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º PERÍODO
PRÁTICA PROCESSUAL
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
> Conceito: com base no artigo 593 do CPP, podemos dizer que é o recurso cabível
contra as seguintes decisões: a) definitivas de absolvição ou condenação, proferidas
por juiz singular (de primeira instância); b) do Tribunal do Júri[1], nas hipóteses
previstas no artigo 593, III, do CPP; c) definitivas, quando não for o caso de “rese”
(portanto, residual) [2]; d) com força de definitivas ou interlocutórias mistas, salvo na
hipótese de “rese”.
[2] Para não confundir as hipóteses de “rese” com as de apelação, entenda: o recurso
em sentido estrito é cabível somente naquelas situações elencadas no artigo 581 do
CPP (exceção: há um “rese” no CTB). Caso o problema não se encaixe em nenhum
dos incisos, a peça cabível será a apelação, que funciona de forma residual.
Prazo: para a interposição, 05 (cinco) dias; para as razões, 08 (oito) – salvo
nos processos de contravenção, em que o prazo será de 03 (três) dias. As
razões podem ser oferecidas diretamente ao Tribunal (artigo 600, § 4º, CPP).
Se o processo for de competência do JECRIM, o prazo será de 10 (dez) dias
(artigo 82, § 1º, da Lei 9.099/95).
João foi acusado de ter subtraído, no dia 5 de janeiro de 2003, vinte mil
dólares de seu pai, Fábio, com cinqüenta e oito anos de idade. Houve
proposta de suspensão condicional do processo, não aceita pelo acusado.
Ouvidas duas testemunhas de acusação, disseram que, realmente, houve a
subtração, por elas presenciada. O pai, vítima, confirmou o fato e a
propriedade dos dólares. Por outro lado, o acusado e duas testemunhas de
defesa afirmaram que os dólares não pertenciam ao pai do acusado, mas à
sua mãe, que, antes de falecer, os dera para o filho. Não foi juntada prova
documental a respeito da propriedade do dinheiro. O juiz, no dia 4 de janeiro
de 2005, condenou João pelo crime de furto simples às penas de 1 (um) ano
de reclusão e 10 dias-multa, no valor mínimo, substituindo a pena de reclusão
pela restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade.
QUESTÃO: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua
defesa e, de forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio
de peça adequada.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE ____.
JOÃO, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, por seu advogado,
nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, não se conformando, “data
vênia”, com a respeitável sentença condenatória, vem respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no artigo 593, I, do
Código de Processo Penal.
Comarca, data.
Advogado
OAB/____ n. ____.
Razões de Apelação
Apelante: João
Apelado: Ministério Público.
Processo n.:____.
Por essa razão, o Ministério Público ofereceu denúncia em seu desfavor (fls.
____/____), com fulcro no artigo 155 do Código Penal.
Entretanto, a respeitável peça acusatória não merece prosperar, pois não está
em harmonia com os ditames legais.
Isso porque, de acordo com o artigo 181, II, do Código Penal, é isento de pena
quem comete o crime de furto em prejuízo de “ascendente ou descendente, seja
o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural”.
Ademais, vale ressaltar que a suposta vítima possuía 58 (cinquenta e oito) anos
na data dos fatos. Logo, está excluída a incidência do artigo 183, III, do Código
Penal.
III – DO PEDIDO
“Ex positis”, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que se
determine a absolvição do apelante, com fundamento no artigo 386, VI, do
Código de Processo Penal, como medida de Justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado,
OAB/____ n. ____.
PROBLEMA