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“O tempo do processo não pode prejudicar o autor que tem razão” (Luiz Guilherme
Marinoni).
EXTINÇÃO DO PROCESSO
Julgamento integral
Diz o art. 355: “O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com
resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras
provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver
requerimento de prova, na forma do art. 349 (oportunamente).
O critério que legitima o julgamento imediato do pedido e que está presente nos 2
incisos do art. 355 é a desnecessidade de produção de provas além daquelas já
produzidas com a petição inicial e com a contestação. Nesse caso, estando o juiz
convencido a respeito das alegações de fato da causa, deve julgar imediatamente o
pedido. Não sendo cabível a colheita de prova oral (depoimentos pessoais e oitiva das
testemunhas), da prova pericial e nem a obtenção de esclarecimentos de perito a
respeito do laudo pericial, cabe o julgamento imediato do pedido. Mesmo se há
revelia, o que determina a possibilidade do julgamento imediato é a desnecessidade
de prova, na medida em que a presunção de veracidade das alegações dela oriunda é
relativa e pode ser superada pela produção de prova em contrário – que pode ser
determinado de ofício pelo juiz (art. 370). Assim para que o julgamento antecipado do
mérito possa ocorrer, duas condições devem concorrer: i) inexistência de fato
controverso, pertinente e relevante a ser esclarecido (desnecessidade de prova); e ii)
estar o juiz convencido das alegações de fato.
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JULGAMENTO PARCIAL
Por vezes, o processo alberga um litígio que pode ser fracionado ou então pedidos
formulados em regime de cumulação simples que podem ser decididos
autonomamente. Nesses casos, representaria certamente uma má gestão do tempo
do processo deixar de decidir parte incontroversa da demanda ou de um dos pedidos
que se afigure incontroverso apenas para que se tenha a oportunidade de decidir o
litígio como um todo ao mesmo tempo. Se a parte tem direito à tutela tempestiva
certamente constitui violação a esse direito fazê-la aguardar o desfecho de seu pedido
– ou de parcela dele – para além do tempo necessário para maturação do julgamento.
É por essa razão que o legislador (art. 356) refere que “ O juiz decidirá parcialmente o
mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se
incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art.
355. A primeira hipótese que autoriza o julgamento parcial é a de incontrovérsia. A
segunda, a de desnecessidade de prova diversa daquela já produzida com a petição
inicial e com a contestação.
A decisão que julga parcela do mérito é impugnável via agravo de instrumento (art.
356, par. 5º). O restante do processo segue para elucidação probatória. O que foi
decidido mediante julgamento antecipado parcial é decidido com base em cognição
exauriente e não pode o juiz voltar a examiná-lo no decorrer do processo.