” e “õe”
ou de forma isolada nas vogais “a" e “o" e possuí a função de
indicar uma pronúncia nasalada da letra em questão. Exemplo
3: questão, cão, pães.
A Crase é o encontro do artigo feminino “a” com a preposição
“a". Ela é caracterizada por à também chamado de acento
indicador da crase. Exemplo 4: Ela obedeceu a diretora. Ela
obedeceu à diretora. A Cedilha é usada para indicar uma
consoante, deve ser pronunciada de forma sibilante. Em
português, francês e turco aparece sobre a letra ç. Exemplo 5:
cabeça, dança, canção. Silaba tónica como base das regras de
acentuação
A acentuação é o método utilizado para indicar a pronúncia de
uma determinada sílaba ou a intensidade da sílaba quando
pronunciada, a intensidade em que uma sílaba é pronunciada é
classificada em duas partes que são nomeadamente tônicas e
átonas. As sílabas tônicas têm uma intensidade forte quando
pronunciadas enquanto que as sílabas átonas possuem uma
pronúncia leve/frágil, por exemplo na palavra “Montanha”, as
sílabas “Mon” e “senha” são sílabas átonas pois quando
pronunciada a sua intensidade é leve, ao contrário da sílaba
“ta”, que é tônica porque possui uma intensidade forte na sua
pronúncia.
As palavras podem ser classificadas quanto a posição da sílaba
tônica e são classificadas em: Oxítonas, Paroxítonas,
Proparoxítonas. Na língua portuguesa são utilizadas quatro
acentuações gráficas: acento agudo (que é utilizado nas vogais
“a”, ”i”, ”u”), acento grave (que é utilizado na vogal “a”),
acento circunflexo (que é utilizado nas vogais “e”, ”o”, ”a”) e
o acento til (que é utilizado nas vogais, ”a”, ”o”).
O timbre é o tom na qual uma vogal é pronunciada, temos
timbres fechado ou fracos e timbres abertos ou fortes, por
exemplo na palavra “Paixão”, na silaba “Pai” temos duas
vogais com timbres diferentes, o “a”, têm um timbre aberto e
mais forte ou destacado enquanto o ”i” têm um timbre fraco,
pouco notado.

Ficha de Leitura 6
Pag. Ficha de Leitura Observações
78-90 Referencias Bibliográficas Os sinais de
BECHARA, Evanildo: MODERNA GRAMÁTICA pontuação são
PORTUGUESA. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2001. muito importantes
MARIANI, Bethania. Colonização Lingüística. Campinas: para a escrita de um
Pontes Editores, 2004. texto. A pontuação
PAGOTTO, Emílio Gozze. O linguista e o burocrata: a na linguagem
universalização dos direitos e os processos normativos. In funciona como uma
ORLANDI, Eni Pulcinelli (org.), Política lingüística no espécie de
Brasil. Campinas: Pontes, 2007. sinalização, guiando
Tema: Regras ortográficas: acentuação, pontuação, ortografia e organizando o
portuguesa e brasileira texto a ser lido.
Regras de pontuação Como num trânsito,
Vamos descrever todos os tipos de sinais de pontuação que os sinais apontam
podem aparecer no texto em português europeu. Segundo a onde deve haver
forma oral, subdividimo-los em cinco sub-capítulos: os sinais pausas ou o que
de pontuação que marcam sobretudo uma pausa, os que chama a atenção.
refletem a melodia do falador, os que servem somente para Um texto mal
separar alguns elementos do texto, os que são utilizados pontuado se torna
geralmente nos textos científicos e o último sub-capítulo ilegível e com isso
refere-se à vírgula, sinal que marca também uma pausa. não é possível
Contudo a problemática do uso da vírgula vai merecer mais compreender a ideia
atenção, na medida em que a parte prática deste trabalho irá do texto. Estes, na
incidir na análise da sua utilização em textos jornalísticos. escrita funcionam
Cada capítulo contem as informações sobre várias regras do como recursos
uso da pontuação no texto, o seu reflexo da língua falada e prosódicos na
referências sobre os erros que o utilizador possa cometer. linguagem oral, isto
 Sinais que marcam pausa é, estes dão o ritmo
Ponto (.) das frases, indicam
Podemos distinguir dois tipos de pontos: o ponto final e o as pausas longas ou
ponto de abreviatura. Têm a mesma forma gráfica, contudo o curtas e vivacidade
segundo tipo pode aparecer também dentro da frase. O ponto no texto. Um dos
final marca uma pausa no fim de uma frase declarativa. Pode sinais mais
aparecer no fim do período simples ou composto. Este sinal importantes é a
confirma que a afirmação está completa. Marca uma pausa vírgula pois esta
relativamente demorada na língua falada depois de um grupo indica uma pequena
fónico. pausa na fala e
A pausa máxima ocorre, quando o ponto final encerra não naturalmente na
somente um período, mas também um parágrafo. Bechara escrita. Por
(2001), define o ponto parágrafo como um ponto que separa exemplo: Um
um grupo de períodos cujo conteúdo tem o mesmo centro de homem para ser
interesse. O ponto de abreviatura indica a supressão de letras. respeitado precisa
Por exemplo, Exmo. Sr. Dr. representam três abreviaturas na ser Engenheiro,
saudação de Excelentíssimo Senhor Doutor. Se a palavra assim médico ou
reduzida aparece no fim de um período, este, não termina com advogado.
dois pontos – o ponto de abreviatura funde-se com o ponto
final. Ponto e vírgula (;)
No discurso, para indicar uma pausa mais longa do que a
vírgula, mas mais curta do que o ponto final, ligamos as frases
com o ponto e vírgula. Porém, este sinal pode ser substituído
pelo ponto ou pela vírgula. É um sinal intermédio, tratando-se,
ora de um ponto reduzido, ora de uma vírgula alongada.
O seu uso depende muito do contexto, da situação e disposição
do autor do texto. Porém, é aplicável às seguintes normas: Este
sinal pode separar as orações coordenadas que já contêm
elementos subdivididos por vírgulas. Trata-se de períodos
extremamente longos nos quais o ponto e vírgula ajuda a
clarificar a estrutura do texto.
 Sinais que marcam melodia
Dois pontos (:)
Apesar de marcar uma pausa demorada no discurso, este sinal
indica uma frase não concluída. A pausa não é mais longa do
que no caso do ponto. Usamo-lo nos seguintes casos:
 Quando introduzimos a conversa no discurso direto.
 Se indicamos uma citação.
 Quando iniciamos uma enumeração.
 Se a frase seguinte explica, sintetiza ou confirma a
ideia contida na oração anterior.
 Alguns escritores de cartas e requerimentos podem usar
dois pontos depois do vocativo inicial.
Ponto de interrogação (?)
Coloca-se no fim de uma frase interrogativa direta, onde
usamos o ponto de interrogação, mesmo se não esperamos uma
resposta. Nunca se usa no fim da frase interrogativa indireta.
No discurso, marca sobretudo a melodia.
Podemos juntá-lo com o ponto de exclamação, como
explicaremos abaixo. Quando a pergunta envolve dúvida ou
espera, o ponto de interrogação pode ser seguido de
reticências. Ex.: Então?...
Ponto de exclamação (!)
Coloca-se no fim de uma frase exclamativa ou imperativa.
Usamo-lo depois das interjeições, frases imperativas, vocativos
intensivos e apóstrofes. Tem tanto valor pausativo como valor
melódico. Na fala, a voz fica fortemente levantada durante
toda a proposição que termina como o ponto de exclamação.
Este sinal exprime emoções fortes, positivas ou negativas. O
uso excessivo do ponto de exclamação pode indicar uma
emoção demasiado intensa (surpresa, raiva, irritação), e não se
trata de um erro gráfico.
Reticências (...)
Os três pontos, cujo número é imutável, são apelidados de
«reticências». Este sinal mostra que o sentido da frase não está
completo. Pode ser substituídas por «etc.». Marca uma pausa
na fala, uma suspensão da melodia, mas não tão forte como no
caso do ponto final. Às vezes, mostra ao leitor (ou ouvinte) o
subentendimento para que este possa prever, com base nas
palavras precedentes, aquilo que não é dito explicitamente.
Pode, de igual modo, manifestar sentimentos como a
hesitação, a dúvida, a indecisão...
Na tipografia, o sinal de «três pontos» representa o termo
diferente. Indica palavras suprimidas no início, no meio ou no
fim de uma citação. Há uma tendência para mudar este sinal
para quatro pontos para evitar confusões com as reticências.
Sinais que separam várias expressões
Aspas (“”)
Trata-se de dois símbolos que indicam palavras determinadas.
Colocam-se no princípio e no fim da fala, em transcrições, em
citações ou em títulos de obras, distinguido-os do resto do
texto. Usam-se também para destacar uma palavra ou
expressão pouco utilizada, quer dizer os estrangeirismos,
arcaísmos, neologismos ou vulgarismos. Este tipo de
expressão pode ser marcado também em letras itálicas.
Podem usar-se para substituir o valor do travessão nos
diálogos, colocando-se as aspas antes e depois da fala. Ex.:
“Bom dia, senhora!” disse Antônio.
Parênteses ( )
Os, assim chamados, parêntesis são usados para isolar as
palavras, as expressões, as orações intercaladas ou os períodos
completos. Marcam uma pausa ligeira e contêm as
informações que completam, explicam, precisam ou comentam
um assunto precedente. No caso de um período completo se
encontrar entre parênteses, o sinal de pontuação
correspondente (ponto final, ponto de exclamação, ponto de
interrogação) deve-se colocar também dentro desses
parênteses. Contudo, a pontuação que pertence à frase no
exterior dos parênteses tem de ser escrita também por fora.
Colchetes (parênteses retos) [ ]
Quando a parte que queríamos separar já contem uma ou mais
expressões já divididas por parênteses, existe um outro tipo de
sinal com valor superior que nos pode ajudar. Usa-se, por
vezes, na matemática, informática e nos escritos científicos.
Na filologia, a transcrição fonética de uma palavra coloca-se
dentro de parênteses retos. Quando uma parte de uma citação é
suprimida, indicamo-lo com reticências dentro de colchetes.
Travessão, hífen, meia-risca (—)
Estes três sinais gráficos são frequentemente confundidos em
virtude da sua semelhança visual. Existe apenas uma diferença
na sua forma que é o comprimento da linha: o travessão é o
maior, o hífen o menor. Cada um destes três símbolos tem a
sua utilização específica.
O travessão emprega-se em casos similares aos das aspas, isto
é, para introduzir as falas no discurso direto. É utilizado, muito
frequentemente, para separar o discurso direto do discurso
indireto. Pode ainda usar-se para separar ou isolar palavras,
expressões ou orações intercaladas – função semelhante à dos
parênteses. É necessário pormos uma lacuna antes e depois da
travessão, ao contrário do que acontece com o hífen. Os
editores de texto, como o Microsoft Word, mudam
automaticamente o hífen entre duas lacunas para o travessão.
O hífen, assim chamado traço de união, usa-se para ligar
pronomes átonos aos verbos ou elementos de palavras
compostas. Estes elementos são unidos por este símbolo sem
lacunas.
A meia-risca, também chamada traço de ligação, meio traço
ou traço médio é usada muito raramente. O seu tamanho é
menor do que o do travessão, mas maior do que o do hífen.
Liga elementos extremos de uma série, sem mencionar todos
os valores de uma enumeração (1–100). Também serve para
unir elementos com uma ligação coerente (Brasília–São
Paulo).
A ortografia portuguesa e brasileira
Até o início do século XX, a ortografia utilizada na língua
portuguesa era a usual, que continha muitas variações, pois
cada indivíduo escrevia como achava correto (BRASIL.
ARQUIVO NACIONAL, 2011). Porém, a criação de
sociedades ortográficas vinha se alastrando pela Europa desde
a década de 1840 (PAGOTTO, 2007, p. 39), impulsionada pela
disseminação da escrita (jornais, imprensa, livros), pela II
Revolução Industrial, pelas ideias iluministas, pela
universalização da educação e pela redução do número de
analfabetos. Foi por esses motivos que em 1877, José Barbosa
Leão e a “Comissão do Porto” propuseram a primeira
padronização ortográfica para a língua portuguesa. Porém, a
proposta acabou rejeitada pela Academia de Ciências de
Lisboa
(ACL).
O segundo projeto a respeito da definição de uma ortografia
portuguesa foi o de Aniceto dos Reis Gonçalves Viana e
Guilherme Augusto de Vasconcelos Abreu mediante a
publicação em 1885 das Bases da Ortografia Portuguesa, que
também não foi oficializado. Gonçalves Viana, entretanto,
continuou os questionamentos à Academia e ao governo sobre
a necessidade de adotar uma escrita única. Sendo assim, ele
publicou em 1904, a Ortografia Nacional: simplificação e
uniformização sistemática das ortografias portuguesas e em
1909, o Vocabulário Ortográfico e Ortoépico da língua
portuguesa.
Enquanto isso no Brasil, em 1907, graças às movimentações
em Portugal para uma ortografia simplificada, o imortal José
Medeiros e Albuquerque apresentou seu projeto de pequena
reforma, semelhante à de Gonçalves Viana, que foi aceito de
pronto pela Academia Brasileira de Letras (ABL), mas sem o
caráter oficial do Estado brasileiro.
Observamos, desse modo, uma crítica ao Brasil, por não adotar
a reforma de 1911, porém nem Portugal, nem a ACL
procuraram o governo brasileiro ou a ABL. Ao
contrário, como fica claro, a ACL ignorou o interesse da ABL
de participar da elaboração da reforma ortográfica, sem
mencionar que não foi assinado nenhum acordo que obrigasse
o Brasil a aceitar tal reforma. Além disso, os portugueses
culpam os brasileiros pelo “prejuízo da unidade
intercontinental da língua portuguesa”, no mesmo decreto.
Prevalece aqui a ideologia colonialista de superioridade
europeia em que para
os portugueses, por ser “berço” da língua portuguesa e sua
filiação ao latim, eles teriam mais saberes sobre ela e o seu
futuro e que por isso deveriam impor ao Brasil as mudanças, e
ao Brasil caberia apenas aceitá-las sem contestação. Esse
discurso se assemelha muito, de certa forma, aos comentários
de Mariani ao Diretório dos Índios (1758): “Não se fala em
um português-brasileiro. Ele ou não existe aos olhos da
metrópole, ou, se existe, precisa ser corrigido, melhorado,
reformatado de acordo com os moldes gramaticais
portugueses. Aos olhos da metrópole precisa ser a
continuidade da imaginária homogeneidade que confere o
caráter nacional a Portugal. Mas os processos históricos,
como se sabe, são continuidade e mudança, sempre”
(MARIANI, 2004, p. 33).

Ficha de Leitura 7
Pag. Ficha de Leitura Observações
Referencias Bibliográficas A semântica,
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley, Nova Gramática do palavra derivada do
Português Contemporâneo, 15ª ed., Lisboa: Edições Sá da grego, é o estudo do
Costa, 1999. significado, do
Tema: Relações lexicais: sinonímia e antonímia, hiperonímia, sentido e da
hiponímia e paronímia interpretação do
A semântica é o ramo da linguística que estuda os significados significado de uma
e/ou sentido dos vocábulos da língua. Do grego, a palavra palavra, signo, frase
semântica (semantiká) significa “sinal”. ou de uma
De acordo com duas vertentes, “sincrônica” e “diacrônica”, a expressão. Neste
semântica é dividida em: campo de estudo da
 Semântica Descritiva: denominada de semântica Linguística, também
sincrônica, essa classificação indica o estudo da são analisadas as
significação das palavras na atualidade. mudanças de
 Semântica Histórica: denominada de semântica sentido que podem
diacrônica, se encarrega de estudar o significado das ocorrer nas formas
palavras em determinado espaço de tempo. linguísticas devido a
A fim de conhecer as palavras apropriadas para empregá-las alguns fatores,
em determinados discursos, recorremos à semântica, ou seja, a como, por exemplo,
significação dos termos. o tempo e o espaço
Para isso, alguns conceitos são basilares para o estudo das geográfico.
significações, a saber:
Sinonímia e Antonímia
Os sinônimos designam as palavras que possuem significados
semelhantes, por exemplo:
 andar e caminhar
 usar e utilizar
 fraco e frágil
Do grego, a palavra sinônimo significa “semelhante nome”
sendo classificados de acordo com a semelhança que
compartilham com o outro termo.
Os sinônimos perfeitos possuem significados idênticos (após e
depois; léxico e vocabulário). Já os sinônimos imperfeitos
possuem significados parecidos (gordo e obeso; córrego e
riacho).
Os antônimos designam as palavras que possuem significados
contrários, por exemplo:
 claro e escuro
 triste e feliz
 bom e mau
Do grego, a palavra “antônimo” significa “nome oposto,
contrário”.
Paronímia e Homonímia
Homônimos são palavras que ora possuem a mesma
pronúncia, (palavras homófonas), ora possuem a mesma grafia
(palavras homógrafas), entretanto, possuem significados
diferentes.
São chamados de "homônimos perfeitos", as palavras que
possuem a mesma grafia e a mesma sonoridade na pronúncia,
por exemplo:
 O pelo do cachorro é curto.
 Pelo caminho da vida.
 Tenho que chegar cedo.
 Cedo meu lugar aos idosos.
Parônimos são aquelas palavras que possuem significados
diferentes, porém se assemelham na pronúncia e na escrita, por
exemplo:
 soar (produzir som) e suar (transpirar);
 acento (sinal gráfico) e assento (local para sentar);
 acender (dar luz) e ascender (subir).
Polissemia
A polissemia representa a multiplicidade de significados de
uma palavra.
Com o decorrer do tempo, determinado termo adquiriu um
novo significado, entretanto, ainda se relaciona com o original,
por exemplo:
 A menina quebrou a perna no acidente.
 A perna da cadeira é marrom.
 Que letra ilegível!
 A letra dessa canção é muito bonita.
Conotação e Denotação
A conotação designa o sentido virtual, figurado e subjetivo da
palavra, alargando o seu campo semântico. Assim, depende do
contexto.
Na maioria das vezes, a conotação é utilizada nos textos
poéticos com o intuito de produzir sensações no leitor.
A denotação designa o sentido real, literal e objetivo da
palavra. Ela explora uma linguagem mais informativa, em
detrimento de uma linguagem mais poética (conotativa).
É muito utilizada nos trabalhos acadêmicos, jornais, manuais
de instruções, dentre outros.
Exemplos:
 Ele foi um cara de pau! (sentido conotativo)
 Não foi aquele cara que te pediu informação ontem?
(sentido denotativo)
 Agiu como um porco. (sentido conotativo)
 No sítio do meu avô há um porco. (sentido denotativo)

Ficha de Leitura 8
Pag. Ficha de Leitura Observações
Referencias Bibliográficas A Semântica é a área da
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley, Nova Gramática do Linguística que é
Português Contemporâneo, 15ª ed., Lisboa: Edições Sá responsável por estudar
da Costa, 1999. o significado ou
Tema: Relações lexicais: sinonímia e antonímia, os sentidos de todas as
hiperonímia, hiponímia e paronímia palavras, frases ou textos
A semântica, palavra derivada do grego, é o estudo do da Língua Portuguesa.
significado, do sentido e da interpretação do significado Vale ressaltar
de uma palavra, signo, frase ou de uma expressão. Neste que Linguística é a ciência
campo de estudo da Linguística, também são analisadas que estuda a linguagem.
as mudanças de sentido que podem ocorrer nas formas A palavra “semântica” tem
linguísticas devido a alguns fatores, como, por exemplo, origem na palavra
o tempo e o espaço geográfico. grega semantikos, que
As atribuições da Semântica significa “aquilo que tem
Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva sentido”, e seu estudo é
em consideração os conceitos descritos a seguir: fundamental para
Sinonímia compreendermos
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que o emprego correto das
apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, palavras. A semântica
os sinônimos. Exemplos: bondoso – caridoso; distante – pode ser dividida em duas
afastado; cômico – engraçado. vertentes:
Antonímia  Semântica
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que Descritiva (ou
apresentam significados diferentes, contrários, ou seja, semântica
os antônimos. Exemplos: bondoso – maldoso; bom – sincrônica): indica
ruim; economizar – gastar. o estudo da
Homonímia significação das
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, palavras na
embora possuam significados diferentes, apresentam a atualidade;
mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os  Semântica
homônimos subdividem-se em palavras homógrafas, Histórica (ou
homófonas e perfeitas: semântica
Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diacrônica): estuda
diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) o significado das
– gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / palavras em um
conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa do singular certo espaço de
do presente indicativo); tempo.
Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, Dentro da Semântica, as
porém diferentes na escrita. palavras foram
Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão classificadas de acordo
(substantivo) – sessão (substantivo); com as relações que têm
Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia entre si. Portanto,
como na escrita. podemos dividir a
Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo semântica em:
(verbo) – cedo (advérbio).  Sinonímia e
Paronímia Antonímia: estuda
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que palavras que são
possuem significados diferentes, porém são muito sinônimas e
semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os antônimos;
parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro –  Homonímia e
cavalheiro; comprimento – cumprimento. Paronímia: estuda
Polissemia as palavras que são
A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma homônimas e
mesma palavra possui de apresentar vários significados. parônimas;
Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo  Polissemia: estuda
humano) – Ele abriu mão dos seus direitos (desistir). palavras que são
Hiperônimo polissêmicas;
É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico  Conotação e
de outra, mas com o sentido mais abrangente. Exemplo: Denotação: estuda
A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos o sentido
de flores, como rosa, violeta etc. conotativo e
Hipônimo denotativo das
O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o palavras.
sentido mais restrito que os hiperônimos. Exemplo:
“Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.
Conotação e denotação
Na conotação, a palavra é empregada com um
significado diferente do original, criado pelo contexto,
diferente do que está no dicionário da língua, utilizado
no sentido figurado. Exemplo: Ela tem um coração de
pedra! Já na denotação, a palavra é empregada em seu
sentido original, com o significado que encontramos
quando consultamos o dicionário, o sentido literal.
Exemplo: O voo dos pássaros é admirável.

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