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Bacabal– MA
2023
Luana Vitória de Oliveira Sousa
Bacabal – MA
2023
I. CONCEITO
A coisa julgada é um instituto do direito processual civil que visa oferecer segurança
jurídica às decisões judiciais e impedir que os conflitos se perpetuem. É uma
garantia constitucional prevista no art. 5º, XXXVI, CF. A coisa julgada é uma
qualidade conferida à sentença judicial que não admite mais recurso, tornando-a
imutável e irrefutável. A doutrina chama isso de eficácia preclusiva da coisa julgada.
O art. 507 do CPC esclarece ainda que “é vedado à parte discutir no curso do
processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão “. Além
disso, o art. 505 do CPC, nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas
relativas à mesma lide, salvo:
II. LITISPÊNDENCIA
Em seu Artigo 337, o Novo CPC lista as alegações incumbidas ao réu antes da
discussão do mérito do caso. Entre elas estão a litispendência e a coisa julgada
(incisos VI e VII). Mais para frente, a legislação define esses dois conceitos em
quatro parágrafos:
1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada.
2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa
de pedir e o mesmo pedido.
3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada
em julgado.
Portanto, fica claro que: a) a priori, caberá ao réu alegar litispendência a apresentar
a sua contestação; b) litispendência ocorre quando há uma ação idêntica já em
curso; e c) ações idênticas tem as mesmas partes, causa e pedido.
A diferença entre litispendência e coisa julgada está na etapa do processo. No
primeiro, ocorre quando um idêntico já está em andamento. No segundo, quando um
idêntico já houve decisão. Cabe ressaltar, portanto, que na fase de cumprimento de
sentença, é possível somente a existência de coisa julgada.
A litispendência é uma das causas de extinção do processo, juntamente com a
perempção e a coisa julgada. Constatada a identidade de partes, das causas de
pedir e pedidos formulados em ambas as ações, configura-se a litispendência a
impor a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, V, do
CPC/2015. É importante que, na elaboração da contestação, o advogado do réu
deve deixar bastante nítida a litispendência. É recomendado incluir o número do
processo idêntico que já está em curso, bem como uma cópia na íntegra da
demanda. Desta forma, o juiz poderá atestar que são as mesmas partes envolvidas,
a mesma causa discutida e o mesmo direito sendo pedido.
Os limites subjetivos da coisa julgada dizem respeito às pessoas que são atingidas
pela imutabilidade da decisão. Em regra, a coisa julgada material vale apenas para
as partes entre as quais foi proferida a sentença, não beneficiando nem
prejudicando terceiros. Esse princípio está previsto no artigo 506 do NCPC1. No
entanto, há exceções em que a coisa julgada material pode atingir terceiros que não
participaram do processo, como nos casos de sucessão processual, substituição
processual, litisconsórcio unitário e direito coletivo.
Além disso, a relativização da coisa julgada pode ocorrer tanto em favor quanto
contra a Fazenda Pública, dependendo do sentido do precedente do STF. Vale
lembrar que há várias decisões passadas em julgado, desfavoráveis aos
contribuintes, com prazo de ação rescisória já transcorrido, sobre temas em que o
STF reconheceu posteriormente a inconstitucionalidade de tributação.
Por fim, a relativização da coisa julgada não se aplica indiscriminadamente a todas
as matérias tributárias. Há casos em que o STF reconhece que a coisa julgada deve
ser preservada, como nas questões de fato ou de direito intertemporal. Também há
situações em que o STF admite que a relativização da coisa julgada depende da
demonstração de insuficiência de provas no primeiro processo ou de dúvida
razoável sobre a existência de fraude em teste de DNA anteriormente realizado.
Portanto, cada caso concreto deve ser analisado à luz dos princípios e dos
precedentes do STF.
As relações jurídicas continuativas são aquelas que dizem respeito a obrigações que
se protraem no tempo.
As sentenças determinativas são aquelas que não resolvem o mérito da causa, mas
apenas fixam alguma condição ou modo para a sua solução futura. Por exemplo,
uma sentença que determina a realização de uma perícia, ou que estabelece uma
obrigação de fazer ou não fazer algo. As sentenças determinativas não fazem coisa
julgada material, mas apenas formal. Isso significa que elas só têm efeito preclusivo
no processo em que foram proferidas, mas não impedem que a mesma questão seja
reapreciada em outro processo.
As sentenças determinativas fazem coisa julgada material, mas de forma rebus sic
stantibus. Isso significa que elas têm efeito imutável e indiscutível enquanto não
houver mudança na situação de fato ou de direito que embasou a decisão
No entanto, a doutrina mais atual ensina que essa coisa julgada não é diferente das
outras. Se a situação fática mudou, a causa de pedir é diferente, razão pela qual
haveria outra demanda e, por conseguinte, não haveria coisa julgada. Isto é, caso
haja mudança na situação fática, bastará à parte ajuizar nova ação, já que, se a
causa de pedir mudou, há outra demanda.
• https://www.jusbrasil.com.br/artigos/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-
coisa-julgada/1357875993
• https://peticionamais.com.br/blog/litispendencia-novo-cpc/
• https://www.jusbrasil.com.br/artigos/relativizacao-da-coisa-julgada/405051133
• https://dicionariodireito.com.br/coisa-julgada#google_vignette
• https://www.jusbrasil.com.br/artigos/sentencas-terminativas-ou-definitivas-e-a-
relacao-com-a-coisa-julgada/525949417
• https://profes.com.br/adrianopaulino/blog/coisa-julgada-formal-x-coisa-julgada-
material