Você está na página 1de 11

DIREITO ADMINISTRATIVO I

Poderes da Administração Pública


Poderes – deveres são poderes que conferem autoridade aos agentes públicos, ao
receberem da lei a competência decisória e a força necessária para impor suas
medidas.
1. Poder Discricionário
É a possibilidade de escolher uma entre as várias soluções possíveis e previstas em
lei. Existe liberdade de se escolher o que é mais oportuno e conveniente para a
administração e a comunidade/sociedade.
Ex: Nomeação de cargos públicos
2. Poder Vinculante
A norma legal condiciona a expedição do ato administrativo previsto no texto legal
vinculado a forma, o modo e o tempo.
Ex: Aposentadoria compulsória.
Forma Compulsória
Modo Por meio de uma portaria
Tempo 75 anos (homem e mulher)

3. Poder Hierárquico
É o poder através do qual os órgãos públicos e suas respectivas funções são
escalonados verticalmente. O poder hierárquico é o responsável por dar ordens,
fiscalizar, delegar, avocar, rever, ajurisdicidade dos atos praticados bem como
decidir conflitos de atribuições entre servidores públicos.
4. Poder Disciplinar
É o poder conferido as autoridades administrativas com objetivo de apurar e punir
faltas de seus subordinados. (tem que ter o PAD)
Obs: Não se confunde com poder punitivo do Estado.
Obs2: A condescendência na punição é considerada crime contra administração
pública.
5. Poder Normativo
É o poder que dispõe os chefes do executivo bem como outras autoridades previstas
em lei de editar regulamentos com objetivo de explicar e minudência o conteúdo de
uma lei.
Ex; Decreto.
Obs: é inconstitucional decreto autônomo – aquele que não existe lei prévia.
6. Poder de Polícia
É o poder que administração pública tem de fiscalizar, revisar, autuar aplica
sanções.
Ex. Vigilância Sanitária; Polícia de Trânsito; Fiscal de obras, etcs...

Atos Administrativos
É todo ato lícito emanado da adm. Pública praticado com a finalidade de adquirir,
transferir, proteger direitos ou impor obrigações aos administradores.
Atos administrativos é diferente de Fatos administrativos.
Os fatos administrativos são fenômenos naturais. Ex: Morte de um servidor público.
Já os atos administrativos atributos do poder público. Ex: Multa.
Elementos dos Atos Administrativos:
C ompetência
O bjeto
M otivo
F orma
F inalidade
Competência: é o poder legal de editar o ato dentro da esfera de competência de
atribuições de cada agente.
Objeto: O conteúdo do ato deverá estar de acordo com a moralidade. O objeto
poderá ser vinculado ou discricionário. Objeto vinculado ele possuí todas as
diretrizes advindas da lei, já o ato discricionário o agente deverá analisar a
conveniência e a oportunidade.
Motivo: é a expedição da razão que justifica a edição do ato administrativo.
Obs: teoria dos motivos determinantes  diz que os atos quando motivados ficam
condicionados a sua validade aos motivos alegados.
Forma: as formas no direito adm. são obrigatórias. Geralmente, será na modalidade
escrita, salvo em caso excepcionais
Finalidade: todos os atos administrativos devem atingir as finalidades públicas
previstas em lei.

Os Atributos dos Atos Administrativos


1- Presunção de lidimidade
É relativa, ou seja, admite prova incontrária – “juis tantum”
2- Auto Executoriedade
Administração pode executar automaticamente seus próprios atos, sem previa
autorização judicial.
3- Imperatividade
Imposição coercitiva para alguns atos.

Prazo dos Atos Administrativos  em regra não existe prazo para pratica dos atos
administrativos. Deverão ser praticados em prazo razoável, salvo exceções.

Espécies de atos administrativos


a) Atos ordinários
b) Atos punitivos ou de sanção
c) Atos normativos
d) Ato de gestão
e) Atos enunciativos
Desconstituição dos Atos Administrativos
a) Revogação – realizado pela adm. Não gera efeitos retroativos (ex nunc). Só
será possível de ato adm. válido.
b) Anulação – só se aplica em atos ilegais (ilegalidade). Tem efeitos retroativos
(ex tunc). Qualquer ato adm. pode ser anulado.
c) Cassação: é a desconstituição do ato adm. em relação ao descumprimento
de alguma condição necessária a sua permanência.
d) Caducidade: é a extinção do ato adm. em virtude do termino previsto. Tem
duas espécies: caducidade temporal e normativa.
e) Reforma: é alteração do ato adm. mediante edição de um novo ato
reformado, não para corrigir vícios, mas para ampliar ou reduzir seu objeto.
f) Convalidação: sanear um ato adm. em princípio descontituível via anulação,
ou seja, possuía uma ilegalidade.

Contratos Administrativos
É o acordo de vontades regido pelos preceitos de direito público e celebrado pela
administração com um particular ou outro ente estatal, objetivando os interesses
coletivos.
Características:
I. Consensual
II. Solene – possuí um rito próprio na lei, é aquilo que está na lei.
III. Oneroso – existe uma contra prestação p/ ambas as partes.
IV. Comutativo – aquele que ambas as partes possuí obrigações e direito.
V. Intuitu personae – se o contrato não autoriza, não poderá terceirizar, está
ligado a pessoa que está com contrato. Gera obrigação a pessoa que está
contratando.

Interpretação dos contratos administrativos


Nos casos de dúvida, lacuna, divergência deverá ser privilegiada a interpretação em
defesa do bem comum (pro societate).

 Cláusulas Exorbitantes
- Decorre da supremacia do interesse público
- Cláusulas explícitas e implícitas
- Artigo 58 da lei nº 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato
deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

A) Alteração e rescisão unilateral


B) Equilíbrio econômico-financeiro
C) Reajustamentos de preços e tarifas
D) Inaplicabilidade da exceção do contrato não cumprido
E) Controle do contrato
F) Aplicação de penalidades
Espécies de contratos administrativos
I. Contrato de obra pública = é o contrato administrativo cujo objeto é a
construção, reforma, recuperação, ou ampliação de um imóvel. Tarefa ou
empreitada.
II. Contrato de serviço = é uma atividade material prestada por entes públicos
ou privados à administração. Ex: conserto, instalação, montagem,
publicidade, etc.. Tarefa ou empreitada.
III. Contrato de fornecimento = para adquirir bens a serem empregados nos
serviços públicos. O poder público procede à compra dos itens necessários
as suas atividades, mediante o pagamento do preço ao particular contratado
que. Por sua vez, se obriga a efetuar a entrega dos bens de forma parcelada
ou de uma só vez.
IV. Contrato de concessão = é o contrato que tem por objeto a transferência, por
delegação, da prestação de um serviço público à pessoa jurídica de direito
privado, para que o concessionário o explore por sua conta e risco, mediante
remuneração.
V. Contrato de permissão = é um contrato de adesão com o poder público, por
meio do qual o poder público delega a título precário, a execução de um
serviço público a pessoa física ou jurídica. Sem qualquer indenização.
Obs: se tiver por objeto a utilização de um bem público por particular, não terá
a natureza de contrato e sim de ato unilateral.
VI. Contrato de gestão = é o acordo entre a administração direta e suas
autarquias e fundações, que possui como objetivos o estabelecimento de
metas de desempenho para essas entidades.
Obs: com a celebração do contrato de gestão, a autarquia ou fundação
pública passa a ser designada de agência executiva, propiciando uma maior
autonomia financeira, orçamentária e administrativa.

PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS – PPP


É o contrato administrativo firmado entre poder público e pessoa jurídica de direito
privado, objetivando a execução de obras e serviços públicos, ocorrendo a
repartição dos riscos inerentes ao objeto contratual.
2 espécies: - Concessão patrocinada: além da tarifa cobrada aos usuários, existe
uma contraprestação paga pelo ente público.
- Concessão administrativa: fornecimento de serviços privados, cujos
usuários serão os próprios entes da administração.
PPP DIFERENTE DA CONCESSÃO COMUM
• Contraprestação paga pelo estado ao concessionário na PPP
• Riscos repartidos

Extinção do Contrato
a) Conclusão do objeto;
b) Termino do prazo;
c) Rescisão  aqui não ilegalidade. Ex: distrato, caso fortuito, força maior –
casos em que o contrato não pode ser concluído/realizado.
d) Anulação  quando há ilegalidade.
Inexecução Contratual
Por 2 maneiras:
 Culposa: negligência, imprudência e imperícia ou dolo.
 Inexecução não culposa – situações alheias à vontade dos contratantes.
O Brasil adota a Teoria da Imprevisão nos casos da inexecução não culposa. De
acordo com a teoria da imprevisão poderá ocorrer a alteração contratual ou sua
rescisão sem qualquer responsabilização das partes.
Hipóteses de Aplicação da Teoria da Imprevisão:
a) Caso Fortuito e Força Maior
b) Fato do Príncipe – algo de forma geral que atrapalha o contrato, como um
aumento de um imposto.
c) Fato da administração – interfere em outro órgão da adm.
d) Interferência imprevistas – aquelas que não se enquadra nos casos citados à
cima.

Serviços Públicos
É o conjunto das atividades previstas em lei e desenvolvidas pelos entes públicos ou
seus delegados (permissionários e comissionários) com o fim de satisfazer as
necessidades coletivas.
- Art. 175 da CF
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
- Lei 8.987/95 (Permissão e concessão)
Princípios:
1. Princípio da Continuidade  como regra os serviços públicos não poderão
ser interrompidos, exceção:
- Inadimplemento do Usuário;
- Por razão de ordem técnica ou de segurança.
2. Princípio da Eficiência  “Fazer + com – “. Os serviços públicos deverão ser,
céleres, modernos, com redução de custas e aprimoramento de técnicas.
3. Princípio da Mutabilidade  O regime de prestação dos serviços públicos
pode sofrer alterações para fins de adequação aos interesses públicos
independente do consentimento dos usuários.
4. Princípio da Igualdade  “tratar iguais de forma igual, os desiguais de forma
desiguais .....”. Ocorre da isonomia material veda ao poder público a adoção de
medidas discricionárias é discriminatória entre os usuários que estejam na
mesma situação jurídica.

Serviços Delegados a particulares


• Concessão = transferência por prazo determinado/modalidade de licitação
concorrência/admite a sub-concessão, desde que prevista no
ajuste/concessionário responde objetivamente por danos aos particulares.
• Reversão = é a extinção da concessão decorrente do término do seu prazo
contratual.
• Encampação = é uma forma de extinção. É a retomada do serviço público
durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento de indenização.
• Caducidade= decorre da inexecução total ou parcial dos termos contratuais,
irá ocorrer a rescisão em virtude de processo administrativo
• Rescisão = pode ocorrer de forma consensual (distrato) ou por ato unilateral
do poder concedente
• Anulação = ilegalidade
• Permissão = é a forma de delegação que se opera por contrato de adesão,
cujas cláusulas são fixadas unilateralmente pelo poder permitente.
• Autorização = a autorização é a forma de transferência da prestação de
serviços públicos a particulares, mediante ato administrativo, sem prévia
licitação.
• É discricionário, precário, intuitu personae (serviços de taxi, conservação de
praças e logradouros.
Servidores Públicos
São as pessoas físicas incumbidas de uma função estatual de maneira transitória ou
definitiva todas as pessoas que executam um serviço público em nome do Estado.

Espécies de Servidores Públicos:


I. Agentes políticos – chefe do executivo, no legislativo., governador,
vereadores, etc..
II. Servidores públicos: empregados públicos; servidores temporários; servidores
estatutários (efetivo ou comissionado) Ex. Pandemia.
III. Agentes em colaboração – comissionário e permissionário.
IV. Militares

Servidores Estatutários:
a) Efetivos: pertencentes ao quadro de carreira; concurso público; gera
estabilidade; período probatório; diferença entre efetivos e vitalícios
(magistratura, mp, tribunal de contas)
b) Comissionados: são nomeados e exonerados livremente pela administração
pública.

Normas Constitucionais
Acessibilidade: os cargos e empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros. E aos estrangeiros?
Concurso público: será de provas ou de provas e títulos.
Prazo de validade: 2 anos, podendo ser prorrogado por igual período.
 Obs: o candidato aprovado em concurso, dentro dó número de vagas, tem
direito à nomeação.

ARTIGO – 41 DA CF
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

O servidor público estável perderá o cargo nas seguintes situações:


A) Sentença judicial transitada em julgado;
B) Mediante processo administrativo;
C) Avaliação periódica;
• Estágio probatório: 3 anos para o efetivo e 2 anos para os vitalícios.

Empregado Público
Celetista
Estabilidade decenal x FGTS
Estabilidade promulgação da constituição federal: pelo menos 05 (cinco) anos
ininterruptos de serviço público

Aquisição da estabilidade
A) Aprovação em concurso público
B) Ingresso em provimento de cargo efetivo
C) Estágio probatório de 3 anos

Responsabilidade dos servidores públicos


Civil x criminal x administrativo
Regra da incomunicabilidade das instâncias
• Obs: caso o servidor tenha sido absolvido na esfera penal em razão da
inexistência do fato ou por haver prova de que o fato existiu, mas não foi o
autor, haverá vinculação das instâncias. A condenação criminal também
vincula as demais instâncias, podendo inclusive perder o cargo como
efeito extrapenal.

ASPECTOS PREVIDENCIÁRIOS DO SERVIDOR PÚBLICO


• Regime próprio de previdência – art.40
• RGPS x RPPS
• Aposentadoria por tempo de contribuição (extinta)
• Aposentadoria por idade
• Aposentadoria por invalidez
• Aposentadoria por invalidez
• Aposentadoria compulsória
• Pensão por morte
• Auxílio - reclusão

Processo Administrativo – PAD


Art. 5º, inciso LV - “ampla defesa e contraditório”
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

- Processo: são vários atos;


- Procedimento: é o rito (forma como o processo ocorre).

Fases Processuais Administrativas:


I. Instauração
II. Instrução
III. Defesa
IV. Relatório
V. Chefe Executivo
Legislação – art. 5º, LV e lei 9. 784/99 (processo adm. em âmbito federal)

Princípios do Processo administrativo


 Princípio da Legalidade
 Princípio da Motivação
 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade – significa dizer que as
penalidades deverão ser coerentes com o grau do erro cometido.
 Princípio da Moralidade
 Princípio do Contraditório e da Ampla defesa
 Princípio da Segurança Jurídica (art. 54, lei. 9.784/99) – serve para proteger
uma situação seja pelo tempo, ou seja, protegendo algo que já foi
determinado/ fixado.
 Principio da eficiência e alteridade
 II interesse público
 II impulso oficial – adm. pública, poderá de oficio impulsionar os
processos administrativos.
 Princípio da informalidade – em regra todos os atos processuais deverão ser
de forma informal, salvo aqueles previstos em lei dizendo a obrigatoriedade
da formalidade.

Você também pode gostar