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Orientações:
● Objetivos do Módulo > Demonstrar o alcance dos objetivos do módulo através de um
texto descritivo breve para cada um dos objetivos.
● Exercícios >Responder às perguntas.
Objetivos do Módulo
O valor da causa deve obrigatoriamente ser indicado na petição inicial (caput do art. 2º
da Lei n. 5.584/70), sendo indispensável para definir o procedimento a ser seguido. Assim, se
o valor for igual ou inferior a dois salários mínimos deverá ser observado o rito sumário (§§ 3º
e 4º da Lei n. 5.584/70)- pouco utilizado na prática trabalhista; se for superior a dois e inferior
a 40 salários mínimos, o rito pode ser o sumaríssimo; por sua vez, se o valor for superior a 40
salários mínimos, o rito a ser seguido deve ser o ordinário.
O novel § 1º do art. 840 da CLT, com redação dada pela Lei n. 13.467/2017, dispõe que
o pedido “deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor”. Caso o autor não
formule na petição inicial pedido certo, determinado e líquido, dispõe a lei que o processo será
extinto sem resolução do mérito (CLT, art. 840, § 3º), arcando o autor, no procedimento
sumaríssimo, com o pagamento de custas calculadas sobre o valor da causa, nos termos do § 1º
do art. 852-B da CLT. Já no procedimento comum, apenas o pedido que não for certo,
determinado e líquido será julgado extinto sem resolução do mérito.
No caso do rito ordinário, pode-se inserir nos pedidos a expressão “a apurar”, dando à
causa um valor por estimativa. Nessa hipótese, no Exame da OAB, sugere-se a utilização de
reticências (...), por exemplo: “Dá-se à causa o valor de R$... (extenso) para fins de alçada”.
A petição inicial, conforme estabelece o artigo 787 da CLT, deve ser desde logo acompanhada
dos documentos em que se fundar. Entretanto, raramente isso ocorre na prática forense, uma
vez que o autor da ação geralmente é o trabalhador, o qual dificilmente possui os documentos
necessários à comprovação dos fatos, apresentando, na maioria das vezes, apenas cópia da
CTPS. Situações que exigem obrigatoriamente a apresentação do documento junto à inicial são
aquelas em que o autor realiza pedido baseado em acordo ou convenção coletiva de trabalho,
direito municipal, estadual ou estrangeiro, e quando alega haver interrupção da prescrição de
algum crédito trabalhista, devendo juntar documento que o comprova. Em todo caso,
entendendo o juiz pela obrigatoriedade de que algum documento acompanhe a petição inicial,
não poderá indeferi-la de plano, devendo conceder prazo ao autor para que regularize a petição
juntando o documento requerido. Não sendo feita a adequação, será indeferida a petição inicial
ou o pedido referente àquele documento.
5. Apreender os casos em que a petição inicial, depois de protocolada, pode ser alterada,
bem como os casos de indeferimento da petição inicial no processo trabalhista. Luiza
Duas são as hipóteses em que poderá o reclamante alterar a petição inicial após o seu
protocolo. Em ambas, pressupõe-se que o reclamado não tenha sido, ainda, citado, pois, caso
contrário, a alteração dependerá de sua anuência. A primeira hipótese é o aditamento, previsto
pelo art. 329, I, CPC, que dispõe sobre a possibilidade de que o reclamante altere o pedido ou
a causa de pedir. A segunda hipótese, por sua vez, é a emenda, prevista pelo art. 321, CPC,
segundo o qual, caso a petição inicial não preencha os requisitos necessários à sua instrução
(como o juízo a qual é dirigida, os nomes, os dados pessoais do autor e do réu, o fato e os
fundamentos jurídicos do pedido, o valor da causa, as provas que o autor pretende produzir e a
opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de medicação) ou
apresente “defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento do mérito”, deverá o
juiz intimar o autor para que a complete, no prazo de 15 (quinze) dias; caso não o faça, o juiz
indeferirá a petição inicial.
Nos termos da Súmula nº 263 do TST, esta hipótese de indeferimento da petição inicial
apenas é admitida se comprovado que a parte se manteve inerte mesmo após a intimação para
que retifique a peça, com a indicação expressa do que deveria ser corrigido e completo. Dita
súmula ressalva, porém, as hipóteses do art. 330 do CPC, o qual dispõe que a petição inicial
será indeferida quando: (i) inepta; (ii) a parte for manifestamente ilegítima; (iii) o autor carecer
de interesse processual; (iv) não forem atendidas as prescrições dos arts. 106 (que dispõe ser
obrigação do advogado declarar, na peça inicial, seu endereço, número de inscrição na OAB e
o nome da sociedade de advogados da qual participa) e 321 - já mencionado.
Exercícios
1) Abílio trabalhou durante 2 anos em uma empresa de transporte e deseja propor uma
reclamatória no setor de atermação do TRT3. Considerando as particularidades da
petição inicial verbal, responda: a) qual o procedimento e quais critérios devem ser
seguidos? b) Nas localidades com mais de uma Vara ou Juízo quando ocorre a
distribuição? Marcelo
a) Sim, é possível. Sendo formulada após a notificação citatória (o que ocorre no caso, pois Igor
formulou o pedido de aditamento durante audiência), o aditamento da inicial só será admitido
mediante a concordância do réu. Quando o pedido é feito na própria audiência, o juiz pergunta
o réu se ele concorda com o aditamento; se sim, o juiz o autoriza; se não, não é possível impor
a ele a aceitação, não podendo ocorrer o aditamento.
Mas, se já apresentada a defesa, somente com o consentimento do réu é que será possível o
aditamento da inicial. Contudo, quanto ao ponto, há ainda entendimento doutrinário de que
somente será nulo o aditamento se o réu demonstrar a ocorrência de prejuízo ao exercício de
seu direito à ampla defesa e ao contraditório.
Entretanto, há doutrina, conforme acima apontado, que entende que o aditamento, no caso,
somente seria nulo se demonstrado pelo réu o prejuízo à seu direito de defesa.
5) Carlos (advogado trabalhista - consultor) foi contratado por Daniel que teve sua petição
inicial indeferida. Realize o parecer consultivo e detalhe as particularidades do
indeferimento da petição inicial na esfera trabalhista, abordando a aplicabilidade do art.
330 do CPC, momento em que a peça é analisada pelo juiz, posicionamento do réu e a
garantia do respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Valentina
Pontue-se que o juiz deve, sempre que for possível, oportunizar à parte autora a correção de
eventual falha presente na petição inicial. Também diante dos requisitos da inicial dispostos no
artigo 840 da CLT, antes de extinguir sem resolução de mérito o pedido ou a própria inicial, o
juiz deverá conceder o prazo de 15 dias úteis ao autor para correção do vício ou para emenda
da inicial, e somente após não cumprida a intimação é que será indeferida a inicial.
Objetivos do Módulo
A Lei trabalhista regulamenta a audiência, em sede dos ritos ordinário e sumário, nos
artigos 843 a 852 da CLT e 2º da Lei n. 5.584/70. Dentre estes artigos, importante destacar o
que dispõe o art. 849 da CLT, que aponta que a audiência de julgamento deverá ser contínua,
mas, não sendo possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou
presidente poderá marcar a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente
de nova notificação.
Por sua vez, a legislação a respeito da audiência no procedimento sumaríssimo, está
prevista pelos artigos 852-C e seguintes da CLT.
Apesar das previsões legais, tem sido verificado um costume jurisprudencial de dividir
a audiência prevista pela legislação em três audiências distintas.
A primeira delas, é a chamada audiência de conciliação, que tem como função apenas a
tentativa de conciliação entre as partes, e tem como embasamento as disposições constantes no
art.846, §§ 1º e 2º da CLT.
A segunda, denominada de audiência de instrução, tem amparo legal no art.848 da CLT
e ocorre em momento posterior à apresentação da defesa, momento em que o juiz pode
interrogar as partes e requerer diligências quanto à necessidade de produção das provas.
Por fim, tem-se a audiência de julgamento que nada mais é do que a prolação da
sentença, nos autos.
No entanto, por se tratar de costume essa divisão das audiências, as partes devem se
atentar que nem todos juízes a implementam. Neste caso, a fim de se evitar surpresas e
contratempos processuais, o ideal é que as partes tenham em mente sempre a audiência como
um ato único, que pode ser dividido apenas em razão do exercício de uma faculdade do juiz.
Na justiça do trabalho, em geral, as audiências são UNAs, de maneira que todos os atos
são praticados em um mesmo dia, quais sejam, a conciliação e a instrução.
A audiência de conciliação também é chamada de audiência inicial, e as partes devem
comparecer independente da presença de seus procuradores (art. 843 da CLT). É comummente
proposta no início da audiência, visto que o magistrado é obrigado a iniciar e terminar os
trabalhos, questionando as partes quanto à possibilidade de acordo,nos termos dos art. 846 e
850 da CLT.
Frisa-se, no entanto, que a conciliação trabalhista pode se dar em qualquer momento,
precisando apenas do interesse de ambas as partes para ser bem-sucedida.
A conciliação é estimulada pela nossa legislação com vistas a diminuir a demora
associada à judicialização e os processos na justiça do trabalho caminham nesse sentido,
procurando a solução por meio de negociações, posto que muitos casos são resolvidos por
autocomposição, mediante a conciliação trabalhista. Assim, as partes envolvidas alcançam a
solução através de negociações e concessões recíprocas firmadas em negociações.
Ademais, com a conciliação, além do conflito de interesses ser resolvido de forma bem
mais rápida, é interessante destacar que os acordos firmados na Justiça do Trabalho garantem
soluções equilibradas e segurança jurídica, pois não podem ser questionados no futuro.
No que tange aos institutos normativos que regulam a dinâmica de produção de provas, como
por exemplo: depoimento pessoal, confissão, testemunhal, pericial, inspeção judicial e
documental. No que tange às formas de produção de provas são documental e testemunhal,
cumpre tratar de cada uma especificamente.
Já no que tange às provas documentais, cumpre informar que os documentos devem ser juntados
pelo autor no ato de ajuizamento da petição inicial, enquanto que as provas documentais do réu
devem ser juntadas no momento do protocolo da defesa. Entretanto, é lícito às partes juntarem
documentos novos a qualquer tempo, quando destinados a tratar de fatos posteriores.
Durante o estudo do presente módulo foi possível compreender que a audiência possui
peculiaridades distintas a depender do rito adotado.
No rito ordinário, comum em situações de maior complexidade e altos valores envolvidos, não
há uma audiência una ou única, mas a separação entre audiência inicial e audiência de instrução.
Assim, na audiência inicial busca-se a conciliação, enquanto que na seguinte ocorre a produção
de provas testemunhais e demais produções de provas requeridas pelas partes.
Enquanto que no rito sumaríssimo, esculpido no art. 852-C da CLT, o processo deve ser
instruído e julgado em audiência única, sendo decididos todos os incidentes e exceções
passíveis de impactar o prosseguimento da audiência e do processo. Todas as questões faltantes
serão decididas em sentença, devendo as provas serem produzidas na audiência, mesmo em
casos que não forem requeridas pelas partes.
Exercícios
2) Estevão passou nas etapas iniciais do concurso para Magistratura Federal do Trabalho
e na fase da prova oral, foi lhe feita a seguinte pergunta: diferencie: a1) audiência de
conciliação, a2) audiência de instrução e a3) audiência de julgamento; b) detalhe a
audiência no procedimento sumaríssimo. Luiza
a) Em primeiro lugar, há que se ressaltar que a divisão da audiência em três é oriunda do
costume processual, pois, segundo a CLT, a audiência será, em regra, una (art. 849,
CLT). Trata-se, assim, de uma faculdade do juiz. Entende-se por audiência de
conciliação a audiência inaugural, destinada à tentativa de conciliação (art. 846, CLT).
Por sua vez, a audiência de instrução, também chamada de audiência de
prosseguimento, é aquela destinada à produção das provas. Por fim, a audiência de
julgamento é o momento em que o juiz proferirá a sentença, publicando-a e dela
cientificando as partes.
b) Os dissídios individuais cujo valor seja inferior a quarenta salários-mínimos são
submetidos ao procedimento sumaríssimo. Nesse caso, a CLT determina que a
audiência será realizada em uma única ocasião (art. 852-C, CLT). O juiz abrirá a sessão
esclarecendo sobre as vantagens da conciliação e tentará realizá-la. Decidirá todos os
incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do
processo. Ato contínuo, é dada às partes oportunidade para que produzam todas as
provas, ainda que não requeridas previamente. Caso uma das partes apresente algum
documento, imediatamente será dada oportunidade para que a outra parte sobre ela se
manifeste; no caso da prova testemunhal, serão ouvidas até duas testemunhas por parte.
Por fim, o juiz resumirá os fatos relevantes ocorridos em audiência e proferirá a
sentença, da qual estarão as partes intimadas.
a) Não, a presença das partes em audiência é obrigatória, nos termos do art. 843 da CLT.
A ausência de qualquer delas importará em consequências processuais (art. 844, CLT).
b) Esse era o entendimento adotado pela jurisprudência, no entanto, a partir da Reforma
Trabalhista, não há mais a necessidade de que o preposto seja empregado da parte
reclamada (art. 843, §3º, CLT).
c) Há divergência doutrinária quanto às consequências para o não comparecimento
simultâneo do autor e do réu na audiência inaugural. De um lado, há quem argumente
que o juiz deve julgar o processo no estado em que se encontra, seja proferindo sentença,
caso matéria apenas de direito, seja aplicando regras de distribuição do ônus probatório,
se matéria fática. Por outro lado, outros autores, a exemplo de Bezerra Leite, entendem
que o processo deve ser extinto sem resolução de mérito.
Se não comparecerem ambas as partes em audiência de instrução em que foram
intimadas para depor, deve o juiz julgar o processo segundo a distribuição do ônus da
prova.
d) Ausente o autor na audiência inaugural, a reclamação trabalhista será extinta sem
resolução de mérito por ausência de interesse de agir do autor (art. 844, CLT). Caso dê
causa a dois arquivamentos seguidos, ficará impedido de ajuizar qualquer demanda
trabalhista pelo prazo de seis meses (art. 731 e 732, CLT).
Por sua vez, ausente o autor na audiência de instrução e expressamente intimado a depor,
aplica-se a confissão ficta da matéria (Súmula 9 e 74, TST).
e) Ausente o réu na audiência inaugural, aplicar-se-ão os efeitos da revelia e da confissão
quanto à matéria de fato (art. 844, CLT).
Já quanto a aplicação da confissão ficta, a doutrina acredita que esta não seria aplicável
às pessoas jurídicas de direito público, uma vez que os bens públicos são considerados
indisponíveis, impenhoráveis e inalienáveis, razão pela qual deles não pode dispor o
administrador público, salvo, é claro, quando houver lei o autorizando. Assim, quando o litígio
versa sobre direitos indisponíveis, a Fazenda Pública estaria apenas e tão somente gerindo esses
direitos, não podendo transigir ou renunciar ou deles dispor como se estivesse em uma relação
privada.
No entanto, apesar deste posicionamento da doutrina, a jurisprudência vem de forma
oposta, entendendo como sendo aplicável a confissão ficta à administração pública em caso de
não comparecimento à audiência, conforme se observa em julgado recente:
5) Hugo recebeu via whatsapp uma intimação do advogado do seu colega de trabalho da
oficina mecânica, Igor, para comparecer no próximo mês à audiência trabalhista, como
testemunha do reclamante. Identifique os principais critérios de comparecimento das
testemunhas nas audiências trabalhistas, no rito sumaríssimo. Reberth
O art. 825 da CLT, aplicável ao rito ordinário do processo do trabalho dispõe que as
testemunhas devem comparecer à audiência independentemente de notificação ou intimação e,
caso não compareçam serão intimadas, de ofício ou a requerimento da parte.
Se não atendida a intimação, sem motivo justificado, a testemunha ficará sujeita a
condução coercitiva, além das penalidades do art. 730.
No rito sumaríssimo, de maneira similar, as testemunhas (duas no máximo) devem
comparecer à audiência, independentemente de ter havido intimação. Sendo intimada apenas a
testemunha que, tendo seu convite comprovado, deixe de comparecer.
Neste sentido, é ônus das partes, no procedimento sumaríssimo comprovar que
realizaram o convite da testemunha, sob pena de se perder a prova. Se a testemunha intimada
não comparecer, pode o juiz determinar sua condução coercitiva ( art. 852-H, §§ 2º e 3º, da
CLT).
a) Dentro dos procedimentos ordinário e sumário, o juiz deve propor que seja realizada a
conciliação em dois momentos. O primeiro deles na abertura da audiência, nos termos do art.
846 da CLT e, o segundo momento, após a apresentação, pelas partes do processo, de suas
razões finais, conforme destaca o art. 850 da CLT.
B) Havendo acordo após a conciliação deve ser lavrado um termo, que deve ser assinado
pelas partes e pelo juiz titular ou substituto da Vara do Trabalho. Este termo tem efeito de
sentença, sendo considerado irrecorrível, podendo ser desconstituído somente mediante ação
rescisória, conforme pontua a Súmula 259 do TST. Se, no entanto, for rejeitada pelas partes a
proposta de conciliação, o processo continuará, passando-se para a fase de apresentação de
resposta pelo Réu e, posteriormente para decisão do juiz.
c) O juiz não está obrigado a homologar um acordo realizado entre as partes litigantes,
nos termos da Súmula 418 do TST, que destaca que a homologação de acordo é uma faculdade
do juiz, não se tratando de um direito líquido e certo das partes. No entanto, em caso de recusa
à homologação, deve o juiz fundamentar a sua decisão, sob pena de nulidade, de acordo com o
art. 93, IX da CF.
ATIVIDADES SEMANA 5 (correção em aula: 23/11)
Objetivos do Módulo
O termo defesa, citado pela CLT, é gênero que tem como espécies a exceção e a
contestação. Além disso, há autores que citam a reconvenção como espécie de defesa, mas na
verdade, a reconvenção não constitui propriamente uma defesa, pois é uma ação do réu em face
do autor, ou seja, é um “ataque” do réu e não uma defesa. Uma vez que há aplicação subsidiária
do Código de Processo Civil e que este prevê as três hipóteses supracitadas, e que cada espécie
de resposta, por sua vez, tem suas especificidades e características típicas do processo
trabalhista, analisar-se-á brevemente cada uma delas.
A exceção é uma defesa contra defeitos, irregularidades e vícios do processo que
impedem seu desenvolvimento normal, não se discutindo o mérito da questão. Até o julgamento
da exceção, o processo poderá ter andamento ou não (art. 146, I e II CPC). A exceção deve ser
oferecida por escrito ou oralmente. Se for por escrito, poderá ser em peça separada (art. 146
CPC) da contestação, mas apresentada juntamente com a contestação (incompetência relativa).
Ou, ainda, apresentada na própria peça de contestação (art.337, II CPC).
A contestação se manifesta como a forma mais usual de resposta do réu, através dela
ele faz uma espécie de reação à ação do autor. Em virtude disso, contestação significa
resistência, discussão, debate. Sob o viés processual, contestação é uma das modalidades de
resposta do réu pela qual ele exerce seu direito fundamental de defesa em face da ação ajuizada
pelo autor. A CLT, nesse sentido, utiliza a terminologia defesa (arts. 847 e 848, § 1º, art. 799,
art. 767). A redação da defesa exige cuidado, precisão, clareza, concisão, estilo, perfeição lógica
e jurídica. Na contestação, o(a) reclamado(a) deverá apresentar toda matéria com a qual
pretende se defender.
A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu que não se trata de espécie de
defesa, mas de contra-ataque do réu em face do autor, dentro do mesmo processo. Isso porque
a reconvenção é uma ação que o réu (que será chamado de reconvinte) propõe em face do autor
(que passa a ser chamado de reconvindo), buscando tutela jurisdicional em que se resguarde
direito seu, que alega ter sido lesado ou ameaçado pelo autor.
A exceção é uma forma de defesa indireta no processo, e versa sobre questões processuais, a
fim de afastar do processo o juiz suspeito (exceção de suspeição), impedido (exceção de
impedimento - aplicação subsidiária do Código de Processo Civil) ou relativamente
incompetente (exceção de incompetência relativa). A suspeição e o impedimento dizem respeito
à imparcialidade do juiz, sendo matérias de interesse público. As exceções de suspeição e
impedimento devem ser apresentadas juntamente à contestação, e suspendem o curso do
processo. Se o fato que a enseja for posterior à audiência, a parte deverá argui-la na primeira
oportunidade de se manifestar nos autos. A exceção de incompetência territorial deverá ser
apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência, e também
suspenderá o processo até que seja decidida.
Outra modalidade de defesa é a contestação, forma mais usual, pela qual o réu se manifesta
contra as pretensões do autor. Nela, o réu deve alegar toda a matéria de defesa, expondo as
razões de fato e de direito para impugnar os pedidos autorais. Pode ser dirigida contra o processo
ou contra o mérito.
Na contestação contra o processo, o réu, antes de discutir o mérito da causa, ataca o processo
ou a ação, alegando questões processuais como a ausência de pressupostos processuais ou de
condições da ação. Compõem essas questões, que devem ser argüidas preliminarmente: a
incompetência absoluta; inépcia da petição inicial; inexistência ou nulidade da citação;
litispendência e coisa julgada; conexão e continência; incapacidade da parte, defeito de
representação e falta de autorização; carência de ação.
Na contestação contra o mérito, o réu se opõe ao pedido, propriamente, postulado pelo autor na
inicial, e pode fazê-lo de forma indireta ou direta. Na contestação indireta do mérito, ou exceção
substancial, reconhece-se o fato constitutivo do direito do autor, mas o réu opõe um outro fato
que seja impeditivo, modificativo ou extintivo do pedido autoral; nesta contestação indireta,
incluem-se as alegações de prescrição e de decadência, que constituem fatos extintivos do
pedido do autor, assim como as alegações de compensação e de retenção. Na contestação direta
do mérito, ou defesa direta de mérito, o réu se opõe ao fato constitutivo do direito do autor pela
negativa de sua existência ou pela negativa de seus efeitos jurídicos.
Apesar de a CLT não possuir normativa específica sobre a reconvenção, entende-se que
esse instituto é admitido também para os processos trabalhistas, tendo-se em vista o princípio
da inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário (CF/88, art. 5º, XXXV). Assim, aplica-se,
supletivamente, as disposições constantes do CPC.
A possibilidade de reconvenção está condicionada à satisfação dos pressupostos
processuais e das condições da ação. Possui, ainda, requisitos próprios, a saber: (i) deve o juiz
trabalhista ser competente para o seu processamento e, portanto, a reconvenção deve ter por
objeto alguma das matérias previstas pelo art. 114 da CF; (ii) deve ser dotada do mesmo rito da
ação principal; (iii) deve haver uma ação principal em curso e (iv) deve existir conexão entre a
reconvenção e a ação principal (art. 343, CPC).
Exercícios
Sim, conforme define o art. 847, parágrafo único, da CLT: "A parte poderá apresentar defesa
escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.".
c) Qual o prazo mínimo legal para o réu preparar a resposta escrita? Se o prazo não for
respeitado, necessariamente será decretada a nulidade dos atos processuais subsequentes?
Após o recebimento da notificação citatória, a audiência deverá ser realizada no prazo mínimo
de 05 (cinco) dias, como define o art. 841 da CLT. Ademais, como a defesa deve ser
apresentada em sede de audiência, este será o tempo mínimo para que o reclamado apresente
sua defesa.
Caso o prazo não seja respeitado, o réu pode arguir, se assim quiser, a nulidade dos atos
subsequentes e o juiz designará nova audiência. Contudo, se preferir não arguir a nulidade, o
processo prosseguirá seu curso normalmente, tendo em vista se tratar de nulidade relativa.
As pessoas jurídicas de direito público possuem prazo quádruplo para contestar, como define o
art. 1º, II, do Decreto-Lei nº 779/1969. Nest senda, o prazo será de 20 (vinte) dias contados da
notificação citatória.
2) Cite, conceitue e explique o procedimento das 3 exceções (defesas) que podem ser
apresentadas pelo réu (reclamado) no processo do trabalho. Leandro
A exceção é uma defesa que possui natureza profissional e visa a denunciar os vícios de
constituição do processo ou dos fatos impeditivos de seu prosseguimento natural, como o
afastamento de juiz suspeito, impedido ou relativamente incompetente. Portanto, as questões
relativas à (i) litispendência, (ii) coisa julgada e (iii) incompetência devem ser alegadas em sede
preliminar na contestação.
O CPC dispõe que há três espécies de exceção: (i) incompetência, (ii) impedimento e (iii)
suspeição. No que tange ao processo trabalhista, apenas duas delas são analisadas:
incompetência e suspeição.
A exceção de incompetência é regulada pelo art. 800 da CLT e poderá ser absoluta - diz respeito
à matéria e à hierarquia - ou relativa - corresponde ao território - sendo certo que, nos casos em
que o reclamado não apresente exceção de incompetência (territorial) em sua defesa, ocorrerá
sua preclusão, estendendo-se a competência ao juízo prevento.
Já as exceções de impedimento e suspeição, por sua vez, envolvem fatos que impedem o juiz
de exercer suas funções. Estas devem ser apresentadas junto com a contestação, em audiência,
conforme os arts. 799 e 847 da CLT e suspendem o processo. O procedimento de regulação
dessas exceções no processo do trabalho está descrito no art. 802, §§ 1º e 2º, da CLT, bem como
nos arts. 146 a 148 do CPC.
Nos processos trabalhistas, as exceções não precisam ser arguidas por petição separadamente,
como ocorre no processo civil. Neste caso, ela deve ser apresentada na contestação, em
audiência, por escrito ou verbalmente, no prazo de vinte minutos.
Oposta a exceção é dada a incompetência e se abre vistas, pelo prazo de vinte e quatro horas,
oportunidade em que a sentença deve ser proferida na próxima audiência. Lado outro, quando
se dá a exceção de suspeição, o juiz designará audiência, no prazo de quarenta e oito horas, para
instrução e julgamento.
Assim, pode-se afirmar que a exceção suspende o andamento do feito principal.
a) não foi observado o prazo mínimo de cinco dias entre a data do recebimento da
notificação citatória e a audiência;
Na contestação, o réu poderá atacar o processo ou a ação, alegando que não foram preenchidos
os pressupostos processuais, ou as condições da ação, podendo ser aplicado o art. 337 do CPC
com algumas adaptações ao processo do trabalho, sendo certo que a nulidade da citação é um
pressuposto processual, como se dessume do art. 337, I, do CPC.
O prazo mínimo entre a notificação citatória e a audiência objetiva possibilitar à parte adversa
tempo para elaboração da defesa, nos ditames do art. 841 da CLT.
Deve-se salientar que, no caso de não apresentação de nulidade na citação em sua defesa, o juiz
deve prosseguir normalmente com o processo, visto que não se deve declarar nulidade se não
houver prejuízo efetivo às partes (art. 794 da CLT e art. 241, § 1º, do CPC), comparecendo o
réu à audiência apenas para alegar a nulidade, considera-se realizada a citação a partir da data
em que o réu ou advogado foi intimado da decisão (art. 239, § 1º, do CPC).
Porém, em caso de revelia, o juiz deve determinar de ofício a realização de nova notificação
citatória, que também deverá respeitar o prazo mínimo de 05 (cinco) dias entre o seu
recebimento e a realização da audiência. A não observância deste prazo implica na nulidade
dos atos processuais subsequentes, devendo o juiz designar uma nova audiência, que deverá
ocorrer no prazo mínimo de cinco dias.
A inépcia da inicial pode ser declarada por provocação do réu ou de ofício pelo juiz, em
qualquer grau jurisdicional, enquanto não houver trânsito em julgado e devendo sempre o juiz
oferecer à outra parte oportunidade de corrigir eventual vício ou emendá-la e, apenas após o
prazo de 15 dias úteis, caso não cumprida a diligência, a exordial poderá ser indeferida, nos
termos da Súmula nº 263 do eg. TST.
d) réu é citado no processo trabalhista, porém a demanda versa sobre lide consumerista;
Está-se diante de incompetência absoluta e deve ser a primeira preliminar a ser suscitada na
contestação, conforme art. 337, II, do CPC. Assim, por se tratar de decisão terminativa do feito
sobre incompetência, o processo deve ser retirado do âmbito da Justiça Trabalhista e o juiz pode
simplesmente remeter os autos ao juízo que entender competente para prosseguir o julgamento
da demanda.
e) verificado que se repete uma ação que já foi decidida por sentença de que não caiba
recurso (transitado em julgado).
Neste caso, por se tratar de coisa julgada, incumbe ao réu alegar, antes de discutir o mérito e,
verificada a coisa julgada, o juiz deverá extinguir o feito sem resolução de mérito, com base no
art. 485, V, do CPC.
a) Fatos impeditivos são aqueles que geram a ineficácia dos fatos constitutivos do direito do
autor por este alegados. Assim, o réu não impugna o direito afirmado pelo autor, mas apenas
afirma a existência de fato que impede que aquele direito seja exercido. Um exemplo ocorre
quando um reclamante ingressa com ação trabalhista para requerer pagamento de aviso prévio
com base em dispensa sem justa causa, mas o reclamado, na contestação, apesar de reconhecer
a despedida, aduz que ela ocorreu por justa causa, em razão de ato de improbidade do
reclamante.
b) Fatos modificativos são aqueles que geram alteração dos fatos constitutivos do direito do
autor. Nesse caso, o réu até reconhece em parte o direito alegado, porém aduz um fato que
implica na alteração da relação jurídica material que foi alegada pelo reclamante. Um exemplo
ocorre quando o reclamante afirma ter sido empregado pelo reclamado, e este, na contestação,
alega que, na verdade, o reclamante não era empregado, mas trabalhador autônomo, devendo o
réu provar tal existência de relação jurídica diversa daquela alegada pelo autor e que modifica
o direito deste.
c) Fatos extintivos são aqueles que extinguem o direito alegado pelo autor; são fatos que
extinguem, eliminam ou tornam sem valor a obrigação do réu, na medida em que ela não se
mostra exigível mais. Compreendem-se como fatos extintivos a transação, a renúncia, a
prescrição, a decadência, e também, para Bezerra Leite, a compensação e a retenção. Um
exemplo de fato extintivo ocorre quando, diante do pedido do reclamante de pagamento de
saldo de salários, o reclamado afirma que já realizou tal pagamento reivindicado, devendo
provar a quitação de tal dívida, que é um fato que extingue o direito do autor a seu pagamento,
por ele alegado.
5) Kevin é juiz da 18VT de Belo Horizonte – TRT3 e junto com a equipe de servidores
observou um grande volume de processos prescritos. Nesse sentido, pergunta-se: o. juiz
pode arguir de ofício a prescrição? Discorra acerca dos 2 entendimentos existentes e o
atual posicionamento do TST. Luiza
Compensação, retenção e dedução são institutos jurídicos que estão relacionados com
descontos de crédito reconhecidos do trabalhador durante uma ação trabalhista.
A compensação, como instituto processual, está disposta pelo art. 368 do CPC, e é
reconhecida no processo do trabalho pela situação na qual empregado e empregador possuem
créditos e débitos recíprocos, funcionando como uma maneira indireta de extinção das
obrigações.
Dentro da Justiça do Trabalho a compensação somente pode ser aplicável à dívidas de
natureza trabalhista, nos termos da Súmula 18 do TST, e são exemplos de compensação o
adiantamento de salários ou danos causados pelo empregado.
Cabe ainda ressaltar que de acordo com o art. 477,§ 5º da CLT, a compensação no acerto
rescisório deve ser limitada ao valor correspondente à remuneração do empregado.
A retenção, por sua vez, é caracterizada pela situação na qual o empregador detém o
direito de reter algo do empregado enquanto este não fizer a quitação de uma determinada
dívida. Um exemplo é a retenção do imposto de renda, regulada pelo art. 46 da Lei 8.541/92.
Enquanto isso, a dedução nada mais é do que o abatimento de um crédito do trabalhador,
valores previamente e comprovadamente quitados para o mesmo título, como ferramenta para
se evitar o enriquecimento ilícito. Por exemplo, tem-se a dedução de horas extras
comprovadamente pagas.
Conclui-se que a compensação difere da dedução visto que a compensação exige
iniciativa da parte, nos termos do art. 767 da CLT, enquanto a dedução deve ser determinada
de ofício pelo Juiz, por tratar-se de norma de ordem pública, que visa impedir o enriquecimento
sem causa. Ademais, a compensação se dá entre créditos da mesma natureza e a dedução entre
idênticos títulos.