Elementos da sentença (art.

607º)
Sentença proferida 30 dias depois de encerrada a audiência. No entanto, não existe um
regime sancionatório direto quanto ao incumprimento dos prazos pelos magistrados.
a) Relatório: identifica as partes; descrição sumária dos momentos processuais
mais relevantes.
b) Saneamento: perceber se há alguma irregularidade na instância naquele
momento.
c) Questões a decidir: juiz identifica o objeto do litígio/o problema jurídico a
decidir.
d) Fundamentação de facto: elencar a discriminação dos factos provados e não
provados, não se incluindo o substantivo “verdadeiro”; em função da prova
produzida no processo, o juiz formou a convicção de que aquele facto é
verdadeiro, mas não significa que seja provado. É, antes, provado
e) Motivação: porque é que determinado facto foi provado ou não. A exigência de
uma imposição de justificação fundamentada é um elemento densificado no
nosso sistema. Explica às partes o porquê de determinada decisão e permite a
uma das partes recorrer da decisão de facto, porque as partes conhecem os
fundamentos da decisão.
f) Fundamentação de Direito: enquadramento jurídico da questão, debates
doutrinários, etc. Os factos estão cristalizados; o juiz está convencido da
sequência fáctica do processo e resolverá juridicamente a questão.
g) Dispositivo da sentença: parte decisória da sentença; conclusão (condenar x,
absolver y), especificando cada uma das questões a decidir.
h) Assinatura: sentença não assinada é uma sentença nula

O processo gera custas, que deverão ser suportadas por alguém em função do resultado.
No sistema de repartição de custas é parcial – a parte que vence é somente parcialmente
recompensada pelas custas do processo.

Tramitação
Sequência de atos em que o processo se traduz. Não é aleatória, caótica, mas é antes
determinada pela lógica e por razões de natureza axiológicas/valorativas.
Divide-se em fases, enquanto compartimentos que de forma abstrata impomos à
sequência, e cujas designações podem variar conforme os atos processuais que
englobamos na fase.
1) Fase dos articulados: começa com o ato processual que dá início ao processo
(petição inicial), cujo conteúdo está regulado na lei (art.552º). A forma de
organização do texto segue o esquema de subordinar cada parágrafo aos
respetivos artigos (daí ser articulado). Primeiramente alegam-se os factos
essenciais que justificam a tutela pretendida. No fim, deduz-se o pedido (tutela
jurisdicional que é solicitada). O elemento final passa por elencar a prova e o
interesse económico da ação. A petição inicial é enviada ao réu através da
citação, enquanto ato processual por meio do qual se informa o réu de que
 contra ele foi intentada uma ação. A partir desse momento tem 30 dias para a
contestação, enquanto ato onde o reu vem a tribunal tomar posição em relação à
ação contra ele. Pode ainda nesta propor uma ação contra o autor (reconvenção).
Se houver uma reconvenção, o autor pode responder a esta através de uma
segunda contestação contra o pedido que o réu contra ele deduziu (réplica). Este
processo terá uma duração média de entre 1 mês e meio a 3-4 meses, não
chegando neste período a haver uma intervenção do juiz.
2) Fase de gestão, saneamento e condensação: gestão porque o juiz vai tomar
decisões quanto à gestão do processo, verificando se as partes preenchem os
pressupostos para se avançar com o processo (despacho pré-saneador, art.590º).
Segue-se para a audiência prévia (art.591º), onde os advogados terão contacto
presencial com o juiz pela primeira vez, servindo para:
1) Tentar conciliar as partes, se possível;
2) Discussão de questões apresentadas nas peças processuais que
mereçam discussão antes da prova (competência do tribunal,
prescrição do Direito, caducidade, etc.);
3) Reunião de trabalho em que se prepara a audiência do julgamento,
decorrendo a 3 momentos: i) objeto do litígio definido pelo juiz; ii)
juiz identifica os temas da prova (proposições que referem as
principais questões de facto que cumpre discutir e que são
importantes na perspetiva do julgador para tomar a decisão final),
podendo as partes requerer nova prova que pretendam juntar tendo
em conta os temas da prova; iii) profere o despacho saneador e os
despachos de condensação (que identificam o objeto do litígio e os
temas da prova, extraindo das peças processuais os temas relevantes
para a audiência de julgamento).
3) Fase de julgamento: audiência final, ato processual no qual o juiz avalia a
produção de prova dos advogados das partes, havendo as alegações finais
(advogados devem ditar a sentença que lhes interessa).
4) Fase dos recursos