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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A integração da literatura na formação do leitor

Ilda Fernando Castigo - 708205868

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Turma: C
Disciplina: Didáctica de Literatura
Ano de frequência: 4º Ano
1° Trabalho
Docente: Dr. Carlitos Manuel Nginga

Chimoio, Abril de 2023


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Nota
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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura Aspectos  Discussão 0.5
organizacionais  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada
ao objecto do trabalho 2.0
 Articulação e domínio
Conteúdo do discurso académico
(expressão escrita 3.0
Análise e cuidada, coerência /
discussão coesão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.5
Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho
gerais Formatação de letra, parágrafo, 1.0
espaçamento entre linhas
Normas APA
Referências 6ª edição em  Rigor e coerência das
Bibliográficas citações e citações/referências 2.0
bibliografia bibliográficas
Recomendações de melhoria
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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
1.1 Objectivos do trabalho ...................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo geral .............................................................................................................. 2
1.1.2. Objectivos específicos .................................................................................................. 2
1.2. Metodologia do trabalho .................................................................................................. 2
2. Análise e discussão ............................................................................................................. 3
2.1. Conceito de literatura ....................................................................................................... 3
2.2. Funções da literatura ........................................................................................................ 4
2.2.1. Função literária catártica ............................................................................................... 4
2.2.2. Função literária estética ................................................................................................ 6
2.2.3. Função literária cognitiva ............................................................................................. 6
2.2.4. Função literária político-social ..................................................................................... 7
2.3. Integração da literatura na formação do leitor ................................................................. 8
3. Conclusão.......................................................................................................................... 10
4. Referências bibliográficas ................................................................................................. 11
1. Introdução
O presente trabalho de Didáctica de Literatura, do Instituto de Ensino à Distancia, da
Universidade Católica de Moçambique, do Curso de Licenciatura em Ensino de Português e
constitui o primeiro com propósito avaliativo.

Neste trabalho abordar-se-á A integração da literatura na formação do leitor, que é o tema.

A literatura pode encontrar a sua razão de existir na necessidade de expressão da realidade


social. E em todas as sociedades é sobejamente conhecido o papel da literatura na
representação da realidade, ou seja, na manifestação da realidade/identidade dos povos desse
conjunto de países.

Procuramos com este trabalho, analisar a integração da literatura na formação do leitor.

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1.1 Objectivos do trabalho

1.1.1. Objectivo geral


 Abordar a integração da literatura na formação do leitor.

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceitualizar literatura;

 Explicar as funções da literatura;

 Elucidar a integração da literatura na formação do leitor.

1.2. Metodologia do trabalho


De modo a alcançar os objectivos acima propostos, a metodologia do trabalho baseia-se na
revisão bibliográfica localmente disponível e na internet, além de documentos que abordam a
matéria.

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2. Análise e discussão

2.1. Conceito de literatura


Covane (s.d.) ensina que enquanto Platão, na interpretação de Rohrmoser, apreende a
literatura a partir da questão da realização do ser humano, Aristóteles, segundo Schadewalt,
procura entendê-la, tomando como ponto de partida o efeito que ela exerce no espírito do
receptor, sem preconceitos. Platão critica a entrega, sem reservas, aos afectos de dor e de
temor, como forma de auto-alienação, Aristóteles procura demonstrar que esta entrega, numa
perspectiva ética, não é nociva (p. 18).

Segundo Schadewalt (cit. Covane), Aristóteles insere a literatura no domínio do


entretenimento e do lazer. A Aristóteles interessava apenas a “caracterização mais exacta do
prazer e da alegria características da tragédia”, e não uma intenção pedagógica. Aristóteles
não compreende a arte na acepção de uma auto-realização do ser humano, mas segundo
critérios de higiene - terapêuticos. O espectador passa por uma purificação, à semelhança de
uma purga medicinal; associada, precisamente, ao prazer, e este prazer é inofensivo.

Voltaire (1694–1778) que, ao escrever sobre o verbete “literatura”, em seu Dicionário


Filosófico, encontra dificuldade para traduzir com precisão o seu sentido e então diz que
literatura é um desses termos vagos muito frequentes em todas as línguas. Ele repete o sentido
já conhecido entre gregos e latinos, e diz que a literatura é uma “forma particular de
conhecimento”; um conhecimento das obras de bom gosto que trazem prazer na leitura; um
conhecimento do bem escrever; um conhecimento crítico sobre as coisas. Mas essa visão
ainda não considera a literatura como uma arte com suas características próprias.

Portanto, em Voltaire se destaca uma novidade: é o fato de ele ter retirado do campo da
literatura a pintura, a arquitectura, a música, diferentemente do que pensava Francisco Dias
Gomes.

Em 1751, Diderot (1713-1784), no trabalho Pesquisas filosóficas sobre a origem e a natureza


do belo, usa a palavra “literatura” com um sentido que merece atenção. Diz ele:

“Ou se consideram as relações nos costumes e se tem o belo moral, ou se consideram as


relações nas obras de literatura e se tem o belo literário, ou se consideram as relações nas
peças de música, e se tem o belo musical” (Silva, 1999, p. 6 ).

Na afirmação acima, se encontram diferentes tipos de belo e a Literatura já encontra um


espaço particularizado para o seu reconhecimento. Trata-se do espaço da língua, do discurso e
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tudo o que está fora desse espaço está fora da literatura, o que já é um passo significativo para
uma concepção mais específica da literatura. Nesse texto aparecem dois novos significados
que vão ser cada vez mais utilizados a partir da segunda metade do século XVIII e que
podemos traduzir como: a) a literatura é um trabalho de linguagem que se ocupa de questões
estéticas; b) a literatura é uma forma particular de expressão artística.

Amaral (cit. Silva, 1997, p. 12) refere que a literatura é uma criação humana e, por este ter
vontades, valores e necessidades que constantemente mudam, a literatura o acompanha neste
transitar, pois “reflecte o modo de se ver a vida e de estar no mundo.”

Portanto, a literatura é a arte da palavra (arte de natureza verbal), é ficção, é fuga da realidade,
uma realidade imaginária. A literatura é uma forma de conhecimento do mundo e do ser
humano.

A obra literária é sempre um artefacto, um objecto produzido no espaço e no tempo, um


objecto, como escreve Lukács, que se separa do sujeito criador [...] possuindo uma realidade
material, uma textura semiótica sem as quais não seriam possíveis nem a leitura, nem o juízo
estéticos (Aguiar e Silva, 1997, p. 34).

2.2. Funções da literatura


A literatura consiste numa das mais variadas formas de expressão do ser humano, no seu meio
de actuação, de vivência e de convivência. Por ter um papel importante no desenvolvimento
da sociedade, ela vem acompanhada de quatro funções essenciais, a saber: a catártica, a
estética, a cognitiva e a político-social.

2.2.1. Função literária catártica


A palavra ―catarse deriva etimologicamente da palavra grega kátharsis, que possui como
significado purificação, purgação, mênstruo, alívio da alma pela satisfação de uma
necessidade moral (Houaiss, 2001), mas também pode ter o sentido de uma libertação do que
estava reprimido ou de um alívio causado pela consciência de sentimentos ou traumas
reprimidos, com o ato final de liberdade sendo representado por sentimentos de medo ou de
raiva.

A função catártica (Aristóteles, 1992), enquanto literária, tem seu ápice na tragédia, uma vez
que ela não é a mera imitação de/dos homens, mas de acções e vida, de felicidade plena ou, na
sua falta, de infelicidade. Com isso, é possível reflectir sobre o sentido da vida (para aqueles
que buscam determiná-lo) ou permanecer no questionamento acerca disso, mas estabelecem
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valor sempre pelas acções e não pelas qualidades intrínsecas dos sujeitos, pois, conforme o
filósofo grego, o ser humano possui suas virtudes conforme o carácter, mas ele pode ser bem
ou mal aventurado pela prática de actos concretos. Daí porque a tragédia clássica enfoca na
imitação de caracteres pelas personagens para efectuar determinadas acções.

Dessa forma, a função catártica é empregada nas obras literárias a fim de realizar uma
aproximação entre o espectador e seus sentimentos, fazendo com que ele se envolva com o
que assiste ou lê, para que sinta as dores e os sofrimentos da personagem (Iriyoda, 2007).

Sobre essa função catártica, Chisté (2015, p. 61) esclarece:

Como se trata de um conceito fundamental para se pensar a formação humana, sobretudo a


formação estética, propusemos relacionar o processo catártico ao ensino da arte, promovido
tanto pela escola quanto pelo espaço expositivo. Diante dessas ideias, pudemos concluir que
cabe aos espaços expositivos buscar, em seus sectores educativos, aproximar os objectos
artísticos do público, efectivar sua função educativa, cultural e social, promover o acesso e a
apropriação dos bens culturais constituintes da nossa história. Do mesmo modo, é função da
escola, e por conseguinte do ensino da arte, dar condições para que os indivíduos se apropriem
das produções científicas e artísticas elaboradas pelo homem.

Machado (2011) remata que a catarse, por fim, nada mais é do que a purificação das emoções
através dos sentimentos de terror e de piedade. Nesse sentido, as tragédias gregas como
depois as romanas podem ser compreendidas como didácticas, pois visavam, de certa forma,
manter um equilíbrio entre o ser humano e o cosmos que integrava (p. 470).

A função literária catártica tende a ser responsável pelo surgimento de uma determinada
prática comportamental, fundada em processos psicológicos que se juntam ao conjunto
cultural, elaborando formas possíveis e plausíveis do ser humano exercer controlo sobre suas
acções e pensamentos; sendo que a literatura, de forma geral, e a escrita, de forma específica,
realizam a exploração do universo psíquico, tendo como centro o escritor como sujeito em
contacto com o real e possível externalizador do acto catártico, preso aos universos
subjectivos e intersubjectivos, onde há o vislumbre da essência do infinito, a realização das
possibilidades do ser, bem como a reconstrução de desejos aparentes e transcendentes (Lopes,
2019).

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2.2.2. Função literária estética
A função literária estética garante a experiência de dar carga semântica a uma obra, fruto da
realização da leitura, lastreada na estrutura aberta do texto estético, o que cria um jogo de
sentidos para um escrito, que, ao fim, se transforma numa grande motivação para que o leitor
direccione seu conhecimento de mundo, suas vivências, e gere actualização a cada texto que
lê (Trindade, 2013, p. 16).

Para Cândido (2004), nessa função atribuída ao literário pelo elemento estético, a literatura
pode ser considerada como uma força de iniciação vital, com complexos e variações.
Entretanto, justamente por essa razão, ela nem sempre é desejada pelos educadores: seus
padrões nem sempre suscitam elevação ou edificação. Em contrapartida, a literatura traz como
elemento de liberdade em si o que chamamos de bem ou de mal, humanizando profundamente
porque faz viver.

A função estética orienta o olhar do leitor para o mundo pelo conteúdo da obra, que passa a
ser fundado pela relação arte e mundo, afastando uma concepção meramente utilitária. É pela
estética que os sentidos do homem são ampliados, a ponto de permitir a contemplação da obra
pela via artística, ou melhor, pela abertura da obra, o sujeito pode ser encaminhado aos
múltiplos formatos de interpretação, pois a obra é inacabada, indefinida, e quanto mais aberta
a obra for, mais caminhos serão oferecidos ao leitor (Eco, 2010, p. 24).

Calvino (1998) ressalta que a literatura viabiliza caminhos para um diferente conjunto de
olhares para novos ou antigos estilos e formas, fazendo com que a diferença de observações
fomente novas percepções da imagem do mundo e da vida. Contudo, é válido salientar que o
grande desafio da literatura é o de saber tecer ou arranjar em conjunto os diversos saberes e as
diversas codificações numa visão plural e multifacetada do mundo que conhecemos (p. 19).

2.2.3. Função literária cognitiva


A função cognitiva, na literatura, auxilia o leitor no desenvolvimento da linguagem e do
conhecimento por trabalhar formas de articulação que ajudam o indivíduo a delimitar o
mundo em si, a entender Eras, por indicar diversos caminhos, onde a relação entre sujeito e
objecto perde uma linha definida para criar um limite cinzento, que varia segundo o
conhecimento de cada ser.

Considera-se como cognitiva a função literária que é diversa do pensamento conceitual e


abstracto, que oferece ao leitor modelos de acção humana e percepção mundana (Gelhaus,

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2012). Dessa forma, por meio dessa função, a literatura organiza o conhecimento por
esquemas, em que a aprendizagem se funda na acumulação e organização estrutural cognitiva.
Assim, para cada estrutura há um objecto, ideia ou evento, como um conjunto de atributos
conectados às outras estruturas cognitivas.

Entende Zilberman (2008) que com o acto da leitura, há o desenvolvimento linguístico para a
compreensão do fictício, com a função específica da fantasia infantil, a credulidade na história
e a aquisição do saber.

2.2.4. Função literária político-social


A ideia de que uma obra literária tivesse apenas a função de apresentar ao leitor o belo foi se
tornando cada vez mais obsoleta, em razão dos conflitos sociais e das guerras que começaram
a irromper, não permitindo que as pessoas permanecessem em estado de inércia ou de
silêncio. Portanto, para a literatura, existe o acoplamento da arte intelectual para afastar a
concepção meramente estética.

A literatura passa a ser vista como um componente construtivo do pensamento social, ao


passo que procura uma direcção para valores da nacionalidade ao criar evidências de crenças
e percepções pessoais, em que o leitor possa reflectir sobre seu jeito de ver a vida e de existir
no mundo (Santos, 2008, p, 75).

Dessa maneira, constata-se que a função político-social da literatura busca conectar o Estado
ao objecto cultural, pelo movimento de seus sujeitos, de forma a influenciar a acção política
de atores sociais.

Cândido (2012) ressalta que a literatura tem uma função social e uma função psicológica.
Todo ser humano em algum momento de sua vida necessita da fantasia e a literatura vem
suprir essas necessidades de variadas formas como o conto, a parlenda, o trocadilho. Ou ainda
de forma mais complexa como as narrativas populares, os contos, as lendas e os mitos.

Adianta o autor que a fantasia, porém, não é pura, ela nos remete a uma realidade, fenómeno
natural, sentimento, fato desejo de explicações, costumes, problemas humanos fazendo assim
um elo entre a fantasia e a realidade.

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2.3. Integração da literatura na formação do leitor
António Cândido pesquisador dos direitos humanos em uma palestra acerca do direito à
literatura defende que para termos um equilíbrio social é necessário que a população tenha
acesso à literatura uma vez que esta causa inquietações ao trazer problemas relacionados com
a sociedade geral. O confronto dialéctico entre a leitura realizada com a realidade vivida leva
o leitor a pensar criticamente sobre sua realidade e agir sobre ela.

Para o autor toda obra literária tem o poder de humanizar pois pressupõe a superação do caos.
“O processo de humanizar requer o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a capacidade
de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do
mundo. (Cândido, 2012, p. 6).
Essa humanização se dá pelo fato da literatura proporcionar um efeito duplo no leitor onde
este o remete a fantasia trazendo situações não reais que instiga o leitor a um posicionamento
intelectual, assim mesmo distante de sua rotina a literatura leva o leitor a reflectir sobre seu
quotidiano e incorporar novas experiências. É durante o processo de leitura que o leitor entra
em contacto com diferentes culturas instigando assim a compreensão de seu papel como
sujeito histórico.

Para Zilberman (2008), a leitura do texto literário constitui uma actividade sintetizadora,
permitindo ao indivíduo penetrar o âmbito da alteridade sem perder de vista sua
subjectividade e história. O leitor não esquece suas próprias dimensões, mas expande as
fronteiras do conhecido, que absorve através da imaginação e decifra por meio do intelecto.
Por isso, trata-se também de uma actividade bastante completa, raramente substituída por
outra, mesmo as de ordem existencial. Essas têm seu sentido aumentado, quando contrapostas
às vivências transmitidas pelo texto, de modo que o leitor tende a se enriquecer graças ao seu
consumo (p. 17).

Cândido (2012) advoga que a obra literária actua no subconsciente humano de forma que não
se percebe trazendo situações que remetem ao pensar sobre, a criar caminho de superação a
reavaliar atitudes. Situações que leva a um crescimento enquanto pessoa humana (p. 24).

Segundo Zilberman (2008) apresenta que a literatura pode converter cada indivíduo num
leitor, introduzindo-o no universo único do código da escrita, de sons e de imagens por
hábitos, seja pela escrita de um texto ou pela leitura de materiais impressos e ou electrónicos,
sendo esse o terreno no qual se instalam a prática de leitura e a imersão na cultura escrita (p.
56).
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A Literatura é uma área de conhecimento de suma importância para a formação e
desenvolvimento humano, não somente pela gratuidade e entretenimento que a ficção
proporciona, mas por possibilitar aos leitores reflectirem, porque vivenciam situações que são
da ficção, mas que tem inspiração na condição humana, isto é, é na vida real das pessoas que
os autores recontam essas experiências, ora valendo-se apenas do realismo quotidiano, ora do
mundo maravilhoso e fantástico, assim define Coelho (1997).

Para Silva (2014, p 43) “a leitura melhora nosso vocabulário, estimula nossa criatividade,
amplia nossa visão social e conscientiza nosso papel como cidadãos.”

É necessário investir no desenvolvimento de leitores, tecendo condições para que o exercer


pedagógico relacionado à leitura aconteça de fato, para que os jovens se tornem formadores
de opinião, críticos, com capacidade de reflectir sobre a realidade do mundo a sua volta,
podendo esclarecer o motivo da sociedade ser e agir assim e tendo em mente a opção de
mudar ou não esta realidade.

A literatura tem um papel muito importante no desenvolvimento social e pessoal na vida dos
seres humanos. Além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita,
ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento, desenvolvendo a imaginação, a
criatividade, a comunicação, bem como o aumento do vocabulário, conhecimentos gerais e do
senso crítico. Durante a leitura, é possível notar faces diferentes de um mesmo assunto,
descobrindo um mundo novo

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3. Conclusão
Com este trabalho, percebe-se que a literatura contribui muito para a formação do cidadão
pois instiga a pessoa a pensar criticamente, expor opiniões, realizar comparações entre a
leitura e a realidade vivida.

Constatamos que a leitura nos remete ao lúdico ao estruturar-se em regras, emocionar e


divertir o leitor. Sendo assim quanto mais o leitor se identificar com o texto lido por meio das
convenções culturais e sociais expostas na literatura e a vivenciada pelo leitor este terá um
diálogo mais intenso com o texto e conseguirá ter um posicionamento crítico mais eficaz.

Portanto, um ensino da literatura que se fundamente na leitura e resulte em uma prática


dialógica seria o modelo ideal de educação a ser ofertada para nossas crianças. Esse ideal de
ensino levaria a criança a abrir seus horizontes uma vez que, a partir de sua própria
experiência de leitura, agiria sobre sua comunidade, teria condições para pensar sobre os fatos
ocorridos ao seu redor, seria capaz de expor opiniões e buscar direitos. Pensaria criticamente a
respeito de assuntos polémicos tornando-se uma pessoa humanizada, um cidadão em busca de
direitos.

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4. Referências bibliográficas

 Aguiar e Silva, V. (1997). Teoria da literatura. 8ª ed. Portugal, Coimbra: Almedina.


 Cândido. A. (2012). A literatura e a formação do homem. Brasil, Belo Horizonte:
Revista IEL Unicamp.
 Cândido, A. (2004). O direito à literatura. In: Vários Escritos. Brasil, Rio de Janeiro:
Ouro sobre Azul/São Paulo: Duas Cidades.
 Calvino, Í. (1998). Seis propostas para o próximo milénio: lições americanas. Trad.
Ivo Barroso. Brasil, São Paulo: Companhia das Letras.
 Chisté, P. (2015). Catarse e ensino da arte. Revista Palíndromo. Brasil, Florianópolis,
Universidade do Estado de Santa Catarina.
 Coelho, N. (1997). Literatura Infantil: teoria – análise – didática. Brasil, São Paulo:
Ática.
 Covane, L. (s.d.) Manual de Literatura Africana em Língua Portuguesa. Moçambique,
Beira.
 Eco, U. (2010). Obra Aberta. Brasil, São Paulo: Perspectiva.
 Gelhaus, A. (2012). Aspectos cognitivos da literatura. Pandaemonium. Brasil, São
Paulo, Universidade de São Paulo.
 Lopes, S. (2019) A escuta de amor na escrita da dor: narrativa autobiográfica como
processo catártico. Educação – Revista do Centro de Educação da UFSM, Brasil,
Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria.
 Machado, E. (2011). O trágico em Medéia. Revista Travessias – Pesquisas em
Educação, Cultura, Linguagem e Arte, Cascavel, Brasil, Universidade Estadual do
Oeste do Paraná.
 Santos, A. (2008). A importância da literatura como fonte de pesquisa na construção
do pensamento social brasileiro. Examãpaku – Revista Eletrônica de Ciências
Sociais, História e Relações Internacionais, Brasil, Boa Vista, Universidade Federal
de Roraima.
 Silva, A. (2014). Processos de aprendizagem. Edição e revisão do Instituto
Tecnológico Brasileiro (ITB). Brasil, Natal.
 Silva, T. (1999) Teoria da literatura: uma introdução. Brasil, São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
 Zilberman, R. (2008). O papel da literatura na escola. Brasil, Rio de Janeiro: Via
Atlântica.

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