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Anotações

das Aulas
Processo Civil
Processo Civil
Jurisdição
Se há conflitos de interesse, deve ser levado ao Poder Judiciário, para que o
mesmo dê uma solução definitiva para tal problema.

1) Características
l O judiciário só se manifesta quando for provocado.
l Manifestação através de petição inicial.

a) Princípio da Inafastabilidade: Uma vez provocado o judiciário não poderá


se recursar qualquer tipo de problema.
l Art. 5º, XXXV, CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-
aça de lesão a direito”

b) Princípio da Indelegabilidade: O Poder Judiciário não pode delegar a fun-


ção de solucionar conflitos de interesses aos demais Poderes (Executivo e Le-
gislativo);

c) Princípio da Boa-fé: Todos os integrantes do processo devem agir sob a


prática da boa-fé.
l Mérito: O conflito de interesse é levado ao judiciário para que ele solucione o mé-
rito, ou seja, para que resolva o pedido, mediante o julgamento definitivo do pe-
dido/mérito.
n Temos a coisa julgada quando uma decisão se torna definitiva e não cabe mais
recurso.
l Decisão terminativa é uma decisão sem resolução de mérito.
l Decisão definitiva é uma decisão com resolução do mérito.

Observações:
l A ausência das condições da ação implica na extinção do processo sem resolução
de mérito.
l O juízo deve incentivar, a todo momento, a relação consensual entre as partes.

Pressupostos Processuais
l Quem possui capacidade para ser parte?
n Quem tem personalidade jurídica (nascido com vida até a morte).
n A capacidade processual pode ser plena ou limitada (necessário representação).
u Capacidade plena: A pessoa possui capacidade de direito e de fato.
u Capacidade limitada: A pessoa tem a capacidade de direito, mas não tem a
capacidade de fato ou exercício (já que a capacidade de direito sempre terá).

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l Que tem capacidade postulatória?
n Advogado, Ministério Público e Defensoria Pública.
l Capacidade Processual de Pessoas Casadas
n Ação real imobiliária exige a presença dos dois ou da autorização de um para
que o outro demande sozinho (exceção separação total de bens).
n Recusa injustificada ou impossibilidade de consentimento, o cônjuge pode bus-
car o judiciário para suprir essa vontade que não foi declara. (ação de suprimento
judicial de consentimento).
n Todo esse regramento de capacidade processual de pessoas casadas também
se enquadra para união estável.

Litisconsórcio
É a pluralidade de partes na mesma lide. Ou seja, quando duas ou mais pes-
soas, na parte ativa ou passiva, dividem o mesmo lado, ou lados opostos, no
processo.

1) Em Relação às Partes, pode ser

1.1. Ativo: É a existência de mais de um integrante na parte autora.

1.2. Passivo: Há mais de um integrante no polo passivo da demanda > mais de


um réu na mesma ação.

1.3. Misto: Pluralidade for de autores e réus.

2) Em Relação à Decisão, pode ser

2.1. Litisconsórcio Simples: A decisão pode atingir as partes de forma dife-


rente.
l Um ato benéfico por um litisconsorte apenas beneficia o autor do ato.
l Um ato prejudicial por um litisconsorte só prejudica o próprio.
l A atitude de um no processo não impacta o outro em nada > “cada qual no seu
quadrado”.

2.2. Litisconsórcio Unitário: A decisão será uniforme.


l Se o ato praticado por um for beneficiado, atinge os outros de formas igualitária.
l Um ato prejudicial praticado por um só, não produz efeito nenhum no processo.

3) Em Relação à Obrigação, pode ser

3.1. Facultativo: Ocorre quando há opção entre formá-lo ou não. Via de regra,
tal decisão incumbe ao autor, pois é ele quem apresenta a lide, indicando
quais são as partes da relação processual.

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3.2. Necessário: Pode ser necessário por força de lei ou para decisão fazer
efeito perante todos os envolvidos. A lei obriga a presença na ação de todas as
pessoas titulares da mesma relação jurídica, sob pena de nulidade e posterior
extinção do feito sem análise do mérito.
l Ex.: Usucapião.

3.3. Inicial: Surge com a formação inicial da relação processual.

3.4. Ulterior: Forma-se no curso do processo. Existem três hipóteses que po-
dem gerar a formação de um litisconsórcio ulterior, quais sejam, a conexão, a
sucessão e a intervenção de terceiros.

3.5. Multitudinário: Vários litisconsortes. Ocorre quando um número excessi-


vamente elevado de partes, autores ou réus, integram um dos polos da ação.
Quando o juiz se depara com um caso de litisconsórcio multitudinário, poderá
limitar a quantidade de participantes.
l Não há quantidade mínima ou máxima.
n O juiz pode limitar o número de litigantes no processo quando:
u A quantidade de participantes possa comprometer a rápida solução do liti-
gio; ou
u A quantidade de participantes possa comprometer a defesa.

Observações:
l O juiz só pode limitar o número de litigantes quando o litisconsórcio multitudinário
for facultativo.
l Os litisconsortes que tiverem advogados diferentes, de escritórios de advocacia di-
ferentes, terão direito ao prazo em dobro, desde que o processo seja físico.

Intervenção de Terceiros
A Intervenção de Terceiros é o fenômeno processual em que um terceiro,
sendo ele pessoa física ou jurídica, ingressa como parte ou auxiliar na rela-
ção jurídica processual.

Aquele que não é parte originaria no processo, ou seja, não é autor nem é réu,
ingressa no processo que já está em curso.

Observações:
l A nomeação a autoria não é mais modalidade de intervenção de terceiros > foi
excluída do ordenamento jurídico no CPC/15 (não existe mais).
l A oposição não é mais modalidade de intervenção de terceiros > se tornou um
procedimento especial no CPC/15.

1) Modalidades

Assistência:
l Prevista no art. 119, CPC.

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l Terceiro = assistente.
l Modalidade espontânea > o assistente se apresenta ao processo.
l O assistente (terceiro) possui interesse jurídico na lide > possibilidade de sofrer re-
flexivamente os efeitos de uma decisão.
l O terceiro somente será admitido como assistente se demonstrar que será afetado
juridicamente com a decisão a ser proferida no processo.
l Temos dois tipos de assistência: a simples e a litisconsorcial.
n Simples (adesiva): O terceiro tem que demonstrar que a decisão poderá afetar a
esfera dos seus direitos, não se tratando de alegação de prejuízo econômico ou
de qualquer outra natureza. Atuará como auxiliar da parte principal, sujeitando-
se aos mesmos ônus processuais. Ele não é parte processual e não pode agir de
maneira contrária aos interesses do assistido.
n Litisconsorcial: Prevista no artigo 124 do CPC. Caracteriza-se pela relação que o
assistente tem com o assistido e a parte contrária. O assistente ingressa para
discutir e defender direito próprio (o direito também é do assistente). Possível
apenas nos casos de litisconsórcio facultativo.
l O ingresso do assistente no processo é cabível em qualquer tempo, grau de juris-
dição, fase e tipo de procedimento.

Denunciação da lide:
l A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o
terceiro eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados
pelo processo.
n Está atrelada ao direito de regresso > busca de ressarcimento de algum valor.
l Sempre é facultativa.
l Prevista em lei ou contrato.
n Características:
u Incidental, pois é instaurada em processo já existente;
u Regressiva, eis que fundada no direito de regresso da parte;
u Eventual, por relaciona-se com a demanda originária e, no caso de se consta-
tar que não houve dano ao denunciante, a denunciação não terá sentido; e
u Antecipada, considerando a economia processual.
n O terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se sua par-
ticipação for requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado
regularmente.
n A denunciação tem cabimento em duas hipóteses, previstas no artigo 125 do
CPC:
u Denunciação a lide pelo comprador evicto:
u Denunciação do obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a
parte:
l A evicção é a possibilidade da perda de coisa para terceiro através de ação judicial.
l Não cabe denunciação da lide coletiva e “per saltum”, apenas do alienante imedi-
ato.

Desconsideração da personalidade jurídica:


l Em regra, o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com o patrimônio dos
seus sócios.
l Única modalidade que é cabível no juizado especial cível.

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l Excepcionalmente, o patrimônio pessoal dos sócios poderá ser invadido para qui-
tar as dividas da pessoa jurídica.
l Modalidade condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo
preencher os pressupostos previstos em lei, tais como quando houver (i) confusão
patrimonial e (ii) desvio de finalidade.
l A desconsideração inversa é possível > invasão do patrimônio da pessoa jurídica
para quitar as dívidas do sócio.
l Poderá ser requerida no início do processo ou de forma incidental (no curso do
processo).

Chamamento ao processo
l Não depende de concordância > modalidade coercitiva.
n A mera citação válida será suficiente para parte integrar o chamado ao processo.
l Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena de
preclusão.
l Três as hipóteses de cabimento, previstas no art. 130, CPC:
n Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis so-
lidariamente pelo cumprimento da obrigação principal;
n Chamamento dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra
um deles;
n Chamamento dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um
ou de alguns o pagamento da dívida.
l Constitui uma obrigação solidária.
l Quando o fiador é demandando sozinho, pode promover o chamamento ao pro-
cesso do demandado.

Amicus Curiae:
l Conhecido como o “amigo da corte”.
l O amicus curiae é pessoa física ou jurídica, que possua notório conhecimento sobre
determinada área/objeto/conteúdo.
n Oferece subsídios para o juiz decidir.
l Modalidade que pode ser provocada, espontânea ou determinada de oficio pelo
juiz.
l A decisão do juiz referente ao ingresso do amicus curiae no processo é irrecorrível.
l Terceiro que contribui com o juízo na formação do seu convencimento, atuando
para melhorar a qualidade da prestação jurisprudencial, considerando seus conhe-
cimentos da matéria tratada, não havendo interesse jurídico na solução da de-
manda, mas sim o auxílio para que seja proferida a melhor decisão.
l Não recebe para atuar, por ter interesse institucional.
l Poderá atuar em todos os graus de jurisdição, e sua participação não gera modifi-
cação de competência.
l O amicus curiae não pode recorrer da decisão por não ter interesse recursal, mani-
festando-se comumente de forma escrita ou sustentando oralmente.
n Excepcionalmente, poderá recorrer de decisões relativas a um incidente de re-
solução de demandas repetitivas e opor embargos de declaração.

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Juízo Arbitral
l Espécie de heterocomposição > conflito resolvido por decisão de terceiro impar-
cial.
l As partes necessitam aceitar o procedimento arbitral através da convenção de ar-
bitragem ou compromisso arbitral.
n Ao aceitar o compromisso, as partes renunciam a possibilidade de discutir a de-
manda em procedimento judicial.
n Caso uma das partes ingresse em juízo, após assinar o compromisso, o juiz po-
derá alegar a existência da convenção de forma preliminar, nos moldes do art.
337, CPC.
u Caso o juiz rejeite a alegação da convenção, a parte poderá usar o agravo de
instrumento (art. 1.015, CPC).
u Caso o juiz acolha a alegação da convenção, o processo será extinto sem re-
solução de mérito > da sentença, é cabível a apelação.
l A sentença arbitral é um título executivo judicial (art. 515, VII, CPC).
n Não precisa ser homologada pelo juiz de direito.
l Caso a parte se recuse a cumprir a sentença arbitral, a parte prejudicada poderá
executar a sentença no poder judiciário, na forma de cumprimento de sentença.
n A parte será citada para cumprir a sentença arbitral.
l O juízo arbitral poderá conceder tutela provisória, mas para executar, precisa ex-
pedir uma carta arbitral para o poder judiciário, solicitando efetivação para o juiz
de direito.

Conciliação Mediação Arbitragem

Participação mais efe- O mediador facilita o diá- As partes indicam árbitros


tiva do conciliador logo entre as partes, mas que irão dar a solução
que pode sugerir so- são elas que apresentam para o caso ao invés de
luções. as soluções. levá-lo ao Judiciário.

1) Audiência de Conciliação, Mediação e Arbitragem


l Disposto no art. 334, CPC.
l Não existe no juizado especial > o juizado segue um rito especial.
l Ato no qual as partes se reúnem com um conciliador ou mediador para juntos,
acharem uma solução ou acordo que ponha fim ao conflito.
l Realização obrigatória, só não se realiza em duas situações:
n Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual;
n Quando não se admitir a autocomposição.
l O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de concili-
ação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com
multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da
causa, revertida em favor da União ou do Estado.
l As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públi-
cos.

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l A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com
poderes para negociar e transigir.

2) Convenção de Arbitragem
l Se o réu não alegar a convenção de arbitragem na contestação, significa que o réu
está tacitamente renunciando ao juízo arbitral e aceitando que a ação continue a
tramitar perante o poder judiciário que não pode negar a apreciá-lo. (Princípio da
Inafastabilidade da jurisdição.)
l De todas as defesas preliminares, o juiz só não pode declarar de ofício duas:
n Incompetência relativa
n Convenção de arbitragem

Ação
l O direito de ação é subjetivo, público, autônomo e abstrato, visando requerer a
tutela jurisdicional estatal.
l Encontra-se delineado no art. 5º, XXXV, CF/88, e no art. 3º do CPC.

1) Elementos da Ação
l Permitem que as ações sejam identificadas diante de outras.
l Os elementos são:
n Partes: Autor e réu.
u O juiz não é parte, ele é autoridade imparcial. Ele não pode ser parcial, impe-
dido ou suspeito.
n Causa de pedir: Representa os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Motivo
pelo qual você ingressa no poder judiciário e o que objetiva.
u Precisa ter o fato e o direito.
u A ausência da causa de pedir gera inépcia da petição inicial (art. 330, I, CPC) >
indeferimento e exclusão do processo sem resolução de mérito.
u Adota a teoria da substanciação.
n Pedido: Representa o bem desejado pela parte no processo. É o que se pretende
obter ao final do processo.
u Ao enfrentar o pedido, o juiz resolve o mérito.
u Adota a teoria da adstrição ou congruência > o juiz só pode julgar de acordo
com o que é pedido. A sentença não pode ser ultra petita, extra petita ou citra
petita.
u A ausência do pedido gera inépcia da petição inicial (art. 330, I, CPC) > inde-
ferimento e exclusão do processo sem resolução de mérito.
u O pedido tem que ser certo e explicito, mas cabe exceção, cabendo o pedido
genérico (art. 322, CPC).
u Os pedidos devem ser compatíveis entre si, o juízo competente para todos e
com procedimento compatível > cumulação de pedidos (art. 327, § 1, CPC).
u O autor só poderá alterar o pedido e a causa de pedir antes da citação.
l O autor pode desistir da ação se (art. 485, CPC):
n Antes da citação: Poderá desistir.

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n Após a citação: Somente se o réu concordar.

2) Condições da Ação / Pressupostos da Demanda


l São questões de ordem pública que devem ser analisadas para que o juiz possa
ingressar no mérito.
n Legitimidade “ad causam”: As partes que possuem o pretenso direito para o
pedido. A propositura da ação cabe ao titular do direito material que foi violado.
u Legitimidade em face do autor e do réu > o juiz pode constatar de ofício >
indeferimento por ilegitimidade (não é inépcia da inicial).
u Exceção: Direitos alheio em nome próprio (art. 18, CPC) > Ministério Público,
Defensoria Pública, Sindicatos, etc.
n Interesse de agir ou interesse processual: Utilidade que o provimento jurisdi-
cional pode trazer ao demandante. Para a comprovação do interesse processual,
primeiramente, é preciso a demonstração de que sem o exercício da jurisdição,
por meio do processo, a pretensão não pode ser satisfeita, já que a via adminis-
trativa foi esgotada sem resolução do fato.

3) Juízo de Retratação
l Revisão feita pelo juiz, da própria decisão, quando ocorre a interposição de recurso.
l Em casos de improcedência liminar e indeferimento da inicial, se o autor recorrer
antes de chegar no Tribunal, o juiz pode se retratar da sua decisão, no prazo de 5
dias.
l Princípio do duplo grau de jurisdição: Uma decisão desfavorável proferida no 1º
grau pode ser reapreciada por órgão hierarquicamente superior se houver interpo-
sição de recurso.

Competência
l Atribuição outorgada a Juiz ou Tribunal para que exerçam sua função jurisdicio-
nal.
l A Constituição Federal de 1988 é fonte primária de competência, por determinar
a competência de todos os entes.
n A competência também é disciplinada por leis especiais, códigos estaduais, etc.
l A competência pode ser:
n Internacional: Envolve a relação do Brasil com outros países. Pode ser concor-
rente (ação no Brasil ou no exterior > ambos com competência – art. 21 e 22, CPC)
ou exclusiva (ação obrigatoriamente proposta no Brasil – art. 23, CPC).
u Ação proposta no estrangeiro não impede que o judiciário brasileiro atue na
mesma causa > não aduz litispendência (art. 24, CPC).
u O Supremo Tribunal de Justiça é responsável por homologar sentença es-
trangeira no Brasil (art. 105, I, “i”, CF/88).
n Interna: Uma vez proposta a ação, será determinada a competência (art. 42 e
ss., CPC).
u Processos que envolvam a União, empresa pública ou fundação pública serão
de competência da Justiça Federal (art. 45, CPC).

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l Regra não aplicada se o litigio versar sobre insolvência civil, falência, recu-
peração judicial, acidente de trabalho e de competência da justiça do tra-
balho ou eleitoral.
n Comum: Dividida em comum estadual ou comum federal.
n Especial: Trabalhista, eleitoral e militar.
n Competência absoluta - Não pode ser derrogada por vontade das partes. Pode
ser reconhecida de ofício pelo juiz.
n Competência relativa - Pode ser modificada por vontade das partes e não pode
ser reconhecida de ofício pelo Juiz.

Competência Absoluta Competência Relativa

Passível de prorrogação e modifica-


Não é passível de prorrogação, por
ção, por tratar-se de interesse privado
tratar-se de interesse público.
(inter partes).

1) Critérios Determinantes da Competência Interna


l Competência em razão da matéria: Determinada pelo objeto que é discutido. A
matéria servirá para determinar se a causa é de natureza cível, penal, trabalhista,
eleitoral ou militar.
n A Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar são denominadas jus-
tiças especiais.
l Competência em razão da pessoa: Determinada pelos sujeitos do processo. As
qualidades inerentes às pessoas envolvidas na lide podem fazer com que se fixe a
competência absoluta de determinado órgão jurisdicional.
n Competência em razão funcional: A lei a determina automaticamente, decor-
rente do prévio exercício da jurisdição por determinado órgão.
n Competência em razão hierárquica: Determinada em concreto a Justiça com-
petente para o processamento da demanda, cumpre verificar, entre os diversos
órgãos que a compõem, aquele funcionalmente competente, ou, se preferir,
cabe a verificação do grau de jurisdição em que correrá o processo.
l Competência em razão do território: É uma espécie de competência relativa a
partir da qual se define que o juízo de determinado foro é competente para apre-
ciar a demanda. O CPC traz como regra o foro do domicílio do réu, conhecido tam-
bém como foro comum, geral ou ordinário (art. 46 e 47, CPC).
l Competência em razão do valor da causa: A competência pode ser definida pelo
valor dado à causa (art. 291, CPC). É classificada como uma espécie de competência
relativa.

2) Modificação de Competência
l A diferença entre a conexão e a continência reside no fato de que, enquanto na
conexão as causas veiculam segmentos diversos de uma mesma relação jurídica
de direito material, na continência a causa contida veicula apenas uma parte da
relação jurídica de direito material veiculada na causa continente.

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l Foro de eleição (art. 63, CPC) ocorre quando as partes elegem o foro onde serão
propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. Nota-se que se elege o foro,
não o juízo. Trata-se de um caso de prorrogação voluntária da competência.
n Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu > exceção (art. 63, § 3).
l Ausência da arguição de foro incompetente gera a prorrogação de competência,
tornando o atual juízo competente.

Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas -


IRDR
l Instaurado perante um tribunal, quando em sua jurisdição registra-se repetição
de processos em torno de uma igual questão de direito, ensejando risco de solu-
ções conflitantes que possa ofender a isonomia e a segurança jurídica (CPC, art.
976), risco esse que se coíbe mediante fixação, pelo tribunal, de tese jurídica apli-
cável, dentro de sua área de jurisdição, a todos os processos pendentes e futuros
que versem sobre a mesma questão de direito resolvida no IRDR (CPC, art. 985).
l Provocado com base em processo pendente em juízo de primeiro grau, este ficará
suspenso, para aguardar a fixação da tese de direito a ser posteriormente obser-
vada na solução da causa (art. 982, I).
l A admissão do incidente no tribunal não elimina a competência do juiz natural,
apenas paralisa temporariamente a marcha processual na instância de origem.
l Não tem como objetivo o julgamento da causa originária. O provimento visado, e
que não pode faltar, é a fixação da tese de direito, cuja incerteza põe em risco a
isonomia e a segurança jurídica. Tanto é assim que a eventual desistência ou o
abandono do processo originário não impede o exame de mérito do incidente,
como dispõe o art. 976, § 1º do CPC.
l O IRDR envolve questão de interesse público, a ser perseguido e tutelado por
meio de estabelecimento de tese de eficácia normativa erga omnes. Esse caráter
eminente do IRDR se manifesta, entre outros detalhes, pela autorização da inter-
venção obrigatória do Ministério Público (CPC, art. 976, §2º) e da participação de
amicus curiae, com poderes ampliados para recorrer da decisão que julgar o inci-
dente (art. 138, §3º).

Comunicação dos atos Processuais (artigos 237 e ss)


l A citação é um pressuposto processual de existência e validade.
l Não há citação do réu em duas hipóteses, somente, sendo elas:
n Indeferimento da petição inicial; e
n Improcedência liminar do pedido do autor.
l Em determinadas situações, o ato citatório não poderá ser realizado se o réu:
n estiver acometido de doença grave;
n estiver participando de culto religioso;
n falecimento do ascendente, descendente, cônjuge, na linha reta colateral até 2º
grau > da data do falecimento até 7 dias;
n nos 3 dias da lua de mel.

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Nessas situações, o réu só poderá ser citado para evitar ocorrência de dano
irreparável ou de difícil reparação (art. 243, CPC).
l Em regra, réu é citado somente para integrar o processo. Excepcionalmente, po-
derá ser citado para integrar o processo e se defender/contestar (art. 231, CPC).
l A citação poderá ser:
n Citação eletrônica: No processo eletrônico, todas as citações, intimações e no-
tificações, inclusive da Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na
forma desta Lei”
n Citação postal: Se a Lei não dispor em contrário, a citação deve ocorrer pelo
Correio. Pode ser realizada em qualquer comarca do país, desde que observados
os requisitos legais previstos no art. 248 do Código de Processo Civil.
n Citação por oficial de justiça: A citação por meio de oficial de justiça será feita
nas hipóteses expressamente previstas no Código ou em lei especial, ou quando
frustrada a citação pelo correio (art. 249 do CPC).
n Citação por hora certa: No dia e na hora designados, o oficial de justiça, inde-
pendentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência
do citando a fim de realizar a diligência (art. 253, caput, CPC). Considerada cita-
ção ficta > suspeita de ocultação.
u Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se
das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se te-
nha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias (art. 253, § 1º,
CPC).
u A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o
vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a
pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado (art. 253, § 2º,
CPC).
u Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer
pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome (art.
253, § 3°, CPC).
n Citação por edital: Hipótese de citação ficta. A citação por edital será feita: a)
quando desconhecido ou incerto o citando; b) quando ignorado, incerto ou ina-
cessível o lugar em que se encontrar o citando; e c) nos casos expressos em lei.

Procedimento Comum
l Caminho trilhado pelo processo.
l Disposto nos artigos 318 e ss., do CPC.

1) Petição Inicial (arts. 319 e 320, CPC)


l Ato postulatório do autor.
l Objetiva instaurar a marcha do processo.
l A petição inicial precisa preencher alguns requisitos:
n Juízo competente;
n Qualificação das partes (nome, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço);
n Fatos e fundamentos jurídicos do pedido;
n Pedido e suas especificações;

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n Valor da causa;
n As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
n A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de me-
diação.
l A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu.
l A petição inicial não poderá ser indeferida de imediato, caso tenha vícios sanáveis
> o juiz deve citar a parte para emendar a inicial, no prazo de 15 dias.
n Citação do réu não é mais requisito da inicial.
l O juiz poderá indeferir a inicial pela inépcia, pela ilegitimidade, pela ausência do
interesse processual do autor, por falta de emenda da inicial ou por inobservância
do art. 106, CPC.

Indeferimento da petição inicial (art. 330, CPC)


l A petição inicial será indeferida quando:
n Inépcia;
n Parte manifestamente ilegítima;
n Autor carente de interesse processual;
n Não atendidas as prescrições dos artigos 106 e 321, do CPC.
l O prazo para emenda da inicial é de 15 dias. Caso não seja feito em tempo determi-
nado por lei, a inicial será indeferida.

Inépcia da petição inicial (art. 330, § 1, CPC)


l Considera-se inepta a petição inicial quando:
n lhe faltar pedido ou causa de pedir;
n o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite
o pedido genérico;
n da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
n contiver pedidos incompatíveis entre si.

Improcedência liminar
l Decisão que resolve o mérito da demanda nos casos em que a improcedência
possa ser verificada desde já, mesmo antes da citação do réu (art. 332, CPC).
l Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
n enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
n acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
n entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou
de assunção de competência;
n enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Deferimento da inicial
l Com deferimento da inicial, o réu será citado.
l Ocorrerá a audiência de conciliação e mediação.

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2) Audiência de Conciliação e Mediação (Art. 334, CPC)
l Instituto que não incide no juizado especial.
l Não ocorrerá se (i) ambas as partes informarem que não querem e se (ii) o litigio
não admitir autocomposição.
n O autor informa se deseja na petição inicial.
n O réu informa se deseja em petição nos autos.
l Essa audiência é feita com conciliador e/ou mediador.
l As partes precisam estar acompanhadas dos seus advogados ou defensores públi-
cos.
l A partes poderão ser representadas por procurador (pode ser terceiro ou o advo-
gado) com poderes para transigir.
n No juizado especial não cabe representação.
l Se houver litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência tem que ser ma-
nifestado por todos.

3) Contestação (Art. 335 ao 342, CPC)


l Potencializa a ampla defesa e o contraditório > ataca todos os fatos, direitos e pro-
vas.
l Prazo de 15 dias úteis, salvo se for uma contestação de tutela cautelar, que possui
prazo de 5 dias.
n Prazo em dobro para entes públicos.

3.1. Princípio do ônus específico: A contestação deve atacar os pilares apre-


sentados de forma específica (art. 341, CPC).
l A contestação genérica pode ser apresentada pela defensoria pública, pelo advo-
gado dativo e pelo curador especial.

3.2. Princípio da concentração: Conhecido como princípio da eventualidade


> a contestação deve conter toda matéria de defesa, sob pena de preclusão
(art. 342, CPC).
l Esse principio poderá ser relativizado, como por exemplo, (i) nas questões de or-
dem pública, (ii) quando houver expressa autorização legal (prescrição e decadên-
cia) e (iii) relativas a fato e direito superveniente.

3.3. Matérias de defesa: São o coração da contestação.


l Defesas processuais: Defesas relativas ao processo, que antecedem o exame de
mérito > são as preliminares (art. 337, CPC).
n As preliminares podem ser dilatórias (postergando o andamento do processo >
não extingue o processo) ou peremptórias (se acolhida, extingue o processo).
u Defesa de mérito: Fundamento na norma material. Poderão ser diretas
(ataca-se o fato constitutivo do direito do autor) ou indiretas (apresenta-se
elemento impeditivo, modificativo ou extintivo > não ataca o direito do autor).
l Se o réu apresenta uma defesa de mérito indireta, o juiz deverá intimar o
autor para se manifestar, no prazo de 15 dias > réplica.

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4) Reconvenção (Art. 343, CPC)
l É o contra ataque do réu ao autor, dentro do mesmo processo.
l Particularidades:
n Em regra, deve ser apresentada dentro da contestação, como se fosse um capí-
tulo próprio.
u Apresentada ao final.
u Reconvenção incidente.
n A reconvenção independe de contestação.
u Reconvenção autônoma.
n Natureza jurídica de ação.
u Contra ataque no mesmo processo.
n É possível reconvir contra terceiro e contra o substituto processual.
n A desistência da ação não obsta o prosseguimento da reconvenção.
l A ação e a reconvenção serão julgadas na mesma sentença.
l Não cabe reconvenção nos juizados especiais > caberá o pedido contraposto, que
é mais limitado.
l Não cabe reconvenção em ação possessória, já que possui ação dúplice por conta
própria.
l Eventualmente, é cabível reconvenção de reconvenção.

5) Revelia (Art. 344 Ao 346, Cpc)


l Em regra, ocorre pela (i) ausência de contestação ou pela (ii) apresentação da con-
testação fora do prazo, de forma intempestiva.
l No juizado especial, a revelia também ocorre pela ausência do comparecimento do
réu a audiência designada.
l Gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor > principal efeito ma-
terial.
l Gera (i) autorização do julgamento antecipado de mérito e o (ii) réu revel, sem ad-
vogado nos autos, os prazos começam a fluir a partir da publicação do ato decisório
no órgão de imprensa oficial > efeitos processuais.

6) Providências Preliminares (Art. 347 Ao 353, Cpc)


l Atitudes que o juiz pode adotar, após o decurso do prazo da resposta > não está
obrigado.
n Intimar o autor para especificar a prova que pretende produzir em audiência de
instrução > só ocorre quando houver revelia sem efeito;
n Réplica > ocorre se a contestação tiver defesas processuais (art. 347 ao 349, CPC)
e/ou defesa indireta por fato impeditivo, modificativo ou extintivo (art. 350 ao
352, CPC).

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Julgamento Antecipado

Julgamento Antecipado de Julgamento Antecipado Parcial de Mé-


Mérito rito
l Previsto no art.
l Permite que o juiz julgue parcialmente o
mérito quando um dos pedidos ou parte
l Previsto no art. 355, CPC. deles for incontroverso ou estiver em con-
l O julgamento antecipado não é dições de imediato julgamento.
mérito > antecipa a fase decisó- l O eventual recurso para atacar a decisão
ria. do magistrado será o agravo de instru-
l Hipóteses em que pode ocorrer: mento.
n revelia com efeito; l A decisão que julga de forma antecipada
n quando a questão discutida e parcial o mérito pode reconhecer a exis-
for exclusivamente de direito; tência de uma obrigação líquida ou ilí-
n quando a questão discutida quida.
for de direito e de fato, mas l Se a decisão for ilíquida, terá que se sub-
não houver necessidade de meter ao procedimento de liquidação de
produção de provas. sentença.
l Ao julgar antecipadamente, o l Se a decisão for líquida, a parte poderá ini-
juiz vai proferir uma sentença ciar o cumprimento provisório da decisão
com resolução de mérito (art. (art. 520, CPC).
487, I, CPC). l Se a decisão não for agravada, o cumpri-
mento da mesma será definitivo.

Observação: Instituto completamente diferente da tutela provisória ou tutela


antecipada. Tutela antecipada é concedida à luz de uma cognição sumária,
vez que o julgamento antecipado é concedido à luz da cognição exauri-
ente.

Organização e Saneamento do Processo (art. 357)


l O papel do juiz é manter o processo bem saneado.
l O saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os
vícios, irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber
a sentença.
l Em regra, o saneamento é feito pelo juiz sem a presença das partes.
n As partes devem ser intimadas posteriormente para manifestação, no prazo de
5 dias.

1) Forma
l Dinâmico: Feito pelo juiz, sem a presença das partes.
l Cooperativo: O juiz efetiva o saneamento do processo juntamente com as partes.
As partes colaboram com a construção da decisão.

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Audiência de Instrução (art. 358)
l Destina-se, apenas, a colheita de prova oral.
n Depoimento pessoal (requerido pela parte ou de ofício pelo juiz), depoimento
de testemunhas, esclarecimentos do perito (se houve perícia), etc.
l Antes de iniciar a instrução, o juiz poderá buscar a conciliação (autocomposição).
l Nesta audiência, a ordem preferencial para produção de provas é (art. 361, CPC):
n Esclarecimento do perito;
n Depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão;
n Oitiva de testemunhas > primeiro do autor, depois do réu;
l A audiência de instrução pode ser adiada (art. 362, CPC):
n Convenção das partes;
n Ausência justificada de quem tenha que nela participar;
n Atraso injustificado do seu início por mais de 30 minutos;
l Encerrada a audiência de instrução, o juiz deve abrir prazo para apresentação das
razões finais > primeiro autor (20 min, prorrogável por mais 10) e depois réu (20
min, prorrogável por mais 10) – art. 354, CPC.
n Em regra, são orais, mas se o juiz entender que as razões serão melhor delinea-
das de forma escrita, abrirá prazo de 15 dias para que sejam feitas por escrito na
forma de memorias, de forma sucessiva para as partes (totalizam 30 dias).

Sentença
l Conforme § 1º do artigo 203 do CPC, sentença é o pronunciamento em que o juiz
encerra a fase de conhecimento do procedimento comum, ou seja, encerra o pro-
cesso na 1ª instância, analisando ou não o mérito – a questão principal da ação.
l De acordo com o CPC, por meio da sentença, o juiz decide a questão trazida ao seu
conhecimento, pondo fim ao processo na primeira instância > decisão do juiz.
l A sentença não extingue o processo, apenas encerra a fase de conhecimento ou
o processo de execução.
n Possibilidade de recurso.

1) Espécies (arts. 485-487, CPC)


l Terminativa: Não enfrenta o mérito > sentença sem resolução de mérito. Prejudi-
cial para o autor.
n Só é capaz de gerar o efeito da coisa julgada formal.
n Não obsta que a parte possa propor a ação novamente, salvo se a sentença con-
templou os pressupostos processuais negativos (litispendência, coisa julgada,
perempção e convenção de arbitragem).
l Definitiva: Enfrenta o mérito > sentença com resolução de mérito. Acolhe ou re-
jeita a pretensão do autor.

2) Elementos (art. 489, CPC)


l A sentença deve ter três partes como elementos essenciais:

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n Relatório: Resumo de tudo que ocorreu no processo. Capítulo da sentença com
o nome das partes, identificação do caso, com a suma do pedido e da contesta-
ção, e o registro das principais ocorrências do processo. É relevante na medida
em que permite o exame da regularidade procedimental — se tudo o que ocor-
reu no processo estava alinhado ao ordenamento jurídico — e as correlações
entre as manifestações das partes e do juiz.
n Fundamentação: O juiz vai expor as razões pelas quais formou seu convenci-
mento acerca de como os fatos ocorreram (com base nas provas e presunções)
e de quais consequências jurídicas são aplicáveis. Concentram-se todos os ele-
mentos que devem ser levados em conta (ônus, provas, presunções, alegações
das partes, dispositivos legais etc.). É aqui que devem ser resolvidas as questões
(pontos controvertidos) de fato e de direito, expondo-se os motivos que orien-
tam a solução correlata. Há verdadeiro ônus argumentativo do juiz, que não
pode deixar de examinar todos os elementos que lhe são apresentados: o § 1º do
art. 489 é todo dedicado à fundamentação, estabelecendo parâmetros que de-
vem orientar a tarefa de arrazoar a sentença.
n Dispositivo: É o capítulo da sentença em que se estabelece o resultado do jul-
gamento, resolvendo ou não o mérito (arts. 485 ou 487 do CPC). É preciso lem-
brar aqui que a sentença terá de abordar também aqueles pedidos implícitos
(juros moratórios, correção monetária, verbas sucumbenciais etc.), independen-
temente da prévia provocação das partes.

3) Fundamentação
l Toda sentença deve ser fundamenta, sob pena de nulidade.
l Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que não se enquadre nos moldes do art. 489, § 1º, CPC.

4) Limite Objetivo
l O limite objetivo da sentença é o pedido.
l O juiz não pode proferir sentença ultra petita, citra petita ou extra petita > deve
julgar de acordo com o que se pede.

5) Possibilidade de Alteração
l Proferida a sentença, em regra, o juiz não poderá modificá-la > preclusão inerente
a decisão judicial.
l Todavia, o juiz poderá modificar a sua decisão > retratação.
l Publicada a sentença, o juiz poderá alterá-la:
n Para corrigir de ofício ou a requerimento das partes inexatidões materiais ou
erros de cálculo;
n Através de embargos de declaração > esses embargos que permitem a altera-
ção da decisão são denominados de embargos declaratórios com efeitos infrin-
gentes (modificativos, retificativos e integradores).

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6) Remessa Necessária
l Também conhecido como reexame necessário > não é recurso.
l Condição de eficácia da sentença proferida contra a Fazenda Pública, que reclama
a sua confirmação pelo órgão hierarquicamente superior.
n Toda vez que a Fazenda é vencida, a sentença precisa ser submetida a confir-
mação pelo Tribunal, para que tenha eficácia (art. 496, CPC) > não é recurso!
l É possível que a Fazenda Pública seja vencida e não tenha remessa necessária,
sendo:
n Em razão do valor da condenação.

7) Sentença Obscura / Contraditória / Omissa / Com Erro Material


l Embargos de declaração é o recurso cabível para atacar essa sentença (art. 1022 ao
1026, CPC).
l Opostos os embargos, o prazo é interrompido para o próximo recurso.
n Esse prazo é interrompido para ambas as partes.

8) Recurso de Sentença
l O recurso cabível para atacar a sentença é a apelação (art. 1009 ao 1014, CPC).

9) Liquidação de Sentença
l Fase de um processo > pré etapa do cumprimento.
l Objetiva determinar o valor da condenação ou a identificação do objeto.
l Só ocorre liquidação se a sentença ou a decisão parcial for ilíquida.
l Tipos de liquidação:
n Liquidação por arbitramento: Necessidade de apresentação de uma prova téc-
nica para que seja determinado o valor.
n Liquidação pelo procedimento comum: Necessidade de alegar e provar fato
novo para determinar o valor.
l Liquidação por cálculos não existe mais.
l A decisão que julga liquidação é decisão interlocutória > contra decisão cabe
agravo de instrumento.

Coisa Julgada
l Previsão no art. 502, do CPC. A coisa julgada é a eficácia da sentença que se torna
imutável.
l A coisa julgada pode ser:
n Material: Deriva de uma decisão de mérito transitada em julgado > decisão se
torna imutável.
n Formal: Obtida através do trânsito em julgado de uma sentença sem julga-
mento de mérito (art. 485, CPC).

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l A parte dispositiva da sentença é que faz a coisa julgada.
l Questão prejudicial poderá fazer coisa julgada, de forma excepcional, nos termos
do art. 503, do CPC, desde que:
n Ela possa influir no julgamento do mérito;
n Seja assegurado o contraditório efetivo;
n Se o juiz for competente em razão da pessoa e da matéria;

Ação Rescisória
l Ação de competência originária do Tribunal, que deverá ser proposta no 2º grau.
l Permite que mesmo após a finalização de um processo – resolução da lide – as
partes demandem o juízo.
l Ação rescisória não é regra > é cabível somente nas hipóteses delineadas no art.
966, do CPC.
l Objetiva reincidir uma decisão de mérito transitada em julgado.
l Conforme Fred Didier Jr., a ação rescisória é uma “ação autônoma de impugnação,
que tem por objetivos a desconstituição de decisão judicial transitada em julgado
e, eventualmente, o rejulgamento da causa”. Portanto, tem como objetivo anular
uma decisão judicial. E pode, desse modo, reformar o que já foi decidido, descons-
tituindo a decisão, mas também incidir em rejulgamento da causa através de novo
processo.
l Quando é cabível ação rescisória?
n Corrupção do julgador;
n Incompetência ou impedimento do juiz;
n Coação ou colusão entre as partes;
n Ofender a coisa julgada;
n Violar norma jurídica;
n Fundada em prova falsa;
n Prova que altera o resultado;
n Fundada em erro de fato.

Incidente de Assunção de Competência (IAC)


l O Incidente de Assunção de Competência - IAC, regulamentado pelos artigos 947
ao 950 do CPC, revela-se admissível quando o julgamento de recurso, de remessa
necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição.
l Sua finalidade é a constituição de um precedente que será obrigatoriamente apli-
cado para todos os juízes e órgãos fracionários do Tribunal.
l Os legitimados para requerer a instauração do IAC são o relator, as partes, o Minis-
tério Público e a Defensoria Pública.
n Não existe IAC requisitado pelo juiz.
l O IAC é cabível no julgamento de recurso, remessa necessária e nas ações de com-
petência originária do Tribunal.
l Requisitos para cabimento do IAC:
n A questão discutida em um dos institutos contemple relevância jurídica;
n Seja de repercussão geral;

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n Sem multiplicidade de demandas.
l Também é cabível para prevenção e composição de divergência de Turmas e Câ-
maras.
l O IAC também será cabível diante de manifesto interesse público do seu julga-
mento.

Tutelas Provisórias (arts. 294-311, do CPC)


l A tutela definitiva é a mesma coisa que solução definitiva, onde o objeto foi anali-
sado de forma exauriente > faz coisa julgada.
l As tutelas provisórias, por sua vez, são tutelas diferenciadas, concedidas à luz de
uma cognição sumária, que tem por finalidade antecipar, do todo ou em parte, a
pretensão de mérito a ser obtida com uma tutela definitiva ou proteger, resguar-
dar, conservar, um direito que já está sendo discutido ou que ainda vai vir a ser
discutido, garantindo assim, a efetividade e utilidade do processo.
l A tutela provisória não faz coisa julgada, podendo ser modificada.
n Para modificar essa decisão estável, pode-se propor uma nova ação, num prazo
decadencial de 2 anos.
l A tutela provisória pode ser de:
n Urgência: Para que possa ser concedida exige a (i) fumaça do bom direito e o (ii)
perigo da demora (art. 300, CPC). O autor deve demonstrar que existe uma pro-
babilidade do seu direito, que não pode esperar.
u Pode ser concedida de forma antecedente e incidental.
u Pode ser cautelar (não tem natureza meritória) e antecipada / satisfativa (tem
natureza meritória).
l Antecipada/Satisfativa: O autor busca a satisfação de seu direito desde
logo. Não pode haver risco de irreversibilidade (cabe flexibilização).
l Cautelar: Visa preservar o resultado útil do processo.
n Evidência: Para que possa ser concedida exige somente a demonstração da fu-
maça do bom direito.
u Sempre será concedida de forma incidental, somente.
u Ação reipersecutória.
u O juiz pode conceder tutela toda vez que as alegações do autor estiverem
comprovadas por documentos e o pedido do autor estiver de acordo com
súmula vinculante do STF.
u Está atrelado à prova documental.
u A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
l I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propó-
sito protelatório da parte;
l II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documental-
mente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante;
l III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

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l IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fa-
tos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável.
l A tutela antecipada antecedente tem previsão no art. 303, do CPC. Essa tutela
será requerida quando a urgência for contemporânea a propositura da ação. Di-
ante deste caso, poderá o autor requerer a concessão da tutela indicando apenas
o pedido de tutela final, a lide e o direito que visa realizar, bem como, a existência
do perigo da demora.
n Se concedida, deverá a parte contrária se insurgir contra a mesma através da
interposição do recurso de agravo de instrumento.
n Se a parte contrária não recorrer e se o autor não aditar ao seu pedido de tutela
no prazo determinado pelo juiz, não inferior a 15 dias, o juiz extinguirá o processo
sem resolução do mérito, todavia, a tutela concedida irá conservar a sua eficácia.
n O recurso cabível é o agravo de instrumento.
l A tutela cautelar antecedente está prevista no art. 305, do CPC. Possui nítido viés
conservativo, ou seja, serve para proteger o direito, diante de uma situação de
emergência que assim a exija, antes mesmo da propositura da ação judicial na qual
haverá a efetiva discussão acerca do mérito da questão conflitiva que atinja aquele
direito.
n Uma vez concedida, o autor tem o prazo de 30 dias para executar a medida cau-
telar.
n Pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da citação do réu, dependendo
das provas que instruíram a petição inicial, bem como do perigo de que o réu,
uma vez citado, possa comprometer a eficácia da providência acautelatória.

Recursos em Espécie
l É preciso saber identificar qual a decisão prolatada, para saber qual tipo de recurso
será cabível.
l Toda vez que o juiz finalizar o processo com ou sem decisão de mérito, será profe-
rida uma sentença.

Observações:
l Contra sentença, cabe apelação.
l Contra sentença em juizado especial, cabe o recurso inominado.
l O que é decisão interlocutória?
n Decisão proferida no curso do processo, sem colocar fim ao mesmo.
n Combatida por agravo de instrumento.
l Teoria da Causa Madura (Art. 1.013, § 3, CPC)
n A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Se o
processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir
desde logo o mérito quando:
u I - Reformar sentença fundada no art. 485;
u II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limi-
tes do pedido ou da causa de pedir;
u III - Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que po-
derá julgá-lo;
u IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

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“Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve
decidir desde logo o mérito quando (...)”.

Observação: No julgamento do recurso prevalece a decisão colegiada.

1) Apelação (art. 1.009-1.014, CPC)


l Recurso cabível para atacar uma sentença, terminativa ou definitiva, bem como,
discutir decisões interlocutórias proferidas pelo juízo que outrora não eram passi-
veis de agravo.
l Único recurso que manteve o efeito suspensivo > impede a eficácia da decisão.
l O pagamento das custas deve ser comprovado no momento do protocolo da ape-
lação, havendo possibilidade de complementação posterior.
l Prazo de 15 dias, a contar da publicação da decisão que se pretende recorrer.
l Hipóteses onde a apelação será recebida apenas com efeito devolutivo (permite a
execução provisória) > art. 1.012, 1º, CPC:
n Apelação que ataca sentença homologatória de demarcação e divisão;
n Apelação que ataca sentença que condena a prestação de alimentos;
n Apelação que ataca a sentença que julga procedente pedido de instituição de
arbitragem;
n Apelação que ataca sentença que concede, confirma ou revoga tutela provisó-
ria;
n Apelação que ataca sentença que extingue sem julgamento de mérito ou im-
procedente embargos à execução;
n Apelação que ataca sentença que decreta interdição.

2) Agravo de Instrumento
l Disposto no art. 1.015, CPC.
l Em regra, decisão do juiz de 1º grau não é agravável de imediato.
l Deve vir acompanhado dos documentos obrigatórios do agravo.
n Os documentos não serão obrigatórios se os autos forem eletrônicos.
n Documentos como cópia da decisão inicial, certidão de intimação, cópia das
procurações, etc.
l Em regra, possuem apenas o efeito devolutivo, mas é possível requerer que se con-
ceda efeito suspensivo sob a alegação de plausibilidade do recurso e perigo de da-
nos irreparáveis.
l É julgado enquanto o processo em primeiro grau corre.
l É cabível contra solução de mérito em liquidação de sentença.
l Possui prazo de 15 dias.
l Retratação: quando a parte entrar com o agravo, deve comunicar ao juiz que o fez.
Quando comunicado, o juiz pode se retratar da decisão interlocutória e mudá-la,
prejudicando o objeto do agravo.

3) Agravo Regimental (Interno)


l Recurso cabível para fazer com que a decisão monocrática seja apreciada pelo co-
legiado.

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l Se de forma unânime não for conhecido, aplica-se uma multa ao agravante, que
vai de 1% a 5 % sobre o valor atualizado da causa.
l O recolhimento das custas pode variar de acordo com o tribunal.
l Possui prazo de 15 dias.

4) Embargos de Declaração
l Tem cabimento toda vez que a decisão judicial for obscura, contraditória, tiver erro
material, ou quando for omissa.
n Presta esclarecimento toda vez que for obscura, contraditória ou conter erro
material.
n Integrará a decisão toda vez que houver omissão.
l Toda vez que do julgamento dos embargos de declaração, reflexamente, indireta-
mente, causar a reforma do ato decisório, o embargo será chamado de embargo
com efeito infringente ou modificativo.
l Isento do recolhimento de custas do preparo.
l Prazo de 5 dias.
l A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição
do recurso principal.
l Embargos de declaração com fins meramente protelatório, aplica-se ao embar-
gante multa de até 2 % sob o valor da causa. Reiterou tal embargo, a multa passa a
ser de até 10% por cento. E se reiterar novamente, o embargo não será mais conhe-
cido.

5) Recurso Extraordinário
l Recurso cabível para provocar o STF sobre violação da Constituição.
l Possui prazo de 15 dias.
l Há o recolhimento de custas.

6) Recurso Especial
l Recurso cabível para provocar o STJ sobre violação de Lei Federal.
l Há o recolhimento de custas.
l Prazo de 15 dias.
l Requisitos de Admissibilidade:
n Prequestionamento da matéria;
n Esgotamento dos recursos nas instâncias ordinárias;
n Repercussão geral (específico do Recurso extraordinário).

Execução
l O processo de conhecimento é a certificação do direito.
l O processo de execução é a busca pelo direito já efetivado.
l Para iniciar a execução, deve ser apresentado o título executivo, que pode ser
judicial ou extrajudicial.

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l A execução obedece a alguns princípios:
n Princípio da patrimonialidade: Quem garante o pagamento da dívida é o seu
patrimônio. Exceção: Casos impenhoráveis.
n Princípio da menor onerosidade ao devedor: Se o credor dispor de mais de um
meio para pagar seu débito, deverá ser feito de forma menos gravosa.
n Princípio da disponibilidade da execução: Não obrigatoriedade de promoção da
ação, bem como se começar, posso desistir, uma vez que a execução será sem-
pre disponível.
l Requisitos de Execução.
n Exigibilidade: Apenas posso executar se a obrigação estiver vencida ou se a con-
traprestação estiver adimplida.
n Certeza: Aquele que uma simples leitura consiga identificar com precisão qual
é a obrigação e quem é o credor e devedor.
n Liquidez: O título deve dizer o quanto é devido.
l O processo sincrético é quando se tem a fusão do processo de execução no pro-
cesso de conhecimento, de sorte que se tem o processo de conhecimento com
uma nova fase, denominada de fase de cumprimento de sentença.
n Se o cumprimento de sentença é dentro de um mesmo processo quando eu
promover o cumprimento de sentença deve ser por simples petição

1) Título Executivo Judicial


l Efetivado no cumprimento de sentença.
n Exceções: Vão como ação autônoma.
u Decisão estrangeira homologada pelo STJ é título Judicial, mas é ativada
como ação autônoma.
u Sentença penal condenatória transitada em julgado é título judicial, mas é
ativada como ação autônoma.
u Sentença arbitral transitada em julgado é título judicial, mas é ativada como
ação autônoma.

2) Título Executivo Extrajudicial


l Efetivada em ação autônoma de execução.

3) Liquidação de sentença
l Quando a sentença é ILÍQUIDA (não define o valor), para efetivá-la deverá passar
pela liquidação de sentença. A finalidade da liquidação de sentença é apuração do
valor.
l É proibido na liquidação de sentença rediscutir sentença. (Regra da fidelidade do
título executivo) - A legitimidade da liquidação de sentença é do devedor e do cre-
dor.
l Modalidades de Liquidação de Sentença.
n Arbitramento: Necessidade de Perícia.
n Procedimento Comum: Necessidade de alegação e comprovação de fato novo
(fato que surge depois da sentença).

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4) Pagamento da Quantia
l Só pode ter esse cumprimento de sentença se houver requerimento expresso do
exequente, não podendo ser declarada de ofício através de simples petição.
l Cumprimento de sentença deve ter planilha de cálculo, obedecendo aos requisi-
tos:
n O prazo será de 15 dias para cumprimento voluntário de sentença.
n Caso não pague, incidirá multa de 10 % sobre o valor total, 10 % de honorários
sucumbenciais e expedição de mandado de penhora e avaliação. Ocorre tanto
no cumprimento provisório quanto no definitivo.
n Transcorrido 15 dias para pagamento voluntário, flui prazo (automático) de mais
15 dias para o executado apresentar impugnação.

Observações:
l Havendo o pagamento parcial da dívida, incidirá multa e honorários sobre o saldo.
l Protesto de decisão e inclusão do nome em órgão de proteção ao crédito só existe
quando se tratar de cumprimento de sentença definitivo.

4) Requisitos da Suspensão da Execução


l Requerimento expresso do executado;
l Prévia garantia de juízo;
l Fumaça do bom direito;
l Perigo da demora.

Observações:
l Caso seja alegado excesso de execução, deverá indicar o valor correto e a planilha
de cálculo, caso contrário será rejeitada. Se além do excesso de execução e outro
argumento e não apresentar o valor e planilha de cálculo, o outro fundamento será
processado.
l Direito protestativo - Interferir na situação jurídica de uma terceira pessoa sem esta
pessoa poder dizer nada.
l O executado no prazo de embargos deve fazer o deposito prévio de 30 % e requerer
o parcelamento em 6 vezes. O credor será ouvido para se manifestar sobre os re-
quisitos formais (Art. 916, CPC).
l O pedido de parcelamento só cabe se tratando de título extrajudicial.

Provas
l Princípio da comunhão da prova garante que a prova é do processo, e não de uma
das partes.
l Os meios da prova são típicos e atípicos.

1) Ônus da Prova - quem alega tem que provar


l Direito do consumidor pode inverter o ônus da prova do autor para o réu.

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l A inversão tem previsão legal no CPC.
n Quando cabe a inversão:
u critério ope legis,
u ope judicis,
u convencional.

2) O Ônus da Prova Incumbe


l I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
l II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do di-
reito do autor.

3) Antecipação das Provas


l Ação Probatória Autônoma
n Ata Notarial - Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser
atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata la-
vrada por tabelião.
n Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arqui-
vos eletrônicos poderão constar da ata notarial.

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