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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA

___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR – BA

SIMPLE AGÊNCIA, agência especializada em marketing digital, inscrita no CNPJ sob o nº


4444444/0001-22, situada à Rua Alceu Amoroso Lima, n.54, sala 12, Caminho das Árvores,
Salvador- BA, CEP 41.820-770, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio
dos seus advogados, infrafirmados, constituídos mediante o instrumento de mandato anexo,
com endereço para intimações a Rua Silveira Martins, n. 2555, Cabula, Salvador - BA,
propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA C/C DANOS MATERIAIS E MORAIS COM


PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

em face do PLUS VITA ESTETICA MODERNA LTDA, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 555555555/0001-99, por seu representante legal, situada
na rua Elvira Martins, 250, lojas 404 e 405 Edifício Primus, Santo Antônio de Jesus, Bahia,
CEP 44.552-040 e do TWITTER BRASIL REDE DE INFORMAÇÃO LTDA, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 16.954.565/0001-48, por seu
representante legal, situada na Av. Brig Faria Lima, 4221, Itaim Bibi, São Paulo – SP, CEP
04538-133, pelos fatos e argumentos que seguem.

1. GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O artigo 99 do Código de Processo Civil (CPC) possibilita que o requerimento da gratuidade


da justiça seja formulado “na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso”, presumindo-se verdadeira a alegação de
hipossuficiência feita por pessoa física (§1º) e sendo irrelevante o fato de estar sendo
representada por advogado particular (§4º).
Por isso mesmo, o CPC também deixou claro que o indeferimento do pedido de gratuidade
depende da existência de elementos que evidenciem a falta dos pressupostos para a sua
concessão. E, mesmo nessas hipóteses, deve o magistrado “antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos” (art. 99,
§2º).

Ademais, nos termos da Súmula 481 do Supremo Tribunal de Justiça, salvaguarda o direito
ao benefício da gratuidade da justiça a pessoa jurídica em razão da impossibilidade de
assumir os encargos processuais, evitando provocar o prejuízo próprio. Vejamos:

“Súmula 481
Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais.”

Ademais, ante o prejuízo latente da parte autora frente ao inadimplemento da empresa em


que contende na presente ação que será demonstrado nos seguintes tópicos e pelos
documentos colacionados, é inconteste o prejuízo financeiro adquirido e, consequentemente,
a incapacidade de arcar com qualquer custas processuais.

Logo, a assunção de novos compromissos financeiros, tais como custas processuais e afins,
representaria grande impacto sobre a própria subsistência do requerente.

O entendimento jurisprudencial pacífico pelos tribunais pátrios é suficiente para corroborar


na pretensão solicitada, consoante transcrito a seguir:

Ressalva-se que, a incapacidade econômica da empresa frente ao dispêndio presente, a parte


autora preenche a todos os requisitos constituídos lei para a concessão de tal benefício.

Assim, entendimento contrário seria uma clara violação ao amplo acesso ao Poder Judiciário
(art. 5º, XXXV, CF) e ao art.98 do CPC, em que garantem o usufruto em caso de
comprovação da hipossuficiência financeira.
Nestes termos, pede deferimento da gratuidade da justiça.

2. DOS FATOS

A SIMPLES AGÊNCIA, pessoa jurídica, agência especializada em marketing digital, foi


contratada pela Plus Vita ESTETICA MODERNA LTDA, para prestação de serviços por
prazo determinado, consoante as condições presentes no contrato juntado nos autos (Doc.
01), visando o planejamento e execução de campanhas digitais.

Frisa-se que, apesar do correto cumprimento do quanto estabelecido contratualmente pela


parte demandante, os requeridos, além de inadimplirem o pagamento por mais de 03 (três)
meses, ainda tem divulgado mensagens claramente difamatórias quanto aos serviços
prestados. Os documentos juntados dão conta de comprovar os fatos alegados na inicial.

Assim, em síntese, a parte Autora não tem sido remunerada pelos seus serviços e tem
enfrentado claros prejuízos financeiros devido à má imagem que tem sido construída pelas
falsas informações e na medida em que a questão não pôde ser solucionada de forma
amigável, restou à parte autora recorrer ao Poder Judiciário, de modo que se espera que seja
julgada procedente a presente demanda, de acordo com os pedidos expostos a seguir.

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

3.1 DA COBRANÇA DOS VALORES NÃO PAGOS

A ação de cobrança pode ser compreendida como sendo uma propositura no âmbito judicial
que exige o pagamento de uma dívida perante um juízo, devendo o valor principal
reivindicado ser acrescido de juros e correção monetária. Sob esse prisma, tal ação se faz
viável sempre que alguém, cumprindo a sua parte no contrato, depara-se com o
inadimplemento do outro contratante.
Em conformidade com essa prerrogativa, aduz o Código Civil em seu artigo 884 que “aquele
que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários".

Desse modo, não é errôneo afirmar que a situação narrada acima se enquadra perfeitamente
no caso em questão, uma vez que SIMPLES AGÊNCIA, contratada pela PLUS
VITA ESTÉTICA MODERNA LTDA, para prestação de serviços por prazo determinado,
consoante as condições presente no contrato juntado nos autos, para planejamento e
execução de campanhas digitais.

O valor acordado da contraprestação do serviço, entre contratada e contratante, foi de R$


14.000,00 (quatorze mil reais), com desconto no valor de R$ 1.440,00 (mil quatrocentos e
quarenta reais), ficando assim o saldo a pagar de R$ 12.560,00 (doze mil quinhentos e
sessenta reais) nos três primeiros meses, devendo ser pago pela parte ré até o dia 05 (cinco)
do mês subsequente à prestação dos serviços.

No entanto, apesar da SIMPLE AGÊNCIA ter honrado com o seu compromisso, a ré, PLUS
VITA ESTÉTICA MODERNA LTDA, apenas cumpriu com a obrigação acordada no
primeiro mês, ficando inadimplente nos outros últimos três meses que precederam o
contrato.

Outro ponto que merece destaque diz respeito ao fato da impontualidade do pagamento
sujeitar ao contratante, além da quantia devida e não paga, multa de 2% (dois por cento) e
juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês, bem como correção monetária pelo INPC.

Conforme o Código de Civil, “não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.”

Neste sentido, segue precedente do tribunal pátrio:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA -


DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - DANOS MATERIAIS -
CONFIGURADOS - TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA -
CITAÇÃO - ART. 405 DO CC/02 - CORREÇÃO MONETÁRIA - DATA
DO INADIMPLEMENTO - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS -
FIXADOS SOBRE O VALOR DA CAUSA - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO
DE COBRANÇA - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - DANOS
MATERIAIS - CONFIGURADOS - TERMO INICIAL DOS JUROS DE
MORA - CITAÇÃO - ART. 405 DO CC/02 - CORREÇÃO MONETÁRIA -
DATA DO INADIMPLEMENTO - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS -
FIXADOS SOBRE O VALOR DA CAUSA - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO
DE COBRANÇA - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - DANOS
MATERIAIS - CONFIGURADOS - TERMO INICIAL DOS JUROS DE
MORA - CITAÇÃO - ART. 405 DO CC/02 - CORREÇÃO MONETÁRIA -
DATA DO INADIMPLEMENTO - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS -
FIXADOS SOBRE O VALOR DA CAUSA - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO
DE COBRANÇA - DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL - DANOS
MATERIAIS - CONFIGURADOS - TERMO INICIAL DOS JUROS DE
MORA - CITAÇÃO - ART. 405 DO CC/02 - CORREÇÃO MONETÁRIA -
DATA DO INADIMPLEMENTO - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS --
FIXADOS SOBRE O VALOR DA CAUSA - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO - Tratando-se de responsabilidade civil
contratual, o termo inicial dos juros de mora é a citação, ato que constituiu
os Agravados em mora (art. 397, § ún. do Cód. Civil de 2002 e Súmula 54
do STJ). Assim, as condenações por dano material e moral devem sofrer
incidência de juros de mora a partir da data da citação - A correção
monetária é o ato de reposicionar o poder aquisitivo da moeda, em virtude
de sua desvalorização decorrente do processo inflacionário, devendo incidir
desde a data do inadimplemento - Os honorários serão fixados entre o
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa. Quanto o valor da condenação implicar em
honorários irrisórios, deverá o julgador utilizar o percentual sobre o valor da
causa - O art. 85, do Código de Processo Civil, prevê que a fixação dos
honorários advocatícios deve considerar o grau de zelo do profissional, o
lugar de prestação do serviço, a natureza e a importância da causa e o
trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

(TJ-MG - AC: XXXXX10014681002 Conceição do Rio Verde, Relator:


José Eustáquio Lucas Pereira, Data de Julgamento: 01/02/2022, Câmaras
Cíveis / 18ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 04/02/2022).

Diante do caso supracitado, a empresa ré encontra-se em mora, uma vez que não efetuou o
pagamento do valor devido no prazo e forma estipulados em contrato.

Consequentemente, vencida e não paga a parcela contratual, que representa obrigação


positiva e líquida, fica o devedor constituído em mora, desse modo devendo não somente a
correção monetária, mas também os juros moratórios incidentes desde o vencimento de cada
parcela do débito inadimplido.
Sendo assim, trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o
compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não o
imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido pelo direito.

3.2 DA RESCISÃO CONTRATUAL

O contrato firmado entre as partes deveria ter sido cumprido em um prazo de 18 meses a
contar de sua assinatura, com a probabilidade de prorrogação, se novamente acordados.

Ocorre que, a Requerida, além de não pagar a quantia devida à Autora (R$ 12.560,00)
como acordado (Cláusula nona, Seção 06 do contrato em anexo), sequer lhe deu
justificativa a mora do pagamento e, simplesmente, ignorou as tentativas da parte autora
em ter qualquer contato.

Dessa forma, ante as tentativas frustradas de resolução da questão exposta na presente


ação, nada mais resta, senão a rescisão do contrato firmado entre as partes, bem como a
quitação dos valores devidos pela Requerida conforme o item 04 da cláusula Nona que
prevê multa de 2% (dois por cento) e juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês, bem
como correção monetária pelo INPC no caso de impontualidade no pagamento. Para
mais, deve-se também observar que, em conformidade com a cláusula décima, além de
provocar a rescisão do presente contrato, por culpa exclusiva da requerida, esta pagará
ainda à outra multa equivalente a 20% (vinte por cento) sobre o valor total do contrato.

Segue jurisprudência que comprova e autoriza a rescisão contratual por inadimplemento


do comprador. Observe o entendimento pacificado nos mais diversos tribunais:

AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL POR INADIMPLEMENTO C. C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E PAGAMENTO DE
MULTA CONTRATUAL – Requerida revel – Comprovado o
descumprimento dos deveres contratuais, por parte da ré, apto a ensejar a
resolução contratual – Insurgência da autora apenas quanto a minoração do
valor concernente à multa contratual – Descabimento - Montante da multa
compensatória que se mostra excessivo – Necessidade de redução judicial,
de ofício, para melhor adequação à situação e a fim de evitar onerosidade
excessiva - Inteligência do art. 413 do Código Civil – Precedentes desta
Corte – Recurso não provido, sem fixação de honorários recursais por
ausência de contrarrazões de apelação.
(TJ-SP - AC: XXXXX20188260100 SP XXXXX-20.2018.8.26.0100,
Relator: Mendes Pereira, Data de Julgamento: 09/03/2020, 15ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 09/03/2020).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO C/C


INDENIZAÇÃO - RECONVENÇÃO - OBRIGAÇÕES
SINALAGMÁTICAS - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO
DISPOSTO NO ART. 476, DO CC - EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO
CUMPRIDO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO.
- "Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a
sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro." (art. 476, do Código
Civil).
- Estando adequadamente demonstrada a culpa da Ré para a rescisão
do contrato e não havendo mora imputável à Autora, que suspendeu os
pagamentos conforme autorização contratual, sendo certo que eventuais
adimplementos parciais ocorreram no contexto de tentar dar continuidade ao
ajuste, o que, ao final, não foi possível, tendo em vista que a obra foi
entregue de forma inadequada e após o prazo avençado, é descabida a
manutenção do pacto, bem como acolhimento da pretensão de cobrança,
formulada em Reconvenção, atrelada a serviços frustrados e finalizados por
terceiros.

(TJMG - Apelação Cível 1.0000.22.292291-6/001, Relator(a): Des.(a)


Roberto Vasconcellos , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 19/04/2023,
publicação da súmula em 19/04/2023)

EMENTA: APELAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA - PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS - RESCISÃO CONTRATUAL - INADIMPLÊNCIA - CAUSA
DA INCIDÊNCIA DA MULTA PACTUALDA - CORREÇÃO, JUROS E
MULTA CONTRATUAL - DEVIDOS - RESPONSABILIDADE
CONTRATUAL - ARTIGO 397 DO CÓDIGO CIVIL. Quanto aos encargos
da mora, nas obrigações positivas e líquidas, devem incidir a partir do
vencimento de cada prestação, momento em que o devedor se torna
inadimplente e tais obrigações se fazem exigíveis. O advento do termo final
para pagamento, por si só, autoriza a imediata incidência de tais encargos. A
correção monetária, por sua vez, visa manter o poder aquisitivo da moeda,
evitando-se sua depreciação. Logo, ela é simples recomposição da moeda,
visando apenas evitar uma perda. Assim, deve incidir a partir do vencimento
de cada prestação, pois este atesta o valor efetivamente devido, em sua
integralidade, preservando, desta forma, o valor do montante a que faz jus a
parte autora. Verificada a culpa da apelante quanto à rescisão contratual, vez
que usufruiu dos serviços prestados pela apelada por dois anos sem pagar,
concluímos que, a inadimplência da recorrente foi o motivo que levou a
parte autora a rescindir a avença.
(TJMG - Apelação Cível 1.0000.23.032233-1/001, Relator(a): Des.(a)
Newton Teixeira Carvalho , 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
13/04/2023, publicação da súmula em 17/04/2023)

Portanto, considerando que a ré não realizou os pagamentos devidos, nem os demais fatos
acordados contratualmente, patente a necessidade de rescisão do contrato entre as partes.

3.3 DOS DANOS MATERIAIS

O dano material corresponde ao prejuízo financeiro sofrido pela vítima, provocando a


redução do seu patrimônio. Assim, uma vez comprovados os detrimentos, a indenização é
medida impositiva.

No caso dos autos, a Simple Agência teve que assumir com uma sequência de prejuízos
econômicos ocasionados por despesas decorrentes da inadimplência da contratante,
consoante os documentos juntados demonstram cabalmente.

Frisa-se que, em razão das circunstâncias mencionadas, além das perdas obtidas pelo
descumprimento contratual da Plus Vita, também a parte autora teve que arcar com
dispêndios da divulgação de falsas informações formuladas por esta, culminando em uma
lesão de mais de R$ 30.000,00 (trinta mil) reais em novos negócios. Desta forma, conforme
será demonstrado a seguir, é evidente o direito da requerente a ser ressarcida pelos danos
emergentes e lucros cessantes.

3.3.1 DOS DANOS EMERGENTES

Os danos emergentes são lidos como prejuízos efetivamente sofridos pela vítima no que
tange o seu patrimônio. Segundo o civilista Anderson Schreiber “os danos emergentes são
chamados de danos negativos; é o prejuízo representado por uma perda, uma diminuição do
patrimônio.”.

No caso ora discutido, o prejuízo suportado pela Simple Agência em razão do


descumprimento do estabelecido contratualmente com a Plus Vita, provocou uma perca
monetária na ordem de R$ 30.000,00 (trinta mil) reais em relações negociais, gerando grave
abalo financeiro na empresa, vez que em função das falsas informações atribuídas a parte
autora fomentadas em redes sociais pela ré, houve a supressão de novos contratos.

Veja-se que de acordo com o artigo 389 do Código Civil (CC), é atribuído ao devedor a
resposta pelas perdas e danos juntamente com os juros e atualizações monetárias ante seu
descumprimento. Para além, visando a salvaguarda patrimonial também em consequência de
um inadimplemento obrigacional, abrangendo todas as efetivas perdas, conforme já
mencionado, o CC prevê expressamente a responsabilização do devedor pelos decréscimos
experimentados pela vítima, restando-lhe o dever de reparação.

Nesse sentido, o art. 402 do respeitável Código Civil dispõe que:


Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o
que razoavelmente deixou de lucrar.

Ressalva-se que a indenização deve objetivar a restitutio in integrum, para que assegure o
princípio da reparação integral paralelo a função da responsabilidade civil que também deve
cumprir a função reparadora.

Outrossim, Maria Helena Diniz traz brilhantíssima análise sobre este princípio, observe:
“(...) A responsabilidade civil pressupõe uma relação jurídica entre a pessoa
que sofreu o prejuízo e a que deve reperá-lo, deslocando o ônus do dano
sofrido pelo lesado para outra pessoa que, por lei, deverá suportá-lo,
atendendo assim à necessidade moral, social e jurídica de garantir a
segurança da vítima violada pelo autor do prejuízo. Visa, portanto,
garantir o direito do lesado à segurança, mediante o pleno
ressarcimento dos danos que sofreu, restabelecendo-se na medida do
possível o statu quo ante. Logo, o princípio que domina a
responsabilidade civil na era contemporânea é o da restitutio in
integrum, ou seja, da reposição completa da vítima à situação anterior à
lesão, por meio de uma reconstituição natural, de recurso a uma
situação material correspondente ou de indenização que represente de
modo mais exato possível o valor do prejuízo no momento de seu
ressarcimento, respeitando assim, sua dignidade. (grifo nosso)
Em caso de prejuízos oriundos de inadimplemento contratual, o Egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais, acertadamente, tem aplicado a condenação por danos materiais
emergentes. Vejamos o precedente:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INTERRUPÇÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA NA EMPRESA. DANOS MATERIAIS EMERGENTES E
LUCROS CESSANTES. NÃO COMPROVAÇÃO.
Os danos materiais importam em perda patrimonial, seja na forma
emergente - o prejuízo efetivamente suportado pela vítima - ou na
forma de lucros cessantes - o que se estima a vítima deixou de ganhar,
nos termos do art. 402 do Código Civil.
Inexistindo provas da efetiva perda patrimonial, impõe-se a improcedência
do pedido de indenização por danos materiais.
Recurso conhecido, mas não provido.

(TJMG - Apelação Cível 1.0000.22.237194-0/001, Relator(a): Des.(a)


Albergaria Costa , 3ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/02/2023,
publicação da súmula em 28/02/2023) (grifo nosso)

EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS - MEDIDA CAUTELAR E AÇÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS - CONTRATO DE FORNECIMENTO DE
ALIMENTOS - MECANISMO DE PAGAMENTO DOS CRÉDITOS DA
CONTRATADA - CLÁUSULA EXPRESSA E CLARA -
DESCUMPRIMENTO PELA CONTRATANTE - PREJUÍZOS
MATERIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS À CREDORA -
CONFIGURAÇÃO - RESSARCIMENTOS DEVIDOS - LUCROS
CESSANTES - INEXISTÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO - REPARAÇÃO
PECUNIÁRIA DESCABIDA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE
SUCUMBÊNCIA - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO SEGUNDO OS
RESULTADOS DOS JULGAMENTOS DAS DEMANDAS.
- É da natureza dos Contratos o dever de cumprimento recíproco das
obrigações assumidas. - Em Contrato de Fornecimento de Alimentos,
havendo ajuste expresso e claro quanto ao mecanismo de pagamento dos
créditos da Contratada (depósitos em conta bancária indicada pela Credora),
a falta da sua observância pela Contratante, quando geradora de
prejuízos à Fornecedora, constitui justa causa para a imposição dos
ressarcimentos patrimonial, por danos emergentes, e extrapatrimonial,
por ofensa à honra objetiva da pessoa jurídica Demandante. - A
recomposição material deve se limitar às perdas efetivas e inequívocas,
decorrentes dos ilícitos contratuais praticados pela Obrigada, conforme
os elementos produzidos no feito.
- A mera conjectura de decréscimo de renda não autoriza a reparação por
lucros cessantes, pois, na interpretação das previsões dos arts. 186, 402, 403
e 927, do Código Civil, afasta-se o damnum remotum. - Havendo imposição
de pagamento na Ação de Conhecimento, a fixação dos honorários de
sucumbência deve ocorrer em percentual razoável sobre o montante
atualizado da condenação, servindo o valor corrigido atribuído à causa como
base de incidência da verba advocatícia relativa à Medida Cautelar julgada
improcedente, que não resultou proveito econômico à parte vencedora
(CPC- art. 85, §2º).

(TJMG - Apelação Cível 1.0313.14.019929-7/001, Relator(a): Des.(a)


Roberto Vasconcellos , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 22/04/2021,
publicação da súmula em 05/05/2021) (grifo nosso)

Entendimento contrário a este seria a aplicação de uma dupla penalidade sofrida pela
requerente e uma clara violação aos artigos, 927, 402 e 403 do Código Civil brasileiro que
cuida da recomposição patrimonial perdida.

Logo, pede-se que a Plus Vita seja condenada ao pagamento de danos materiais emergentes
em R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

3.3.2 DOS LUCROS CESSANTES

Por sua ordem, os lucros cessantes importa no dano patrimonial que a vítima deixa de auferir
por certo tempo. Nesse sentido, os atos praticados que abalaram os ativos financeiros e
impossibilitaram a celebração de novos contratos, não só provocou um dano efetivo
conforme narrado no tópico anterior, mas também o impedimento de certos ganhos futuros.

O próprio artigo 402 do Código Civil ora mencionado condiciona o devedor a responder
pelos danos futuros em decorrência do dano, ou seja, perdas de receitas. É inconteste que, em
consequências do cancelamento de novos negócios, houveram paralisações dentro do
movimento de normalidade financeiro da empresa. Assim, uma vez comprovados os
detrimentos, a indenização é medida impositiva.

Ademais, imperioso também fazer ressalva ao disposto no art. 403 do CC, em que indene de
dúvidas sobre o direito a percepção a título de lucros cessantes em face o prejuízo, já que
sofreu substancialmente em razão do ato ilícito já descrito.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e


danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela
direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. (grifo
nosso)

Se tratando de empresa jurídica, cumpre lembrar que tal inadimplemento atinge a empresa
como um todo, o dispêndio engendrado tem culminado, inclusive, na dificuldade de
cumprimento das obrigações das empresas, como ao pagamento a funcionários, restando
patente o agravo provocado pelo dano sofrido.

Nesse ângulo, a jurisprudência tem fixado o entendimento de ser devido a reparação a título
de lucros cessantes em caso comprovação de supressão de ganhos em virtude de
inadimplemento contratual de uma das partes. Vejamos os precedentes:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO


CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO E INDENIZAÇÃO -
CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - AQUISIÇÃO DE
FINANCIAMENTO - NOTIFICAÇÃO DA PROMITENTE
COMPRADORA - RESPONSABILIDADE DA PROMITENTE
VENDEDORA - PREVISÃO CONTRATURAL- RESCISÃO POR
CULPA EXCLUSIVA DA EMPRESA RÉ - RESTITUIÇÃO EM
DOBRO DAS ARRAS - CABIMENTO - INTELIGÊNCIA DO ART.
418 CÓDIGO CIVIL - LUCROS CESSANTES - PREJUÍZO
PRESUMIDO - DIREITO RECONHECIDO - MULTA POR
INADIMPLEMENTO - AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL -
INVERSÃO DA PENALIDADE - NÃO CABIMENTO - DANO MORAL
CONFIGURADO - INDENIZAÇÃO - FIXAÇÃO EM QUANTIA
RAZOÁVEL. Há que ser declarada a culpa da promitente vendedora pela
rescisão do contrato de promessa de compra e venda de imóvel quando não
cuidou de comprovar nos autos que providenciou a notificação da
promitente compradora para aquisição do financiamento para quitação
integral do imóvel, conforme expressa previsão contratual. Em tal situação,
a teor do art. 418 do Código Civil, faz jus a promitente compradora à
restituição das arras, inclusive em dobro, por ter sido a vendedora, quem as
recebeu, a causadora da inexecução do contrato. É presumido e, portanto,
independe de comprovação, o prejuízo experimentado pela compradora
em decorrência do descumprimento do prazo para a entrega do imóvel,
em face da injusta privação do uso do bem, situação que lhe assegura o
direito à percepção de indenização por lucros cessantes. Diante da
ausência de previsão contratual de multa penal por inadimplemento da
compradora, incabível a inversão pretendida para imposição da penalidade à
construtora em razão do atraso na entrega do empreendimento. A rescisão
do contrato de aquisição do imóvel negociado entre as partes ultrapassa em
muito a categoria do simples descumprimento contratual e do mero
aborrecimento, dando causa à configuração de um verdadeiro dano moral
passível de reparação. A indenização por danos morais deve ser fixada
segundo critérios de razoabilidade e proporcionalidade, com observância das
peculiaridades do caso e sempre buscando atingir os objetivos do instituto
do dano moral, quais sejam, compensar a parte lesada pelos prejuízos
vivenciados, punir o agente pelo ilícito já praticado e inibi-lo na adoção de
novas condutas lesivas.

(TJMG - Apelação Cível 1.0000.17.060906-9/002, Relator(a): Des.(a)


Arnaldo Maciel , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/02/2023,
publicação da súmula em 01/03/2023) (grifo nosso)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL


C/C INDENIZAÇÃO - INADIMPLEMENTO CONTRATUAL -
LOCAÇÃO COMERCIAL - ALVARÁ DE LICENCIAMENTO NEGADO
- IRREGULARIDADE NO IMÓVEL - OBRIGAÇÃO DO LOCADOR -
RESPONSABILIDADE CIVIL - REQUISITOS PRESENTES. 1. Cabe ao
locador entregar o imóvel alugado em condições de uso pelo locatário, nos
termos do inciso I do artigo 22 da Lei de Locação. 2. Ocorrendo a negativa
de concessão do alvará pela Administração Pública em virtude de
irregularidade no imóvel objeto da locação, impõe-se ao locador a culpa pela
impossibilidade de sua utilização para o uso a que se destina. 3.
Comprovada a impossibilidade de exercício da atividade comercial pela
locatária, são devidos os aluguéis e encargos quitados por esta, perdas e
danos e lucros cessantes a serem apurados em liquidação de sentença
por arbitramento. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.22.285017-4/001,
Relator(a): Des.(a) Maurílio Gabriel , 15ª CÂMARA CÍVEL, julgamento
em 10/02/2023, publicação da súmula em 14/02/2023)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL


C.C. INDENIZAÇÃO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL. NEGÓCIO FIRMADO ENTRE PARTICULARES.
INADIMPLEMENTO DO COMPRADOR. MULTA DEVIDA. DANOS
MORAIS NÃO CONFIGURADOS. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. 1 - No âmbito das relações negociais, prevalece o
entendimento de que o descumprimento de quaisquer das obrigações
deve ser resolvido tão somente na esfera patrimonial, já que as lesões,
em regra, limitam-se aos danos emergentes, lucros cessantes, juros,
multas etc. 2 - O mero inadimplemento do contrato não enseja
indenização por danos morais, mormente se não comprovada ofensa à
personalidade humana, como a vida, a intimidade, a honra, o bom nome
da parte inocente. Precedentes. 3 - Não é abusiva a multa livremente
estipulada pelos particulares em 30% (trinta por cento) do valor do contrato,
se o citado percentual contemplar as perdas e danos da parte inocente, as
particularidades da espécie, bem como os princípios da proporcionalidade e
da razoabilidade. Precedente do STJ.

(TJMG - Apelação Cível 1.0000.22.247905-7/001, Relator(a): Des.(a)


Marcos Lincoln , 11ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/12/2022,
publicação da súmula em 07/12/2022) (grifo nosso)
Logo, requer-se a parte autora que o réu sejam condenados a ressarcir todos os prejuízos
financeiros causados a esta em virtude do prejuízo sofrido, a título de lucros cessantes, na
importância de R$ 11.500,00 (onze mil e quinhentos reais).

3.4 DOS DANOS MORAIS

De acordo com Carlos Alberto Gonçalves:


“dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu
patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a
honra, a dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome, etc., (...) e que
acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação”.
(GONÇALVES, 2008, p. 359)

Para a circunstância exposta nesse pedido, importa destacar o dano moral presumido diante
da ofensa à honra objetiva da parte Autora, dano esse que se perpetua a cada segundo em que
as postagens difamatórias realizadas pela parte Ré continuam a circular na rede mundial de
computadores.

O estado gravoso impõe maiúsculo dano a imagem, admiração, respeito, credibilidade e


reputação da parte Autora perante terceiros, sendo um momento de inegável abalo. Assim, as
postagens difamatórias da parte Ré configuram inequívoca ofensa à dignidade e aos direitos
da personalidade, e tendo em vista que a ofensa foi cometida na rede mundial de
computadores não é mais possível o controle das possíveis cópias das postagens realizadas,
assim, a parte Autora sofre e sofrerá enquanto a internet existir.

Neste sentido, seguem precedentes dos Tribunais Pátrios:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CANCELAMENTO DE PROTESTO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - PESSOA JURÍDICA - DANO
MORAL - CONFIGURADO - VALOR DA INDENIZAÇÃO - PRINCÍPIOS
DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. Embora as pessoas
jurídicas não possuam honra subjetiva (juízo que a pessoa faz acerca de seus
próprios atributos), elas possuem honra objetiva (reputação - juízo que
terceiros fazem acerca delas), de modo que a afronta a tal direito da
personalidade (art. 52 do Código Civil) enseja dano moral passível de
indenização. O arbitramento de indenização por dano moral deve considerar a
gravidade do fato e as condições pessoais das partes, além de ser capaz de
atingir efeito pedagógico, a fim de evitar que o ofensor continue a praticar
atos semelhantes.

(TJ-MG - AC: 10625130123643001 MG, Relator: José Augusto Lourenço dos


Santos, Data de Julgamento: 24/10/2018, Data de Publicação: 30/10/2018)

DANO MORAL – PESSOA JURÍDICA - HONRA OBJETIVA -


OCORRÊNCIA – A pessoa jurídica é vítima de dano moral nas hipóteses em
que tem sua reputação, seu bom nome ou sua imagem abaladas perante a
sociedade, independentemente de tal circunstância gerar alguma repercussão
direta e imediata sobre seu patrimônio – Acusações infundadas da prática de
atos contrários ao direito (nepotismo, pagamento de polpudos salários a
pessoas próximas da presidente, malversação de dinheiro da entidade autora
etc.) mostram-se mais do que suficientes para a caracterização de dano moral
à pessoa jurídica apelante, prestadora de relevantes serviços à população
portadora de necessidades especiais, independentemente da existência de
reflexos patrimoniais – Sentença de improcedência que merece reforma –
Dano moral configurado – Indenização fixada em R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) - RECURSO DA AUTORA A QUE SE DÁ PROVIMENTO –
RECURSO ADESIVO - Deserção - NÃO CONHECIMENTO.

(TJ-SP - AC: 00073592920098260505 SP 0007359-29.2009.8.26.0505,


Relator: Wilson Lisboa Ribeiro, Data de Julgamento: 01/06/2022, 10ª Câmara
de Direito Privado, Data de Publicação: 01/06/2022)

RESPONSABILIDADE CIVIL. PESSOA JURÍDICA. DANO MORAL.


HIPÓTESE EXCEPCIONAL DIANTE DE OFENSA À SUA HONRA
OBJETIVA. CONFIGURAÇÃO NOS AUTOS. POSTAGEM OFENSIVA
PROVIDENCIADA PELO RÉU EM REDE SOCIAL. PROCEDÊNCIA DO
PEDIDO MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. Responsabilidade civil.
Dano moral. Pessoa jurídica. Cabimento em hipóteses excepcionais e diante
de ofensa a honra objetiva da parte. Configuração. Postagem ofensiva
providenciada pelo réu em rede social. Utilização de termos que podem
prejudicar as atividades da empresa. Procedência mantida. Recurso não
provido.

(TJ-SP - AC: 10063454520208260266 SP 1006345-45.2020.8.26.0266,


Relator: J.B. Paula Lima, Data de Julgamento: 15/04/2021, 10ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 15/04/2021)

Não obstante, imperioso ressaltar, não só o entendimento dos Egrégios Tribunais acima, mas
também o entendimento sumulado do STJ, a Súmula 227: A pessoa jurídica pode sofrer
dano moral.
Assim, restando patente a ocorrência do dano moral na espécie, cabe tratar ainda acerca da
quantia a ser arbitrada por este MM Juízo.

 Quantum da indenização por danos morais

O arbitramento da indenização por danos morais envolve maior complexidade do que em


relação ao dano material, sendo necessário traçar critérios para que haja certa racionalidade
na aplicação da reparação por ilícitos com repercussões extrapatrimoniais.

Em primeiro lugar, a parte Autora está sendo exposta a intenso dano à sua imagem e
credibilidade, o que adiciona riscos maiores à sua continuidade no mercado. Não obstante,
claro, o exponencial agravamento da situação danosa pela qual a parte Autora está passando
considerando o potencial de alcance do sistema mundial de computadores.

Em segundo lugar, é válido mencionar, desta feita, que tanto na Doutrina quanto na
Jurisprudência, o valor deve ser fixado com caráter dúplice, tanto punitivo do agente, quanto
compensatório em relação à vítima.

A finalidade pedagógica da indenização é evitar que o dano imposto ao consumidor seja


lucrativo para a instituição ré, dissuadindo o responsável pelo dano de cometer novamente o
ilícito ou procedimentos semelhantes.

Sobre o tema, leciona Rodrigo Pereira Ribeiro de Oliveira:


Consoante demonstramos anteriormente, verifica-se a real necessidade de se
ampliar tal enfoque, visando não somente a vítima, mas também a conduta
do ofensor no caso concreto. Tal entendimento vem caminhando no sentido
de que a responsabilidade civil desempenha também uma função
preventiva, ou seja, vislumbrando evitar futuros danos, aplicando-se,
assim, uma sanção pecuniária não relacionada diretamente com a
extensão do dano, mas com o intuito de prevenir a prática de novos
comportamentos ilícitos. Com isso, está sendo ressaltado ao agente
ofensor, em caráter particular, mas também à sociedade como um todo, que
tal conduta danosa é inaceitável e intolerável e não se deve repetir.
(OLIVEIRA, 2012, p.53)
Ora, no caso sub oculi não somente a parte Ré não cumpriu com sua obrigação como causou
sérios transtornos a parte Autora, razão pela qual a demandada possui a obrigação de repará-
lo, bem como deve o dano moral educar a empresa Ré sobre as suas práticas ilícitas.

Em terceiro lugar, os precedentes anteriormente colacionados revelam uma tendência dos


tribunais pátrios em cominar indenizações em torno de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em
casos semelhantes ao dos autos.

Portanto, considerando o momento de inegável fragilidade da parte Autora, bem como os


riscos a que está sendo exposta com a atitude da parte Ré, pede a condenação da parte Ré ao
pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de compensação pelos danos morais
causados, tendo em vista o quantum fixado nos precedentes colacionados aqui.
Deste modo, a legislação autoriza a reparação dos danos morais diante da prática de ato
ilícito, de acordo com a extensão do dano e o nexo de causalidade, assim, presentes todos os
requisitos configuradores do Dano Moral, devendo assim, a parte Requerida ser condenada a
indenizar a Autora em quantia não inferior à aqui requerida.

3.5 PEDIDO LIMINAR DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. DA


REMOÇÃO DAS POSTAGENS DIFAMATÓRIAS.

Consoante descrito em alhures, a autora tomou conhecimento de postagem gerida pelo réu
contendo mensagens infundadas acerca do seu trabalho, em que a localização se encontra no
seguinte endereço eletrônico: (URL)

Indubitável os transtornos causados em consequência do ato do réu, restou a autora socorrer-


se do Poder Judiciário no intuito de cessar o ocorrido. Dessa forma, urge a necessidade de
remoção do conteúdo divulgado em rede social apontada, segundo as razões e os
fundamentos expostos a seguir.

3.5.1 DA LEGITIMIDADE DA RÉ COMO PROVEDORA DE APLICAÇÕES DE


INTERNET

Inconteste a responsabilidade do Twitter pela rede social, utilizada pelo usuário do perfil:
(URL), que foi utilizado para divulgação ilícita.
Frisa-se que o objetivo do presente pedido não é culpabilizar a ré pela divulgação do
conteúdo no TWITTER, na verdade, sua legitimidade é proveniente do art.17 do CPC/15 e
aos arts.5, VII; 19 e 21 da Lei 12.965/14.

Art. 5.
VII - aplicações de internet: o conjunto de funcionalidades que podem
ser acessadas por meio de um terminal conectado à internet; e
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a
censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser
responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo
gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as
providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e
dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado
como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.
(grifo nosso)

Pelo expresso no art. 19 da lei mencionada, cabe a responsabilização do provedor de aplicações


em caso de danos provocados por conteúdo gerado por outrem, configurando a legitimidade
passiva da ré para atender ao pedido da ação que busca a remoção do conteúdo infringente.

3.5.2 DA EXCLUSÃO DO CONTEÚDO VIOLADOR. DOS REQUISITOS PARA


O PROVIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA.

Excelência, o conteúdo produzido pela Plus Vita no Twitter gerou claro dano à parte autora,
podendo somente ser cessado através da presente ação judicial.

As mensagens divulgadas ferem claramente a imagem e a honra objetiva da Simple Agência,


uma vez que tem seus serviços publicamente desqualificados, sem nenhum tipo de
veracidade quanto as informações. Nesta senda, a exposição indevida atingem a
credibilidade, admiração e respeito público por seus serviços prestados.

Ademais, já explicitado em tópicos anteriores quanto a configuração de danos morais a


pessoa jurídica e sendo claro que o direito a manifestação do pensamento não é absoluto,
devendo ser relativizados quando confrontados com o direito à proteção da honra e da
imagem, e quando ofendem seu direito.
Diante dos fatos narrados, bem como caracterizada a urgência da realização, pugna pela
antecipação da tutela para indisponibilizar e retirar o link (URL), além da desindexação das
palavras indicadas nas ferramentas de busca, uma vez que permanece disponível os “posts”
que vinculam a má qualidade de serviços a autora.

O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urgência quando


“probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”:

Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão da tutela


requerida, existindo verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação, mormente no tocante a necessidade de se findar os prejuízos.

O fumus boni júris se caracteriza pelos próprias provas carreadas aos autos, que atestam que teve
o autor seu direito a imagem e honra objetiva violado com a publicação das mensagens.

Evidenciado igualmente se encontra o periculum in mora, eis que a demora na retirada das
mensagens do Twitter, certamente acarretará maior exposição indevida da imagem no tráfego
comercial.

A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a requerida, se vencedora na lide,
poderá ser ressarcida dos gastos que efetuou, mediante ação de cobrança própria.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os elementos indicativos de ilegalidades


contido na prova ora imersa, traz à tona circunstâncias de que o direito muito provavelmente
existe.

Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery Júnior, delimitando comparações acerca da
“probabilidade de direito” e o “fumus boni iuris”, esse professa, in verbis:

“4. Requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boni iuris:


Também é preciso que a parte comprove a existência da plausibilidade do
direito por ela afirmado (fumus boni iuris). Assim, a tutela de urgência
visa assegurar a eficácia do processo de conhecimento ou do processo de
execução…” (NERY JÚNIOR, Nélson. Comentários ao código de
processo civil. – São Paulo: RT, 2015, p. 857-858)
Assim, a antecipação dos efeitos da tutela se traduz como o único meio disponível à Autora para
garantir a eficácia da prestação jurisdicional que se pretende ver conferida ao final, não havendo
qualquer prejuízo à terceiros ou a própria ré em caso de deferimento da medida, uma vez que
encontra abarcado pela garantia do direito de informação e/ou interesse público, muito pelo
contrário, restou comprovado o risco de demora em assistir a peticionante, gerando prejuízos
incontornáveis.

Portanto, deverá ser concedida a tutela de urgência pretendida, na forma do art.300 do CPC,
frente a probabilidade do direito alegado e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,
devendo se indisponibilizar e retirar o link (URL), além de desindexação das palavras
identificadoras das palavras indicadas nas ferramentas de busca, que vinculam a imagem da
empresa a má prestação de serviços.

3.6 DA NATUREZA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER RELATIVA A EXCLUSÃO


DE POSTAGENS EM REDES SOCIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. OFENSA A
HONRA.

Consoante cabalmente demonstrado em peças anteriores, o prejuízo a que vem sendo


acometido a parte autora enseja no deferimento da exclusão das postagens difamatórias.
Sendo reconhecido que o presente pedido se trata claramente de uma obrigação de fazer, é
imprescindível, visando o cumprimento da obrigação pleiteada, a aplicação de multa diária.

Acerca do tema, determina o Código de Processo Civil:

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a


exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as
medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar
o auxílio de força policial.
(grifo nosso)
O próprio entendimento pacificado na jurisprudência quanto a natureza da “obrigação de
fazer” referente a exclusão das postagens, implica na necessária incidência da regra do
art.536, § 1º do CPC, que autoriza a imposição de multa diária para garantir o cumprimento
da obrigação imposta ao Recorrido. Observe:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - TUTELA PROVISÓRIA


ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE - EXCLUSÃO DE
CONTEÚDO OFENSIVO DE REDES SOCIAIS - NECESSIDADE DE
INDICAÇÃO DE URL - REQUISITOS LEGAIS PRESENTES ART.
301 DO CPC - TUTELA DEFERIDA - MULTA DIÁRIA. - A concessão
da tutela cautelar de urgência exige a presença da plausibilidade do direito
reclamado ('fumus boni iuris') e/ou o risco ao resultado útil do processo
('periculum in mora'). - Nos termos da Lei n. 12.965/2014, para a exclusão
ou cancelamento de conteúdos apontados como ofensivos, impróprios ou
falsos veiculados pela internet é necessária a indicação precisa do endereço
eletrônico ou URL (localizador padrão de recursos), que possibilita a
identificação e individualização das postagens em redes sociais. - A
aplicação de multa cominatória encontra amparo nos artigos. 497 e 498
do CPC/15 como meio de coação para que o devedor cumpra a
obrigação de fazer a ele imposta. - Tratando-se de medida coercitiva e não
indenizatória, para que a parte cumpra determinação consubstanciada em
obrigação de fazer, deve ser estipulado prazo razoável para o seu
cumprimento, arbitrando-se o valor da multa também com razoabilidade e
proporcionalidade, considerando as peculiaridades do caso e evitando o
enriquecimento sem causa do credor. Vv. Para a remoção de conteúdo
digital na internet, deve haver a indicação pelo requerente do respectivo
localizador URL do conteúdo apontado como infringente. Precedentes do
STJ. (Desembargadora Cláudia Maia).
(TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.21.164543-7/000, Relator(a):
Des.(a) Valdez Leite Machado , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
30/05/2022, publicação da súmula em 10/06/2022) (grifo nosso)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO


DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO - PUBLICAÇÕES DE CONTEÚDO
OFENSIVO NA INTERNET - PERFIL OFENSOR - EXCLUSÃO
INTEGRAL - POSSIBILIDADE - VIOLAÇÃO DE GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS - LIBERDADE DE EXPRESSÃO -
MANIFESTAÇÃO DE PENSAMENTO - NÃO CONFIGURAÇÃO -
DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE EXCLUSÃO INTEGRAL DA
PÁGINA - URLS INFORMADAS NA PEÇA INICIAL -
CUMPRIMENTO POSSÍVEL I. Existindo prova inequívoca da
publicação na rede social "Facebook" de imagens e comentários que, em
análise superficial, podem ser considerados ofensivos a imagem e a honra,
deve o provedor proceder a sua desativação. II. No momento em que a
agravante viabiliza a criação por seus usuários de páginas anônimas,
veiculando informações consideradas injuriosas, difamadoras, de
procedência duvidosa e desconhecidas, cai por terra a tese de cerceamento à
liberdade de expressão e à livre manifestação de pensamento, mostrando-se
viável a exclusão integral do perfil difamador.
III. Verificando-se que a vítima juntou documentos que indicam de forma
clara e específica as URLs das postagens ofensivas, bem como do perfil
responsável, mostra-se plenamente possível o cumprimento da determinação
judicial de remoção de tais endereços. Inteligência do o art. 19, caput e § 1º,
do Marco Civil da Internet.
(TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0153.17.002738-4/001, Relator(a):
Des.(a) Pedro Aleixo , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/03/2018,
publicação da súmula em 06/04/2018) (grifo nosso)

Assim, inconteste a dissonância a reiterada jurisprudência dos mais diversos Tribunais,


incluso o Tribunal de Justiça da Bahia, segundo transcrito em supra, reconhecendo que a
determinação de exclusão de postagens difamatórias em redes sociais, bem como de sua
comprovação, tem natureza de obrigação de fazer e, por essa razão, a imposição de multa
diária (astreintes) para o caso de a obrigação imposta não ser cumprida no prazo assinalado
pelo magistrado.

Entendimento distinto do que ora se apresenta implicaria na possibilidade do réu protelar por
meses ou anos a sua obrigação, após a Autora já ter passado bastante tempo visando obter o
reconhecimento do seu direito em Juízo, o que violaria frontalmente o princípio
constitucional da razoável duração do processo e a própria efetividade da prestação
jurisdicional.

Ante o exposto, requer que seja aplicada a multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais) para o
caso de descumprimento da decisão judicial que determinou ao réu o apagamento das
postagens indicadas pela autora.

4. DOS PEDIDOS

Assim, requer a Vossa Excelência que seja conhecida e julgada totalmente procedente a
presente ação de cobrança para que seja determinada:
a- a citação do Réu para contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de
confissão e revelia;
b- a concessão da gratuidade da justiça, nos termos da Lei Federal n. 1.060/50 e do
art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil;
c- a produção de todos os meios de prova de direito admitidos, em especial a
documental;
d- a procedência da presente ação para no mérito:
d.1- condenar a Plus Vita ao pagamento dos valores devidos e não pagos à autora
no montante total de R$12.560,00 (doze mil quinhentos e sessenta reais) com a
atualização de juros e correção monetária;
d.2- decretar a rescisão do contrato firmado entre as partes, sem qualquer ônus a
autora, uma vez que não deu causa a rescisão, devendo pagar o correspondente a
multa de 20% sobre o valor total do contrato;
d.3- condenar a Plus Vita ao pagamento a título de danos emergentes pelo prejuízo
causado a autora no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), com a atualização de
juros e correção monetária;
d.4- condenar a Plus Vita ao pagamento a título de lucros cessantes pelo prejuízo
causado a no valor de R$ 11.500,00 (onze mil e quinhentos reais), com a atualização
de juros e correção monetária;
d.5- condenar a Plus Vita ao pagamento a título de danos morais causados no
valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) com juros e correção monetária;
e- que seja concedida a tutela de urgência pretendida, na forma do art. 300 do Código
de Processo Civil, ante ao perigo de dano, considerando a exposição indevida de
mensagens difamatórias, devendo a ré ser intimada para que, em prazo não superior a
05 (cinco) dias, para remoção do conteúdo localizado no URL e desindexação das
palavras indicadas nas ferramentas de busca (....), nos termos do art. 21, sob pena de
multa cominatória de R$ 200,00 (duzentos reais), sem prejuízo do eventual
majoração, caso caracterizado o descumprimento.
f- a condenação do Acionado ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes no equivalente a 20% (vinte por cento) do total da
condenação;
g- o pagamento de correção monetária e juros de mora.

Dá-se à causa o valor de R$ 76.860,00 (setenta e seis mil e oitocentos e sessenta reais).

Nestes termos, pede deferimento.


Salvador, 16 de novembro de 2023.

Macielo Moreno de Carvalho Zallio


Diva Anatalia Santos Trinchão Cardoso
OAB/BA nº xxx OAB/BA nº xxx

Sarah Sheylla Sena Souza Tatiana Teixeira dos Santos


OAB/BA nº xxx OAB/BA nº xxx

DA LISTA DE DOCUMENTOS ANEXOS


Documento 1 – Contrato de marketing
Documento 2 – e-mails de cobrança dos valores em atraso
Documento 3 – Mensagens difamatórias

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