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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Pessoa como Sujeito Moral (A Pessoa Humana)

Nome do estudante: Alberto Sozinho- Código:708222681

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Introdução a Filosofia
Ano de Frequência: 2ºAno
Turma: K

Nampula - Maio-2023

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Universidade católica de Moçambique

Instituto de Ensino a distância

A Pessoa como Sujeito Moral (A Pessoa Humana)

Nome do estudante: Alberto Sozinho- Código:708222681

Trabalho apresentado para avaliação no módulo de


Praticas Pedagógicas II curso de Licenciatura em
ensino de Português da Universidade Católica de
Moçambique, Instituto de Ensino a distância,
orientado pelo:
O tutor:

Nampula, Maio, 2023

ii
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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: a ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução................................................................................................................................... 1

1. A pessoa com Sujeito Moral (A Pessoa Humana) .................................................................... 2

1.1 Conceito de pessoa na perspectiva (Jurídica, Psicológica, Ética, Personalista, Social,


Metafísica) .............................................................................................................................. 3

1.2 A pessoa em suas relações ................................................................................................. 4

1.2.1 Relação do Homem consigo mesmo ............................................................................... 4

1.2.3 A relação do Homem com outros seres e a natureza ........................................................ 5

1.2.5 A relação do Homem com o trabalho .............................................................................. 6

1.3 A Consciência Moral ......................................................................................................... 7

1.4 Graus da consciência ......................................................................................................... 8

1.6 Os aspectos da ética individual .......................................................................................... 9

1.6.1 O amor ......................................................................................................................... 10

1.6.2 O amor como promoção ............................................................................................... 10

1.6.3 A indiferença ................................................................................................................ 10

1.6.4 O Ódio ......................................................................................................................... 11

1.6.5 Os sentimentos ............................................................................................................. 11

Conclusão ................................................................................................................................. 16

Referência bibliográfica ............................................................................................................ 17

v
Introdução
Os estudiosos estão de acordo em reconhecer que o conceito de pessoa é estranho à Filosofia
grega. Com efeito, o conceito de pessoa, acentua a singularidade, a individualidade, o concreto,
enquanto a filosofia grega dá importância só ao universal, ao ideal e ao abstracto O singular, o
individuo, o concreto, para o pensamento grego tem valor provisório, como momentânea
fenomenizarão da espécie universal, ou então como instante transitório do grande ciclo, que tudo
compreende da história. O artigo em causa tem como tema: A pessoa com Sujeito Moral (A
Pessoa Humana) Dentro do trabalho, abordamos os seguintes subtemas: conceito de Pessoa nas
várias perspectivas (Jurídica, Psicológica, Ética, Personalista, Social, Metafísica); A Pessoa em
suas relações: A relação do Homem com o mundo, outros seres humanos e na natureza; A relação
do Homem consigo mesmo; A relação do Homem com Deus; A relação do Homem com o
Trabalho; A Consciência Moral; Graus da consciência; Ética e Moral; Aspectos da Ética
Individual;
O trabalho tem como objectivo geral: Conhecer a pessoa como sujeito moral

Os objectivos específicos são: conceituar a pessoa em vários aspectos; explicar a Pessoa em suas
relações e os graus da consciência.

Embora tenham havido dificuldades na elaboração deste trabalho usou-se método bibliográfico,
tendo constituído na leitura de algumas obras que sustentam e entram em concordância com o
tema em estudo, como é o caso do uso da internet. É de salientar que o tema aqui abortado é de
extrema importância para um estudante universitário, pois a moral regula os nossos
comportamentos, a maneira de agirmos na sociedade.

Com tudo, o presente trabalho tem a seguinte estrutura: Introdução, Desenvolvimento, Conclusão
e a Referencia bibliográfica.

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1. A pessoa com Sujeito Moral (A Pessoa Humana)
Segundo Do Vivido (1995), salienta que, A noção de pessoa aparece em oposição de individuo,
quer dizer, individuo biológico. Mas o que é um indivíduo biológico? Individuo significa, antes
de tudo, consistência, isto é, coesão, indivisibilidade interna, unidade. Esta unidade não significa
simplicidade, mas sim uma composição de partes. Enquanto tal, esta unidade é totalidade:
diferenciada, estruturada e centrada. É uma totalidade diferenciada, uma vez que o próprio
conceito de «todo» implica uma multiplicidade qualitativa de partes que compõem o todo. Neste
sentido, o ser vivo, enquanto individuo, é uma totalidade diferenciada.
É uma totalidade estruturada porquanto os diversos órgãos e as funções que eles exercem não são
independentes uns dos outros como se de estratos que se sobrepõem se tratasse. Os diferentes
órgãos e as suas funções constituem uma estrutura, isto é, são interdependentes; só são aquilo que
são devido à relação de mútua dependência.
É uma totalidade centrada porque um individuo biológico enquanto tal, tem um centro a partir do
qual se realiza essa totalidade. O ser vivo, no seu agir, refere-se a si mesmo, a algo interior. Na
Vida vegetativa, por exemplo, a planta já realiza um processo biológico interno de crescimento e
de conservação.
Em relação ao animal, isto verifica-se de um modo mais significativo e a um nível
superior. O animal não só tem percepções sensíveis, como também pode conservá-las e
reagir de acordo com uma sensibilidade instintiva. A este centro poder-se-ia chamar
consciência ou memoria sensível (Do Vivido, 1995, p.12).
Os estudiosos estão de acordo em reconhecer que o conceito de pessoa é estranho à Filosofia
grega. Com efeito, o conceito de pessoa, acentua a singularidade, a individualidade, o concreto,
enquanto que a filosofia grega dá importância só ao universal, ao ideal e ao abstracto. O singular,
o individuo, o concreto, para o pensamento grego tem valor provisório, como momentânea
fenomenização da espécie universal, ou então como instante transitório do grande ciclo, que tudo
compreende da história. Uma memorável de definição da pessoa, a mais célebre de todas, muito
completa e precisa do ponto de vista ontológico deixou-nos Severino Boécio e diz o seguinte:
―Pessoa é uma substância individual de natureza racional‖.

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1.1 Conceito de pessoa na perspectiva (Jurídica, Psicológica, Ética, Personalista, Social,
Metafísica)

Na perspectiva Jurídica é a entidade à qual, para a realização de certos fins colectivos, as normas
jurídicas lhes reconhecem capacidade para serem titulares de direitos e contraírem obrigações. A
pessoa jurídica apresenta características que fazem parte da rotina empresarial. Estão
classificadas como pessoas jurídicas: escolas, universidades e outros tipos de instituições de
ensino, ONGs, sociedades, partidos políticos, fundações, empresas de diversos segmentos,
prefeituras, entre outros.
As pessoas físicas ou naturais correspondem a um conceito jurídico que foi elaborado pelos
juristas romanos. Hoje em dia, as pessoas físicas contam, pelo único facto de existirem, com
diversos atributos atribuídos pelo direito
Na perspectiva psicológica

Uma pessoa é um ser social dotado de sensibilidade, com inteligência e vontade propriamente
humanas. Para a psicologia, trata-se de um indivíduo humano concreto (o conceito abarca os
aspectos físicos e psíquicos do sujeito que o definem pelo seu carácter singular e único).

Pessoa na perspectiva ética, a pessoa é um ser consciente, com arbítrio próprio e (tendo plena
capacidade mental) é responsável pelos seus actos.

Para S. Tomás de Aquino (apud Rosa, 2016,) ―Pessoa significa o que de mais nobre há no
universo, isto é, o subsistente de uma natureza racional‖ (p.36).

―A noção de pessoa é a expressão do mais elevado conceito que o Homem tem de si próprio e
nela se conjugam algumas notas constitutivas‖ (Do vivido, 1995, p. 13).

Para Kant, (apud Rosa, 2016) ―os seres humanos são chamados pessoas porque a sua natureza os
distingue já como fins em si…o homem e em geral cada ser racional, existe como fim em si e não
como um meio de que esta ou aquela vontade pode servir-se ao seu bel-prazer‖.

Paul Ricoeur, (apud Rosa, 2016) concebe a pessoa como um projecto da humanidade, a qual por
sua vez é assim definida: ―a humanidade é o modo de ser sobre a qual deve regular-se cada
aparição empírica do que nós chamamos de ser humano‖.

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Para Scheler, (apud Rosa, 2016) defende que:

―A pessoa é antes a unidade, imediatamente vivida pelo vivente espiritual e não


uma coisa pensada atrás e fora do imediatamente vivido‖. A pessoa é a unidade
essencial concreta do ser de actos de essências diferentes, que em si mesma
precede todas as diferenças de actos (p.37).

O fundamento último da personalidade é dado à seu juízo, pela autonomia no ser por parte de
uma realidade racional, ou seja, pela posse de um próprio acto de ser: graças à tal posse, a
realidade humana torna-se completa em si mesma, e não pode mais ser comunicada e associada a
outros. Quando um acto de ser, próprio e proporcionado a uma certa essência particular ou
substância individual intelectiva, a faz existir por si e em si, por isso mesmo é incomunicada e
incomunicável, é pessoa.

1.2 A pessoa em suas relações

Soren Kierkegaard (apud, Rosa, p.38), defende que, ―é um dos filósofos que procurou analisar os
problemas da relação existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus‖(p.38).

1.2.1 Relação do Homem consigo mesmo

A relação do homem consigo mesmo é marcada pela inquietação e pelo desespero. Isso acontece
por duas razões: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as possibilidades que
realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e
fracassando diante de suas expectativas( Rosa, p.38).

1.2.2 A relação do Homem com Deus

Rosa (2016), defende que, a relação do homem com Deus seria talvez a única via para a
superação da angústia e do desespero. Contudo, é marcado pelo paradoxo de ter de compreender
pela fé o que é incompreensível pela razão (p.39).

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1.2.3 A relação do Homem com outros seres e a natureza

A relação do homem com o mundo - outros seres humanos e na natureza são dominadas
pela angústia. A angústia é entendida como o sentimento profundo que temos ao perceber
a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que
nossas expectativas sejam realizadas. ―No possível, tudo é, possível‖, escreve
Kierkegaard. Assim, vivemos num mundo onde tanto é possível a dor como o prazer, o
bem como o mal, o amor como o ódio, o favorável como o desfavorável (Rosa,
2016,p.38).

Nédoncelle (2020, pp. 65-67), salienta que, valor da pessoa, sob o ponto de vista ético emerge,
sobretudo, nas relações interpessoais. É na sua relação com os outros que a pessoa encontra os
vínculos éticos mais profundos e empenhativos. Estes vínculos podem expressar-se de diversas
maneiras e a diversos níveis:

i) Como respeito pela pessoa do outro, tal como se apresenta no encontro interpessoal. A pessoa é
única, original e insubstituível. É um fim em si mesma e nunca pode ser instrumentalizada e
reduzida a um simples meio seja do que for.

ii) Como promoção da pessoa, como vimos atrás, não basta afirmar a pessoa, é necessário
promovê-la. A relação interpessoal não deve ser contemplação, mas energia realizadora. Não
interessa só que o outro viva; interessa também como vive. A relação interpessoal é, até certo
ponto, uma relação criadora. Não basta «não odiar, não matar»; é necessário amar.

iii) A promoção reveste-se, na maioria dos casos, da forma de libertação. Na relação


interpessoal, o outro, muitas vezes, está em estado de alienação: é o pobre, o oprimido, o
explorado, o esfomeado, o sem pátria...

É necessário agir face a estas situações, sob o risco de o significado ético da relação pessoal ficar
reduzido a um moralismo formal. A relação interpessoal é activa, criadora e libertadora.

O valor ético da pessoa é o fundamento de uma ética social e é também o critério para decidirmos
sobre os «deveres» que a consciência moral nos impõe.

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A relação com o meio ambiente é uma outra necessidade que garante o equilíbrio
no esquema de todas as relações sociais. Isto é assim porque não se pode falar do
Homem sem mundo, como não se pode falar do mundo sem Homem; não só o
mundo cultural mas nem sequer o mundo natural pode ser olhado e separado do
Homem. O que de facto existe é um Homem no mundo e um mundo para o
Homem (Nédoncelle,2020, p.68).

1.2.5 A relação do Homem com o trabalho

Segundo Rosa (2016), defende que, ―o trabalho é toda actividade no qual o ser humano utiliza
sua energia física e psíquica para satisfazer suas necessidades ou para atingir um determinado
fim‖ (p.38).

Por intermédio do trabalho, o homem acrescenta um ―mundo novo‖ (a cultura) ao mundo natural
já existente. O trabalho é, portanto, elemento essencial da relação dialéctica entre o homem e a
natureza, entre o saber e o fazer, entre a teoria e a prática.
Nesse sentido, o trabalho é uma actividade tipicamente humana, porque implica a
existência de um projecto mental que determina a conduta a ser desenvolvida para
se alcançar um objectivo almejado. Pelo trabalho, o homem é capaz de expandir
suas energias, desenvolver sua criatividade e realizar suas potencialidades; pelo
trabalho o ser humano é capaz de moldar a natureza e, ao mesmo tempo,
transformar a si próprio. Ou seja, trabalhando podemos transformar o mundo e a
nós mesmos( Rosa, 2016,p.39).

Em seu aspecto social, isto é, como esforço conjunto dos membros de uma comunidade, o
trabalho teria como objectivos últimos a manutenção da vida e o desenvolvimento da sociedade.
Assim dentro da visão positiva, o trabalho poderia promover a realização do indivíduo, a
edificação da cultura e a solidariedade entre os homens.

Na sua relação com o trabalho, o Homem é chamado a tornar o mundo cada vez mais habitavel,
hospitaleiro e confortável. Aqui encontramos o valor cósmico do trabalho. Pelo tabalho, o
Homem dignifica-se, pois este possui, para si, um valor personalista, ou seja, antropológico: a
natureza não nasce perfeita, ela aperfeiçoa-se, tempera-se, afina-se, enriquece-se através do
trabalho.

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1.3 A Consciência Moral

―A consciência pode ser definida na perspectiva psicológica, ético e moral, política e na da teoria
de conhecimento‖ (Rosa, 2016,P.40),

Na perspectiva psicológica, a consciência é um sentimento de nossa própria identidade: é o eu,


um fluxo temporal de estados corporais e mentais, que retém o passado na memória, percebe o
presente pela atenção e espera o futuro pela imaginação e pelo pensamento. O eu é o centro ou a
unidade de todos esses estados psíquicos. A consciência psicológica é formada por nossas
vivências.

 Na perspectiva ético e moral, a consciência é a espontaneidade livre e racional, paraescolher,


deliberar, e agir conforme à liberdade aos direitos alheios e deveres. É a pessoa dotada de
vontade livre e de responsabilidade. É a capacidade para compreender e interpretar sua
situação e condição (física, mental, social, cultural, histórica), viver na companhia dos outros
segundo as normas e os valores morais definidos por sua sociedade, agir tendo em vista fins
escolhidos por deliberação e decisão, realizar as virtudes e, quando necessário, contrapôr-se e
opôr-se aos valores estabelecidos em nome de outros, considerados mais adequados à
liberdade e à responsabilidade.
 Do perspectiva política, a consciência é o cidadão, isto é, tanto o indivíduo situado no tecido
das relações sociais, como portador de direitos e deveres, relacionando-se com a esfera
pública de poder e das leis, quando o membro de uma classe social, definido por sua situação
e posição nessa classe, portador e defensor de interesses específicos de seu grupo ou de sua
classe, relacionando-se com a esfera pública do poder e das leis.
 Na perspectiva da teoria de conhecimento, a consciência é uma actividade sensível e
intelectual dotada de poder de análise, síntese e representação. É o sujeito, que se reconhece
como diferente dos objectos, cria e descobre significações, institui sentidos, elabora
conceitos, idéias, juízos e teorias. É dotado de capacidade de conhecer à si mesmo no acto de
conhecimento, ou seja, é capaz de reflexão. É saber de si e saber sobre o mundo,
manifestando-se como sujeito percebedor, imaginante, memorioso, falante e pensante.

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A consciência moral (pessoa) e a consciência política (o cidadão) formam-se pelas
relações entre as vivências do eu e os valores e as instituições de sua sociedade ou de
sociedade ou de sua cultura. São as maneiras pelas quais nos relacionamos com os outros
por meio de comportamentos e práticas determinadas pelos códigos morais (que definem
deveres, obrigações, virtudes), e políticos (que definem direitos, deveres e instituições
colectivas públicas), a partir de modo como uma cultura e uma sociedade determinadas
definem o bem e o mal, o justo e o injusto, o legítimo e o ilegítimo, o legal e o ilegal, o
privado e o público. O eu é uma vivência e uma experiência que se realiza por
comportamentos; a pessoa e o cidadão são consciência como agente (moral e político),
como práxis ( Rosa, 2016, p.41).

Em sua essência, a consciência é um vazio, um nada, um silêncio que nos possibilita sentir e
escutar, reflectir e querer. Nela ouvimos a voz do nosso ser. Na vida familiar, a consciência é
considerada apenas uma vivência.

Rosa, (2016) salienta que, Platão definiu a consciência como o ―diálogo da alma consigo
mesma‖. A alma interroga a si mesma sobre que relação e compromisso tem ela com essa outra
realidade, que se dá a conhecer no íntimo diálogo consigo mesma

1.4 Graus da consciência

Segundo Rosa (2016), Distinguem três graus da consciência:

1. Consciência passiva: aquela na qual temos uma vaga e uma confusa percepção de nós mesmos
e do que se passa à nossa volta, como no devaneio, no momento que precede o sono ou o
despertar, na anestesia, e sobretudo, quando somos muito criança ou muito idosos.

2. Consciência vivida, mas não reflexiva: é nossa consciência afectiva, que tem a peculiaridade
de ser egocêntrica, isto é, de perceber os outros e as coisas apenas a partir de nossos sentimentos
com relação à elas, como por exemplo, a criança que bate numa mesa ao tropeçar nela, julgando
que a ―mesa faz de propósito para machucá-lo‖. Nesse grau de consciência não conseguimos
superar o eu e o outro, o eu e as coisas. É típico por exemplo, das pessoas apaixonadas, para as
quais o mundo existe a partir de seus sentimentos de amor, ódio, cólera, alegria, tristeza, etc.

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3.Consciência activa e reflexiva: aquela que reconhece a diferença entre interior e o exterior,
entre si e os outros, entre si e as coisas. Esse grau de consciência é o que permite a existência da
consciência em suas quatro modalidades, que são: o eu, a pessoa, o cidadão e o sujeito (p.41).

1.5 Ética e Moral;

Segundo Rosa (2016), afirma que, a palavra ética vem do grego, ethos, que significa costume. É a
ciência que tem por objecto o fim da vida humana e os meios para alcançá-los. Historicamente, a
palavra ética foi aplicada à moral sob todas as suas formas, quer como ciência do comportamento
efectivo dos homens, quer como arte de guiar o comportamento. Propriamente a ética deveria
ocupar-se do bem como valor primário e ser assumido pela liberdade como guia das próprias
escolhas (p.43).

A palavra moral vem do latim, mores, que significa hábitos. Ética e moral,
possuem com efeito, acepções muito próximas uma da outra; se o termo ético é de
origem grega, e a moral, de origem latina, ambos remetem a conteúdos vizinhos,
à ideia de costumes, de hábitos, de modos de agir determinados pelo uso.
Portanto, a grande distinção entre ética e moral está no facto de que a primeira é
mais teórica, pretende-se mais voltada à uma reflexão sobre os fundamentos que
esta última. A ética se esforça por desconstruir as regras de conduta que forma a
moral, os juízos do bem e do mal que se reúnem no seio desta última (Rosa, 2016,
p.43).

A ética designa uma ―meta moral‖, uma doutrina que se situa além da moral, uma teoria
raciocinada sobre o bem e o mal, os valores e os juízos morais.

Em suma, a ética desconstrói as regras de conduta, desfaz suas estruturas e desmonta sua
edificação, para se esforçar em descer até os fundamentos ocultos da obrigação. Diversamente da
moral, ela se pretende pois desconstrutora e fundadora, enunciadora dos princípios ou de
fundamentos últimos (Rosa, 2016, p.43).

1.6 Os aspectos da ética individual

Resumem-se nas formas fundamentais da co-existência com os outros.


Nesta secção, abordamos formas de co-existência na perspectiva antropológica e não na
perspectiva sociológica. Por isso é que ao abordarmos, aqui, o tema sobre os aspectos da ética

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individual, não o fazemos considerando o ser humano como um «ser isolado» e auto-suficiente,
mas como «consciência fechada» porque desta maneira seria difícil ou mesmo impossível falar da
sua relação com o outro.

Apresentamos, em seguida, algumas das forças de co-existência com os outros.

1.6.1 O amor

O amor implica, em primeiro lugar, a afirmação do outro como sujeito, isto é, como pessoa. Não
só afirmar, mas afirmar para promover: afirmação e promoção do outro enquanto outro na sua
originalidade e unicidade. Este amor de afirmação é necessariamente incondicionado (ama-se o
que o outro é e não o que ele tem); é desinteressado (o amor não procura vantagens pessoais,
egoístas, o que seria instrumentalizar a pessoa); finalmente, o amor é fidelidade criadora que
procura realizar e promover o outro de acordo com o seu projecto existencial próprio e original. É
evidente que esta fidelidade se deve realizar dentro do quadro de valores.

1.6.2 O amor como promoção

De todas as intenções que se escondem por detrás duma mesma palavra, é preciso
escolher a que for autêntica e possa dar ideia das anomalias, das modificações e das
próprias perversões dessa mesma palavra. Ora, o elemento que responde a esta exigência
e que deve entrar, em primeiro lugar, na definição que procuramos é o seguinte: o amor é
uma vontade de promoção. O «mim» que ama quer, antes de mais, a existência do «ti»; e
quer, além disso, desenvolvimento autónomo desse «ti»; e quer, por outro lado, que o
desenvolvimento autónomo seja, se possível, harmonioso, em relação ao valor previsto
por «mim» para «ti». Qualquer outra atitude é uma paragem tímida no limiar do tempo,
ou então, uma complacência egoísta no reflexo dum espelho. Não há amor i propriamente
dito se não formos dois; e se o «mim» não tentar sair em direcção ao outro, a fim de
postular, título; tão real quanto possível, não como objecto de espetáculo, mas sim como
uma existência interior e como uma subjectividade perfeita (Nédoncelle,2020,p.71).

1.6.3 A indiferença

Este é o relacionamento mais comum em sociedade. Tematizado por autores personalistas e


existencialistas esta forma de relacionamento tem, fundamentalmente, duas características: o
«outro» é, em primeiro lugar, a função que desempenha sendo a pessoa substituída pelo

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funcionário; a segunda característica é o tratamento com o outro na terceira pessoa: o outro não é
um «tu» mas um «ele». Este «ele» implica uma certa objetivação da pessoa e a redução da
subjectividade soma da qualidade e função. Por outro lado, este «ele» significa uma «ausência»
em relação a mim. Não uma ausência espacial como é óbvio, mas uma ausência «afectiva». Se,
enquanto funcionário, o outro pode muito bem ser substituído por uma máquina, então «ele» é
como se não existisse. Estamos no reino da fria burocracia e tecnocracia.

1.6.4 O Ódio

É uma outra forma de relacionamento. Enquanto o amor, como vimos, é a afirmação e a


promoção do outro, o Ódio é a negação e a rejeição do outro. Neste caso, talvez, não se deva usar
o termo «objetivação». Se o outro ficasse «objetivado», deixaria de poder ser odiado. Um objecto
não se odeia nem se ama. O Ódio é a rejeição da subjectividade de outro e a sua «apropriação».
Enquanto na indiferença, o outro é «como se não existisse», o Ódio exige, por assim dizer,
existência do outro, não para o promover, mas para o rejeitar.
Como dissemos, estamos a analisar as formas de relacionamento a nível antropológico. A nível
social, a sua relação pode tomar outros contornos, sobretudo de conflitos. Estes manifestar-se-iam
pelo desejo, nalguns casos, de desaparecimento físico, do outro.

1.6.5 Os sentimentos

O que são os sentimentos? Podemos definir os sentimentos como reacções agradáveis ou


desagradáveis, de relativa duração e, geralmente, com repercussões fisiológicas discretas e
suaves.
Os sentimentos caracterizam-se pela presença de adesões intelectuais ou representativas
(imagens, ideias, representações) e a quase ausência de repercussões fisiológicas.
Dai poder-se definir os sentimentos como reacções que não se excedem nem pela violência nem
pela desorganização ou desadaptação da pessoa.
Tendo em conta o número das nossas tendências, a multiplicidade de objectos com que cada um
se pode relacionar e a diversidade de situações em que nos podemos encontrar, facilmente
poderemos imaginar a qualidade de sentimentos a que podemos estar sujeitos e a grande
instabilidade dos mesmos.

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Para o controlo e orientação dos nossos sentimentos, devemos ter em conta os seguintes
princípios:
a) A facilidade com que os sentimentos, deixados a si mesmos, se transformam em emoções e
paixões com os respectivos desajustamentos.
b) Os sentimentos positivos, optimistas e altruístas devem predominar sobre os sentimentos
negativos, pessimistas e egoístas. Os primeiros dilatam a alma, activam o bom funcionamento de
todo o organismo, enquanto os segundos atrofiam, oprimem, «azedam» o sangue.
c) Para controlar os sentimentos é necessário dominar os actos e as ideias, pois as ideias
precedem e promovem os actos; os actos e as ideias modificam os sentimentos.
d) Devemos agir como se tivéssemos os sentimentos bons que desejamos ter.
Por exemplo: se desejamos amar alguém com quem não simpatizamos, comecemos por ver nele
o lado bom, relacionamo-nos com ele, como se, de facto, fosse nosso amigo... e, pouco a pouco,
amá-lo-emos.
Outros factores psíquicos ligados aos sentimentos são as emoções, paixões e humores.
Apesar da grande importância que têm no desenvolvimento dos sentimentos não lhes
dedicaremos muita atenção, senão uma simples informação:
 As emoções são respostas psicofísicas intensas, ordinariamente repentinas e imprevistas,
ligadas a acontecimentos que alteram bruscamente o equilíbrio do comportamento humano e,
por isso, marcadas por modificações psicológicas normalmente fortes.
Existem diferentes espécies de emoções, sendo de destacar as seguintes dimensões: rapidez ou
intensidade e nível de excitação, agradabilidade ou desagradibilidade, atracção ou rejeição.
 As paixões são estados afectivos intensos, duradouros e polarizadores da Vida psíquica da
pessoa.
A paixão é uma inclinação dominante que tende a tornar-se exclusiva, podendo chegar a dirigir
todo o nosso comportamento, comandar os nossos juízos de valor, impedir o exercício imparcial
do nosso raciocínio, absorver, por assim dizer, a inteligência, a imaginação, o corarão e a
vontade.
A paixão tem um carácter absorvente ou centralizador, imperioso, estável, intenso e, por vezes,
violento. Reveste-se, frequentemente, de um certo carácter de fatalidade, fazendo perder o
controlo ou o domínio pessoal.
 Os humores são estados ou disposições de animo difusos, passageiros ou persistentes, sem
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um objecto nem um estímulo preciso. Predispõem, inconscientemente, as pessoas para um
determinado comportamento emocional, inclinando-as para a exaltação ou a depressão, a
calma ou a tensão, a alegria ou a tristeza, a euforia ou a melancolia. São uma espécie de
«música de fundo» permanente da Vida afectiva.
Não existe uma linha rigorosa que separa os sentimentos dos humores. Contudo, os humores são
mais persistentes, penetram com frequência mais fortemente na personalidade, invadem de forma
mais global a Vida psíquica.
1.5.6 A responsabilidade
Para chambisse, et al. 2017,p.49) salientam que, Etimologicamente, a palavra «responsabilidade»
vem do latim respondere, que significa «comprometer-se» (sponder) perante alguém em retorno
(re). É a virtude através da qual o agente moral deve responder pelos seus actos, isto é,
reconhecê-los como seus e suportar as suas consequências. O uso deste termo em Filosofia é
relativamente recente, e foi no século XX que ganhou ressonância. A responsabilidade pressupõe
três condições fundamentais:
i) Conhecimento – o agente deve ter conhecimento dos seus actos e das suas consequências. Se o
individuo actua por ignorância a sua responsabilidade será atenuada.
ii)Liberdade – só somos responsáveis pelos actos que são verdadeiramente nossos, e é a
liberdade que dá ao Homem pleno domínio dos seus actos e o torna susceptível de valorização.
iii)Intenção – a responsabilidade depende da intenção com que se decide a realização do acto.

Segundo chambisse, et al, 2017,pp.50), A responsabilidade subdivide-se em dois tipos:

a) Responsabilidade fundamental ou transcendental, que é aquela que o Homem tem por ser
Homem, enquanto Homem. É a responsabilidade perante a consciência, os outros e a sociedade.
b) Responsabilidade categorial, que equivale as diversas obrigações e deveres de cada um. É
subjectiva ou pessoal, cada sujeito agente é responsável pelos actos que são verdadeiramente seus
porque livremente praticados.
O mérito
O mérito é a aquisição de valor, em sequência do bem que se pratica. O seu oposto é o demérito,
que é a perda de valor, em virtude dos factos cometidos. O mérito depende (em absoluto) do
valor do próprio acto, e também (em relativo) das condições em que o acto é realizado,

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especialmente de dificuldade e de intenção. Por exemplo: um rico que, ao encontrar um mendigo,
lhe dá a quantia de 200,00 meticais para ganhar a simpatia das pessoas em redor é menos
meritório que um pobre que despende o valor de 5,00 meticais mas o faz por verdadeira
solidariedade.
A virtude
A virtude é um valor moral adquirido por esforço voluntário, isto é, uma força para fazer o bem e
que se adquire através de exercícios bons. O estudo da virtude foi realizado já por Sócrates e
Platão. Platão tratou dela em vários diálogos, entre os quais Ménon, Protágoras e República,
apontando quatro tipos de virtudes:
 A prudência
 A fortaleza
 A temperança
 A justiça

A sanção
A sanção é o prémio ou castigo infligidos pelo cumprimento ou violação da lei. Sancionar um
acto é sublinhar o seu valor, quer reconhecendo-o como bom, por meio de elogios e recompensas,
quer tomando-o como mau, através de censuras e castigos. A sanção não é somente castigo como
muitos entendem, mas também um prémio. As sanções dividem-se em terrenas e sobrenaturais.

As sanções sobrenaturais compreendem:


 Sanções de consciência – consideram-se assim certos sentimentos, com os quais nos sentimos
elevados (satisfação, paz interior) ou deprimidos (inquietação, remorso), consoante os nossos
actos são bons ou maus.
 Sanções de opinião pública — sanciona as acções humanas, quer quando louva os bons, quer
quando reprova os maus.
 Sanções naturais – são as consequências que resultam para nos da Vida que levamos. Os
actos imorais traduzem-se, geralmente, em decadência pessoal (intelectual e física) ao passo
que a saúde pode ser o fruto de uma Vida moral pura.
 As Sanções civis – são as que a sociedade aplica, por órgãos apropriados, aos que transgridem
leis e regulamentos.
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Sanções sobrenaturais estão relacionadas com as religiões e, em todos os tempos, e incluem a
crença (explicita ou implícita) num juízo final como recompensa última dos bons e castigo dos
maus. Esta noção de sanções sobrenaturais corresponde a um objectivo moral positivo: evitar
que, perante as insuficiências inevitáveis (em erros e omissões) das sanções terrenas, o Homem
possa cultivar a ideia moralmente corrupta de que pode haver crime sem castigo ou pode haver
virtude sem esperança de recompensa (chambisse, et al. 2017,pp.54-56).

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Conclusão
Feito o trabalho conclui-se que, uma pessoa sujeito moral é aquele que antes de ter com outra
pessoa ou antes de se interagir com outra se interagiu consigo mesmo
É uma pessoa que cumpre com as normas regras sociais
Uma pessoa é um ser social dotado de sensibilidade, com inteligência e vontade propriamente
humanas. Para a psicologia, trata-se de um indivíduo humano concreto (o conceito abarca os
aspectos físicos e psíquicos do sujeito que o definem pelo seu carácter singular e único).
No âmbito do direito, uma pessoa é todo ente ou organismo susceptível de adquirir direitos e
contrair obrigações. Por isso, fala-se de diferentes tipos de pessoas: pessoas físicas (os seres
humanos) e pessoas de existência ideal ou jurídicas (as sociedades, as corporações, o Estado, as
organizações sociais, etc.).
As pessoas físicas ou naturais correspondem a um conceito jurídico que foi elaborado pelos
juristas romanos. Hoje em dia, as pessoas físicas contam, pelo único facto de existirem, com
diversos atributos atribuídos pelo direito.
As pessoas jurídicas ou morais são as entidades às quais, para a realização de certos fins
colectivos, as normas jurídicas lhes reconhecem capacidade para serem titulares de direitos e
contraírem obrigações. A pessoa jurídica apresenta características que fazem parte da rotina
empresarial. Estão classificadas como pessoas jurídicas: escolas, universidades e outros tipos de
instituições de ensino, sociedades, partidos políticos, fundações, empresas de diversos segmentos,
prefeituras, entre outros.
No campo da filosofia, uma pessoa é um ser que possui capacidades de pensar, agir, racionalizar,
é alguém que tem autoconsciência, moralidade, entre outros. E essa pessoa também conta com
sua individualidade física e individualidade espiritual.
Em alguns lugares, o termo pessoa também pode ser usado como sobrenome, por exemplo:
Por fim, cabe destacar que se denomina como pessoa gramatical à característica gramatical básica
que expressam os pronomes pessoais. Esta característica regula a forma deíctica necessária para
determinar que papel é que ocupam os interlocutores (o falante e o ouvinte) ou outros
intervenientes em relação ao predicado. Na língua portuguesa, existem três pessoas no singular
(eu, tu, ele/ela) e outras três no plural

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Referência bibliográfica
o Chambisse, et al. (2017).Filosofia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo

o Do Vivido, P. (2020) Introdução à Filosofia 10º Ano; Porto Editora, Disponivel em


https://www.escolamz.com/2020/07/a-pessoa-como-sujeito-moral.html -- Acesso em 09 de
Maio de 2023
o Rosa, A. L. (2016) Introdução à Filosofia Manual de Tronco Comum. UCM- Beira
o Nédoncelle; M. (2020).Para uma Filosofia da Pessoa; Ed. Morais; Lisboa.

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