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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ

(A) DE DIREITO SUPERVISOR (A) DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PARAÍSO DO
NORTE – ESTADO DO PARANÁ.

CASAGRANDE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA -


EPP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° 17.390.342/0001-68
– matriz e CNPJ nº 17.390.342/0002-49 - filial, sediada na Av. Heitor de Alencar
Furtado, nº 2433, Jardim São Jorge, CEP 87.711-000, e com filial na Rua Manoel
Ribas, 1580, Centro, CNPJ nº 17.390.342/0002-49, na cidade de Paranavaí-PR,
neste ato, representada por seu sócio-administrador Ed Wilson Baldan
Mendes1, inscrito no CPF nº 793.521.549-91, residente e domiciliado em
Paranavaí-PR, neste ato representada por seu douto procurador, com
instrumento de mandato em anexo2, vem com urbanidade e respeito perante
Vossa Excelência com fundamento nos arts. 61 da Lei n° 7.357/85 (Lei do
Cheque), bem como nos demais dispositivos aplicados a espécie, propor:

AÇÃO DE COBRANÇA, em face de:

Claudionor Cavalcanti de Lima, brasileiro, casado, autônomo,


inscrito no CPF: 033.164.889-01 e portador do RG: 77607080 SSP/PR, residente e
domiciliado no endereço: Rua Afrânio Peixoto, 390 – Centro, Paraíso do Norte-
PR, CEP: 87780-000, pelos motivos fáticos e jurídicos que passa a expor:

I – DA SÍNTESE DOS FATOS

1
Doc. 01 – Documentos Pessoais em anexo;
2
Doc. 02 - Procuração em anexo;

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A Requerente é pessoa jurídica de direito privado com ilibada
reputação perante o mercado, atuando no ramo de moagem e fabricação de
produtos de origem vegetal, comércio varejista de animais vivos e de artigos e
alimentos para animais de estimação.

A Requerente, nesta condição, realizou a venda de mercadorias em


favor do Requerido, no valor de R$ 1.200,00, (um mil e duzentos reais) conforme
comprovante de venda anexo3.

Não obstante a ausência de um contrato formal, as partes


firmaram um contrato verbal, conforme o comprovante de venda assinado
pelo, devendo ser preservada a legítima expectativa e boa-fé das partes.

Portanto, restando frustradas todas as tentativas para resolução


amigável do litígio, só restou à Requerente a propositura da presente demanda,
conforme fundamentos adiante expostos.

II - DO DIREITO DO CREDOR

A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prevê a


possibilidade de o credor buscar a satisfação de seu crédito mediante a oposição
de ação pertinente.

No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo


descumprimento de obrigação pactuada por parte do Réu, o que se enquadra
no Código Civil nos seguintes termos:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor


por perdas e danos, mais juros e atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.

Assim, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude do ato do


Réu ao deixar de pagar pelos produtos adquiridos, nos termos do Art. 186 do
Código civil, sendo inexigível qualquer outra prova, conforme precedentes
sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATOS AGRÁRIOS. AÇÃO


3
Doc. 3 -Nota Fiscal.

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DE COBRANÇA. ARRENDAMENTO AGRÍCOLA.
AUSÊNCIA DE PROVA DE FATO IMPEDITIVO,
MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO
AUTOR. APLICAÇÃO DA REGRA DO ARTIGO 373 DO
CPC/15. NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
SENTENÇA MANTIDA. Cobrança referente aos contratos
de arrendamento inadimplido parcialmente pelo
arrendatário. O ônus de comprovar o pagamento de uma
obrigação é do devedor, cabendo ao credor apenas a
prova da existência da dívida, instrumentalizada por
documento particular, consoante estabelece o artigo 320
do Código Civil. Isto porque, nas ações de cobrança a
prova do adimplemento da obrigação constitui fato
impeditivo, modificativo e extintivo do direito do autor,
que, por sua vez, deverá amparar a lide com prova
escorreita da contratação, ex vi legis, do artigo 373, incisos
I e II, do CPC/15. Precedentes do colendo Superior
Tribunal de Justiça e desta egrégia Corte. NEGARAM
PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível
Nº 70080145311, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em
21/02/2019). undefined

Portanto, trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que


demonstrado o compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra
solução não resta se não o imediato pagamento do débito, conforme
amplamente protegido pelo direito.

II. I VALOR ATUALIZADO DO DÉBITO

Uma vez demonstrado o direito da Requerente em ser ressarcida


pelo dano causado pelo Requerido, necessário se faz a discriminação e
atualização do débito, veja-se:

Ademais, o Requerido deve ser condenado ao pagamento do


montante de R$ 2.105,65 (dois mil e cento e cinco reais e sessenta e cinco
centavos) à Requerente, valor que deverá ser corrigido monetariamente até a
data do efetivo pagamento e acrescido de juros moratórios de 1% (um por
cento) ao mês, desde a citação:

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Veja, neste sentido, o julgado abaixo colacionado:

DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores


integrantes da 15ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de
votos, em conhecer parte do recurso, para no
mérito, dar-lhe parcial provimento, para o fim de
declarar a inexigibilidade de parte da dívida
inscrita no SERASA, restando pendente de
pagamento o valor de R$7.405,00 com os
acréscimos legais - correção monetária e juros
de mora de 1% ao mês, contados desde o
vencimento do título,- ordenando à ré para que
retifique a inscrição do débito no SERASA, em 05
(cinco) dias, com redistribuição dos ônus de
sucumbência, nos termos do voto do Relator.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO C/C PEDIDO LIMINAR E
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. 1.
CONTRATO DE FACTORING.
INADIMPLÊNCIA DOS TÍTULOS. CHEQUES
E DUPLICATAS. RISCO DO NEGÓCIO.
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA
FATORIZADORA. 2. VALOR DEVIDO
SOMENTE EM RELAÇÃO À NOTA
PROMISSÓRIA.INSCRIÇÃO DEVIDA. ATO
ILÍCITO NÃO CONFIGURADO.1. O faturizado
não responde ao faturizador pelo pagamento dos
títulos negociados em virtude de contrato de
factoring se não forem solvidos pelos emitentes
devedores, salvo se as dívidas cedidas estiverem
contaminadas por vícios que as invalidem.2. A
existência de dívida, ainda que inferior ao valor
inserido no SERASA, não dá ensejo à indenização
por danos morais, pois persistente a inadimplência

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do devedor.RECURSO CONHECIDO, EM
PARTE, E PROVIDO PARCIALMENTE. (TJPR
- 15ª C.Cível - AC - 1479723-4 - Apucarana - Rel.:
Hayton Lee Swain Filho - Unânime - - J.
02.03.2016)(TJ-PR - APL: 14797234 PR 1479723-
4 (Acórdão), Relator: Hayton Lee Swain Filho,
Data de Julgamento: 02/03/2016, 15ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ: 1758 11/03/2016)

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - JUROS


MORATÓRIOS - AÇÃO MONITÓRIA - NOTA
PROMISSÓRIA - RESPONSABILIDADE
CONTRATUAL - VENCIMENTO DA DÍVIDA.
1.- Embora juros contratuais em regra corram
a partir da data da citação, no caso, contudo,
de obrigação contratada como positiva e
líquida, com vencimento certo, os juros
moratórios correm a partir da data do
vencimento da dívida. 2.- Emissão de nota
promissória em garantia do débito contratado não
altera a disposição contratual de fluência dos juros
a partir da data certa do vencimento da dívida. 3.-
O fato de a dívida líquida e com vencimento certo
haver sido cobrada por meio de ação monitória não
interfere na data de início da fluência dos juros de
mora, a qual recai no dia do vencimento, conforme
estabelecido pela relação de direito material. 4.-
Embargos de Divergência providos para início dos
juros moratórios na data do vencimento da dívida.
(STJ - EREsp: 1250382 RS 2011/0205446-3,
Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de
Julgamento: 02/04/2014, CE - CORTE
ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 08/04/2014)

Em vista de todos os elementos acima, realizam-se, ao fim, os


pedidos necessários para a tutela do crédito da Requerente, nos termos abaixo.

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III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) A citação do réu, na pessoa de seu representante legal, para,


querendo responder a presente demanda;

b) A procedência do pedido, com a condenação do Réu ao


pagamento imediato das quantias devidas, no valor de R$
2.105,65 (dois mil e cento e cinco reais e sessenta e cinco
centavos), acrescidas de juros e correção monetária;

c) A produção de todas as provas admitidas em direito;

d) A condenação do réu ao pagamento de honorários


advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC

Dá-se à causa o valor de R$ 2.105,65 (dois mil e cento e cinco reais


e sessenta e cinco centavos).

Nestes Termos,
Pede-se deferimento.
Paraíso do Norte-PR, 27 de fevereiro de 2023.

Joaquim Pedro de Oliveira Volante


Advogado
OAB-PR 85.286

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