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Turma Única
4º Ano
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
2.0
(Expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica nacional
Discussão
e internacionais relevantes na
2.
área de estudo
1. Introdução............................................................................................................................3
1.1. Objectivos.....................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos..........................................................................................4
1.2. Metodologias de pesquisa............................................................................................4
2. Análise Descritiva Sintética das Doze (12) Primeiras Unidades.........................................5
2.1. Coesão textual..............................................................................................................5
2.1.1. Elementos que garantem a coesão textual............................................................6
2.2. Conectividade Conceptual (Coerência)........................................................................8
2.3. Organização temática e informacional.........................................................................9
2.4. Intuições sobre a estrutura das combinações de palavras..........................................11
2.5. Tipos de constituintes: categorias sintácticas.............................................................12
2.6. Relações gramaticais e processos de concordância....................................................13
2.7. Relações semânticas entre proposições e propriedades semânticas...........................14
2.8. Referência e sentido...................................................................................................14
2.9. Quantificação nominal...............................................................................................14
2.10. Expressões nominais definidas e indefinidas.............................................................17
2.11. Frases com tópicos marcados.....................................................................................17
2.12. A sintaxe das construções dos tópicos marcados.......................................................18
2.12.1. A topicalização conectada...................................................................................18
2.12.2. O deslocamento à direita da topicalização conectada.........................................19
2.12.3. A topicalização pendente....................................................................................19
2.12.4. O deslocamento à esquerda tópico pendente......................................................20
2.12.5. A topicalização de projecções verbais................................................................20
3. Conclusão..........................................................................................................................21
Bibliografia...............................................................................................................................22
1. Introdução
De forma geral, define-se como linguística descritiva, o estudo do mecanismo pelo qual uma
dada língua funciona, como meio de comunicação entre seus falantes. A linguística
descritiva/gramática descritiva é nada mais do que a descrição da estrutura e o funcionamento
da língua, desde sua forma e função até estabelecer suas regras de uso, ou seja, o que é
gramatical e o que não é gramatical. Entretanto, os conteúdos da Linguística Descritiva do
Português III se centram nos domínios da Semântica, Lexicologia e História da Língua,
portanto, é uma consolidação e complementação da matéria estudada na Linguística
descritiva do Português I e II, visando dotar o estudante de ferramenta básica de Semântica,
Lexicologia e História da Língua à luz dos estágios em que a mesma vai passando, razão pela
qual, surge o presente trabalho, intitulado por Análise Descritiva Sintética do Conteúdo das
Primeiras Doze (12) Unidades do Módulo desta Cadeira. Portanto, o presente trabalho visa a
descrever sinteticamente sobre: Coesão textual, Conectividade Conceptual (Coerência),
Organização temática e informacional, Intuições sobre a estrutura das combinações de
palavras, Tipos de constituintes: categorias sintácticas, Relações gramaticais e processos de
concordância, Relações semânticas entre proposições e propriedades semânticas, Referência
e sentido, Quantificação nominal, Expressões nominais definidas e indefinidas, Frases com
tópicos marcados, A sintaxe das construções dos tópicos marcados.
O trabalho está assim estruturado:
Elementos pré-sexuais
Uma introdução breve que consta todos aspectos desenvolvidos;
Objectivos: Gerais e específicos;
Um desenvolvimento do tema;
Conclusão
Referencias Bibliográficas
5
1.1. Objectivos
6
2. Análise Descritiva Sintética das Doze (12) Primeiras Unidades
7
A coesão textual assegura a ligação entre palavras e frases, interligando as diferentes
partes de um texto. Ela pode ser percebida ao se verificar que as frases e os parágrafos estão
entrelaçados no texto, de modo que um elemento dá sequência ao outro, determinando a
transição das ideias presentes no texto.
Portanto, A coesão é essencial para garantir que o texto seja harmonioso, que
transmita a mensagem com clareza e que faça sentido para o leitor. Para isso é necessário
empregar elementos de coesão, utilizando conjunções, pronomes, advérbios, entre outras
expressões que têm como objectivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto.
8
Conjunção: permite estabelecer relações significativas entre elementos e palavras do texto.
Realiza-se através de conectores como e, mas, depois etc. Há elementos meramente
continuativos: agora (abre um novo estágio na comunicação, um novo ponto de
argumentação, ou atitude tomada ou considerada pelo falante); bem (significa "eu sei de que
trata a questão e vou dar uma resposta ")
Coesão lexical: obtida através de dois mecanismos: repetição de um mesmo item lexical,
ou sinônimos, pronomes, hipônimos, ou heterônimos. Ex: O Presidente foi ao cinema ver
Tropa de elite. Ele levou a esposa.
Colocação: uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico. Ex: Houve um
grande acidente na estrada. Dezenas de ambulâncias transportaram os feridos para o
hospital mais próximo. KOCH (1991, pa.30), tomando por base os mecanismos coesivos
na construção do texto, estabelece a existência de duas modalidades de coesão:
Coesão referencial: existe coesão entre dois elementos de um texto, quando um deles para
ser interpretado semanticamente, exige a consideração do outro, que pode aparecer depois
ou antes do primeiro (catáfora e anáfora, respectivamente) - Ele era tão bom, o meu
marido!
A forma retomada pelo elemento coesivo chama-se referente. O elemento, cuja
interpretação necessita do referente, chama-se forma remissiva. O referente tanto pode ser um
nome, um sintagma, um fragmento de oração, uma oração, ou todo um enunciado. Ex: A
mulher criticava duramente todas as suas decisões. Isso o aborrecia profundamente. (oração)
Perto da estação havia uma pequena estalagem. Lá reuniam-se os trabalhadores da ferrovia.
(sintagma nominal) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em
construção. Os carros passavam buzinando. Tudo isso tirava-me a concentração.
(Enunciado). Elementos de várias categorias diferentes podem servir de formas remissivas:
- pronomes possessivos - Joana vendeu a casa. Depois que seus pais morreram, ela não
quis ficar lá.
-pronomes relativos - é esta a árvore à cuja sombra sentam-se os viajantes.
- advérbios – Antônio acha que a desonestidade não compensa, mas nem todos pensam
assim.
- nomes ou grupos nominais - imagina-se que existam outros planetas habitados. Essa
hipótese se confirma pelo grande número de OVNIs avistados.
Coesão sequencial: conjunto de procedimentos linguísticos que relacionam o que foi dito
ao que vai ser dito, estabelecendo relações semânticas e/ou pragmáticas à medida que faz
9
o texto progredir. Os elementos que marcam a coesão sequencial são chamados relatores e
podem estabelecer uma série de relações:
Implicação entre um antecedente e um consequente: se etc.
Restrição, oposição, contraste: ainda que, mas, no entanto etc
Soma de argumentos a favor de uma conclusão: e, bem como, também etc.
Justificativa, explicação do ato de fala: pois etc. e) introdução de exemplificação ou
especificação: seja...seja, como etc.
Alternativa (disjunção): ou etc.
Extensão, amplificação: aliás, também etc.
Correção: isto é, ou melhor etc. E mais as relações estabelecidas por outras conjunções
coordenadas e subordinadas.
A coesão temporal por exemplo, assenta nos processos de sequencialização temporal que
contribuem para a ordenação temporal e relativa das situações descritas nos enunciados. Os
tempos verbais e os advérbios de tempo asseguram, por excelência, este tipo de coesão. Ex.:
«Estudei muito durante o dia de ontem e hoje o teste vai correr bem.»
Coesão interfrásica assenta em processos gramaticais que estabelecer relações entre
segmentos frásicos. Os conectores são as unidades que tipicamente asseguram este tipo de
coesão: «Primeiro, abriu as portas. Depois, deu início à palestra.»
Coesão frásica: assenta nos mecanismos que asseguram a ligação correcta entre os
elementos linguísticos. As preposições, por exemplo, asseguram este tipo de coesão: «Gosto
de falar com as pessoas.»'
2.2. Conectividade Conceptual (Coerência)
Em conformidade com o site: https://www.passeidireto.com/arquivo/68886876/apostila-de-portugues-
10
Contudo, IBID, conectividade conceptual ou coerência é um factor que resulta da
interação entre os elementos cognitivos apresentados pelas ocorrências textuais e nosso
conhecimento de mundo. A coerência está directamente ligada à possibilidade de se
estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto tenha sentido
para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade,
ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor
tem para calcular o sentido desse texto.
Esse sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global. É por isso
que uma sequência como “Maria tinha lavado a roupa quando chegamos, mas ainda estava
lavando a roupa é vista como incoerente, pois, apesar de cada uma de suas partes ter sentido,
parece difícil ou impossível estabelecer um sentido unitário para o todo da sequência, (IBID).
Portanto, para haver coerência, é preciso que haja possibilidade de estabelecer no texto
alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos. Outro aspecto a ser observado
quanto à coerência é que a relação a ser estabelecida entre os elementos linguísticos não é
apenas semântica, mas também pragmática, ou seja, a relação tem a ver com os nossos atos de
fala.
Ex.: A: É telefone.
B: Estou no banho.
A: Tudo bem.
Como é que interpretamos o texto acima? Bem, nesse caso, devemos imaginar uma situação
na qual: a) a enunciação da primeira frase (o primeiro comentário de A) será interpretada
como pedido, uma vez que é uma frase declarativa; b) o comentário de B é uma resposta a A e
tem a força comunicativa de desculpas por não poder atender ao seu pedido; c) a segunda
intervenção de A é reconhecida como aceitação das desculpas de B e como um oferecimento
pessoal para fazer o que A havia solicitado que B fizesse,
(HTTPS://WWW.PASSEIDIRETO.COM/ARQUIVO/68886876/APOSTILA-DE-PORTUGUES-INSTRUMENTAL-LEITURA-E-PRODUCAO-TEXTUAL-
CURSOS-SUPERIORES ).
Podemos considerar, então, que esses discursos estão coerentemente constituídos, uma
vez que podemos recuperar os laços proposicionais ausentes e produzir uma versão com
coesão:
A: É telefone. (Você pode atender pra mim, por favor?)
B: (Não vou poder atender porque) Estou no banho.
A: Tudo bem. (Eu atendo).
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Portanto, se há uma unidade de sentido no todo do texto quando este é coerente, a base da
coerência é a continuidade de sentidos entre os conhecimentos activados pelas expressões do
texto. Por outras palavras, quer-se dizer que é através da coerência que percebemos a
continuidade de sentido e o encadeamento entre os componentes de um texto.
2.3. Organização temática e informacional
Para HALLIDAY & MATTHIESSEN (2004), além de uma representação e de um
intercâmbio, a oração também consiste em uma mensagem. Como mensagem, a oração
orienta-se a partir de duas pressões: a organização temática e a estrutura informacional.
Tomando como base o polo do falante, tem-se o sistema de organização temática. O
Tema consiste no elemento que o falante escolhe como ponto de partida para a sua construção
oracional. De um ponto de vista cognitivo, possui a função de orientação ou perspectivização,
sinalizando possíveis ângulos ou pontos de partida/expansão do texto, ao passo que o Rema
actua no sentido de elaborar o tópico do texto.
Tomando como base o polo do ouvinte, tem-se o sistema de estrutura informacional.
A estrutura informacional abarca duas dimensões interrelacionáveis de análise:
O status informacional, que diz respeito ao carácter recuperável (dado), acessível,
inferível, articulante das unidades informacionais do texto e da oração, e a relevância
informacional, que envolve o foco atribuído pelo produtor textual a certos segmentos
oracionais. O Novo configura-se no elemento que o falante projecta como aquele que é
desconhecido pelo ouvinte. Em outros termos, o Novo configura-se na informação que
modifica o fluxo discursivo e que tende, portanto, a ocupar a posição direita (pós-verbal) da
oração. A organização informacional tem natureza não estrutural, ou seja, ela não é mapeada a
grupos morfossintáticos específicos. Sua configuração é prosódica.
Campo Temático e Remático (ARÚS, LAVID, ZAMORANO-MANSILLA, 2010)
A. Tema→ Núcleo e Pré-Núcleo.
I. O Núcleo tem funções discursivas e oracionais. Trata-se do primeiro elemento com
função na configuração ideacional da oração. Em Português, tal função parece estar
circunscrita ao Sujeito, ao Complemento e ao Verbo.
II. O Pré-Núcleo é realizado por adjuntos que não exaurem o potencial temático da
oração. Em geral, tais elementos actuam na construção do cenário ou na perspectiva
subjectiva em que um evento é semioticamente construído.
B. Tópico →Tema Absoluto (Topicalizado), Tema Interpessoal, Tema Textual
12
I. Tópico →É demarcado prosodicamente e tende a ter autonomia sintáctica. Como resultado
dessa autonomia, não possui uma função discursiva independente. Muitas vezes, é
anaforizado na estrutura oracional subsequente e aparece à esquerda (posição pré-verbal) da
oração.
C. Rema → O Rema tende a ser o espaço no qual a informação nova (Novo) tende a recair.
Tópico Tema Rema Tema Rema
O Paulo, Ele Ainda não marcou a prova Ontem Meus Estavam bêbados
amigos
Núcleo Pré-núcleo Núcleo
17, percebe-se que a cada palavra ou combinação de palavras que funciona como uma unidade
sintáctica chama-se constituinte. Os constituintes que se combinam para formar uma unidade
sintáctica maior chamam-se constituintes imediatos dessa unidade.
Portanto, quando determinam a estrutura de uma combinação de palavras, analisando
o modo como cada palavra se combina em unidades sucessivamente maiores e mais
complexas estruturalmente, estamos a fazer análise em constituintes. A análise em
constituintes pode estar representada através de:
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(i) Uma caixa de Hockectt;
(ii) Um diagrama em árvore e;
(iii) Uma parentetização.
As intuições dos falantes sobre a estrutura das frases podem ser confirmadas através de testes
de consistências, que permitem identificar os constituintes principais de cada frase.
Teste de substituição (por pronome pessoal): Essa rapariga loura /comprou um chapéu com
uma pena.
Ela/comprou um chapéu com uma pena.
Teste de Deslocação (por clivagem e por Deslocação à Direita):
Foi essa rapariga loura que comprou um chapéu com uma pena.
Comprou um chapéu com uma pena, essa rapariga loura.
Teste de Retoma Anafórica (em estrutura de coordenação):
Essa rapariga loura comprou um chapéu com uma pena mas todos acham que ela fez
um disparate
Para: HTTPS://REPOSITORIOABERTO.UAB.PT/BITSTREAM/10400.2/10703/1/L%C3%ADNGUA%20PORTUGUESA_INSTRUMENTOS%20DE%20AN%C3%A1LISE.PDF, em
síntese, percebe-se que:
As unidades sintácticas em que se organizam as combinações de palavras estão
classificadas em categorias (como nome, verbo, adjectivo);
Estas categorias são de natureza sintáctica e não morfológica;
Dadas as limitações das definições nocionais, as categorias sintácticas são determinadas
através do método distribucional, que desenvolve e operacionaliza os conceitos
saussurianos de relações sintagmáticas e paradigmáticas;
14
O método distribucional, que recorre a operações de segmentação e de substituição,
estabelece que duas palavras distribucionalmente equivalentes pertencem à mesma
categoria sintáctica;
Critérios distribucionais podem levar a reconhecer a existência de subclasses numa
categoria sintáctica;
As representações da estrutura de constituintes que contêm informação sobre a categoria a
que pertence cada unidade sintáctica denominam-se representações etiquetadas;
Para dar conta do diferente tipo de complexidade interna de cada tipo de unidade
sintáctica, utilizam-se etiquetas como N-GN-SN, V-GVSV (ou, equivalentemente, N-N'-
N", V-V'-V").
II.6. Relações gramaticais e processos de concordância
Percebe-se que numa oração, o SV tem a função sintáctica de predicado e o SN ou a F
constituinte imediato da frase tem a relação gramatical-Sujeito. Exemplos:
O actor tossiu
Os meus amigos catalães vêm a Portugal em Abril.
Já chegaram os livros que encomendei.
Surpreende a Maria que ele tenha chegado tarde.
Nas frases (a, b, c) as expressões com a relação gramatical de sujeito da frase simples (a, b) e
da complexa (c) são expressões nominais; em (d), o sujeito da frase complexa é uma frase.
Portanto,HTTPS://REPOSITORIOABERTO.UAB.PT/BITSTREAM/10400.2/10703/1/L%C3%ADNGUA%20PORTUGUESA_INSTRUMENTOS%20DE%20AN
%C3%A1LISE.PDF ,afirma-se que:
Nas frases a que pertencem, os constituintes desempenham relações gramaticais;
Em cada frase, o SV tem a função sintáctica de predicado, e o constituinte nominal ou oracional
que com ele se combina para formar a frase tem a função de sujeito;
As relações gramaticais centrais são sujeito, objecto directo (relação desempenhada pelas
expressões nominais ou frásicas seleccionadas pelo verbo) e objecto indirecto (relação
desempenhada por expressões preposicionais seleccionadas pelo verbo e substituíveis pelo
pronome átono lhe(s)); os restantes complementos preposicionais e adverbiais, quer de verbos,
quer de nomes, adjectivos ou preposições, desempenham funções oblíquas;
Através de testes de substituição por pronomes pessoais e demonstrativos, identificam-se com
clareza as expressões com a relação gramatical de sujeito, objecto directo e objecto indirecto;
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Através de um teste de retoma anafórica em pares pergunta-resposta é possível identificar as
expressões preposicionais e adverbiais que são seleccionadas pelo verbo: se são complementos
do verbo não podem ocorrer na pergunta e têm de ocorrer na resposta;
O tipo e número de complementos exigido pelo verbo permite-nos distinguir, nesta categoria,
três grandes subclasses: verbos principais (organizáveis nas subclasses intransitivos, transitivos
directos, transitivos indirectos, ditransitivos), verbos copulativos (seleccionam um
complemento com a função de predicativo do sujeito) e verbos auxiliares (seleccionam um
complemento SV);
Podem igualmente ocorrer nas frases expressões com funções sintácticas de modificação
restritiva e apositiva;
As relações gramaticais desempenham um papel determinante na interpretação semântica das
frases e no desencadeamento de processos de concordância.
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Há deslocação à esquerda do determinante, em 5, e não é aceitável a deslocação à esquerda do
quantificador, em 6.
Os quantificadores, isolados ou combinados com outros elementos, podem surgir com
elipse nominal, como acontece em 7 e como é o caso de um dos exemplos enviados, aqui
retomado em 8, como resposta à questão colocada com um quantificador interrogativo.
7. «Encomendei cinco livros, mas chegaram só dois [ ] até agora.»
8. (a) «Quantos alunos vieram?»
(b) «Vieram dois/só dois [ ].»
Os exemplos 7 e 8 mostram que os quantificadores apresentam um comportamento típico:
precedem o nome e podem surgir com elipse nominal, caso particularmente comum nos
quantificadores numerais.
No DT, os quantificadores estão agrupados num conjunto de classes fechadas de
palavras — quantificador numeral, quantificador relativo, quantificador interrogativo,
quantificador universal e quantificador existencial. Contudo, a classe dos quantificadores não
é composta apenas pelos elementos que integram estas subclasses. Trata-se de uma classe
mais abrangente composta por palavras ou locuções que podem pertencer igualmente à classe
dos nomes, dos advérbios, dos adjectivos, dos pronomes.
No exemplo 9, a par do numeral fraccionário que integra a expressão «um terço de»,
os quantificadores são, respectivamente, o nome metade, que integra a expressão «metade
de», e a locução «uma parte de». Esta locução configura uma estrutura partitiva que nos diz
que uma parte do percurso foi concluída, mas não temos informação numérica sobre o
referente.
9. «Ontem, os miúdos fizeram um terço/metade/uma parte do percurso.»
Os exemplos 10 e 11 ilustram a quantificação realizada por advérbio e adjectivo. Em 10, a
construção expressa o grau do adjectivo.
10. «O Pedro está muito alto para a idade.»
11. «Serviram numerosas sobremesas ao jantar.»
Os exemplos 12, 13 e 14 mostram-nos também que os quantificadores podem funcionar
isoladamente no grupo nominal, na forma de pronomes quantificadores. São casos típicos os
pronomes que funcionam como quantificadores negativos. Quanto a este valor
quantificacional do pronome, é de referir a informação fornecida no DT, sobre o pronome
indefinido: «Pronome (…) correspondente ao uso pronominal de um quantificador ou de um
determinante indefinido.»
18
12. «Todos vieram à festa.»
13. «Ninguém veio à rua.»
14. «Nada aconteceu.»
Do ponto de vista da interpretação do grupo nominal, poderemos estar perante quantificadores
que funcionam em elipse nominal. Tal como nos exemplos em 8, estes pronomes
quantificadores referem-se a entidades anteriormente referidas no co-texto ou referenciadas
pelo contexto. Resta ainda acrescentar que os quantificadores podem expressar informação
quantitativa não apenas sobre expressões que denotam entidades, mas sobre expressões que
denotam situações (15).
15. «Andei bastante e descansei poucas vezes.»
Portanto, através da quantificação nominal pode-se generalizar a atribuição a todos os
elementos de uma classe de indivíduos ou uma quantidade inferior à totalidade dos elementos
de uma classe.
a) Todos os portos são interessantes. (quantificação universal)
b) Cada estudante realizou três testes. (quantificação universal)
c) Muitos professores usam o correio electrónico. (quantificação existencial)
d) Algumas nódoas saem com benzina. (quantificação existencial)
e) Nenhum estudante faltou ao exame. (quantificação universal)
A frase contendo mais do que uma expressão quantificadora pode ser ambígua devido ao
escopo relativo que toma cada uma dessas expressões: escopo, largo ou estreito.
21
ao sujeito parece ser mais uma restrição informacional que sintática, já que diz respeito à
identificação do constituinte que funciona como tópico, sendo que este é normalmente um
sujeito.
11. a. [IP ec faz [VP [DP muito sentido]]]. [IP [DP esse raciocínio] faz [VP [DP muito sentido]]].
b. Fronteamento para adjunção a IP na segunda oração: [ IP ec faz [VP [DP muito sentido]]]. [IP [DP esse
raciocínio] [IP [DP –] faz [VP [DP muito sentido]]]].
c. Elipse sentencial do IP: [IP ec faz [VP [DP muito sentido]]]. [IP [DP esse raciocínio] [IP [DP –] faz [VP [DP
muito sentido]]]].
23
3. Conclusão
Em suma, conclui-se que a coesão textual é um factor importante do texto que se refere à
conexão de palavras, expressões ou frases dentro de uma sequência. O texto coeso se constrói
com elementos de ligação que podem ser conjunções, pronomes, verbos, advérbios,
conectores coesivos (termos e expressões); e sem sequenciadores, sendo o lugar do conector
marcado por sinais de pontuação (vírgula, ponto, dois-pontos, ponto-e-vírgula). Conectividade
conceptual ou coerência é um factor que resulta da interação entre os elementos cognitivos
apresentados pelas ocorrências textuais e nosso conhecimento de mundo. Além de uma
representação e de um intercâmbio, a oração também consiste em uma mensagem. Como
mensagem, a oração orienta-se a partir de duas pressões: a organização temática e a estrutura
informacional. As intuições dos falantes sobre a estrutura das frases podem ser confirmadas
através de testes de constituência, que permitem identificar os constituintes principais da
frase. Para dar conta dos diferentes tipos de complexidade interna de cada tipo de unidade
sintáctica, utilizam-se etiquetas como N-GN-SN, V-GV-SV, (ou equivalente, N-N’-N’’, V-
V’- V’’). As relações gramaticais centrais são sujeito, objecto directo e objecto indirecto e os
restantes complementos preposicionais e adverbiais, quer de verbos, quer de nomes,
adjectivos ou preposições, desempenham funções oblíquas Entre as propriedades semânticas
das combinações livres de palavras destacam-se a anomalia semântica, a ambiguidade
semântica, a vagueza e a indexicalidade. Os nomes próprios têm uma função designatória,
fornecendo pouca ou nenhuma informação sobre as características dos indivíduos que
denotam. As frases contendo mais do que uma expressão quantificadora pode ser ambígua
devido ao escopo relativo que toma cada uma dessas expressões: escopo, largo ou estreito. As
expressões nominais definidas em certos contextos designam indivíduos singulares ou plurais.
As expressões nominais indefinidas são passíveis de uma interpretação específica ou, quando
dependentes de certos verbos de atitude proposicional ou modificadas por relativas no
conjuntivo, de uma interpretação não específica. Em línguas de proeminência de sujeito como
o português, quando o mesmo constituinte acumula a relação gramatical de sujeito com o
papel discursivo de tópico chama-se tópico não marcado, por exemplo: “Os miúdos
telefonaram”. Quando o tópico frásico não tem essa relação, denomina-se tópico marcado.
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Bibliografia
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