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Direitos Reais
D) Os direitos reais são típicos (art. 1.225, do Código Civil), enquanto que os
direitos obrigacionais são atípicos.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis
dos referidos títulos ( arts. 1.245 a 1.247 ), salvo os casos expressos neste
Código.
Questões:
A respeito da propriedade e dos direitos reais sobre coisa alheia, assinale a opção correta.
• A
• B
• C
• D
• E
GABARITO - C (ART.1263).
A) Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas Móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre
vivos, só se adquirem com a tradição.
B) Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
D) Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o
objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento (VEDAÇÃO A CLÁUSULA COMISSÓRIA).
E) Trata-se de um dos direitos do credor pignoratício exposto no rol do art. 1433, mas não consta tal
obrigatoriedade no contrato de penhor mercantil (art. 1447).
Direito civil - Aula 28/02
Propriedade
A) Teoria realista: O direito real é um poder imediato que a pessoa exerce sobre
a coisa, com eficácia contra todos. Predominante na doutrina compreende que
os direitos reais pautam-se exclusivamente pela relação entre seus titulares e a
coisa.
De acordo com esta, o direito real nada mais é do que uma espécie de
obrigação estabelecida entre o titular do direito real e a coletividade que o
circunda.
Questões:
I) Usar: Jus utendi: Dar qualquer fim, que não seja ilegal.
II) Gozar: Jus friendi: Retirar frutos da coisa.
III) Dispor: Jus disponendi: Atos de disposição inter vivos e causa mortis.
Exemplo: Doação com reservas de usufruto: Há um novo proprietário, porém este não
possui todos os 4 institutos em seu domínio, em decorrência do usufrutuário.
Nua proprietária: Não detém todos os poderes da propriedade para si, visto que não
usa e goza da coisa.
Curiosidade: Antigamente, considerava-se parte do terreno tudo aquilo que está acima
e abaixo deste. Hoje em dia, a propriedade estende-se tão somente até aonde o
proprietário de utilidade a sua propriedade.
Domínio útil: Corresponde aos atributos de usar e/ou da coisa mediante o exercício
de um direito real.
Observação: O proprietário do solo pode-se utilizar de terra, areia e etc. Desde que
essa decorra de uma construção civil imediata.
Direito civil - Aula 04/03
Conceito: A função social estabelece uma dupla intervenção sobre o exercício real de
um sujeito. Em uma primeira faceta, essa intervenção é limitadora por que impede o
proprietário de dar determinadas destinações ao seu bem.
Na segunda faceta, de natureza impulsionadora, a lei não limita, mas sim impõe
determinados comportamentos ao proprietário.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão,
e cuja utilização será definida em lei.
Observação dois: A reserva legal que compõe parte de terras de domínio privado
constitui verdadeira restrição do direito de propriedade. Assim, a aquisição da
propriedade rural sem a delimitação da reserva legal não exime o novo adquirente da
obrigação de recompor tal reserva.
Direito civil - Aula 06/03
O Estado somente age sobre a propriedade particular nas hipóteses previstas na CF:
tributação; expropriação sem indenização (art. 243) ou mediante indenização (art.5º,
XXIV art. 182, § 4º, III, art. 184); a requisição e a ocupação temporárias (art. 5º, XXV –
iminente perigo público).
As limitações que o estado pode impor são de três ordens: Tributação (pelo simples
fato de ser proprietário de uma determinada coisa - IPTU, IPVA e IPVR), Expropriação
e e desapropriação (Expropriação o estado não paga nada – plantio de psicotrópicos e
exploração de trabalho escravo, na desapropriação ele paga – interesse social,
necessidade coletiva ou utilidade publica, sanção urbana – não observa função social,
sanção rural – não observa função social) e a intervenção do estado mediante
requisição (situação de iminente perigo publico ou coletivo), na qual ele só pagará
indenização se comprovado um dano decorrente da utilização.
4. Indenização justa – é a que cobre não só o valor real e atual dos bens
expropriados, à data do pagamento, como também os danos emergentes e os
lucros cessantes do proprietário, decorrentes do despojamento do seu
patrimônio. Aqui também inclui a correção monetária. Quanto as benfeitorias,
serão sempre indenizadas as necessárias, feitas após a desapropriação, e as
úteis, se realizadas com autorização do expropriante;
A.(1) Nas formas originárias há um contrato direto da pessoa com a coisa, sem
qualquer intermediação pessoal.
Observação: Nas formas originárias, a pessoa que adquire a propriedade o faz sem
que esta tenha as características anteriores. Assim, a propriedade começa do zero
(resetada). Já nas formas derivadas, há um sentido de continuidade da propriedade
anterior, como ocorre na compra e venda.
Caso o credor hipotecário (titular da hipoteca), for intimido da execução, a hipoteca cai
quando o imóvel é adquirido pelo arrematante, o credor hipotecário irá se satisfizer
com o dinheiro pago pelo arrematante. Se o arrematante adquirir o bem e o credor
hipotecário não for intimido na execução a respeito disso, o que acontecerá é que a
hipoteca continuará no bem do imóvel.
As acessões
1. Surgimento de ilhas: Ilha é uma faixa de terra cercada de água por todos
os lados (independente no meio de uma esfera hídrica). Poderão ser de
propriedade particular, de um sujeito que haja propriedade de uma margem.
4. Acessões por avulsão: Quando, por força natural única e violenta, uma
porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste
adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou,
sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Resolução de questões
R: Há duas teorias que justificam a existência dos direitos reais. A primeira delas, a
teoria personalíssima, esta alega que o direito real é o direto que o proprietário tem de
exigir de toda a sociedade que não venha a interferir no bem de sua titularidade. Muito
embora exista essa teoria, ela não é a mais adotada pela doutrina, visto que nessa
teoria, há certa confusão entre os direitos reais com o direito obrigacional decorrente
da obrigação de não fazer.
Por fim, há a teoria realista, que alega que o direito real é o direito que um sujeito tem
sobre determinada coisa. Portanto, encara-se a relação entre sujeito e coisa, não
sujeito objeto, como na teoria anterior. Destaca-se, por fim, que a teoria realista tem
sido a mais adota pela doutrina e jurisprudência.
R: O direito real de garantia decorre do direito real de coisa alheia, e serão, em suma,
três espécies: A hipoteca, o penhor e a anticrese. Estes são dados sobre uma
determinada coisa, em garantia a uma determinada divida.
R: É a ideia de que ser proprietário não é apenas ter direitos, ser proprietário é
também ter obrigações. Isto é, poder utilizar a coisa em prol da coletividade, do bem
comum e do meio ambiente.
Ao mesmo tempo em que esse princípio tem uma função limitadora, proibindo o
proprietário de tomar determinada atitudes em relação ao bem. Esta também tem uma
função impulsionadora, pois impõe a realização de determinados atos, como, por
exemplo, as diversas obrigações tipificados ao proprietário rural.
R: O código civil, em sua tipificação, não utilizará o principio romano “do céu ao
inferno”. Logo, o proprietário só poderá exercer seu direito em compasso com a sua
utilização, isto é, na medida / limite de sua utilidade.
8 – Na aluvião, o sujeito que perde terreno tem direito a ser indenizado junto ao sujeito
beneficiado pela majoração territorial de sua propriedade?
9 – Se um determinado rio muda o seu curso pela força da natureza, gerando uma
situação de álveo abandonado, os adquirentes do leito que secou deverão indenizar
os proprietários que vieram a perder terreno por força da inundação decorrente da
alteração do transcurso da água? E se a alteração do curso do rio vier a se dar por
força humana (por exemplo, a construção de uma barragem)?
R: A legislação irá dizer que, quando um rio modifica o seu curso por uma força da
natureza e, faz com que se seque parte sobre determinada propriedade, passando a
ocupar uma nova propriedade, o sujeito que perderá parte da sua terra não gozará de
nenhum tipo de indenização. Contudo, caso haja a alteração por decorrência de uma
força humana, o dever de indenizar existirá, com fulcro no art. 186 do CC.
Direito Civil – Aula 27/03
Caso o sujeito tenha agido de má fé, muito embora ela adquira a propriedade, ele
possuirá o valor de indenizar pelo valor dos materiais + por eventuais prejuízos
que o proprietário original venha a ter.
Suponhamos que, alguém que vem exercendo esbulho na posse de outrem, venha
edificar uma casa neste terreno. O principio da gravitação jurídica será aplicado
novamente, fazendo com que o dono do terreno venha a obter a propriedade desta
casa.
Aquele que exerceu esbulho perderá a sua construção para o dono do terreno e
não gozará de indenização por parte do adquirente da construção, posto que sua
construção se deu por má fé.
Porém, se fosse o caso da construção ter sido feita de boa fé e, não houvesse
esbulho no contexto, o construtor poderia gozar de indenização vinda do
proprietário do terreno.
Imagine que, “A” tenha adquirido um terreno de “B”, acreditando que este seja
proprietário. Futuramente constata-se que, na realidade, o verdadeiro proprietário
deste terreno é “C”, sendo “B” um falso proprietário. Porém “A”, já edificou uma
casa neste terreno, visto que acreditava ser o proprietário legitimo..
Suponha que, o terreno possui o valor de R$: 100.000,00 e casa edificada R$:
600.000,00. Se acontecer da construção valer mais do que o terreno e o construtor
estiver de boa fé, o principal seguirá a sorte do acessório. O construtor irá adquirir
o terreno para si. Porém, este deverá pagar o valor do terreno para o antigo
proprietário, mediante acordo entre partes e, se não houver, por meio de decisão
fixada judicialmente.
Imagine que ”R” é dono de uma fazenda, este por sua vez obseva que “J” está
edificando uma casa em seu terreno, de má fé. Porém “R” espera que “J” finalize a
sua casa, pois, tendo conhecimento da regra, esse irá obter-se desta edificação.
Ou seja, “R” visa enriquecer a custa de “J”.
Nesta determinada hipótese, em relação a parte que atingiu o terreno vizinho, quem
será o seu proprietário ?
Vamos supor que o construtor acreditava estar em sua propriedade (boa fé). Ele terá
direito de adquirir a área sobre a qual ele construiu. Porém, será necessária uma
indenização correspondente ao valor da área que o vizinho perdeu e a desvalorização
da área que continua com o vizinho (área remanescente).
Neste caso, em um primeiro momento, se for possível, essa parte da construção será
destruída. Ela só não será destruída se a destruição desta parte vier a causar um
comprometimento de toda a estrutura da construção.
Se não puder destruir, neste cenário o possuidor de má fé irá adquirir essa área desde
que pague uma indenização para o vizinho pela área adquirida e pela desvalorização
da área remanescente, ambas multiplicadas por 10x.
Ele também terá direito de adquirir a área. Contudo, a indenização que ele terá de
pagar será uma indenização maior que a indenização que tivesse que arcar se fosse
apenas 5% da área.
Nesta hipótese, a demolição será obrigatória, mesmo que cause prejuízo ao prédio
inteiro e também caberá uma indenização pelo dobro dos prejuízos causados.
Usucapião
Por meio da usucapião, o possuidor que exerce posse mansa e pacífica, como se
dono fosse (animus domini), pelo período fixado pela lei, torna-se titular da coisa.
Súmula 340 do STF “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
Posse com animus domini: a teoria da posse adotada para fins de usucapião é a de
Savigny (teoria subjetiva) – corpus + intenção de ser dono. Por isso, o locatário, o
comodatário e o depositário não podem usucapir a coisa para si.
Há aqueles que dizem que a interrupção deva ser feita de forma judicial, como Carlos
Roberto Gonçalves e Nelson Rosenvald.
Posse contínua e duradora: há de ser observado o lapso legal imposto pela lei para
cada espécie de usucapião. O maior é de 15 anos (usucapião extraordinária),
enquanto o menor é de 02 anos (usucapião familiar).
Direito Civil – Aula 03/04
Usucapião - continuação
Importante lembrar que a posse que gera a usucapião é uma posse qualificada é a
chamada posse “ad usocapionem”, esta possui características próprias e se difere da
posse “ad interdicta”, que é aquela que tão somente decorre de uma mera autorização
do proprietário (locatário, comodatário e depositário).
A posse “ad usocapionem” é uma posse com “animus domini” (o possuidor tem
intenção de domínio), essa posse também deve ser mansa e pacifica (sem a
oposição do proprietário) e também deve ser uma posse continua e duradoura.
Para que haja determinada usucapião a posse necessariamente deve ser justa?
É necessário demonstrar que o possuidor não está utilizando essa área em mera
tolerância. Logo, deve-se mostrar que o uso é realizado de forma exclusiva.
Três hipóteses em que a prescrição instintiva não corre e também não corre a
usucapião:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé;
podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título
para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Requisitos:
• Posse ininterrupta.
• Posse por 15 anos, podendo ser diminuído a 10 anos se o possuir utilizar o local
como moradia habitual ou realizar obras ou serviços de caráter produtivo (posse
trabalho).
Requisitos:
• Posse por 10 anos, podendo ser diminuído a 5 anos se o possuir utilizar o local
como moradia habitual ou realizar obras ou serviços de caráter produtivo (posse
trabalho) e, além disso, a pose tiver se dado com base em registro de título
registrado e posteriormente cancelado (essencial). (usucapião tabular)
Justo título é aquele que, em tese, tem a possibilidade de transferir o bem imóvel,
independentemente do seu registro no CRI.
Orientação A1
1 - A proposta aprovada em assembleia passa a integrar a convenção condominial ou
o regimento interno? Justifique, inclusive quanto ao quórum necessário para tal
aprovação.
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados
houverem por bem estipular, a convenção determinará:
III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para
as deliberações;
V - o regimento interno.
§ 1 o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular.
§ 2 o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em
contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às
unidades autônomas.
Este artigo está apenas dizendo que na convenção condominial deverão estar
presentes as seguintes matérias, outras matérias estranhas a essa também podem
estar presentes na convenção.
Por outro lado, a lei não especifica o que deve e pode constar no regimento interno.
Neste sentido, a doutrina tem se posicionado no sentido que deverá constar no
regimento interno as normas relativas à convivência cotidiana do condomínio. Por
exemplo, horário de funcionamento do salão de festas, dias de utilização da piscina e
quem pode ou não entrar no elevador de serviços.
Não pode haver uma norma em convenção de condomínio que proíba o condomínio
inadimplente de usar as áreas comuns. Por este aspecto, essas normas postas em
convenções estão claramente sujeitas a observância da razoabilidade.
Usucapião
Continuação:
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como
sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não
superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
• O imóvel deve estar sendo utilizado para subsistência ou para trabalho, devendo
ser produtivo (a posse trabalho é obrigatória).
Modulo rural: É a menor dimensão que uma área rural pode ter para que ela seja
produtiva, a legislação de cada estado irá dispor acerca disso.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1 o O título
de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou
a ambos, independentemente do estado civil. § 2 o O direito previsto no
parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de
uma vez.
• O imóvel deve estar sendo utilizado para moradia a sua moradia ou a de sua
família.
• Admite-se apenas a sucessio possessionis, mas não a acessio possessinis (art. 9º,
§ 3º do Estatuto da Cidade).
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem
oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.