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I – INTRODUÇÃO
no processo.
A abordagem que ora fazemos cuida da crise pela qual passa o processo, não
obstante mais de duzentos anos de sua consagrada autonomia científica, com apego
em Processo Civil pela PUC, assume, em sua tese de mestrado intitulada “Razoável
Duração do Processo”, publicada pela Editora Quartier Latin do Brasil, 2006, pp.214
devido processo legal nem gerar insegurança para as partes, tampouco forçá-las a
tempo hábil para produção de provas e alegações das partes, com total cerceamento
de defesa”.
b) “Nosso posicionamento é cristalino no sentido de que o Estado é
ou dolo do juiz, bem como por ineficiência da estrutura do Poder Judiciário, devendo
c) “Para definição de prazo razoável não nos parece adequado qualquer outro
critério que não a análise de cada caso concreto, tal qual o excelente critério da
posta in gioco, estabelecido pela Corte Européia dos Direitos do Homem, que, como
sem dilações indevidas e o próprio valor da indenização com base nos seguintes
lembramos o afirmado,com muita precisão, por Jacqueline Mielke Silva e José Tadeu
valores, mas com a consciência de que, em pouco tempo, essas valores virão a se
urgente, mais rápidas, dificultando a idéia do questionamento, que tem que ligar o
Diante do exposto, observa-se que o Processo Civil atual não pode conviver
reformista que invadiu o ordenamento jurídico formal civil brasileiro, nos últimos
anos, está contribuindo para que a crise da entrega da prestação jurisdicional seja
apenas, que o otimismo não invadiu, em grande escala, a compreensão que fazemos
REFERÊNCIAS
leitor para definir se, realmente, a nova sistemática adotada para o agravo pela
fundamental.
a) O agravo retido que passou a ser considerado como regra geral. Está
b.1) quando a decisão interlocutória for capaz de provocar lesão grave à parte
e de difícil reparação;
ou por artigos) (art. 475-H (Lei n. 11.232, de 22.12.2005, em vigor seis meses
depois);
b.4) nos casos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, isto é,
apelação;
(art. 273);
O agravo retido oral, uma das duas formas do agravo retido, está prestigiado
prazo de 10 (dez ) dias (prazo comum para o agravo retido não oral e para o agravo
(art. 418).
o agravo oral deverá ser interposto antes de ser tomado o termo de compromisso da
testemunha. As razões do agravo oral devem ser resumidas e tomadas por termo.
cabível na audiência preliminar (art. 331), na audiência para justificação. Não cabe,
fato de que o agravo retido oral deverá ser apresentado imediatamente após a
Rodrigo Cunha Lima Freire, co-autor da obra Reforma do CPC, RT, pg. 52,
entende que o sistema criado pela reforma para o agravo retido oral pode criar
as observações seguintes:
duração desta, especialmente se o juiz aplicar por analogia o prazo do debate oral
previsto no art. 454 do CPC – ‘20(vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10
de que o agravo retido oral seja interposto imediatamente. Qual o sentido jurídico do
Rodrigues Cunha Lima, ob. cit., p.53, entende que “....o vocábulo
julgamento, ainda que o juiz tenha proferido a decisão interlocutória no seu início”. O
retratar –se for o caso – de forma tempestiva”. Cita, como exemplo, ‘o agravo contra
observam que o agravo retido oral contra decisão proferida em audiência, como
seguir exposto:
lhe retirando 10 dias de prazo (o agravo retido também tem o prazo de 10 dias, nos
termos do art. 522), circunstância essa que viola o artigo 5º, inciso LV da
Constituição Federal, eis que implica flagrante cerceamento de defesa. Por outro
pena de preclusão”.
lei, deve ser interpretado com a aplicação do princípio de que o processo há de ter
audiência, de modo oral. Autor e réu, por seus advogados, tomaram ciência de seus
sentido da norma.
agravo teria que ser por ‘petição’, impedindo, assim, que fosse feito por termo nos
autos.
que atende ao princípio da economia processual, não havendo, nessa atitude, algo
Mais uma vez a legislação foi aprimorada para que comportasse, de forma
9.139/95 veio modificar o § 3º, do art. 523, do CPC, que passou a dispor da seguinte
entende-se de maneira contrária. Com efeito, o art. 245, caput, do CPC, determina
que a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade que a parte tiver
para falar nos autos, sob pena de precluir o direito de fazê-lo. De tal forma que se
oportunidade que tem para falar nos autos, que seria na própria audiência, por meio
de agravo retido interposto oralmente. Em outros casos que não de nulidade de atos
processuais, cabe a parte optar pelo agravo retido por petição ou oral.
Com efeito, toda essa discussão caiu por terra. A partir de janeiro de 2006, de
toda decisão proferida em audiência somente será cabível o agravo retido, como já
o intérprete a entender que uma terceira forma desse recurso foi criada pelo
sua autoria “Uma leitura crítica do novo regime do agravo no direito processual civil
http://www.unifaes.br/revistajuridica/edicao_janeiro2006/docente/doc_01.doc, ao
afirmar:
parece ter concebido uma “terceira” e conturbada figura, que, a nosso ver, mais
Merece destacar que o citado autor considera essa terceira forma uma figura
cabia somente o agravo retido (§ 4º), exceto nos casos de dano de difícil e de
incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que
decisão (§ 3º).
e julgamento[i], foi modificação empreendida pela Lei n.º 10.352/2001, com o fito
prolação da sentença.
agravo retido no prazo de 10 (dez) dias, por escrito, como estatuía a antiga regra
Uma alternativa a mais para o agravante. Não uma vedação, nem uma limitação à
Mesmo retido o agravo, sua interposição poderá, a critério da parte, se dar por
petição (art. 522). A diferença é que, sob a forma oral, o recurso terá de ser
escrita a parte poderá agravar até dez dias após o encerramento da audiência (art.
reparação;
jurisdicional, por alguns questionamentos que poderão surgir, por o agravo retido
momentos distintos e inúmeros atos, ela está sujeita a uma série de intercorrências,
que vão da fixação dos pontos controvertidos sobre que incidirá a prova (art. 451),
presença não só do magistrado, das partes e de seus advogados, mas também das
testemunhas, dos peritos e dos assistentes técnicos. Além de ser necessário intimar
processo. A assentada não tem outra finalidade senão a de colher a prova oral e
podem ocorrer em certos casos, a assentada poderá ser suspensa, para continuar
retidos, contra cada uma das decisões isoladamente, seria facultar a apresentação
do recurso por escrito, nos dez dias anteriormente previstos pela lei, contra todas
elas conjuntamente”.
Lembra, ainda, o autor que o legislador não tratou do lapso temporal para a
apresentação das contra-razões pela parte adversa, pelo que deve valer o decêndio
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal ‘a quo’ (Súmula 211).
Agravo regimental improvido. (AgRg-AI nº 197250/RJ, 3ª Turma, Rel. Min.
Processo Civil, com a redação dada pela Lei 10352/2001. (Ag.Inst. 419.145-1)
[ii] Os referidos §§ 3º e 4º, do art. 523, haviam sido inseridos no ordenamento pela Lei
§ 4º. Será sempre retido o agravo das decisões posteriores à sentença, salvo
Posteriormente, a Lei n.º 10.352/2001 modificou este último comando, que passou a
estatuir:
retido.
O art. 527, II, em sua redação atual, estabelece um novo sistema para a
Antes da reforma atual (Lei n. 11.187, de 19.10.05), o inciso II, do art. 527,
autos ao juízo da causa, onde serão apensados aos principais, cabendo agravo dessa
O inciso II, do art. 527, na sua redação atual (Lei n. 11.187, de 19.10.2005),
grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos
juiz da causa”.
Editora Saraiva, pp. 238 e 239, analisa essa nova disciplina da conversão do agravo
(decisão que não conhece da apelação e aquela relativa a seus efeitos) já era
decisão recorrida. Se este não puder ser admitido, por falta de um dos requisitos de
admissibilidade, de nada adiantará a sua conversão. Assim, o que fez o legislador foi
apenas explicitar algo que já deveria ser obrigatoriamente analisado pelo relator.
De fato, uma leitura pouco atenta e isolada das regras que disciplinam o
recurso de agravo poderia levar à conclusão, equivocada, de que fora das hipóteses
no campo doutrinário, questões que não podem deixar de ser examinadas com
reforma”, São Paulo: Saraiva, 2006, pg. 33, entende que há quatro portas abertas
nos casos dos incisos II e III do ‘caput’ deste artigo, somente é passível de reforma
conjugada com a inédita concentração de poderes nas mãos do relator, traz riscos,
como já se disse. E uma outra faceta desses riscos está atrelada ao controle da
Freira, um dos co-autores da obra “Reforma do CPC”, São Paulo: RT, 2006, pp. 56 e
57. Este autor entende que o inciso II do art. 527, na redação atual, tem a função
primordial de:
“a) tornar claro que a atitude do relator não é discricionária; e b) mostrar que
Rodrigo Cunha Lima Freire suscita uma questão que merece a atenção da
para a conversão do agravo de instrumento em agravo retido, mas nada impede que
processual”.
art. 527, a seguintes redação: “Art. 527, Parágrafo único: A decisão liminar,
proferida nos casos dos incisos II e III do ‘caput’ deste artigo, somente é possível de
considerar”.
O inciso III do art. 527 admite que o relator atribua efeito suspensivo ao
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão. A redação desse inciso foi
uma corrente que entende ser inconstitucional essa disposição, face agredir ao juiz
citado em nota de rodapé por Luís Rodrigues Wambier, Teresa Arruada Alvim
cit., pp. 238 e 239, enfrenta a questão da irrecorribilidade das decisões proferidas
pelo relator do agravo de instrumento nas hipóteses dos incisos II e III do art. 527.
Pensa o mencionado autor que “o escopo de tal reforma foi imprimir maior
“parece que o parágrafo único do art. 527 comporte interpretação diferente. Ainda
Adverte, por fim, Flávio Cheim Jorge, ob. cit., que “....modificação ainda mais
(art. 527, III). Aqui a irrecorribilidade é ainda mais insustentável porque sempre se
Rodrigo Cunha Lima Freire, em “Reforma do CPC”, ob. cit., p. 67, aponta,
que diz respeito à instabilidade jurídica que proporcionam, oposta à função dos
colegialidade das decisões, em nome da celeridade, como se esse fosse o único valor
em jogo”.
Essa questão foi abordada por Luiz Fux, em “A Reforma do Processo Civil”,
reconsideração.
ser colegiado por força da cláusula pétrea da ampla defesa, a qual abarca o duplo
grau de jurisdição e 2) a utilização, outrora promíscua, do mandado de segurança
substitutivo do recurso.
assiste a razão”.
seguinte:
causar à parte lesão grave e de difícil reparação, e outras determinadas no art. 522,
caput, do CPC;
isto é, em março de 2007. Não tenhamos surpresa se, em pouco tempo, o legislador
a) Entende Luiz Rodrigues Wambier e outros, ob. cit., p. 260, que “apesar do
decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, ainda que
11.01.71, em vigor desde 01.01.1974 (art. 1.220), tem sido considerado uma das
522 do CPC. Introduziu alterações, também, nos arts. 523 e 527, revogando, ainda,
agravo de instrumento será interposto no prazo de cinco (5) dias por petição, que
diploma legal, o art. 523 passou a ter a seguinte redação: “Art. 523. O agravo de
instrumento será interposto no prazo de cinco (5) dias por petição que conterá: I – a
indicação das peças do processo que devam ser trasladadas. Parágrafo único. Serão
petição de agravo.
pelo Tribunal. § 2º Interposto o agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após
alteração em sua redação pela Lei n. 10.352, de 26.12.2001, passando a ser assim
parágrafo, o 3º, que foi introduzido pela Lei n. 9.139, de 30.11.1995. Segundo esta,
decisão.
agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como
agravante”.
j) O artigo 523 era composto, ainda, pelo § 4º, Este, de conformidade com a
redação do mencionado § 4º. Passou a ser a seguinte: “Será retido o agravo das
outubro de 2005. A matéria por ele disposta está inserida, implicitamente, no caput
do art. 523.
ORDENAMENTO JURÍDICO.
O atual regime do agravo (MARÇO DE 2007), em nosso ordenamento jurídico,
forma de enunciados.
recursal elaborado pelo Código de Processo Civil, tendo como limite a Lei n. 11.187,
interlocutórias.
tanto exigir Lei Estadual (Regimentos de Custas dos Estados) ou Lei Federal (Justiça
Federal).
CPC, é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidental.
Enunciado 9. Impossível, em face do conceito de decisão interlocutória fixado
pelo art. 162, § 2º, do CPC, agravar qualquer decisão do juiz de primeiro grau após
de execução.
Enunciado 10. A questão incidental resolvida pelo Juiz de primeiro grau e que
conceituado pelo art. 162, § 3º, do CPC, bem como contra atos meramente
ordinatórios (juntada, vista obrigatória dos autos e outros ) que devem ser
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo Juiz quando necessários (art. 162, §
4º, do CPC).
(art. 33);
difícil reparação à parte litigante, uma das três causas previstas pelo art. 522 para
Enunciado 17. O Juiz pode, no prazo de 10 (dez) dias, após ouvir a parte
julgamento poderá ser atacada por agravo retido. Este será interposto de forma oral
audiência.
processo.
recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local (protocolo
integrado).
desde que a parte agravada comprove e prove perante o Tribunal “a quo”, será o
liminarmente, nos casos do art. 557: “Art. 557. O relator negará seguimento a
Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº
agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da
à parte lesão e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação
sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez)
mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de
10 (dez) dias.
reconsiderar.
Enunciado 35. Não tem razão os que afirmam ser o recurso de agravo um
meio causador dos inúmeros males de que padece o sistema processual brasileiro ao
jurisdicional. Exs.: a necessidade de, por seu meio, ser controlada a decisão que
processo coletivo.
Enunciado 37. De acordo com o art. 522, redação antiga, hoje revogada, a
retida. Com a modificação estudada, o agravo retido passou a ser regra obrigatória.
reforma da decisão (art. 524, II) e o nome e o endereço completo dos advogados,
constantes do processo (art. 524, III), e será instruída com as peças essenciais: a)
quando devidos, de conformidade com tabela fornecida pelos tribunais (art. 525,
§1º).
protocolada no Tribunal, no prazo legal, ou enviada pelo correio sob registro com
aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local (art.
525, § 2º). Obs. A expressão lei local pode ser entendida como sendo provimento
baixado pelo Tribunal (STJ – Resp 247.098-SP, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJU
suspensivo. Este, contudo, poderá ser concedido pelo relator, a pedido da parte
interlocutória.
deve ser retratado ou não pelo Juiz. Em caso negativo, a parte recorrente deverá,
Enunciado 45. Defende Teresa Arruda Alvim Wambier, in “Os agravos no CPC
brasileiro”, 2006, RT, p. 459, que “o requisito constante dos dispositivos citados
(perigo de lesão grave e de difícil reparação) deve ser entendido em sentido amplo,
par abarcar tanto os casos em que a lesão ou ameaça de lesão possa atingir direito
material da parte, como também aqueles em que a lesão ou ameaça de lesão atinge
direito formal, isto é, quando presente dano processual” “È o que ocorre, por
caso, o regime de retenção seria criar embaraço contraproducente, visto que, caso a
realizados em primeiro grau. Neste caso, se está diante de situação em que a adoção
apelação”.
execução. Os atos executivos, em tese, são sempre hábeis a ocasionar lesão grave à
parte. Ex: decisão que indefere alegação de nulidade da penhora ou preço vil.
interposição oral do agravo retido. Não exigia que fosse interposto imediatamente
lhe retirando 10 dias de prazo (o agravo retido também tem o prazo de 10 dias, nos
termos do artigo 522), circunstância essa que viola o artigo 5º, inciso LV da
Constituição Federal, eis que implica flagrante cerceamento de defesa. Por outro
audiência ou ser-lhe-á aplicado o prazo do art. 523, § 2º do CPC, que é de dez (10)
pena de preclusão”.
Neste caso, entendemos que se deva aplicar o caput do art. 522 do CPC. Nestas
hipóteses não há como se aplicar o dispositivo legal, sob pena de colocar-se a parte
brasileiro. SP: RT, 2006, p. 457), verbis: uma decisão interlocutória proferida pelo
ato teve lugar durante a audiência, o agravo retido será a primeira vez em que a
parte se terá manifestado nos autos, depois de proferida a decisão. Hoje, este
agravo há de ser também oral. Mas poderia não ter sido, pois à parte se abririam
caput, segunda parte (na redação da Lei 11.187/2005), lançar mão do agravo de
instrumento, até o 10º dia após a audiência, ou, segundo alguns, poderia entrar com
recurso de apelação, mas deveria fazê-lo até o 10º dia após a prolação da sentença,
Enunciado 53. O art. 527, II, permite que o relator, no Tribunal, converta o
único).
Enunciado 54. Cabe ao relator observar, no momento da conversão, a
de difícil comprovação.
ato judicial é a única via cabível. Não me parece caber a propositura de ação cautelar
ser anexados ao agravo, declarando que as cópias são autênticas (art. 544, § 1º,
CPC). Surge uma pergunta: Poderá o agravante anexar documentos que não estão
nos autos principais? Sérgio Bermudes, Reforma, 90, citada por Nelson Nery, p.
768, entende que sim. Deve, pelo menos, a parte contrária ser intimada da juntada
de novos documentos.
o agravado será intimado, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com
aviso de recebimento, ou, pelo Diário Oficial, no caso das comarcas sede de tribunais
Enunciado 61. O prazo para responder deve ser contado a partir da data da
juntada aos autos da intimação ao advogado da parte, quando pelo correio (art. 241,
interesse na causa (art. 81 e 82 CPC). Obs. Nelson Néri, ob. cit., opina, a respeito,
apenas nos casos mencionados no CPC 527 III a V. Portanto, caso queira indeferir
deve tomar essas medidas imediatamente (art. 527, I e II). Não há quebra do
celeridade do processo”.
casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no
inspirados nas obras de, alguns com reproduções autênticas, de Luiz Rodrigues
Wambier, Teresa Arruda Alvim Wambier e José Miguel Garcia Medina (“Breves
Jurídico, 2006).
processual civil tem sofrido uma série de modificações. Estas, não obstante a boa
vontade do legislador, não vêm alcançando os anseios dos cidadãos e das pessoas
isso a ser alcançado sem ferimento dos postulados que informam o devido processo
legal. Há de ser adotado um sistema para o agravo que evite a prática de atos
22.12.2005.
1. Introdução
23.12.2005, que entrou em vigor 6 (seis meses) após a data de sua publicação. O
referido diploma legal estabeleceu, pela primeira vez em nosso sistema, uma fase de
dispositivos relativos à execução fundada em título judicial, além de ter dado outras
providências.
processo de execução.
adotados pela maior parte dos países da Europa, que unifica, em seus diplomas
manuelinas e afonsinas.
Processual Civil adotar uma divisão que não era acolhida pelos agentes de direito e
execução, era há muito desejada e esperada pela cidadania. Ela, na verdade, veio
afastar a grande dificuldade que existia para que a prestação jurisdicional a ser
produção dos seus efeitos, pela nova peregrinação que a parte vencedora tinha de
2 – CONCEITO DE SENTENÇA
A Lei n. 11.232, de 22.12.2005, apresenta-se composta por 9 (nove) artigos. O
artigo 1º alterou a redação do parágrafo 1º do art. 162, o caput do art. 267, o caput
O parágrafo 1º do art. 162 do CPC tinha a seguinte redação: “Sentença é o ato pelo
162, passou a ser: “Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações
no texto legal uma redundância, uma tautologia, porque o conceito de sentença era
Com a nova redação dada ao parágrafo 1º do art. 162, temos uma conceituação
correta do que seja sentença, haja vista ser visualizada como pronunciamento
judicial mais abrangente, isto é, não é ato que necessariamente encerre o processo.
Ela alcança muito mais. Há, não se coloca qualquer dúvida nesse entendimento,
do mérito, como previsto no art. 273, § 6º do CPC, isto é, que decidem, de imediato,
reflexos no que deve ser entendido por mérito. A respeito, merece se seguir o
Processo Civil”, 1a. ed., Editora Verbo Jurídico, p. 45: “A recente alteração do
vincular o mérito da causa apenas aos juízos de certeza, que por sua vez somente
curso do processo”.
pode ser atacada por agravo, conforme dita o art. 522 do CPC; e, por fim não são
art. 162.
Entende-se, com a mensagem do caput do art. 267, que a extinção do processo, nas
situações definidas nos seus incisos I a XI, será considerada sem resolução de
mérito.
Certo está que continua a ser entendido como sendo sentença a decisão do juiz que,
de acordo com os incisos I a XI do art. 267 do CPC, encerra o processo sem, porém,
Não há, a respeito, qualquer resolução de mérito. Em síntese, conforme bem explica
pode ser de mérito, quando analisada a questão de fundo ou ato intelectivo do juiz
ou pela vontade das partes, ou resolução formal, meramente terminativa, quando
4 – RESOLUÇÃO DE MÉRITO
A terceira modificação foi na redação do caput do art. 269. Antes, o art. 269
determinava que:
162, registra que, quando o juiz aprecia a lide e conclui com base nas condições
elencadas nos incisos I a V do art. 269 do CPC, haverá, apenas, resolução de mérito,
sem se considerar extinto o processo. Abre, a seguir, espaço para que os atos de
O que a redação do caput do art. 269 deixa como certo é que, em qualquer situação,
“a decisão proferida pelo juiz tem conteúdo de sentença, mas não extinguirá o
processo, que prosseguirá , seja para a realização de atos executivos –nas ações
executivas lato sensu -, seja pra julgamento dos pedidos que ainda não foram
269 do Código de Processo Civil, ao ser examinada com reflexão mais intensa, não
encerra conteúdo exaustivo. Há, embora não registradas nos incisos I a V do art.
269, sentenças que extinguem o processo de execução e outras que podem
extinção do processo. Ele continua para perseguir os atos executivos. Estes passam
5 – ALTERAÇÃO DA SENTENÇA
A nova redação do art. 463 está em harmonia com o novo conceito de sentença e
com o que prega o art. 269 do CPC. Estabelece, de forma definitiva, a mensagem de
O juiz continua com a possibilidade de, até mesmo de ofício, corrigir inexatidões
materiais ou retificar erros de cálculos. Não acaba, porém, o seu ofício jurisdicional,
como apregoava a antiga redação do art. 463. Por via de embargos de declaração,
por provocação de qualquer uma das partes, o juiz pode alterar a sentença,
inexatidão material. Não deve ser confundido erro de cálculo, com critério adotado
afirma ser preto; quando a soma de determinadas parcelas apresenta total não real;
autos.
O erro material pode ser corrigido em qualquer tempo, mesmo após a sentença ter
b) Não é concebido como ato judicial a decisão em que o juiz acrescenta novo
simples ou litisconsorcial.
d) Não é possível, após sentença ser publicada, ser concedida medida cautelar pelo
processual.
f) O erro de fato não pode, após a sentença ser publicada, ser corrigido; ele não se
declaração.
tribunal, para reexame necessário, quando este não for cabível; i.3 – a falta de
nome da parte que dele não devia constar (Exemplos colhidos na obra de Theotônio
569).
j) Cabe agravo de instrumento da decisão do juiz de primeiro grau que nega pedido
Título VIII do Livro I do Código de Processo Civil, para acrescê-la dos artigos 466-A,
466-B e 466-C.
O art. 466-A está voltado a tornar eficaz a sentença que condena alguém a emitir
declaração de vontade. Em síntese, dispõe o art. 466-A que a sentença dispondo que
efeitos de contrato a ser firmado por alguém que não cumpriu a obrigação prometida
de concluir o negócio jurídico bilateral pretendido, quando isso for possível e não
obrigação, onde fique comprovado que a parte autora não cumpriu a sua prestação,
ou de outro direito.
nos arts. 641, 639 e 640, artigos estes que foram revogados pela Lei n. 11.232, de
2005. Registramos que houve, apenas, mudança tópica das matérias examinadas
pelos dispositivos examinados. Antes elas faziam parte do processo de execução.
anunciados:
emitida.
devendo ser afastado o entendimento daqueles que entendem ser ela de natureza
c) A sentença do art. 461-A tem natureza jurídica condenatória pelo fato de ela
89.
compromisso) firmado pelas partes, onde nasceu o direito do credor a ter como
e) A condenação imposta pela sentença, com base no art. 461-A, não necessita
ato devido pelo executado por ato do próprio juiz” (Luiz Rodrigues Wambier, ob. cit.,
p. 91).
possa ser executado com a força do contrato definitivo, ocupando o seu lugar e
d) A sentença proferida com base no art. 466-B, por produzir toda a eficácia do
omitir.
6.766, de 19.12.79).
referida).
rescisão contratual com perdas e danos, a ação para a obtenção de sentença que
cit.).
O art. 466-C, ao ser interpretado, abre espaço para que, a seu respeito, sejam
inadimplemento.
seguintes requisitos:
TRABALHISTA.
INTRODUÇÃO
XXI, influenciados por idéias que foram desenvolvidas no século anterior, estão
convencidos que não há mais possibilidade de não ser resolvida a profunda crise que
atento do legislador.
tema prioritário pelos governantes do Brasil, que têm envidado esforços para
entrega de uma solução das lides pelo Poder Judiciário de modo menos lento do que
em um prazo razoável.
tramitação”.
tramitação estão, assim, pela primeira vez em nosso sistema de direito, elevados ao
força que ela contém para que o objetivo visado seja alcançado de modo absoluto. A
Judiciário pela Emenda Constitucional n. 45, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2005,
p. 11), “se não existem meios de fazer célere o processo, o dispositivo cai no vazio,
menos de um terço dos juízes que precisa, assessorados por uma infra-estrutura
jurisdicional, não se pode esperar que um processo tenha razoável duração, nem que
pelo que, não há outro caminho a seguir, senão o de com convivermos com elas e
Lei n. 11.276, de 07.02.2006. Altera os arts. 504, 506 e 518 do CPC, relativamente
primeiro grau.
Lei n. 11.280, de 16.02.2006. Altera os arts. 112, 114, 154, 219, 253, 305, 322,
precatória e rogatória, ação rescisória e visa dos autos. Revoga, também, o art. 194
do Código Civil (prescrição de ofício). Esta lei “delimita o prazo de dez dias para o
‘poderes’ aos juízes para decretar de ofício a prescrição, quer a causa seja de
versando sobre obrigações prescritas. Por último, abre espaço para que os tribunais
meios eletrônicos.
direito ao credor para indicar os bens do devedor que serão penhorados (antes a
toma o bem penhorado para si) na expropriação (retirada dos bens do devedor para
Lei n. 11.341, de 07.08.2006. Altera o art. 541 do CPC para admitir as decisões
de divergência jurisprudencial.
busca-se centrar a atuação da Corte Suprema nas demandas que tenham grande
repercussão na sociedade”.
citada, a lei em questão só pode ser aplicada quando existir acordo prévio entre as
advogado. Afirmado está no documento referido que “esta lei contribuirá para a
100.448 separações e 150.714 divórcios, dos quais quase 80% são de natureza
procedimentos poderá ser realizada pela via extrajudicial, o que terá impacto direto
O PL 4723/04 que trata de criar regras de uniformização das decisões dos juizados
passará a ser recebido apenas no efeito devolutivo, salvo nas hipóteses previstas no
projeto, quando o recurso será recebido no efeito suspensivo, quando, por exemplo,
à parte devedora.
O PL 4827/98 que institui a mediação como fase obrigatória nos litígios sobre direitos
disponíveis.
dominicais.
depósito prévio de 20% do valor da causa, de modo a impedir que esse instrumento
ou indique bens para garantir a dívida, caso contra´rio, ele estará proibido de
permitirá a este tribunal priorizar sua atuação nas causas de grande repercussão
social.
que ficará depositado em juízo até o término do recurso, quando deverá ser
vencida”.