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MODULO 2
DIREITOS REAIS
Eficácia relativa.
Direito Real
A identificação do passivo só se dá no momento da
violação do direito, oportunidade em que o sujeito passivo
indeterminado se torna determinável (há uma obrigação
passiva universal)
Tem por objeto um ou mais bens materiais determinados,
móveis ou imóveis.
É exercido independentemente da colaboração de outra
pessoa.
As normas são obrigatórias, ou seja, não admitem a
interferência da vontade individual.
Predominam normas cogentes.
Somente não admitem usucapião quando sobre coisa
alheia (ex: hipoteca), os demais podem ser usucapidos
(pode ser exercida a posse).
Tem sua duração no tempo indefinida (salvo no caso de
propriedade resolúvel).
A não utilização da propriedade, em regra, não implica sua
perda. Por isso, a ação reivindicatória é imprescritível.
Natureza da posse:
Para Savigny, a posse é um misto de fato e direito (pessoal).
Para Ihering, a posse é um direito (real), no sentido de que os
direitos são interesses juridicamente protegidos. Assim,
classifica Savigny a posse como uma relação obrigacional e
Ihering a insere no âmbito dos direitos reais. Contudo, nosso
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A posse não pode ser considerada como direito pessoal por não
estabelecer um vínculo de conteúdo obrigacional para o
possuidor em face de terceiros ou do proprietário; nem direito
real, pois não gera efeitos erga omnes (triunfa sobre os
pretensos adquirentes da posse, mas sucumbe ao proprietário).
Por fim, a natureza especial da posse dispensa, pois, na ação
possessória, a intervenção do outro cônjuge, salvo quando
versarem sobre direitos reais imobiliários. Fosse a posse direito
real, a presença dos cônjuges seria obrigatória.
Classificação da posse:
POSSE INDIRETA
Dá-se a posse indireta quando o seu titular,
voluntariamente, transfere a outrem a utilização da coisa.
ex: locador, comodante, nu-proprietário
POSSE DIRETA
Diz-se posse direta a de quem recebe o bem para usar. É
derivada e temporária. A posse foi transferida por
contrato, p. Ex.
ex: locatário, comodatário, usufrutuário
OBS:
1) Se houver sublocação, o locatário passará de possuidor
direto para possuidor indireto, e o sublocatário será o novo
possuidor direto.
Posse Justa
É justa a posse que não for violenta, clandestina ou
precária (art. 1200 CC). Diz-se violenta a que é adquirida
mediante força (ex: MST), clandestina a que é adquirida às
escondidas e precária a que surge do abuso de confiança
por parte de quem possuía legitimamente coisa alheia.
Posse Injusta
É a posse injusta, ilícita ou viciosa.
OBS:
A posse poderá passar de justa para injusta → Ex: alguém
empresta a um amigo livros e CDs e este, ao passar o prazo
estipulado, não os devolve ao dono. Durante o período do
empréstimo a posse era justa, porém ao não haver a restituição
das coisas cedidas, a posse tornou-se injusta (apresentou um
vício de precariedade).
→ Observa-se, pois, que a posse precária, diferentemente da
violenta ou clandestina, nasce no momento em que houver
recusa à devolução da coisa.
Posse de boa-fé
É de boa-fé a posse quando o possuidor ignorar o vício, ou
o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa ou do
direito do possuído (art. 1201 CC).
Posse de má-fé
Quando o possuidor não ignorar que possui
ilegitimamente.
OBS:
1. A boa-fé ou má-fé irá repercutir nas questões
relativas aos frutos, às benfeitorias e à usucapião da
coisa possuída.
2. A posse de boa-fé converte-se em posse de má-fé
desde que as circunstâncias façam presumir que o
possuidor não ignora que possui
indevidamente. → Ex: adquiro, sem saber, um
imóvel ilegitimamente. Então recebo uma notificação
dizendo que quem me vendeu a casa não era o
legítimo dono e, com isso, eu não sou adquirente. A
partir do momento em que sou citada e tomo
conhecimento do fato, se eu permanecer na casa será
de má-fé, pois a minha boa-fé inicial terá
desaparecido no momento da citação.
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Posse nova
Se a posse datar de menos de um ano e um dia, será
considerada nova, admitindo o pedido de liminar.
Posse Velha
Caso transcorrido o prazo superior a um ano e um dia, a
posse será tida como velha, sem direito a liminar.
OBS:
• A relevância da distinção entre posse nova e posse velha
reside na possibilidade ou não de ser concedida a liminar na
ação possessória, que é uma medida provisória. Como
efeito, possibilita ao autor ou réu recuperar de imediato a
posse, até a decisão final do processo.
• O marco inicial de contagem do prazo da posse é a data da
turbação ou esbulho.
Posse Ad Interdicta
É concedida àqueles que são possuidores por decorrência
de uma obrigação ou direito. É uma posse defensável por
meio das ações possessórias, mas não gera usucapião.
Ex: posse do locatário
Posse Ad Usucapionem
É a posse que gerará usucapião. Evidencia-se quando não
há qualquer relação obrigacional ou de direito entre o
possuidor e o proprietário.
Quem ocupa um imóvel sem autorização do proprietário
poderá usucapir, desde que sua posse seja mansa, pacifica,
contínua e preencha o espaço de tempo exigido em lei.
OBS:
Distinguem-se essas modalidades de posse quanto ao seu
nascimento e quanto aos seus efeitos.
Constituto Possessório
É uma modalidade de transmissão ficta da posse, ou seja, não
há a efetiva tradição da coisa. Perfaz-se por via contratual. Para
se evitar o ônus da tradição e conseqüente aquisição da posse
de bem móvel ou imóvel, o alienante a transfere por meio de
uma cláusula contratual, denominada cláusula constituti, a
qual converte o adquirente em possuidor (mesmo que nunca
tenha exercido atos de posse direta sobre o bem). → Ex: ‘A’
compra um imóvel, devidamente registrado, porém não tem
intenção de ocupá-lo (e, por isso, será um proprietário não
possuidor). Ele poderá mover ação reivindicatória contra
eventuais invasores, mas nenhuma das ações possessórias (pq
não tem posse). Para evitar este inconveniente, a posse é
transferida através da cláusula constituti, a qual legitimará o
proprietário de ajuizar ações possessórias, inclusive contra o
alienante (que continua a deter o imóvel, mas em nome de
quem o adquiriu).
O comprador será carecedor de uma eventual ação possessória
ajuizada contra o alienante se não constar no contrato o
constituto possessório.
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Características: