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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Classicismo, Romantismo e Realismo: Contextualização, características


e mentores

Fátima MussaVateva

708205717

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Literatura Luso – Brasileira

2º Ano, IIo Grupo, Turma: A

Nampula, Maio, 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Classicismo, Romantismo e Realismo: Contextualização, características e


mentores

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


Cadeira de Literatura Luso – Brasileira, 2ᵒ Ano,
IIo grupo, Turma: A, orientado pelo:

Docente: Ismail Tuair

Nampula, Maio, 2021


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(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 5
Literatura luso – Brasileira .............................................................................................................. 6
1. Classicismo............................................................................................................................... 6
1.1. Contextualização ............................................................................................................... 6
1.2. Principais características do Classicismo.......................................................................... 7
1.3. Principais autores e obras ................................................................................................. 8
1.4. Exemplo de texto clássico................................................................................................. 8
2. Romantismo: Características e Contexto Histórico ................................................................. 9
2.1. Contexto histórico ............................................................................................................. 9
2.2. Principais características ................................................................................................. 10
2.2.1. Oposição ao Clássico ............................................................................................... 11
2.2.2. Sentimentalismo Romântico .................................................................................... 12
2.3. Romantismo em Portugal................................................................................................ 12
2.4. Autores e obras do romantismo em Portugal .................................................................. 12
2.4.1. Romantismo no Brasil ................................................................................................. 13
2.5. Autores e obras da primeira fase do romantismo no Brasil ............................................ 13
2.6. Exemplo de texto Clássico ................................................................................................. 14
3. Realismo .................................................................................................................................... 15
3.1. Características do Realismo ................................................................................................ 15
3.2. Contexto histórico ............................................................................................................... 16
3.3. Realismo no Brasil .............................................................................................................. 16
3.4. Autores e obras ................................................................................................................... 17
3.4.1. Realismo no Brasil ...................................................................................................... 18
3.5. Exemplo de texto ............................................................................................................ 18
Conclusão ...................................................................................................................................... 19
Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 20
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Introdução
Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias,
como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura
técnica, literatura portuguesa, literatura brasileira literatura popular, literatura de cordel e
muito mais. A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um
país, de uma personalidade, de uma época e muito mais

A literatura Luso Brasileira, significa estudar ao mesmo tempo, duas literaturas, a


portuguesa e Brasileira.

A origem da literatura escrita em português iniciou-se, obviamente, em Portugal. Os estilos


literários marcavam a forma como os escritores se expressavam e esses estilos estavam,
muitas vezes, em conformidade com o período histórico da época;

A literatura de Portugal surgiu no século XII. Os primeiros estilos foram o trovadorismo,


uma forma de poesia cantada, o humanismo, marcante principalmente na obra escrita para o
teatro por Gil Vicente, e o renascimento, presente no poema épico Os Lusíadas, de Luís de
Camões

No Brasil, colónia de Portugal entre o século XVI e o início do XIX, as primeiras criações
literárias são consideradas parte da literatura portuguesa. O professor António Cândido, um
dos mais respeitados estudiosos do país, considera que a literatura nacional teve início de
fato no século XVIII, com o arcadismo, movimento que exaltava ideais neoclássicos,
inspirados na Antiguidade greco-romana.

É claro que, antes disso, foram escritos muitos textos literários no Brasil, mas eram
manifestações esparsas e limitadas, sem que houvesse uma sistemática actividade que
envolvesse criadores e seu público. Isso só começou com os poetas árcades.

No diz respeito a estrutura do trabalho, compreende a introdução; o desenvolvimento no


qual constam abordagens relacionadas com (classicismo, romantismo e realismo -
contextualização características, mentores e outros aspectos); conclusão e bibliografia.
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Literatura Lusa – Brasileira


A literatura Luso Brasileira, significa estudar ao mesmo tempo, duas literaturas, a
portuguesa e Brasileira.

A origem da literatura escrita em português iniciou-se, obviamente, em Portugal. Os estilos


literários marcavam a forma como os escritores se expressavam e esses estilos estavam,
muitas vezes, em conformidade com o período histórico da época;

1. Classicismo
O Classicismo foi um movimento cultural que fez parte do Renascimento europeu, durante
os séculos XV e XVI. Como o próprio nome aponta, a proposta do Classicismo era
um retorno às formas e temas da Antiguidade Clássica, ou seja, Grécia e Roma antigas.

1.1.Contextualização

O período da Idade Média durou cerca de 10 séculos na Europa (século V – século XV).
Durante esse longo período de tempo, o desenvolvimento científico e cultural dependia do
aval ou do aceite da Igreja Católica, que exercia influência política e socioeconómica em
toda a Europa. Enquanto a riqueza na Idade Média estava relacionada à posse da terra e à
tradição, as trocas comerciais que se estabeleceram com o mercantilismo tornaram o
dinheiro a grande fonte de poder. O intercâmbio com civilizações da Ásia e da África,
sobretudo com povos de origem árabe, abriu para os europeus novos horizontes, como o
desenvolvimento da matemática e os instrumentos de navegação, como o astrolábio.
Os espaços geográficos abriam-se, com a descoberta de novas rotas pelo mar, levando até a
chegada aos territórios do grande continente americano: eram as Grandes Navegações.

Tudo isso foi possível graças ao Renascimento, movimento científico e cultural que tomou
conta da Europa no século XV. Esquivando-se da censura ideológica da Igreja, pensadores
e cientistas elaboraram novas teorias e invenções: Nicolau Copérnico propõe o modelo
heliocêntrico do Universo, Galileu Galilei descobre as leis que regem a queda dos corpos,
Johann Gutemberg inventa os tipos móveis para imprimir os livros, tarefa antes delegada
aos monges copistas.
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O horizonte cultural do Renascimento era a Antiguidade Clássica. A Grécia Antiga é


considerada o berço do pensamento ocidental (tendo influenciado directamente a cultura
dos romanos), por isso o retorno às formas clássicas foi o propósito estético dos
renascentistas. O Classicismo tem sua génese na Itália, ao final do século XIII, com o
surgimento do pensamento humanista.

1.2.Principais características do Classicismo

 Busca pelo equilíbrio, pela proporção, pela objectividade e pela transparência.


 Obra mimética como reflexão de uma natureza que segue leis universais, ou seja, a
obra como concerto harmónico.
 Contenção da subjectividade, dos ímpetos da interioridade: o que vale é a obra, não
o que sente ou pensa o autor. O autor deve desaparecer perante a obra.
 Rigor formal: cada forma utilizada no texto clássico deve seguir um conjunto de
regras próprio.
 Separação das artes: os géneros textuais não se misturam. A poesia lírica tem seu
próprio método e características que não devem ser confundidos com aqueles
da poesia épica, ou da dramaturgia, por exemplo.
 Neoplatonismo.
 Temas da mitologia greco-romana.
 Valorização da racionalidade em oposição à sentimentalidade e do universal em
detrimento do particular.
 Antropocentrismo, a centralidade da existência humana em relação ao Universo e
àquilo que o compõe.
 Obra como veiculadora de verdades e ensinamentos que permitam aperfeiçoar a
alma humana.
 Adoção de formas textuais da Antiguidade Clássica, predominantemente a
dramaturgia e os géneros da tragédia e da comédia, e a poesia, nos géneros lírico e
épico.
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1.3.Principais autores e obras

Francisco de Sá de Miranda (Coimbra, 1481 – Amares, 1558)


Precursor do Classicismo português, foi o responsável pela introdução do verso
decassílaboem Portugal. Teve algumas poesias publicadas no Cancioneiro geral (1516),
compilado antológico da poesia humanista.
Introduziu também, em língua portuguesa, as formas da canção da sextina e as produções
em tercetos e em oitavas, sendo responsável pela formação dos poetas portugueses, tendo
grande influência na literatura que se desenvolveu no período.
Eram parte de suas temáticas a reflexão moral, filosófica e política, além do lirismo
amoroso. Escreveu também textos dramatúrgicos e cartas em forma de verso.

1.4.Exemplo de texto clássico

Poesia de Camões
Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida, descontente,

Repousa lá no Céu eternamente

E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te

Algua cousa a dor que me ficou


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Da mágoa, sem remédio, de perder-te,


Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver-te,

Quão cedo de meus olhos te levou.

(Camões)

2. Romantismo: Características e Contexto Histórico


O romantismo é um movimento artístico e cultural que privilegia as emoções, a
subjectividade e o individualismo.

Contrário ao objectivismo e as tradições clássicas de perfeição, ele apresenta uma visão de


mundo centrada no ser humano com destaque para as sensações humanas e a liberdade de
pensamento.

O romantismo surgiu na Europa no século XVIII no contexto da revolução industrial e do


iluminismo, movimento intelectual e filosófico baseado na razão. Ele durou até meados do
século XIX, quando começa o realismo.

Rapidamente, esse estilo chegou a outros países inspirando diversos campos da arte:
literatura, pintura, escultura, arquitectura e música.

No Brasil, o movimento romântico começa em meados do século XIX, anos depois da


independência do país (1822) com a publicação da obra Suspiros poéticos e saudades, de
Gonçalves de Magalhães, em 1836.

2.1.Contexto histórico

Como escola literária, as bases do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio


foram estabelecidas pelo romance "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe,
publicado na Alemanha em 1774.
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Na Inglaterra, o Romantismo se manifesta nos primeiros anos do século XIX, com destaque
para a poesia ultrarromântica de Lord Byron e para o romance histórico Ivanhoé, de Walter
Scott.

Também figuram entre as primeiras obras do início da revolução romântica na Europa os


livros Manon Lescut, do árabe Prévost (1731), e a História de Tom Joses, de Henry
Fielding (1749).

O romance, contudo, já era utilizado no Império Romano, cuja palavra romano era aplicada
para designar as línguas usadas pelos povos sob o seu domínio. Tais idiomas eram, na
verdade, uma forma popular do latim.

As composições de cunho popular e folclóricas escritas em latim vulgar, em prosa ou em


verso e que relatavam fantasias e aventuras, também eram chamadas de romance.

E foi no século XVIII, que tomou o sentido actual, após passar pelas formas de "romance
de cavalaria, romance sentimental, romance pastoral", na Europa.

2.2.Principais características

Três fundamentais do estilo romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e a liberdade de


expressão

Na literatura, as principais características do romantismo são:

 Oposição ao modelo clássico;

 Vocabulário mais brasileiro;

 Religiosidade;

 Mal do século;

 Idealização da realidade;

 Desenvolvimento de um núcleo central;

 Narrativa ampla reflectindo uma sequência de tempo;


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 O indivíduo passa a ser o centro das atenções;

 Surgimento de um público consumidor (folhetim);

 Uso de versos livres e versos brancos;

 Exaltação do nacionalismo, da natureza e da pátria;

 Idealização da sociedade, do amor e da mulher;

 Sentimentalismo e super valorização das emoções pessoais;

 Subjectivismo e egocentrismo;

 Saudades da infância;

 Fuga da realidade.

2.2.1. Oposição ao Clássico

No início, todos os movimentos em oposição ao clássico eram considerados românticos.


Dessa maneira, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade
Média quando surgiu a burguesia.

A arte, que antes era de carácter nobre e erudita, passa a valorizar o folclórico e o nacional.
Ela extrapola as barreiras impostas pela Corte e começa a ganhar a atenção do povo.

A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas, liberta-se das


exigências dos nobres que pagavam sua produção e passa a ter um público anónimo. É o
surgimento do público consumidor, impulsionado no Brasil pelo folhetim, uma literatura
mais acessível.

Na prosa, o aspecto formal do Classicismo é deixado de lado. O mesmo ocorre com a


poesia, com os versos livres, sem métrica e sem estrofação. A poesia também é
caracterizada pelo verso branco, sem rima.
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2.2.2. Sentimentalismo Romântico

Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a super valorização das


emoções pessoais, o subjectivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se
colocavam como o centro do universo.

Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio.
São características do movimento romântico: as fugas da realidade por meio do abuso de
álcool e ópio, a idealização da mulher, da sociedade e do amor bem como a saudade da
infância e a busca constante por casas de prostituição.

2.3. Romantismo em Portugal

Os primeiros anos do Romantismo português coincidem com as lutas civis entre liberais e
conservadores. A renúncia de Dom Pedro ao trono brasileiro e sua luta pelo trono de
Portugal ao lado dos liberais, veio intensificar esses conflitos.

O romantismo literário em Portugal tem como marco inicial a publicação, em 1825, do


poema Camões, escrito por Almeida Garrett. A obra foi produzida durante seu exílio em
Paris.

Em Portugal, o movimento romântico esteve dividido em 2 fases:

 Primeira geração romântica: fase nacionalista


 Segunda geração romântica: fase de maturidade

2.4.Autores e obras do romantismo em Portugal

 Almeida Garret (1799-1854). Obras: Camões (1825), Viagens na minha terra


(1846) e Folhas Caídas (1853).
 Alexandre Herculano (1810-1877). Obras: A Harpa do Crente (1838), Eurico, o
Presbítero(1844) e Poesias (1850).
 António Feliciano de Castilho (1800-1875). Obras: Amor e melancolia (1828), A
noite do Castelo (1836) e Escavações poéticas (1844).
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 Camilo Castelo Branco (1825-1890). Obras: Amor de perdição (1862), Coração,


Cabeça e Estômago (1862) e Amor de Salvação (1864).
 Júlio Dinis (1839-1871). Obras: As Pupilas do Senhor Reitor (1866), Uma Família
Inglesa(1868) e A Morgadinha dos Canaviais (1868).
 Soares de Passos (1826-1860). Única obra publicada: Poesias (1856).
 João de Deus (1830-1896). Obras: Ramo de Flores (1869) e Despedidas de
Verão (1880).

2.4.1. Romantismo no Brasil

No Brasil, duas publicações são consideradas o marco inicial do Romantismo literário.


Ambas foram lançadas em Paris, por Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836: a "Revista
Niterói" e o livro de poesias "Suspiros poéticos e saudades".

No país, o movimento foi dividido em três fases, ou gerações:

 Primeira geração romântica (1836 a 1852): geração nacionalista-indianista.


 Segunda geração romântica (1853 a 1869): geração ultrarromântica.
 Terceira geração romântica (1870 a 1880): geração condoreira.

2.5.Autores e obras da primeira fase do romantismo no Brasil

 Gonçalves de Magalhães (1811-1882) - Obras: Suspiros poéticos e


saudades (1836), A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil
perante a História (1860).
 Gonçalves Dias (1823-1864) - Obras: Canção do exílio (1843), I-Juca-
Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).
 José de Alencar (1829-1877) - Obras: O Guarani (1857), Iracema (1865)
e Ubirajara (1874).
 Álvares de Azevedo (1831-1852) - Obras: Lira dos Vinte anos (1853), Noite na
taverna(1855) e Macário (1855).
 Casimiro de Abreu (1839-1860) - Obra: publicou somente um livro de poesias As
primaveras (1859).
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 Fagundes Varela (1841-1875) - Obras: Noturnas (1861), Cântico do


Calvário (1863) e Cantos e fantasias (1865).
 Castro Alves (1847-1871) - Obras: O Navio Negreiro (1869) e Espumas
flutuantes (1870).
 Tobias Barreto (1839-1889) - Obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e
noites(1893).
 Sousândrade (1833-1902) - Obras: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa (1858 e
1888).

2.6. Exemplo de texto Clássico

- O Velho e a Flor

“ Por céus e mares eu andei,

Vi um poeta w vi um rei

Na esperança de saber

O que é o amor

Ninguém sabia me dizer,

Eu já queria ate morrer

Quando um velhinho

Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,

É a vida quando

Chega sangrando aberto

Em pétalas de amor”

- Vinicius de Moraes
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3. Realismo
Realista foi um movimento literário que mudou radicalmente a abordagem literária no
século XIX. Estas mudanças não só aconteceram na literatura mas também na arte, na
política, na religião, entre outras

O Realismo é um movimento artístico amplo e com grandes representações na literatura,


mediante obras como as de Gustave Flaubert e Machado de Assis.

A busca pela objectividade é a principal bandeira dos realistas. Na literatura, autores como
Gustave Flaubert, Eça de Queiroz, Antero de Quental e Machado de Assis são considerados
grandes representantes do movimento.

3.1. Características do Realismo

As principais características do realismo literário estão relacionadas com a capacidade de


demonstrar a realidade da maneira mais verosímil possível. São elas:

 Oposição aos ideais românticos;


 Retrato fidedigno da realidade;
 Busca do objectivismo;
 Cientificíssimo e materialismo;
 Veracidade e contemporaneidade;
 Linguagem descritiva e detalhada;
 Temas urbanos, sociais e quotidianos;
 Crítica aos valores burgueses e instituições sociais;
 Denúncia social;
 Personagens comuns e não idealizados;
 Aprofundamento psicológico das personagens;
 Romances de carácter documental;

 Objectividade: Opondo-se ao excesso de subjectividade presente nas obras


românticas, cheias de idealizações, os autores realistas buscavam representar a
realidade exactamente como ela era, sem fantasiá-la.
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 Correcção e clareza de linguagem: Para os realistas, usar uma linguagem directa


e objectiva era fundamental para manter o ideal de representar a realidade
verdadeiramente. Por isso, não é comum nas obras desse movimento, por exemplo,
descrições vagas ou imprecisas.

 Contenção emocional: Ainda vislumbrando o ideal da objectividade, não era


interessante para os autores realistas apresentarem obras com forte teor sentimental,
com idealizações do amor ou da amada. Tal contenção afasta o Realismo do
movimento antecessor, o Romantismo.

 Lentidão na narrativa: Para além de contar um enredo, as narrativas realistas


também buscavam construir análises – muitas vezes, inclusive, utilizando métodos
científicos – da sociedade contada nas histórias. Por isso, é comum ver longos
trechos de digressão (quando a narrativa é interrompida para que o narrador
promova uma reflexão) nas obras de Machado de Assis, por exemplo.

3.2. Contexto histórico

Os principais factos históricos e correntes científicas que permearam o movimento realista


são:

 Revolução Francesa;
 Marxismo;
 Darwinismo;
 Positivismo;
 Determinismo;

3.3. Realismo no Brasil

No Brasil, o maior representante do Realismo foi Machado de Assis. Sua obra Memórias
póstumas de Brás Cubas é considerada fundadora do movimento, e seu modo de escrever,
com digressões e ironias, marcaram o estilo literário brasileiro. Veja um trecho do último
capítulo do romance acima citado e perceba o estilo machadiano:
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Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui
ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas,
coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a
morte de Dona Plácida, nem a semi-demência do Quincas Borba. Somadas umas cousas e
outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente
que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério,
achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: --
Não tive filhos, não transmiti a nenhuma creatura o legado da nossa miséria.

Memórias póstumas de Brás Cubas,

Machado de Assis

3.4. Autores e obras

Os principais autores e obras realistas são, respectivamente:

Europa

 Gustav Flaubert, autor de Madame Bovary, romance que inaugurou o Realismo


europeu.
 Eça de Queiroz, autor de O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio etc.
 Antero de Quental: algumas obras são Sonetos de Antero, Odes Modernas e Raios
de Extinta Luz.
 Cesário Verde: autor de A Débil, Cadências Tristes, Flores
Velhas, Heroísmos, Ironias do Desgosto, Setentrional etc.

Brasil

 Machado de Assis, autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom


Casmurro, Quincas Borba, entre outros.

Resumo

O Realismo é um movimento artístico muito comum na segunda metade do século


XIX. Os romances que inauguraram o Realismo na Europa e no Brasil são,
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respectivamente, Madame Bovary, de Gustave Flaubert, e Memórias póstumas de Brás


Cubas, de Machado de Assis. Em oposição ao Romantismo, os autores realistas
buscaram representar o mundo sob uma óptima mais racional, objectiva e impessoal.

Historicamente, é possível perceber nesse movimento a imitação dos tipos sociais da


burguesia e do proletariado, novas classes que ganhavam espaço nas dinâmicas sociais
posteriores à queda do Absolutismo em diversos países e à Revolução Francesa, entre
outros fatos históricos de importância no período. A literatura realista é conhecida por,
muitas vezes, traçar críticas e desenvolver análises acerca da sociedade da época.

3.4.1. Realismo no Brasil

No Brasil, o Realismo teve como principal representante Machado de Assis, autor de


célebres livros, como Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. Outros autores
de destaque em terras nacionais são Aluísio Azevedo, autor de O mulato e O cortiço,
romances considerados realistas naturalistas; e Visconde de Taunay, escritor de Inocência.

3.5. Exemplo de texto

A Laranjeira (Júlia Lopes de Almeida)


Perfumada laranjeira,
Linda assim dessa maneira,
Sorrindo à luz do arrebol,
Toda em flores, branca toda
- Parece a noiva do Sol
Preparada para a boda.

E esposa do Sol, que a adora,


Com que cuidados divinos
Curva ela os ramos, agora!
E entre as folhas abrigados,
Seus filhos, frutos dourados,
Parecem sois pequeninos.
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Conclusão

A origem da literatura escrita em português iniciou-se, obviamente, em Portugal. Os estilos


literários marcavam a forma como os escritores se expressavam e esses estilos estavam,
muitas vezes, em conformidade com o período histórico da época;
A literatura de Portugal surgiu no século XII. Os primeiros estilos foram o trovadorismo,
uma forma de poesia cantada, o humanismo, marcante principalmente na obra escrita para o
teatro por Gil Vicente, e o renascimento, presente no poema épico Os Lusíadas, de Luís de
Camões.

O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma “ adaptacao” do romance europeu,


conservando a estrutura folhetinesca europeia com inicio,l meio e fim seguindo a ordem
cronológica dos factos.
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Referências Bibliográficas
AZEVEDO R. Texto e imagem: diálogos e linguagem dentro do livro. Disponível em:
Acesso em: 24 de junho de 2008.

BAKHTIN, M. (Volochinov, 1929). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel


Lahud e Yara Frateschi Vieira. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRANDÃO, H. H. N. ; MICHELETTI, G. Teoria e prática da leitura. In: CHIAPPINI, L.


(coord) Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. 4. ed. - São Paulo: Cortez,
2002. v. 2. BROWN, H. D. Teaching by principles: an interactive approach to language
pedagogy. 2. ed. New York: Longman, 2001.

CALVINO, I. Por que ler os clássicos. Trad. Nilson Moulin - São Paulo: Companhia das
Letras, 1993.

CHIAPPINI, L. (coord) Aprender e ensinar com textos de alunos. 6. ed. - São Paulo:
Cortez, 2004. v. 1.

https://brasilescola.uol.com.br/literatura/classicismo.htm acessado no dia 04 de Maio de


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https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/realismo.htm, acessado no dia 04 de Maio de


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