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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A)

PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA


BAHIA.

Autos nº XXXXX

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

MYRCELLA LANNISTER, já qualificada nos autos em epigrafe, por seu


advogado in fine assinado, na ação que lhe move JOFFREY LANNISTER e
TOMMEM LANNISTER, vêm a presença de Vossa Excelência, ante a provável
existência de contradição e omissão no venerando acordão proferido,
opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO nos termos do art. 1.022, I e II do
Código de Processo Civil, pelas razões de fato e direito que passa a expor.

I – Pressuposto de admissibilidade

 Tempestividade

O artigo 1023 do Código de Processo Civil dispõe que os Embargos de


Declaração devem ser opostos no prazo de 5 dias.

A r. sentença foi publicada no dia XX/XX/XX, e o recurso está sendo oposto na


presente data, qual seja, XX/XX/XX, logo, são dentro do prazo legal.

II - Breve relato os fatos


Joffrey Lannister e Tommen Lannister ingressaram com Ação de interdição em
face de sua irmã Myrcella Lannister. Myrcella contestou tempestivamente a
ação, alegando em sede de preliminar a nulidade de citação e, quanto ao
mérito, o pleno gozo de suas faculdades mentais e, na hipótese de procedência
da ação, a nomeação de curador diverso. A preliminar foi negada. Após o
regular tramite da ação, sobreveio sentença de procedência do pedido, tendo
sido objeto de Recuso de Apelação que, após o recebimento, foi julgado
improcedente.

III - Da omissão

A r.sentença, aqui embargada, não se manifestou sobre a alegação de


prescrição feita pelo requerido em sua contestação.

Conforme Art. 489, § 1º, IV do CPC:

Art. 489. (...)

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:

(...)

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em


tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Como a decisão aqui debatida não enfrentou a alegação de prescrição, não foi,
conforme o artigo supracitado, corretamente fundamentada.
O Artigo 1022, § único, II, CPC, considera-se omissa a decisão que incorrer
nas condutas descritas no artigo 489, § 1º do CPC.

Desta forma, quando o julgador não se manifestou sobre a alegação de


prescrição deixou de fundamentar corretamente a decisão que,
consequentemente foi omissa.

Logo, é necessário que se corrija essa omissão, manifestando-se o M.M. Juiz


sobre a ocorrência de prescrição no caso em tela.

Cabe frisar que houve alegação de preliminares na apelação, nos termos do


art. 1.009, §1º do Código de Processo Civil, onde foi pontuada a nulidade da
citação realizada, razão pela qual, deve ser alegada a omissão no acordão
quanto a preliminar arguida, frisando, inclusive o posicionamento da
jurisprudência a respeito:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO.


PRELIMINAR. NULIDADE DA CITAÇÃO. NÃO APRECIAÇÃO. OMISSÃO.
VÍCIO CITRA PETITA. SENTENÇA CASSADA. - Ocorre vício citra petita da
sentença, quando o julgador deixa de apreciar pedido formulado pelas partes.

(TJ-MG - AC: 10394130097014002 MG, Relator: José Marcos Vieira, Data de


Julgamento: 13/07/2016, Data de Publicação: 22/07/2016)

DO DIREITO:

DA OMISSÃO QUANTO A PRELIMINAR ARGUIDA (NULIDADE DE


CITAÇÃO)

ART. 238 CPC

ART. 239 CPC

ART. 242 CPC

 
DA CONTRADIÇÃO ENTRE O DISPOSITIVO E A CONCLUSÃO DO
ACORDÃO

Verifica-se que a parte dispositiva do mesmo é cristalina ao demonstrar que


este Tribunal entende que não constam dos autos quaisquer
comprovações de que a interditanda seria pessoa pródiga. Inclusive o
acordão aponta que, quanto aos pedidos alternativos, assistiria razão à
embargante, tanto no que concerne ao alcance da curatela do pródigo,
quanto a substituição do curador, o que reforça o entendimento da Egrégia
Corte no que tange a procedência recursal.

IV- DA CONTRADIÇÃO

Houve discrepâncias entre a parte dispositiva da decisão e sua conclusão,


frisando que os fundamentos invocados no acordão, levam a crer que o
julgamento do recurso interposto será pelo provimento.

A jurisprudência é pacifica no sentido de que, em havendo a contradição entre


os fundamentos e a conclusão, devem os embargos ser acolhidos:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO ENTRE OS


FUNDAMENTOS E A CONCLUSÃO. Situação em que são acolhidos os
embargos de declaração opostos pelo exequente para sanar contradição entre
os fundamentos e a conclusão.

(TRT-4 - AP: 00100311520145040661, Data de Julgamento: 07/11/2020,


Seção Especializada em Execução)

V – Conclusão
Isto posto, requer:

A – Que seja o presente recurso conhecido por estarem presentes todos os


pressupostos de admissibilidade.

B- requer a intimação da parte contrária para se manifestar, nos termos do art.


1.023 do Código de Processo Civil, requerendo ao final o provimento dos
embargos a fim sanar a contradição constante do acordão, bem como a
omissão relativa à alegação preliminar de nulidade de citação.

Neste termos,

Pede deferimento.

Local, data.

Advogado

OAB.

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