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EMENTA
DECISÃO
Edição nº 0 - Brasília,
Documento eletrônico VDA25875684 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): PAULO DIAS DE MOURA RIBEIRO Assinado em: 23/06/2020 15:52:14
Publicação no DJe/STJ nº 2935 de 24/06/2020. Código de Controle do Documento: a6a8ecab-cff6-4ee6-b484-c98be2064e0a
simulação.
Apelação desprovida (e-STJ, fl. 585).
É o relatório.
DECIDO
BERNADETE aduz ter ocorrido a decadência, visto que a ação foi ajuizada
pela recorrida aos 19/7/2000, ou seja, quando da vigência do CCB/1916, pelo que está
equivocada a decisão do TJRS, que aplicou as regras do Código Civil de 2002.
A propósito do tema, o TJRS expressamente consignou:
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de promessa de compra e venda, datado de 19.07.2000 (fls. 29-30).
Considerando que o negócio jurídico foi firmado em 19.07.2000, na
vigência do Código Civil de 1916, a análise da sua validade é feita com
base na referida legislação, ante o princípio tempus regit actum.
Aplica-se, portanto, o disposto no art. 178, §9Q, inc. V, "b", do Código
Civil de 1916, que estabelece o prazo de quatro (4) anos para anular
ou rescindir os contratos, contados do dia em que se realizou o ato ou
o contrato.
Ocorre que antes de ultrapassado o prazo prescricional, entrou
em vigência o Código Civil de 2002, em 11 de janeiro de 2003,
dando um novo tratamento à matéria da simulação.
De acordo com o art. 167 do Código Civil/2002, "é nulo o negócio
jurídico simulado", pelo fato de a simulação envolver preceitos de
ordem pública, portanto, é caso de nulidade absoluta.
E por se tratar de ato nulo não há falar em prazo decadencial ou
prescricional. Isso porque o art. 169 do Código Civil diz que "o
negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem
convalesce pelo decurso do tempo".
Assim, afasto a alegação de prescrição/decadência (e-STJ,
fls. 588/589, sem destaques no original).
Nesse contexto, tem-se que o Tribunal gaúcho afirmou que não é o caso de
ocorrência de decadência ou prescrição, sob o entendimento de que antes da extinção
do prazo prescricional veio a lume a disciplina do Código Civil de 2002, que trouxe uma
nova diretriz para o instituto da simulação, não mais havendo falar em decadência ou
prescrição, pois não mais convalesce com o tempo.
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acórdão tornou-se omisso, contraditório ou obscuro. Aplica-se, na
hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF.
2. A manutenção de argumento que, por si só, sustenta o acórdão
recorrido torna inviável o conhecimento do recurso especial,
atraindo a aplicação do enunciado n. 283 da Súmula do Supremo
Tribunal Federal.
3. A alteração da conclusão do Tribunal estadual quanto ao valor da
indenização por danos morais demandaria o reexame do conjunto
fático-probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula n. 7 do STJ.
4. No que tange aos juros de mora, a jurisprudência deste Tribunal
Superior, em caso de responsabilidade extracontratual, determina que
os juros moratórios incidam desde a data do evento danoso, nos
termos da Súmula 54/STJ. Não sendo outro o entendimento do
acórdão impugnado, tem incidência, no ponto, a Súmula 83/STJ.
5. Agravo interno improvido.
(AgInt no AREsp 1.526.287/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, Terceira Turma, j. em 16/3/2020, DJe 20/3/2020 - sem
destaques no
original)
Nessas condições, com fundamento no art. 1.042, § 5º, do NCPC, c/c o art.
253 do RISTJ (com a nova redação que lhe foi dada pela Emenda nº 22 de 16/3/2016,
DJe 18/3/2016), NEGO PROVIMENTO ao recurso especial.
Publique-se. Intimem-se.
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