PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL
Processo nº: 5006698-82.2022.8.21.0008/RS
CHARLES MENEZES, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no
CPF nº 854.727.190-20 e portador da cédula de identidade RG nº 2091534566, por intermédio de seu advogado ao final subscrito, vêm respeitosamente perante Vossa Excelência, em consonância com o disposto nos artigos 1.015, parágrafo único, do Código de Processo Civil, interpor
AGRAVO DE INSTRUMENTO
contra a decisão proferida na Execução de Título Extrajudicial em epígrafe, iniciada por
CREDPAGO SERVIÇOS DE COBRANÇA S.A. (doravante simplesmente CREDPAGO), pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda CNPJ/MF n.º 25.027.928/0001- 90, com sede na Rua Visconde do Rio Branco, 1488, 5º Andar, Conj.501, CEP: 80.420- 210 – Centro, Curitiba/PR e endereço eletrônico: juridico@credpago.com.br, pelas razões que acompanham a presente peça de interposição.
I. DOS DADOS DOS ADVOGADOS
O Agravante informa os nomes e endereços dos advogados habilitados
nos autos, aptos a serem intimados dos atos processuais, em atendimento ao artigo 1.016, inciso IV, do Código de Processo Civil:
Advogado do Agravante: ANDRÉ LUIZ KRENTZ, inscrito na
OAB/RS sob o nº 71.188, com escritório profissional sito na Rua, e-mail:;
Advogado da Agravada: CARLOS ARAÚZ FILHO, OAB/PR nº
27.171; GABRIEL PLACHA, OAB/PR nº 30.255; THAYS NOGUEIRA DE OLIVEIRA, OAB/PR nº 57.178; CLÓVIS SUPLICY WIEDMER FILHO, OAB/PR nº 38.952; e, EDGAR KINDERMANN SPECK, OAB/PR nº 23.539, todos integrantes da ARAÚZ & ADVOGADOS ASSOCIADOS, sociedade de advogados inscrita na OAB/PR nº 1.254, com sede na Av. Paraná, nº 326, CEP 80.035-130, Curitiba/PR.
II. DAS PEÇAS QUE INSTRUEM O AGRAVO
O Agravante, conforme ditames do § 5º do artigo 1.017 do Código de
Processo Civil, é legalmente dispensado de apresentar as peças referidas no inciso I e II do referido dispositivo, tendo-se em vista que os autos do processo são eletrônicos.
III. DO PREPARO
O Agravante deixa de acostar o comprovante de recolhimento do
preparo, tendo em vista que requer a concessão da gratuidade de justiça em grau recursal.
Veja-se que, por expressa previsão legal, o Agravante está dispensado
do preparo recursal, eis que o artigo 99, § 7º, do Código de Processo Civil dispõe que:
“Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o
recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.”
Com efeito, utiliza-se do preceito contido no mesmo Diploma. Assim,
figurado dispositivo com essa exceção legal, aplica-se o conteúdo do artigo 1.007, caput c/c 1.017, § 1º, do Código de Ritos.
Neste mesmo sentido é o enunciado 246 do VIII Fórum Permanente
de Processualistas Civis – FPPC:
Enunciado 246. Dispensa-se o preparo do recurso quando houver
pedido de justiça gratuita em sede recursal, consoante art. 99, § 6º (sic), aplicável ao processo do trabalho. Se o pedido for indeferido, deve ser fixado prazo para o recorrente realizar o recolhimento. (referência correta – § 7º)
Considerando que resta demonstrada a possibilidade de requer a
gratuidade em grau recursal, o agravante pugna pela concessão integral da gratuidade da justiça, pois é pessoa pobre na forma da lei e em função de sua pouca condição financeira faz jus, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988 e art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil, a gratuidade da justiça, conforme declaração de hipossuficiência (anexa).
Portanto, inicialmente, pugna-se pela integral concessão gratuidade
judiciária, pois, como já exposto acima, o agravante se insere dentro da situação legal autorizadora da gratuidade integral, nos termos do artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil.
Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência, em recebendo as
razões do presente recurso, encaminhando à posterior apreciação desse Egrégio Tribunal de Justiça através de uma de suas Câmaras, a qual, por certo, fará a costumeira Justiça, dando provimento ao presente, reformando a respeitável decisão interlocutória proferida pelo Juízo “a quo”.
IV. DA TEMPESTIVIDADE
Dispõe o artigo 1.003, §5º, do Código de Processo Civil, que o prazo
para interposição dos recursos é de 15 (quinze) dias.
A contagem do prazo para interposição do Agravo de Instrumento,
terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação, nos termos dos artigos 224, §3º c/c 1.003, § 2º do Código de Processo Civil.
Dessa forma, considerando que a publicação da intimação do
Agravante acerca da decisão que afastou a impugnação à penhora, ocorrera em 18/03/2024, o termo final para a apresentação destas razões, considerando a suspensão do prazo no dia 29/03/2024, em virtude do Feriado da Sexta Feira Santa, será 09/04/2024.
Assim, perfeitamente tempestivo o presente Agravo de Instrumento,
devendo, portanto, ser devidamente analisado para o fim de conferir provimento ao reclamo interposto pela parte Agravante.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data do protocolo.
Dr. André Luiz Krentz
OAB/RS 71.188 AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Agravante: CHARLES MENEZES
Agravada: CREDPAGO SERVIÇOS DE COBRANÇA S.A.
Processo nº: 5006698-82.2022.8.21.0008/RS
Origem: 3ª Vara Cível da Comarca de Canoas
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Ínclitos Julgadores!
I. EXPOSIÇÃO DOS FATOS E DECISÃO AGRAVADA
Trata-se de ação de execução por quantia certa, promovida pela
agravada, em face do agravante, consubstanciada no contrato de locação de imóvel em que aduz ser credora da importância de R$ 20.852,83 (vinte mil oitocentos e cinquenta e dois reais e oitenta e três centavos).
O agravante foi surpreendido com a penhora de seus ativos financeiros
na ordem de R$ 8.603,28 (oito mil seiscentos e tres reais e vinte e oito centavos), conforme se verifica nos autos do processo em epígrafe.
Após o agravante apresentar impugnação à penhora, aduzindo que
referida quantia encontrava-se retida em conta poupança, razão pela qual é absolutamente impenhorável, foi proferida decisão que afastou tal alegação, sob o fundamento de que não restou comprovado que o valor constrito está abrangido pela impenhorabilidade, nos seguintes termos:
“(…) Em vista disso, não havendo tal comprovação, não merece
acolhida a alegação de impenhorabilidade dos valores constritos. Logo, as movimentações não evidenciam a intenção de poupar os valores ali depositados. Daí porque não basta o mero depósito de quantias em conta poupança para “blindar” os valores de eventuais constrições, devendo esta demonstrar o nítido caráter poupador dos depósitos. Outrossim, registro que não tenho seguido corrente jurisprudencial no sentido da impenhorabilidade indiscriminada de valores abaixo de 40 salários mínimos, encontrados em contas bancárias de devedores. Justamente porque o art. 833, X, do CPC é expresso ao falar em CADERNETA DE POUPANÇA. Assim, não comprovado que o valor constrito está abrangido pela impenhorabilidade, afasto tal alegação. (...).”
Data máxima vênia, por previsão expressa do artigo 1.015, parágrafo
único, do Código de processo Civil, tratando-se de pedido de reforma de decisão interlocutória, as Agravantes interpõem o presente recurso.
II. DAS RAZÕES DA REFORMA
Inicialmente cumpre esclarecer que cabe agravo de instrumento contra
todas as decisões interlocutórias proferidas em liquidação e cumprimento de sentença, no processo executivo e na ação de inventário.
O Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento de que
o caput do artigo 1.015 é aplicável somente à fase de conhecimento, conforme orienta o parágrafo 1° do artigo 1.009 do Código de Processo Civil que, ao tratar do regime de preclusões, limita o alcance do primeiro dispositivo às questões resolvidas naquela fase.
Contudo, o parágrafo único do artigo 1.015, excepciona a regra
do caput e dos incisos, ditando um novo regime para as fases subsequentes à de conhecimento (liquidação e cumprimento de sentença), para o processo executivo e o inventário.
Portanto, plenamente cabível o presente recurso de Agravo de
Instrumento para atacar decisão interlocutória que manteve a penhora no processo executivo. Neste ponto, é importante destacar que o juízo a quo proferiu decisão que manteve o bloqueio realizado na conta do agravante, na ordem de R$ 8.603,28 (oito mil seiscentos e tres reais e vinte e oito centavos), sob o fundamento de que, não restou comprovado que o valor constrito está abrangido pela impenhorabilidade.
Ocorre que, conforme será demonstrado, a referida decisão merece
reforma, uma vez que referida quantia encontrava-se retida em conta poupança do agravante, conforme se comprova pelos extratos bancários os quais seguem em anexo.
Importante ressaltar que o agravante demonstrou nos autos da
execução a identificação da conta como poupança. Isso porque o código da conta é 1288, comprovando tal fato através de informativo retirado do próprio site da Caixa.
Comprovado se tratar de conta poupança, destaca-se que são
absolutamente impenhoráveis os valores depositados na conta poupança, o qual é regrada pelas normas do BACEN, nos termos do art. 833, X, do NCPC.
O entendimento jurisprudencial sobre a matéria é unanime, se não
vejamos:
"IMPENHORABILIDADE. POUPANÇA. Considerando que os
valores penhorados dizem respeito à conta poupança, há incidência da regra da impenhorabilidade absoluta prevista no art. 649, X, do CPC." (TRT da 04ª Região, SECAO ESPECIALIZADA EM EXECUCAO, 0143800-22.1997.5.04.0304 AP, em 10/09/2013, Desembargadora Lucia Ehrenbrink - Relatora. Participaram do julgamento: Desembargador João Ghisleni Filho, Desembargador João Alfredo Borges Antunes de Miranda, Desembargador Luiz Alberto de Vargas, Desembargadora Beatriz Renck, Desembargador Wilson Carvalho Dias, Desembargador George Achutti)”
"AGRAVO DE PETIÇÃO DA TERCEIRA EMBARGANTE.
PENHORA EM CONTA POUPANÇA. IMPOSSIBILIDADE. A Lei n. 11.382/06 deu nova redação ao inciso X do artigo 649 do Código de Processo Civil, para fazer constar que são absolutamente impenhoráveis as quantias depositadas em caderneta de poupança até o valor de 40 salários mínimo. Entende-se que tal dispositivo é aplicável ao processo do trabalho, ainda que se trate, no caso, de crédito de natureza alimentar. Desse modo, dá-se provimento ao Agravo de Petição para determinar o cancelamento da penhora judicial efetivada na conta poupança da terceira embargante." (TRT da 04ª Região, SECAO ESPECIALIZADA EM EXECUCAO, 0001425-62.2011.5.04.0221 AP, em 05/02/2013, Desembargador Luiz Alberto de Vargas - Relator. Participaram do julgamento: Desembargador João Ghisleni Filho, Desembargadora Beatriz Renck, Desembargadora Vania Mattos, Desembargadora Maria da Graça Ribeiro Centeno, Desembargadora Lucia Ehrenbrink, Juiz Convocado José Cesário Figueiredo Teixeira).
A impenhorabilidade da conta poupança, dentre outros salvaguardados
bens e direitos, vem a assegurar o princípio da dignidade da pessoa humana, oportunizando meios de subsistência ao devedor e sua família, equacionando-os com o cumprimento das obrigações de forma a manter um mínimo existencial e garantir a segurança para situações emergenciais.
Inicialmente, convém destacar que a decisão que manteve a penhora, o
fez com base no fundamento de que as movimentações da conta não evidenciam a intenção de poupar os valores ali depositados.
Contudo, a questão está pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça
no sentido de que “(…) reveste-se, todavia, de impenhorabilidade a quantia de até quarenta salários mínimos poupada, seja ela mantida em papel-moeda; em conta- corrente; aplicada em caderneta de poupança propriamente dita ou em fundo de investimentos, e ressalvado eventual abuso, má-fé, ou fraude, a ser verificado caso a caso, de acordo com as circunstâncias da situação concreta em julgamento” (REsp 1230060/PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/08/2014, DJe 29/08/2014).
Além disso, o Superior Tribunal de Justiça, também entende que a
tese de que o uso atípico da conta-poupança, como se conta-corrente fosse, também não torna as quantias ali depositadas penhoráveis, uma vez que esse fato, isoladamente, não pode ser considerado um ato de má-fé ou de fraude do executado. Veja-se: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. VALORES DEPOSITADOS EM CONTAS BANCÁRIAS. MONTANTE INFERIOR A QUARENTA SALÁRIOS MÍNIMOS. IMPENHORABILIDADE. 1. Cuida-se, na origem, de execução de título extrajudicial. 2. São impenhoráveis os valores poupados pelo devedor, seja em caderneta de poupança, conta-corrente, fundo de investimentos ou em papel-moeda, até o limite de 40 salários mínimos. Precedente da 2ª Seção. 3. A simples movimentação atípica apurada pelas instâncias ordinárias, por si só, não constitui má-fé ou fraude a ensejar a mitigação da impenhorabilidade do art. 833, X, do NCPC. 4. Agravo interno no recurso especial não provido. (AgInt no REsp n. 1.795.956/SP, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 13/5/2019, REPDJe de 29/5/2019, DJe de 15/05/2019.) (grifo nosso)
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PROCESSUAL CIVIL. IMPENHORABILIDADE DE VALOR DE ATÉ 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS MANTIDO EM CONTA BANCÁRIA. ART. 833, X, DO CPC/2015. APLICABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A Segunda Seção desta Corte Superior pacificou o entendimento de que "é possível ao devedor poupar valores sob a regra da impenhorabilidade no patamar de até quarenta salários mínimos, não apenas aqueles depositados em cadernetas de poupança, mas também em conta-corrente ou em fundos de investimento, ou guardados em papel-moeda" (EREsp 1.330.567/RS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, DJe de 19/12/2014). 2. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça manifesta-se no sentido de que todos os valores pertencentes ao devedor, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, mantidos em conta-corrente, caderneta de poupança ou fundos de investimentos são impenhoráveis, assim como que a simples movimentação atípica, por si só, não seria capaz de caracterizar má-fé ou fraude." (AgInt no REsp 1951550/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/10/2021, DJe 14/10/2021) 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt nos EDcl no REsp n. 1.910.772/DF, relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 20/6/2022, DJe de 1/7/2022.) (grifo nosso)
EXECUÇÃO FISCAL. APLICAÇÃO FINANCEIRA.
IMPENHORABILIDADE DO LIMITE PREVISTO NO ART. 649, X, DO CPC. AFASTAMENTO DA CONSTRIÇÃO EM RELAÇÃO AO LIMITE DE QUARENTA SALÁRIOS MÍNIMOS. 1. O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência que entende serem impenhoráveis os valores que alcancem até o montante de quarenta salários mínimos depositados em poupança, como também aqueles depositados em conta-corrente ou fundo de investimento. 2. O STJ também já decidiu que a simples movimentação atípica apurada pelas instâncias ordinárias, por si só, não constitui má-fé ou fraude a ensejar a mitigação da impenhorabilidade estabelecida pelo art. 833, X, do novo CPC. 3. Agravo Interno não provido. (AgInt no REsp 1.897.212/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/4/2021, DJe 1º/7/2021)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. PENHORA. ATIVOS FINANCEIROS. CONTA-POUPANÇA VINCULADA À CONTA-CORRENTE. IMPENHORABILIDADE. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência firmada no sentido de que, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos depositados em qualquer tipo de conta bancária, a impenhorabilidade deve ser respeitada. 3. Agravo interno não provido. (AgInt no AgInt no AREsp 1.643.889/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/8/2020, DJe 31/8/2020)
Portanto, a decisão que manteve o bloqueio do valor constante da
conta poupança do agravante encontra-se em dissonância com o atual entendimento do STJ.
Isto porque, são impenhoráveis os valores, até o limite de 40 salários
mínimos, poupados ou mantidos pelo devedor tanto em caderneta de poupança quanto em conta corrente ou em outras aplicações financeiras (art. 833, X, CPC/2015), salvo comprovada má-fé, abuso de direito ou fraude.
Além disso, a simples movimentação atípica da conta não é capaz, por
si só, de caracterizar má-fé ou fraude apta a afastar sua impenhorabilidade.
Nesse contexto, ao determinar a penhora de valores desrespeitando o
limite de 40 salários mínimos, o juízo a quo se distanciou da jurisprudência daquela Corte.
Sendo assim, faz-se necessária a reforma da decisão que manteve a
penhora da conta poupança do agravante, com retorno dos autos à origem e, na sequência, a determinação da perícia para cálculo tanto dos ativos quanto dos passivos.
III. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:
a) a intimação da parte Agravada para, querendo, apresentar resposta
no prazo legal;
b) ao final, seja julgado provido o presente Agravo e, por conseguinte,
reformando a decisão interlocutória agravada; c) a condenação da agravada em honorários sucumbenciais.
IV. DAS PUBLICAÇÕES
Outrossim, requer-se que todas as publicações e intimações referentes
aos autos em epígrafe sejam realizadas em nome do advogado Dr. André Luiz Krentz, OAB/RS 71.188, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, §2º do Código de Processo Civil.