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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2021.0000309979

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2050168-40.2021.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são agravantes
DAIANA DOS SANTOS FERREIRA (INVENTARIANTE) e MANOELINA
FERNANDES DOS SANTOS, são agravados MARILEIDE DOS SANTOS
FERREIRA, ANDERSON DOS SANTOS FERREIRA (HERDEIRO), MEIRE ANE
DOS SANTOS FERREIRA MELO (HERDEIRO), VIVIANE DA SILVA SANTOS
FERREIRA (HERDEIRO), LEANDERSON DOS SANTOS FERREIRA
(HERDEIRO), TAIUANE DOS SANTOS FERREIRA (HERDEIRO), LEILIANE
DOS SANTOS FERREIRA (HERDEIRO), MATHEUS RIBEIRO DOS SANTOS
(HERDEIRO) e VANDERSON DOS SANTOS FERREIRA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 1ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram
provimento ao recurso, com observação. V. U., de conformidade com o voto do
relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores FRANCISCO


LOUREIRO (Presidente), CLAUDIO GODOY E AUGUSTO REZENDE.

São Paulo, 27 de abril de 2021.

FRANCISCO LOUREIRO
Relator(a)
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Agravo de Instrumento nº 2050168-40.2021.8.26.0000

Processo 1º Instância n.º 1102526-58.2019.8.26.0100

Comarca: SÃO PAULO FORO CENTRAL

Juiz: RICARDO CUNHA DE PAULA

Agvte: DAIANA DOS SANTOS FERREIRA (INVENTARIANTE)

Agvdo: VANDERSON DOS SANTOS FERREIRA E OUTROS

VOTO Nº. 37.936

INVENTÁRIO. Decisão que determinou a juntada de


escritura pública de cessão de direitos hereditários.
Inventariante pretende que a cessão direitos hereditários
feita pelo irmão opere por termo nos autos, conforme
possibilidade aventada em anterior Agravo. Artigo 1.806 do
Código Civil. Escritura pública modalidade de
instrumento público, pode ser suprida por termo judicial.
Todavia, o fechamento dos fóruns em período de pandemia
impõe às partes o dever ainda maior de cooperar para que o
inventário seja levado a bom termo, valendo-se neste
momento da escritura pública, caso a Serventia não
disponha de meios para viabilizar o termo de cessão.
Recolhimento do ITBI necessário, quer a cessão de direitos
hereditários se opere por escritura pública, quer se opere por
termo dos autos. Recurso desprovido, com observação.

Cuida-se de Agravo de Instrumento, com


pedido de efeito suspensivo, tirado de decisão (fls. 254/255 dos autos
digitais de primeira instância) que determinou a juntada de escritura
pública de cessão de direitos hereditários aos autos do inventário dos
bens deixados por MANOELINA FERNANDES DOS SANTOS.

Fê-lo o decisum recorrido, na parte que

Agravo de Instrumento nº 2050168-40.2021.8.26.0000 -Voto nº 37.936 – MB 2


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interessa ao presente recurso, nos seguintes termos:


“[...]
2- Fls. 227/228: Traga aos autos a escritura pública de
cessão de direitos.
Tratando-se de cessão de direitos hereditários na
modalidade onerosa, comprove-se, ainda, o
recolhimento do respetivo ITBI.
Intime-se.”

Aduz a inventariante, em apertada síntese, que


seu irmão ANDERSON DOS SANTOS FERREIRA lhe cedeu os
direitos hereditários. Destaca que este Tribunal ressalvou a
possibilidade de que a cessão de direitos hereditários se operasse por
termo nos autos, conforme decisão proferida no Agravo de Instrumento
n. 2297806-22.2020.8.26.0000. Pede, assim, que a cessão de direitos
hereditários feita pelo irmão se opere por termos nos autos.

Em razão do exposto, e pelo que mais


argumenta às fls. 01/15, pede, ao final, o provimento do recurso.

Admitido o recurso com fundamento no


parágrafo único do art. 1.015 do Código de Processo Civil vigente, de
acordo com o qual cabe Agravo de Instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas no processo de inventário, foi indeferido o
pedido liminar.

O recurso foi contrariado (fls. 145/152).

Não houve oposição ao julgamento virtual.

É o relatório.

O recurso não comporta provimento, nos


termos da decisão liminar, que ratifico integralmente.

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A questão devolvida ao conhecimento do


Tribunal neste Agravo versa, em poucas palavras, sobre a
possibilidade de que a cessão de direitos hereditários se opere por
termo nos autos.

Anoto que a matéria não é inédita a este


Relator.

Em anterior Agravo de Instrumento, igualmente


de minha relatoria, fixei que a validade da cessão de direitos
hereditários exigia que o negócio fosse feito por escritura pública (cf.
Agravo de Instrumento n. 2297806-22.2020.8.26.0000, 1ª Câmara
de Direito Privado). Vejamos:

“[...]

No que tange à cessão de direitos hereditários


celebrada pela inventariante com seu irmão ANDERSON DOS
SANTOS FERREIRA, esclareço que tal negócio jurídico deveria
observar a forma prescrita em lei (escritura pública).

Perfeitamente possível e viável que um herdeiro


ceda seus direitos hereditários, operando-se a sub-rogação do
cessionário nos direitos hereditários do cedente.

Tal cessão, todavia, somente é válida se realizada


por escritura pública, a teor do art. 1.793 do Código Civil.

Lembro que a escritura pública, para fins de


cessão de direitos hereditários, é requisito de validade, a teor do
artigo 108 do CC. Isso porque o artigo 80, II, do Código Civil
considera imóvel para efeitos legais o direito à sucessão aberta.

O direito à sucessão aberta é bem imóvel (CC,


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artigo 80, II) e a escritura pública é essencial à validade dos negócios


jurídicos envolvendo transferência de bens imóveis de valor superior
a trinta salários mínimos (CC, artigo 108).

Além de tais premissas que, isoladamente, já


seriam suficientes para justificar a necessidade de escritura pública ,
o art. 1.793 do CC apresente regra específica de acordo com a qual a
escritura pública é necessária para negócio de cessão de direitos
hereditários.

Há entendimento pacificado do C. Superior


Tribunal de Justiça sobre a necessidade de formalizar a cessão de
direitos hereditários por escritura pública (cf. AgInt no REsp 1470533-
SP, 3ª Turma, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 05/12/2017,
DJe 19/12/2017; AgRg no REsp 1416041-RS, 3ª Turma, rel. Min.
Sidnei Beneti, j. 22/05/2014, DJe 09/06/2014; REsp 1196992-MS, 3ª
Turma, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 06/08/2013, DJe 22/08/2013;
RMS 26297-BA, 4ª Turma, rel. Min. Fernando Gonçalves, j.
17/09/2009, DJe 05/10/2009; REsp 1027884-SC, 4ª Turma, rel. Min.
Fernando Gonçalves, j. 06/08/2009, DJe 24/08/2009).

Trata-se de forma ad solemnitatem ou ad


substantiam, e não forma ad probationem.

Destarte, incontornável que a cessão seja feita por


escritura pública.

Neste momento, o instrumento particular pode ser


convertido em mera promessa de cessão que, de resto, somente se
opera validamente por escritura pública.

[...]”

Lembro-me de ter ressalvado, ao final, que “A

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cessão de direitos hereditários deve ser feita por escritura pública, ou


termo nos autos. Por ora, o instrumento particular pode ser convertido
em mera promessa de cessão, que exige como requisito de validade
escritura pública, ou termo nos autos” [grifei].

Pois bem.

Sobreveio decisão interlocutória que


determinou a juntada aos autos do inventário de escritura pública de
cessão de direitos hereditários.

Foi justamente essa a decisão que desafiou a


interposição deste novo Agravo de Instrumento.

Não é demasiado lembrar que no Agravo


anterior que gerou a prevenção já foi dito, de forma clara e
objetiva, que a ora agravante (cessionária) e seu irmão (cedente)
deveriam celebrar a cessão de direitos hereditários por escritura
pública, ou então por termo nos autos, por se tratar também de
instrumento público.

É texto expresso do art. 1.806 do Código Civil:


“A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento
público ou termo judicial”.

Doutrina e jurisprudência, ao darem


interpretação analógica ao artigo 1.806 do Código Civil que trata da
renúncia abdicativa , admitem a cessão de direitos hereditários (CC,
art. 1.793) também por termo nos autos.

Nas palavras de Mauro Antonini, ao comentar


o art. 1.793 do CC, “O artigo, sem correspondência no CC/1916, trata

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da cessão de direitos hereditários, que era inferida, na vigência do


código anterior, das regras relativas à cessão de crédito. Sendo a
sucessão aberta equiparada a bem imóvel (cf. art. 80, II), a cessão dos
direitos hereditários deve ser feita por escritura pública. Não obstante a
redação literal do artigo, impondo como forma da cessão a escritura
pública, parece ainda ser possível, na vigência do atual Código, tal
como ocorria perante o CC/1916, a cessão por termo nos autos, pois,
tendo tal termo caráter público, equipara-se à escritura; e, além disso,
para a renúncia à herança, ato que exige a mesma solenidade, permite
o art. 1.806 expressamente, que se faça por termo judicial” [grifamos]
(Código Civil Comentado, Coord. Min. Cezar Peluso, 12ª ed., São
Paulo: Editora Manole, 2018, p. 2111).

Ainda na lição da melhor doutrina, “A herança


pode ser objeto de cessão de direitos, como ato negocial inerente ao
domínio dos bens por qualquer dos herdeiros. O Código Civil dispõe,
no artigo 1.793, que a cessão de direitos sobre a sucessão aberta ou
sobre quinhão individual da herança pode ser objeto de escritura
pública, com isso restringindo a utilização por instrumento particular.
Mas nada impede que se efetue a cessão nos próprios autos do
processo de inventário, por termo próprio, na forma de renúncia
translativa da herança [...], uma vez que é admitida igual forma de
procedimento para a renúncia propriamente dita (art. 1.806 do CC)”
[grifamos] (Sebastião Amorim e Euclides de Oliveira. Inventários e
Partilhas, 25ª ed., São Paulo: Saraiva, 2018, n. 8, p. 65).

Este E. Tribunal de Justiça admite de forma


tranquila a cessão de direitos hereditários por termo nos autos.
Vejamos:

“Apelação. Arrolamento. Direitos hereditários.


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Cessão operada por meio de instrumento particular. Inobservância da


forma específica, que é da substância do ato (escritura pública).
Hipótese, contudo, de aplicação analógica do disposto no art. 1.806
do CC. Extinção afastada para oportunizar que a cessão seja tomada
por termo, nos autos, mediante a assinatura da cedente e da
cessionária. Recurso provido.” (TJ-SP, Apelação nº
1082684-68.2014.8.26.0590, 28ª Câmara Extraordinária de Direito
Privado, rel. Des. Mauro Conti Machado, j. 25/10/2017)

“ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA
COMPROMISSO PARTICULAR DE CESSÃO DE DIREITOS
HEREDITÁRIOS AUSÊNCIA DE ESCRITURA OU TERMO NOS
AUTOS DO INVENTÁRIO INADMISSIBILIDADE INTELIGÊNCIA
DO ART. 1.793, DO CC O falecimento de um dos vendedores e a
subsequente cessão de direitos firmada por seus herdeiros autorizam
a abertura ou a continuação do inventário, para o cessionário, em
partilha, adjudicar o bem ou o respectivo quinhão, mas não para
servir de causa ao pedido de adjudicação compulsória deduzido em
face dos cedentes, notadamente se a cessão é inválida, por
inobservância da forma exigida por lei (escritura pública ou termo nos
autos do inventário), uma vez que os cedentes não figuram como
proprietários do imóvel junto à matrícula Sentença mantida -
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.” (TJ-SP, Apelação nº
0028216-30.2012.8.26.0590, 8ª Câmara de Direito Privado, rel.
Des. Alexandre Coelho, j. 19/08/2017)

“Indeferimento da inicial. Inventário. Cessão


onerosa de um automóvel, conferida pelos filhos à viúva. Bem antigo
e de baixo valor. Apesar da existência de forma prescrita em lei (CC,
1793), entendo desnecessária a providência. Aplicação, por aplicação
analógica, do artigo 1.806 do CC. Possibilidade de homologação
por termo nos autos, desde que os advogados estejam munidos dos
poderes especiais para tanto. Indeferimento da inicial afastado.
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Recurso provido.” (TJ-SP, Apelação nº 1001265-62.2016.8.26.0615,


10ª Câmara de Direito Privado, rel. Des. Araldo Telles, j.
04/04/2017)

“ARROLAMENTO SUMÁRIO. CESSÃO DE


DIREITOS HEREDITÁRIOS. INSTRUMENTO PARTICULAR. CC,
ART. 1.793. NECESSIDADE DE ESCRITURA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE DE SEJA REALIZADA POR TERMO JUDICIAL.
ART. 1.806 DO CC. DECISÃO MANTIDA. RECURSO NÃO
PROVIDO. 1- Em arrolamento sumário de bens foi rejeitada eficácia
para um instrumento particular de cessão de direitos hereditários. 2-
Exigência da forma que está na essência do negócio jurídico. CC,
arts. 1.793, 80, II, e 108. Precedentes do STJ. 3- Possibilidade, diante
do que consta dos autos, de que seja realizada por termo judicial. Art.
1.806 do CC. Decisão mantida. 4- Agravo de instrumento não
provido.” (TJ-SP, Agravo de Instrumento nº
2244086-82.2016.8.26.0000, 9ª Câmara de Direito Privado, rel.
Des. Alexandre Lazzarini, j. 04/04/2017)

O entendimento acima tem razão de ser.


Documento público é gênero, que compreende instrumentos públicos,
que, por seu turno, abrangem as escrituras públicas. É instrumento
público, entre outros, o ato judicial lançado nos autos. Essa a razão
pela qual a escritura pública modalidade de instrumento público
pode ser suprida por termo judicial. Isso ocorre comumente em dações
em pagamento instrumentalizadas em termos judiciais durante
audiências, por exemplo. Não faz sentido, portanto, exigir a lavratura
de escritura pública se o ato notarial pode ser suprido por instrumento
público (cf. Eduardo Ribeiro de Oliveira, Comentários ao Código
Civil, diversos autores coordenados por Sálvio de Figueiredo
Teixeira, Forense, vol II, p. 226).

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Disso decorre que poderia ser dispensada, em


tese, escritura pública para fins de cessão de direitos hereditários.

Perfeitamente possível a cessão de direitos


hereditários por termo nos autos.

Cumpre fazer, a essa altura, uma observação.

O avanço da pandemia do coronavírus


(COVID-19) impôs ao Conselho Superior da Magistratura desta Corte a
adoção de medidas restritivas que vedam a circulação de Magistrados,
servidores, advogados e partes nas dependências dos prédios deste
Tribunal.

O fechamento dos fóruns, em período de


pandemia, impõe às partes o dever ainda maior de cooperar para que
o inventário seja levado a bom termo (CPC/2015, artigo 6º).

Devem as partes colaborar com o desempenho


da Justiça, valendo-se neste momento da escritura pública.

Nada impede que a cessão de direitos


hereditários seja feita por termo nos autos, desde que a z. Serventia
disponha de meios para viabilizar o termo de cessão.

Este Relator tem conhecimento de que, em


determinados casos, a Serventia pode disponibilizar no sistema
informatizado (SAJ) o termo para que os advogados providenciem a
assinatura das partes e juntem, na sequência, o documento assinado
aos autos digitais. Se essa medida for possível, fica desde logo
autorizada a cessão pode termo nos autos. Se a medida não for viável,
deve a agravante se valer da escritura pública.

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Finalmente, lembro que o ITBI deve ser


recolhido, quer a cessão de direitos hereditários se opere por escritura
pública, quer se opere por termo nos autos.

Nego provimento, com observação.

FRANCISCO LOUREIRO

Relator

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