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PROJUDI - Processo: 0011032-92.2021.8.16.0018 - Ref. mov. 1.

2 - Assinado digitalmente por Ana Caroline Salvalajo Dechiche


06/07/2021: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA

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COMARCA DE MARINGÁ – ESTADO DO PARANÁ

LAIS CAMPOS LIMA, brasileira, união estável, professora,


portadora da Cédula de Identidade RG nº. 35.985.025-X SSP, inscrita no CPF sob nº.
415.111.098-40, residente e domiciliada na Rua Castro Alves, nº. 1390, bloco 01, apartamento
205, Cep: 87015-440, em Maringá – Paraná, por suas advogadas ANA PAULA SALVALAJO
DECHICHE MARÇAL, devidamente inscrita na OAB/PR sob o nº. 91.477 e ANA CAROLINE
SALVALAJO DECHICHE devidamente inscrita na OAB/PR sob nº 87.710, endereço
eletrônico anadechicheadv@hotmail.com, telefone: (44) 99926-5002, com escritório
profissional na Avenida Brasil, 4312, 12º andar, sala 1204 em Maringá/PR, onde recebem
intimações, vem com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, propor a
presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS E MATERIAIS

Em face de: BALTIERI MÓVEIS PLANEJADOS, CNPJ sob o nº.


26.579.485/0001-03, localizada na Rua Rodolfo Cremm, nº. 12898, CEP nº. 87035-480 em
Maringá – Paraná; e ANTONIO BOANEJOS BALTIERI, pessoa física, CPF desconhecido,
encontradiço na Rua Rodolfo Cremm, 12898, CEP: 87.083-661, Bairro: Jardim Monte Rei, em
Maringá – PR. Pelos fatos e fundamentos a seguir alinhavados:

Avenida Brasil, 4312, 12º andar, sala 1204, CEP 87013-000, centro, em Maringá/PR.
E-mail: anadechicheadv@hotmail.com Fone: (44) 99926-5002
PROJUDI - Processo: 0011032-92.2021.8.16.0018 - Ref. mov. 1.2 - Assinado digitalmente por Ana Caroline Salvalajo Dechiche
06/07/2021: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
1) PRELIMINARMENTE

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- DA AUTOCOMPOSIÇÃO
O patrono que esta subscreve, consigna, desde já, que sempre
visou a celeridade processual na solução do conflito na qual poderá se estender durante a
demanda. Sendo assim, entendendo que poderá, através do presente, buscar tentativas de
acordo fazendo com que sejam reduzidos o número de processos no judiciário, resolvendo
de início o litígio, temos que a conciliação é a medida que se impõe.
Por tal motivo, deixa o registro de que vem imprimindo uma
intensa política de contenção de litígios, caminhando simultaneamente para o lado da
conciliação, com o melhor instrumento para a pacificação dos conflitos. Sendo assim,
conforme o art. 3º, § 3º c/c art. 319, VII do NCPC a parte Autora requer a realização da
audiência de conciliação.

- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Autora é pessoa que não tem recursos suficientes para pagar
as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sendo pessoa pobre na acepção
jurídica do termo. Assim, ela possui direito à gratuidade da justiça.
Por tais razões, pleiteiam-se, os benefícios da justiça gratuita,
assegurados pela Constituição Federal em seu Art. 5º, LXXIV, XXXV, LV e pelo art. 98 e
seguintes do CPC (Lei 13.105/2015).

2) DOS FATOS

Excelência, em síntese, trata-se de ação indenizatória em face


do Requerido, decorrente relação de consumo estabelecida entre a Autora e o Reclamado,
diante da aquisição de produtos e serviços para execução de móveis planejados, os quais
não foram entregues conforme o pedido realizado, e ainda, a entrega parcial foi realizada com
grande atraso e os produtos encontram-se eivados de vícios e defeitos, o que ocasionou
danos materiais à Autora. Após inúmeras tentativas de resolução da Lide, mas sem qualquer
êxito, a Autora veio socorrer-se aos bons préstimos do judiciário.

Segue-se a narrativa dos fatos e seu detalhamento:

A Autora contratou o Requerido no dia 15 de fevereiro de 2020,


conforme contrato entre as partes em anexo, para a execução da marcenaria de móveis

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planejados, para seu apartamento situado no endereço: Avenida Pioneiro Antônio Ruíz

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Saldanha, 1763, apartamento nº. 1904 em Maringá – Paraná.
A Autora informou o Requerido que já havia contratado a
empresa MÉTRICA ARQUITETURA E DESIGN para elaboração do projeto arquitetônico dos
móveis planejados para o seu apartamento, e contratou os serviços do requerido para a
execução do referido projeto, o qual inclui cozinha, quarto, home office, sala e banheiros.
Desde já ficou acordado entre as partes que a Autora informaria
ao Requerido a data que pretendiam realizar a mudança e então ele realizaria as medidas e
a execução do serviço.
O valor total cobrado pelo Requerido para a execução do projeto
sob medida foi de R$ 23.000,00 (vinte e três mil reais), sendo pago R$10.000,00 (dez mil
reais) à vista, e o restante do pagamento seria alternado, sendo realizado mais um pagamento
de uma parcela no valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais) no dia 13/05/2020, e outra parcela no
dia 15/05/2020 e, por fim, a última parcela no montante de R$ 3.000,00 (três mil reais) pagos
no dia 13/07/2020, conforme contrato e comprovantes de pagamento em anexo.
O prazo previsto no contrato para a entrega dos serviços da Ré,
corresponde a 60 (sessenta) dias, contados após a conferência das medidas, a qual ocorreu
no dia 04/08/2020, ou seja, o prazo final para entrega e instalação dos móveis se deu em 03
de outubro de 2020.
Inobstante, o Requerido chegou até mesmo a prometer datas
menores para a Requerida, como o período de 40 (quarenta) dias, conforme documentos me
anexo.
A Autora, seus arquitetos e o Requerido, elaboraram
cronograma (em anexo), para a execução dos serviços do Requerido, bem como a realização
de toda a instalação necessária no apartamento da Autora, tendo em vista que a sua previsão
de mudança era para o dia 18/11/2020, veja-se:

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Ocorre que, a autora já pagou a integralidade dos valores, e
não recebeu os móveis conforme contratado, tampouco, a reparação dos móveis
entregues em total desconformidade com o contrato e o projeto arquitetônico. Veja-se
que a Autora requereu a execução do seu projeto arquitetônico, em anexo, mas na verdade,
lhe foi entregue uma grande dor de cabeça.
O Requerido não entregou os serviços contratados dentro
do prazo estipulado, conforme comprovam documentos em anexo, sendo assim, em
08/10/2020 o marido da Autora contatou o requerido para saber a data do início instalação,
mas não obteve qualquer resposta, sendo assim, contatou novamente o Requerido no dia
13/10/2020 e foi informado que a instalação ocorreria na semana seguinte, veja-se:

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Ocorre que, mesmo assim, o Requerido não cumpriu o
contratado, então em 26/10/2020 o marido da Autora contatou novamente o Requerido, e
frisou a necessidade do cumprimento do cronograma, pois haviam outros serviços que
precisavam ser realizados, tentando resolver a situação de forma amigável, mas não obteve
qualquer êxito, veja-se:

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Em 03/11/2020, o marido da Autora contatou o requerido para
saber a data da entrega efetiva do serviço, tendo em vista que a entrega já estava atrasada
e diante do não cumprimento da obrigação no prazo previsto, o cronograma não pôde ser
cumprido pelos arquitetos e atrapalhou o agendamento com os demais prestadores de
serviços que realizariam diversas instalações necessárias no apartamento da Autora,
impossibilitando a conclusão da obra para o ano de 2020 e consequentemente a data
de mudança da Autora e sua família, veja-se:

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Diante disso, o Requerido lhe informou que realizaria a
instalação no dia 13/11/2020, e então no dia 10/11/2020, o marido da Autora contatou o
Requerido para combinarem o horário do início da montagem no dia previsto, pois
precisava informar os seus arquitetos. Nesse sentido, sem quaisquer respostas do Sr.
Antônio até o dia 18/11/2020, a Requerente, de uma forma educada, novamente procurou o
Requerido, solicitado uma previsão para a entrega dos móveis, e ainda sugeriu que se não
fosse possível, eles poderiam se reprogramarem para, pelo menos, entregar os móveis do
banheiro dia 27/11/2020, o que não ocorreu, sendo que o Sr. Antônio somente foi se
manifestar dia 09/12/2020, conforme conversas em anexo.
A Autora tentou inúmeras vezes resolvera Lide de forma
administrativa, pois estavam necessitando da entrega dos móveis, conforme documentos
em anexo, mas não obtiveram qualquer êxito na entrega dos móveis ainda para o ano
de 2020.

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O contato entre a Autora e requerido seguiu até abril de 2021,
pois até o início de abril de 2021 o Requerido ainda não havia finalizado o serviço contratado
pela Autora, gerando a ela e ao seu marido uma grande frustração e um grande
transtorno.
Não bastando tal situação, os móveis contavam com vários
defeitos, pois além do grande atraso para a entrega do serviço, o que já configura falha na
prestação dos serviços, os móveis ainda foram entregues com diversos danos e defeitos,
demonstrando a má execução dos serviços pelo Requerido.
Além disso, ressalta-se que o projeto não foi nem mesmo
observado pelo Requerido, pois houveram inúmeras imprecisões e defeitos, ora, os serviços
prestados pelo Requerido apresentaram diversas falhas, como inobservância do prazo
previsto para a entrega dos móveis, erros de medição, defeitos nas peças, ausência de peças,
móveis desalinhados, furos em demasia e em lugares desnecessários, além dos danos no
imóvel no momento da montagem dos armários.
Nesta esteira, a parte autora foi muito paciente, pois tentou
solucionar os transtornos de uma forma pacífica e amigável, mas não logrou êxito. O casal
realizou todo um planejamento da decoração do primeiro apartamento, estavam realizando o

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sonho da primeira casa própria, e dentro desse sonho, estavam os móveis planejados. Sonho

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este que foi completamente frustrado pelo Requerido.
Os arquitetos da Autora encaminharam 03 vídeos ao
Requerido (em anexo), lhe demonstrando os reparos necessários, bem como agendaram
diversas datas para o comparecimento do Requerido no apartamento para realização dos
reparos devidos. Além disso, realizaram também um laudo dos móveis executados. No
entanto, o Requerido não se colocou disposto em nenhum momento para realização dos
reparos.
Além dos defeitos e diferenças apontadas nos vídeos pelos
arquitetos da Autora e encaminhados ao Requerido (em anexo), cita-se também mais
algumas falhas e apresenta-se algumas fotos, vejamos:

- Cozinha:

- Ausência de cava para instalação do led - acabamentos ruins e defeitos nos armários:

- Gavetas e portas sem ajustes de alinhamento e falta de instalação de fecho-toque das


portas e das gavetas:

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- ausência de recorte para a tomada da lava e seca na lateral esquerda do nicho do móvel
inferior; ausência do recorte para o depurador e o acabamento interno do duto do depurador;

- SALA DE JANTAR:

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- Na sala de jantar, na parte inferior da mesa faltou o tecido especificado em projeto, bem

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como os 4 suportes para latas de cerveja:

- estruturas metálicas completamente desalinhadas e com defeitos:

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- Estes são os acabamentos defeituosas das estruturas metálicas citadas acima, bem como

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verifica-se as danificações na pintura do apartamento da Autora:

- SALA DE TV:

- No painel da TV da sala, no projeto foi apresentado que fosse feitas portas basculantes e
tomadas instaladas dentro do aparador, no entanto, não fizeram portas basculantes:

- As entradas para as tomadas e ponto de TV/INTERNET, foram recortadas, no entanto, neste


ponto era pra existir um painel removível para a devida manutenção das tomadas, além disso,
deveriam ter sido instaladas dentro do aparador.

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- No móvel abaixo, sendo uma estante para gatos, apresentam inúmeros problemas de
acabamentos, além disso, os ferros laterais deveriam chegar até o teto, mas não chegam,
veja-se:

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- Aqui, a chapa do tampo da mesa não avançou até a frente da estrutura metálica, pois a
estrutura metálica presta da borda da mesa seria recuada, conforme o projeto apresentado.
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- QUARTO ESCRITÓRIO:

- Faltou a chapa em MDF grafite na parede lateral:

- Aqui, a cava foi feita no móvel para a instalação dos perfis de led embutido, no entanto, o fio
elétrico que deveria ser embutido no móvel, ficou encoberto pelo móvel.

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- Aqui, verifica-os defeitos no acabamento:

- QUARTO DO CASAL:

- No quarto do casal, o guarda-roupas foi entregue faltando uma porta, sendo uma porta de
vidro reflecta com suporte para TV deslizante, conforme o projeto apresentado:

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- Além disso, na parede em questão, existem tomadas, sendo o motivo pelo qual foi escolhido
o local da televisão, no entanto, não foram realizados quaisquer cortes no móvel para o acesso
às tomadas:

Inobstante, Excelência, nem mesmo os restos das obras foram


descartados pela Ré, simplesmente foram deixados no apartamento da Autora:

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Veja-se mais acabamentos defeituosos nos móveis:

Inobstante, nem mesmo a geladeira da Autora pode ser


colocada em sua cozinha, pois o espaço realizado pelo Requerido é menor do que o
espaço necessário e pedido.
Excelência, diante disso, a parte Autora contatou o Requerido
no dia 01/04/2021, para tentar solucionar a Lide, solicitando que o Requerido realizasse os
reparos necessários nos móveis, veja-se:

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No entanto, os reparos não foram realizados pelo Requerido,

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sendo necessário que a Autora entrasse em contato novamente com o Requerido em
09/04/2021 e em 12/04/2021, veja-se:

No entanto, o Requerido nem mesmo respondeu a parte


Autora, sendo necessário que entrasse em contato novamente em 13/04/2021, e informou o
Requerido que diante dessa situação, ela não poderia nem mesmo chamar o eletricista para
dar continuidade nas instalações necessárias do apartamento, e expõe mais uma fez os
defeitos que precisam ser sanados pelo Requerido, veja-se:
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No entanto, Excelência, novamente o Requerido não realizou


os reparos devidos, sendo necessário que a Autora o contatasse mais uma vez no dia
23/04/2021 explicando que ainda estava faltando realizar reparos como: fecho toque nas
portas; passar os fios que estão dentro do armário da cozinha para os nichos de microondas
e TV; recorte da tomada no nicho do microondas; falta de acabamento da fita led na parede
de baixo do armário superior da cozinha; ausência de recorte de tomada no nicho da lava e
seca; ausência de serracopos acima do gaveteiro da televisão e entulhos que foram deixados

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no apartamento, e foi completamente ignorada pelo Requerido, contatando-o novamente em

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26/04/2021, veja-se:

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Denota-se que a Autora realizou reclamação junto ao


PROCON/PR, conforme FA nº 41-017.001.21-0009342 em anexo, e solicitou a devolução dos
valores pagos, pois diante das avarias apresentadas, a Autora vem tendo diversos gastos
com outros prestadores de serviço para tentar arrumar as avarias dos móveis entregues pelo
Requerido.
Frisa-se ainda que durante o período de atraso da entrega dos
móveis planejados pelo Requerido, o sogro da parte Autora foi testado positivo para
COVID19, e a Autora e seu companheiro estavam morando com ele e sua esposa, e por isso,

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foram obrigados a permanecer 14 dias na casa de amigos, pois o atraso na entrega dos

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móveis, lhe impediram de realizar a sua mudança para o seu apartamento.
Excelência, o Requerido não realizou os reparos necessários no
imóvel, sendo uma situação de completo transtorno para a vida da Autora e de seu marido,
pois precisaram realizar os reparos nos móveis através de contratação de outros profissionais,
causando-lhes prejuízos tanto de ordem material como de ordem moral. A Autora e seu marido
precisaram realizar nova contratação para nova pintura do referido apartamento, tendo em
vista que toda a pintura restou danificada pelo Requerido, sendo necessário contratar
novamente o seu pintor para realização da pintura do imóvel, sendo obrigados a arcar com o
valor de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais) a título de pintura do imóvel, bem como o
valor de R$ 525,90 (quinhentos e vinte e cinco reais e noventa centavos), referente aos
materiais necessários.
Inobstante, a Autora foi obrigada a contratar também o Sr. Valcir,
um “marido de aluguel/faz tudo”, para realizar os reparos necessários nos móveis, como o
alinhamento dos armários, correção do fecho-toque, novos cortes na parede para instalação
elétrica, pois a Ré cobriu o ponto com móveis sem realizar o corte devido no móvel, ainda, foi
necessário a realização de um corte “às cegas” no armário do quarto do casal para o alcance
da tomada, pois o Requerido nem mesmo sinalizou o local da tomada. Tais serviços custaram
o montante de R$ 200,00 (duzentos reais), e os materiais necessários no montante de R$
490,00 (quatrocentos e noventa reais), e mais R$ 90,66 (noventa reais e sessenta e seis
centavos), conforme nota fiscal e comprovante de pagamentos em anexo.
Além disso, tivera que realizar novos pagamentos para o
prestador de serviço referente ao acabamento gesso, para que pudesse “consertar” os danos
causados pelo Requerido, sendo necessário arcar com o montante de R$ 650,00 (seiscentos
e cinquenta reais) no mês de maio de 2021 e R$ 570,00 (quinhentos e setenta reais) no
mês de junho de 2021, conforme comprovante de pagamento em anexo.
Ainda, reitera-se que o orçamento para realização da instalação
do Gás no apartamento correspondia a R$ 150,00, porém, o Requerido não realizou o recorte
corretamente no local do registro, sendo necessário adaptar a instalação, custando o
montante de R$ 344,00 (trezentos e quarenta e quatro reais), conforme comprovante de
pagamento em anexo.

Ora, evidencia-se as sucessivas falhas na prestação dos


serviços do Réu, assim como os vícios e defeitos nos produtos, uma vez que a Autora
contatou a Ré em todos os momentos e não obteve soluções para a lide.

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A Autora tentou resolver a lide de forma administrativa

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várias vezes, contatando o requerido e dando-lhe as chances para solução amigável,
realizou reclamação no PROCON/PR, conforme documento em anexo, e não obteve
qualquer êxito.

Dessa forma, Excelência, conforme os documentos em anexo,


tal situação gerou inúmeros transtornos para a Autora, pois em todos os momentos o
Requerido realizou instalações com atrasos e eivadas de vícios. E no fim, o Requerido
simplesmente deixava de responder a Autora e prestar qualquer esclarecimento, e quiçá
entregou os produtos e serviços contratados, apenas embolsou o dinheiro da Autora e foi
inadimplente; gerando inúmeros problemas com a Autora, além de ter sido negligente com o
pedido realizado pela Autora. Problemas os quais a Autora não deu causa.

Neste passo, conclui-se que a Autora realizou um contrato com


o Requerido, para a execução de móveis planejados em seu apartamento, os quais jamais
foram entregues nas datas estipuladas, bem como quando foram entregues, encontraram-se
eivados de vícios e defeitos, diferentemente do projeto apresentado. A Autora vem tentando
resolver a lide de forma administrativa há 08 meses, mas encontra-se em evidente prejuízo,
pois a Autora vem tendo inúmeros problemas e contatando a parte Ré para agir com a mais
boa fé possível, contudo, não obteve qualquer solução disponível pela parte Ré.

Neste ínterim, a Autora optou pelo ingresso com ação judicial,


uma vez que tentou resolver a lide administrativamente e não obteve sucesso, conforme
evidenciado nos documentos em anexo, resta claro que os vícios e defeitos nos produtos
entregues pelo Requerido, somados com a falha na prestação do serviço, ocasionaram abalos
de ordem moral, psicológica e material.

Portanto, não restou outra alternativa à Autora senão bater as


portas do Poder Judiciário para a resolução do conflito e efetiva reparação dos danos
ocasionados pela Requerida.

III – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

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É nítida a relação de consumo entre as partes, já que o Autor,

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na condição de consumidor contratou os serviços das Requeridas, ou seja, ANTONIO
BOANEJOS BALTIERI MÓVEIS PLANEJADOS – EIRELI - ME.

A presente ação decorre de uma relação de consumo, sendo a


Requerente a consumidora que fez uso de uma prestação de serviços (compra dos móveis
planejados) devendo ser apreciada de acordo com a Lei nº. 8.078/1990 (Código de Defesa
do Consumidor).
Referido dispositivo legal traz em seus artigos 2º e 3º a definição
de consumidor e fornecedor, respectivamente:

Descreve o art. 2º do Código de Defesa do Consumidor que:

Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou


jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final. (grifo nosso)

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a


coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.

Assim, é clara a relação de consumo existente entre a Autora e


a parte Requerida, relação esta que implica principalmente em proteção aos direitos e respeito
à parte hipossuficiente da relação, que neste caso é o Autor.

Com o fim de tutelar a parte hipossuficiente, o Código de Defesa


do Consumidor, descreve em seu artigo 6º alguns direitos:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


I – a proteção da vida, saúde e segurança contra
os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados
perigosos ou nocivos;
(...)
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;

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(...)

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VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do
Juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências; (grifo nosso)

Pelo artigo 6º, inciso VIII, do CDC é autorizado ao juiz proceder


à inversão do ônus da prova, quando na direção do processo verificar a “verossimilhança”
da alegação ou a “hipossuficiência” do consumidor, in casu, o Autor.
É, com o intuito de proteger e respeitar princípio constitucional
de igualdade das partes no processo judicial, que os Tribunais, levando em consideração, o
Princípio Protetivo do Código de Defesa do Consumidor tem decidido:

ÔNUS DA PROVA. Suficiência de verossimilhança do


alegado para transferir ao prestador de serviços o encargo
probatório – Lei 8.078/90, arts. 6º, VIII, e 14 §3º (Ac.
593133416 – 6ª Câm. Cív. – Porto Alegre – Rel. Adroaldo
Furtado Fabrício – RJTJRS, 163:393).

A inversão do ônus da prova de que trata o Código


de Defesa do Consumidor dispensa este de provar
determinado fato, transferindo tal encargo ao
prestador de serviço ou fornecedor .(TAPR, AI
148581600, (10503), Curitiba, 5ª C.Cív., Rel. Juiz Edson Vidal
Pinto, DJPR 31.03.2000).

Vale dizer, que a inversão do ônus da prova garante igualdade


de condições entre a parte hipossuficiente na relação (neste caso o Autor) e o fornecedor (no
caso as empresas ANTONIO BOANEJOS BALTIERI MÓVEIS PLANEJADOS – EIRELI -
ME.).

Ainda, da narrativa dos fatos, resta demonstrado o descaso do


Requerida em tentar atender o pedido da Autora, do exposto, em face da nítida relação de
consumo existente é que se requer a aplicação da inversão do ônus da prova nos termos do
artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.

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IV – DO DANDO MATERIAL

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A Autora respeitou a forma e o prazo de pagamento elegidos,
não sendo justo que o mesmo, não possa usufruir do bem adquirido através da compra e
venda realizada entre as partes.

Os comprovantes em anexo e supracitados comprovam os fatos


narrados nessa exordial, condizentes com os valores pagos pela Autora à título de danos
materiais.

Conforme expresso no art. 14 do CDC – Código de defesa do


consumidor:

Art. 14, do CDC - O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Dessa forma, a culpa da empresa Requerida é incontestável,


compreendendo-se que o particular não pode arcar com as consequências danosas do mau
funcionamento dos serviços.

Nesse sentido, é entendimento unânime das Turmas Recursais


do Paraná.

RECURSO INOMINADO. COMPRA E VENDA DE MÓVEIS


PLANEJADOS. ATRASO E AUSÊNCIA DE ENTREGA.
RESCISÃO. DEVOLUÇÃO DE VALORES PAGOS.
IMPOSSIBILIDADE DE LIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE
DA RECORRENTE, SOLIDARIEDADE DECORRENTE DOS
DITAMES DO ART. 28, §3º, E ART. 34, AMBOS DO CDC.
DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO EM PARTE POR OFENSA À
DIALETICIDADE E DESPROVIDO.(TJPR - 1ª Turma
Recursal - 0084959-11.2018.8.16.0014 - Londrina
- Rel.: JUÍZA DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DOS
JUÍZAADOS ESPECIAIS VANESSA BASSANI - J.
16.03.2020)
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RECURSO INOMINADO. RESCISÃO CONTRATUAL.

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AQUISIÇÃO DE MÓVEIS PLANEJADOS. AUSÊNCIA DE
ENTREGA. DEVER DE DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS
PELA PARTE AUTORA. FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO ADEQUADO. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.(TJPR - 1ª Turma
Recursal - 0009563-77.2016.8.16.0182 - Curitiba
- Rel.: JUÍZA DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DOS
JUÍZAADOS ESPECIAIS VANESSA BASSANI - J.
12.02.2020)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS -
PEDIDOS JULGADOS PROCEDENTES - (1).
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA FORNECEDORA DE PRODUTOS
- RELAÇÃO JURÍDICA DE NATUREZA CONSUMERISTA -
PRODUTO NÃO ENTREGUE NA FORMA COMBINADA CADEIA
DE FORNECIMENTO RECONHECIDA RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA ENTRE O FABRICANTE E SUA COMERCIANTE
LEGITIMIDADE DO FABRICANTE PARA FIGURAR NO POLO
PASSIVO DA LIDE ARTIGO 7º, PARÁGRAFO ÚNICO, DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (2).
IMPOSSIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS
- INOCORRÊNCIA - LEGITIMIDADE PASSIVA VERIFICADA
- (3).ALEGADA DESNECESSIDADE DE PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO MORAL - FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO - NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE OS SERVIÇOS
PRESTADOS E OS DANOS SOFRIDOS PELO AUTOR - DEVER
DE INDENIZAR CONFIGURADO - (4).REDUÇÃO DO VALOR
ARBITRADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS - NÃO
ACOLHIMENTO - INDEVIDO E INJUSTIFICADO ATRASO
PARA CONCLUIR A ENTREGA DE MODO PERFEITO DOS
MÓVEIS PLANEJADOS - FIXAÇÃO QUE ATENDEU AOS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE,
A CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS PARTES E À
FINALIDADE DA INDENIZAÇÃO - (5). SENTENÇA
MANTIDA - APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.(TJPR
- 17ª C.Cível - AC - 1678605-1 - Região
Metropolitana de Londrina - Foro Central de
Londrina - Rel.: DESEMBARGADOR FABIAN
SCHWEITZER - Unânime - J. 16.05.2018)

Excelência, o Requerido não realizou os reparos necessários no


imóvel, sendo uma situação de completo transtorno para a vida da Autora e de seu marido,
pois precisaram realizar os reparos nos móveis através de contratação de outros profissionais,

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causando-lhes prejuízos tanto de ordem material como de ordem moral. A Autora e seu marido

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precisaram realizar nova contratação para nova pintura do referido apartamento, tendo em
vista que toda a pintura restou danificada pelo Requerido, sendo necessário contratar
novamente o seu pintor para realização da pintura do imóvel, sendo obrigados a arcar com o
valor de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais) a título de pintura do imóvel, bem como o
valor de R$ 525,90 (quinhentos e vinte e cinco reais e noventa centavos), referente aos
materiais necessários.
Inobstante, a Autora foi obrigada a contratar também o Sr. Valcir,
um “marido de aluguel/faz tudo”, para realizar os reparos necessários nos móveis, como o
alinhamento dos armários, correção do fecho-toque, novos cortes na parede para instalação
elétrica, pois a Ré cobriu o ponto com móveis sem realizar o corte devido no móvel, ainda, foi
necessário a realização de um corte “às cegas” no armário do quarto do casal para o alcance
da tomada, pois o Requerido nem mesmo sinalizou o local da tomada. Tais serviços custaram
o montante de R$ 200,00 (duzentos reais), e os materiais necessários no montante de R$
490,00 (quatrocentos e noventa reais), e mais R$ 90,66 (noventa reais e sessenta e seis
centavos), conforme nota fiscal e comprovante de pagamentos em anexo.
Ainda, reitera-se que o orçamento para realização da instalação
do Gás no apartamento correspondia a R$ 150,00, porém, o Requerido não realizou o recorte
corretamente no local do registro, sendo necessário adaptar a instalação, custando o
montante de R$ 344,00 (trezentos e quarenta e quatro reais), conforme comprovante de
pagamento em anexo.
Além disso, tivera que realizar novos pagamentos para o
prestador de serviço referente ao acabamento gesso, para que pudesse “consertar” os danos
causados pelo Requerido, sendo necessário arcar com o montante de R$ 650,00 (seiscentos
e cinquenta reais) no mês de maio de 2021 e R$ 570,00 (quinhentos e setenta reais) no
mês de junho de 2021, conforme comprovante de pagamento em anexo.

Dessa forma, o prejuízo de ordem material da autora


corresponde ao montante no montante de R$ 3.629,90 (três mil e seiscentos e vinte e nove
reais e noventa centavos).

Diante do exposto, pede a condenação da Requerida na


devolução em dobro dos prejuízos ocasionados à autora sem que esta tenha dado causa ao
ocorrido, totalizando o importe de R$ 3.629,90 (três mil e seiscentos e vinte e nove reais e
noventa centavos), devidamente atualizados, corrigidos monetariamente e acrescidos de
juros.
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V – DOS DANOS MORAIS

Conforme minuciosamente narrado nos fatos, a Autora contratou


com o Requerido, tendo a Autora cumprido integralmente a sua parte do contrato, isto é,
pagou o valor total estipulado. Porém, o Requerido em completa desídia e má-fé, vem
“enrolando” a Autora, sem cumprir com o seu dever de entregar os móveis adquiridos.
Apesar das diversas tentativas de obrigar a empresa a entregar
o que havia pactuado em contrato, estas restaram infrutíferas.
Assim, restou a Requerente socorrer-se do Poder Judiciário para
fazer com que o Requerido cumpra com sua obrigação contratual.
Saliente-se que a Autora se encontra totalmente amparada pelo
art. 476 do Código Civil, pois já cumpriu integralmente sua obrigação, qual seja, o pagamento
do valorestimado do contrato.

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos


contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do
outro.

Desta forma comprova-se, mais uma vez, a má-fé da empresa


Requerida ao não cumprir suas obrigações no contrato.
A parte Requerente, no caso em epígrafe agiu de boa-fé
negociando com a parte Requerida o produto acima descrito, no entanto, a parte Requerida
não cumpriu com suas obrigações contratuais, incorrendo em mora.
O esquema clássico da responsabilidade civil por danos sujeita-
se à disciplina do art. 159 do Civil pátrio, in verbis:

Art. 159. Aquele que por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito, ou causar prejuízo a outem, fica
obrigado a reparar o dano.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, a reparação


dos danos patrimoniais e morais ganhou uma tutela especial, quando em seu artigo 5º. Incisos
V e X, consagrou-se o dever de indenizar os danos sofridos como proteção a direitos
individuais. Vejamos:

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Art. 5º, – (...)

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V – é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além de indenização por
dano material, moral ou à imagem;
(...)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;

Assim, como relatado anteriormente a Requerente


encomendou os móveis de seu apartamento no dia 15 de fevereiro de 2020 e após sua
montagem ficaram faltando diversos ajustes e vários defeitos não foram solucionados.
Em atenção ao Princípio da Boa-Fé e certa de que a
determinação de providências requeridas por esse juízo alcançará o resultado prático é que
se requer a obrigação de fazer do Requerido, para que entregue e viabilize a montagem de
TODOS os móveis contratados de acordo com o projeto, observando-se a qualidade dos
materiais, as ferragens que devem compor os móveis e em perfeitas condições de uso a
finalidade que se destinam.
Isto é, quando um consumidor efetua a compra,
inconscientemente ele exige do fornecedor que o produto esteja pronto para uso, e que este
não possua nenhuma avaria ou algum vício que lhe diminua o valor ou que o impossibilite de
utilizá-lo normalmente. É sabido que a responsabilidade por qualquer vício no produto refere-
se a qualquer defeito no próprio produto, seja ele de quantidade ou de qualidade é do
fornecedor.
Desta forma, sempre que o produto adquirido se torne impróprio
ou inadequado ao consumo à que se destina, ou tenha seu valor diminuído em virtude de
eventual defeito caberá a exigência de substituição das partes viciadas, em 30 dias. Não
sendo sanado tal defeito pelo fornecedor caberá ao consumidor aplicar o art. 18 do Código de
defesa do consumidor.
Desse modo, conforme previsto no art. 18º do Código de
Defesa do Consumidor:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo


duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações

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constantes do recipiente, da embalagem,

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rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas
as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma
espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do
preço.
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução ou
ampliação do prazo previsto no parágrafo
anterior, não podendo ser inferior a sete nem
superior a cento e oitenta dias. Nos contratos
de adesão, a cláusula de prazo deverá ser
convencionada em separado, por meio de
manifestação expressa do consumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das
alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em
razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor
ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo
possível a substituição do bem, poderá haver
substituição por outro de espécie, marca ou
modelo diversos, mediante complementação ou
restituição de eventual diferença de preço, sem
prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
1º deste artigo.

A Autora vem tentando administrativamente resolver tal questão,


no entanto, sem qualquer êxito, pois o Réu vem demonstrando total descaso e desrespeito
com a consumidora, diante da falha na prestação de serviços ofertados pela Requerida, além
do vício e fato do produto adquirido pela Autora.

A Autora, por inúmeras vezes tentou junto à empresa Requerida


solucionar seu problema, tendo enviado inúmeras mensagens, aguardando retornos,
recebendo promessas levianas sobre a entrega dos produtos, até mesmo suplicando pela
realização do conserto do produto, o qual foi frustrado por culpa exclusiva da Requerida.

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Veja que a Autora teve todo seu planejamento dos últimos

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meses frustrados em decorrências das omissões do Requerido.

Pela desídia do Requerido o que deveria ser um sonho,


transformou – se em um verdadeiro pesadelo, causando imensuráveis transtornos,
vexames e humilhações a Autora.

Como comprovam o contrato e as mensagens via aplicativo


de mensagem WhatsApp a Requerente está há mais 8 meses implorando pelo
cumprimento da obrigação da Requerida em entregar os móveis do apartamento como
foram a ela prometidos.

Há meses a Requerente vem sendo deliberadamente


ludibriada pela empresa, que não entregou aquilo que lhe foi encomendado e pago, mas
agora decidiu fingir que o problema não existe, e que não tem responsabilidade alguma.
Como previsto no art. 12º do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,


nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de
projeto, fabricação, construção, montagem,
fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua utilização e riscos.

Cominado com o previsto no inciso VI do artigo 6º do mesmo


diploma legal:

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;

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A Requerente não foi lesada apenas financeiramente, ao não

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receber aquilo pelo que pagou, mas moralmente também.
A consumidora foi tratada de forma completamente
desrespeitosa, sempre recebendo (quando recebia respostas) prazos futuros não
cumpridos.
Essa conduta da empresa não causa danos apenas de ordem
material (diminuição do valor móveis pela não finalização correta, montagem com diversas
avarias). A Requerente e seu companheiro planejaram antecipadamente todas as mudanças
necessárias em sua residência para realizarem o sonho da casa própria.
O bem foi pago com antecedência, a data da entrega e
montagem foi calculada para que o casal pudesse realizar sua mudança no dia
09/11/2020, sendo que a Requerida somente devolveu as chaves para a Requerente em
fevereiro de 2021 e agora, praticamente um ano após a assinatura do contrato, os
móveis encontram -se incompletos, inacabados, com defeitos e a consumidora
relegada à própria sorte.
Não se trata de mero aborrecimento ou transtorno a que a
consumidora foi exposta devido a prática abusiva da Requerida. A cliente pagou pelos
móveis contratados, não recebeu o que comprou e ainda foi solucionado os problemas
apresentados na montagem.
Dessa forma a culpa do Requerido é incontestável,
compreendendo-se que o particular não pode arcar com as consequências danosas do
mau funcionamento dos serviços em que são consumidores.
Conforme previsto no artigo 186 do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

A configuração do dano a outrem enseja a obrigação de


reparação, como elencado no artigo 927 do Código Civil:

Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts.


186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.

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O iminente jurista CARLOS ROBERTO GONÇALVES, in

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Responsabilidade Civil, 8ª ed., Ed. Saraiva, 2003, ensina que o dano moral, dispensa prova
em concreto, pois se passa no interior da personalidade e existe in re ipsa. Trata-se de
presunção absoluta. Desse modo, não precisa a mãe comprovar que sentiu a morte do filho;
ou o agravado em sua honra demonstrar em juízo que sentiu a lesão; ou o autor provar que
ficou vexado com a não-inserção de seu nome no uso público da obra, e assim por diante.
Ainda, quanto à reparação do dano moral, escreve a professora
Dra. MARIA HELENA DINIZ in Responsabilidade Civil, 7ª ed., Ed. Saraiva, 1993, que: (...) a
reparação pecuniária do dano moral é um misto de pena e de satisfação compensatória, tendo
função: a) penal ou punitiva, constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando a
diminuição de seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da
pessoa –integridade física, moral e intelectual –não poderá ser violado impunemente,
subtraindo-se o seu ofensor às consequências de seu ato por não serem reparáveis, e b)
satisfatória ou compensatória, pois, como o dano moral constitui um menoscabo a interesses
jurídicos extrapatrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a reparação
pecuniária visa proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada.
Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda da sua tranquilidade ou
prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu, suscetível
de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro
recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideias que repute convenientes,
atenuando, assim, em parte, seu sofrimento.
Isto é, para que o dano moral ocorra são necessários alguns
requisitos essenciais: a) ação ou omissão do agente; b) ocorrência do dano e c) nexo de
causalidade.
No presente caso a ação do agente foi a não entrega dos móveis
de forma correta, nem a realização dos ajustes necessários. O nexo de causalidade resta
evidenciado na relação consumerista que ensejou o dano. Já o dano causado a Requerente
foi a lesão aos seus direitos enquanto consumidora, bem como todo o sofrimento causado
pelo descaso da empresa em um período da vida da parte que deveria ser desfrutado de
maneira tranquila, sem incômodos desnecessários.
O dano moral nada mais é do que:

É a privação ou diminuição daqueles bens que têm


um valor precípuo na vida do homem e que são a
paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade
individual, a integridade física, a honra e os
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demais sagrados afetos, classificando-se desse

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modo, em dano que afeta a parte social do
patrimônio moral (honra, reputação, etc.), dano
moral que provoca direta ou indiretamente dano
patrimonial (cicatriz deformante etc.) e dano
moral puro (dor, tristeza etc) (DANO MORAL, 2,
editora RT, 1998)”.

O intuito do legislador, nada mais é do que impor uma dor


semelhante ao ofensor, exteriorizada no valor de uma indenização pecuniária que não
extingue o sofrimento percebido na data do caso concreto, mas que minimiza de alguma forma
o desgosto, a angústia e a dor.
Outrossim, conforme o entendimento do STJ, por voto do Relator
Ministro César Asfor Rocha da 4ª Turma, no REsp 196.024-MG:

A jurisprudência desta Corte está consolidada no


sentido de que na concepção moderna de reparação
do dano moral prevalece a orientação de que a
responsabilização do agente se opera por força
do simples fato da violação, de modo a tornar-
se desnecessária a prova do prejuízo em
concreto.

Quanto à necessidade de comprovação, importante notar que a


caracterização do dano moral decorre da própria conduta lesiva, sendo aferido segundo o
senso comum do homem médio, conforme leciona Carlos Alberto Bittar:

(...) na concepção moderna da teoria da


reparação dos danos morais prevalece, de início,
a orientação de que a responsabilização do
agente se opera por força do simples fato da
violação (...) o dano existe no próprio fato
violador, impondo a necessidade de resposta, que
na reparação se efetiva. Surge “ex facto” ao
atingir a esfera do lesado, provocando-lhe as
reações negativas já apontadas. Nesse sentido é
que se fala em “damnum in reipsa”. Ora, trata-
se de presunção absoluta ou “iure et de iure”,
como a qualifica a doutrina. Dispensa, portanto,
prova em contrário. Com efeito corolário da
orientação traçada é o entendimento de que não
há que se cogitar de prova de dano moral.”( in
“Reparação Civil por Danos Morais”, Editora
Revista dos Tribunais, 2ª Ed., pp. 202/204).

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Ressalte-se que a personalidade do ser humano é formada por

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um conjunto de valores que compõem o seu patrimônio, podendo ser objeto de lesões, em
decorrência de atos ilícitos. Existem circunstâncias em que o ato lesivo afeta a personalidade
do indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica, seu bem-estar íntimo, suas virtudes, enfim,
causando-lhe mal-estar ou uma indisposição de natureza espiritual.
Sendo assim, a reparação, em tais casos, reside no pagamento
de uma soma pecuniária, arbitrada pelo consenso do juiz, que possibilite ao lesado uma
satisfação compensatória da sua dor íntima, compensa os dissabores sofridos pela vítima, em
virtude da ação ilícita do Requerido. A personalidade do indivíduo é o repositório de bens
ideais que o impulsionam ao trabalho e à criatividade. As ofensas a esses bens imateriais
redundam em dano extra patrimonial, no entanto, suscetível de reparação. Observa-se que
as ofensas a esses bens causam sempre no seu titular, aflições, desgostos e mágoas que
interferem grandemente no comportamento do indivíduo.
Diante de tudo que já foi exposto, se torna indiscutível a
indenização referente aos danos morais sofridos pela autora.
Ademais, a previsão legal foi elevada à âmbito constitucional,
presente em seu art. 5º, inciso X, além de presente também em legislação infraconstitucional,
como o já transcrito art. 186 do Código Civil.
Não há critérios legais para dimensionar o valor devido em
decorrência de dano moral. No entanto, a jurisprudência tem apontado alguns parâmetros
para melhor adequar o quantum da reparação às peculiaridades do caso concreto. Toma-se
por base na quantificação, dentre outros indicadores, as condições econômicas das partes, a
gravidade e consequências do dano, a prevenção de novas lesões, bem como a necessária
punição do agressor.
Ainda, a autonomia dos danos morais foi consagrada pela
Constituição Federal de 1988. Por meio do art. 5º, V, garantiu-se "o direito de resposta
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem". Também
no inciso X há menção específica ao dano moral: "são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou
moral decorrente de sua violação".
Por isso, ao contrário do dano material, que é matematicamente
calculável, trata-se de dano extraído de presunção decorrente da própria gravidade do fato
em relação ao contexto vivenciado pela vítima. A Autora deve ser indenizada pelos danos
morais experimentados, consoante o direito pátrio. O quantum indenizatório deve ser fixado
considerando o fato ocorrido, a condição social da Requerente, como parte ofendida, e a
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situação econômica da Requerida, como parte responsável, a constatação do nexo causal, a

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gravidade evidenciada e a culpa do Requerido, de tal forma que o valor arbitrado não se
constitua em sanção irrisória ao causador do dano, e nem implique enriquecimento sem causa
para a vítima.

Ressalta-se os seguintes Enunciados das Turmas Recursais no


caso em tela, veja-se:

Enunciado N.º 8.2- Venda de produto impróprio ao


consumo: A venda de produto impróprio ao consumo
acarreta dano moral.

Enunciado N.º 8.3– Defeito/vício do produto –


pós venda ineficiente: O descaso com o
consumidor que adquire produto com defeito e/ou
vício enseja dano moral.

Ainda, é oportuno salientar que não deve haver quaisquer


perspectivas em alegar a incompetência do juizado especial cível neste caso em que resta
plenamente evidenciado o dano moral sofrido pela Autora, uma vez que todo o contato da
Autora com as Rés para relatar o ocorrido após a contratação do serviço, foram vistos como
insuficientes, reclamações sem motivos, enquanto a Autora encontrava-se com produtos sob
os quais jamais conseguiu utilizar. Dessa forma, não deve haver pedido de perícia neste
momento, posto que todas as alegações encontram-se devidamente fundamentadas e
comprovadas com documentos em anexo, frisando-se que a demanda somente fora proposta
por razão da Ré não reconhecer os apelos da Autora e seus suplícios para solução da Lide,
não havendo em momento algum uma proposta para solução deste conflito, mas somente a
sua recusa em solucionar o problema e deixar a Autora “à ver navios” após ter realizado o
pagamento, ou seja, as Rés somente importaram-se em realizar a venda e não na realização
de uma venda em acordo com o Código de Defesa do Consumidor, sendo norma de ORDEM
PÚBLICA que deve ser seguida e jamais ignorada, o que, neste caso, não ocorreu.

Não poderá a empresa Requerida, por outro lado, escapar


incólume ante o abalo que perpetrou contra o patrimônio moral da Autora, impendendo seja
condenada a ressarcir os danos que ocasionou. Em se tratando de danos morais, como é
cediço, o dinheiro não é capaz de desempenhar a função de equivalência como ocorre nos
danos materiais. Todavia, a reparação pecuniária constitui um meio de atenuar, em parte, as
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consequências do mal experimentado, ao mesmo tempo em que serve a punir o agressor e

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prevenir novas agressões.1

Em suma, a indenização deve ser fixada com observância da


condição social da vítima, como parte ofendida, e a situação econômica da Requerida,
empresa de grande porte, como parte responsável, de tal forma que o valor arbitrado não se
constitua em sanção irrisória ao causador do dano, e nem implique enriquecimento sem causa
para a vítima.

Destaca-se a tendência à purificação do dano moral, como


dizem os julgados do Colendo Superior Tribunal de Justiça. Vejamos:

A concepção atual da doutrina orienta-se no sentido de


que a responsabilidade do agente causador do dano moral
opera-se por força do simples fato da violação (damnum
in re ipsa), não havendo de se cogitar da prova do
prejuízo. (R. Esp. 23.575 –DF – rel. Min. César Asfor
Rocha in DJ de 01/09/97).

Dano Moral – Prova. Não há que se falar em prova do dano


moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o
sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam(...). (R.
Esp. 86.271 –SP –rel. Min. Carlos A. Menezes Direito –in
DJ 09.12.97).

A Carta Política de 1988, impondo sua hegemonia sobre todo o


ordenamento jurídico, confirmou o princípio da reparação dos danos morais, previsto no
capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos, dispositivo já mencionado.
Do mesmo modo a moderna legislação consumerista
salvaguarda o direito de reparação por danos morais aos consumidores, que por definição
legal (art. 2º.) podem ser pessoas físicas o jurídicas.
Sendo assim, segue os julgados dos Tribunais sobre o referido
tema:

EMENTA: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


DANOS MORAIS, MÓVEIS PLANEJADOS. ATRASO NA
ENTREGA. VÍCIOS APARENTES NÃO SANADOS. DESCASO
COM CONSUMIDOR EVIDENCIADO. DANO MORAL
CARACTERIZADO. RECURSO PROVIDO. (TJPR – 2º Turma
Recursal – 0000298-53.2019.8.16.0018 – MARINGÁ –
REL.: Juiz Helder Luis Henrique Taguchi – J.

1
A esse respeito, REIS, Clayton. Avaliação do Dano Moral, Rio de Janeiro, Forense, 1998, p. 122, assevera,
acerca da indenização por dano moral, que “O que se pretende é reprimir a ofensa, educar o ofensor,
compensar o ofendido, criando assim um clima de satisfação para a vítima.”
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20.11.2020). (TJ – PR – RI: 00002985320198160018

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PR 0000298-53.2019.8.16.0018, Acórdão, Relator:
Juiz Helder Luis Henrique Taguchi. Data de
julgamento: 20/11/2020, segunda turma recursal.
Data da publicação: 23/11/2020).

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.


DESCUMPRIMENTO CONTRATUTAL. DEMORA E AUSÊNCIA DE
ENTREGA DE MÓVEIS PLANEJADOS. (...) DESCASO E
DESRESPEITO AO CONSUMIDOR. DANO MORAL
CONFIGURADO. VALOR ADEQUADO AO CASO CONCRETO.
SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR – 5º Turma
Recursal dos Juizados Especiais – 0002213-
96.2018.8.16.0140 – Quedas do Iguaçu – Rel.:
Juíza Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso –
J. 26/10/2020. (TJ – PR – RI:
00022139620188160140 PR 0002213-
96.2018.8.16.0140 (acordão), Relator: Juíza
Fernanda de Quadros Jorgensen Geronasso. Data do
Julgamento: 26/10/2020. Quinta turma recursal
dos juizados especiais, Data da publicação:
28/10/2020.

APELAÇÃO – CONSUMIDOR – COMPRA E VENDA – MÓVEIS


PLANEJADOS – OBRIGAÇÃO DE FAZER – RESTITUIÇÃO DE
VALORES – DANO MORAL – Atraso na entrega dos
móveis contratados – mora caracterizada –
Solidariedade na cadeia de fornecedores
reconhecida – Procedência da ação – Condenação
da parte ré na devolução dos valores
desembolsados pelo autor corrigidos
monetariamente a partir do ajuizamento da ação
e acrescido de juros a contar da citação – DANO
MORAL – Caracterização – Fixação em R$ 8.000,00
corrigidos monetariamente e acrescidos de juros
a contar da publicação da sentença.
Razoabilidade e proporcionalidade – Majoração da
verba honorária de 10% para 15% sobre o valor da
causa, nos termos do art. 85, parágrafo 11, do
Código de Processo Civil, observada a gratuidade
da justiça conferida à apelante. (...). (TJ – SP
– AC:10225996220168260451 SP 1022599-
62.2016.8.26.0451, Relator: Cláudio Hamilton,
Data de julgamento: 06/04/2021, 25º câmara de
direito privado, data da publicação:
06/04/2021).

Desta maneira, está mais do que evidente, a violação dos


direitos da Autora, cuja a reparabilidade dos danos faz-se necessária.

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É importante frisar que a fixação de indenização por danos

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morais tem o condão de reparar a dor, o sofrimento ou exposição indevida sofrida pela vítima
em razão da situação constrangedora, além de servir para desestimular o ofensor a praticar
novamente a conduta que deu origem ao dano.
Assim, tendo em vista a teoria do desestímulo cada ofensor deve
ser condenado a pagar a indenização que represente medida eficaz para que não volte a
praticar o ato ilícito, efetivando a correção da prática de posturas reprováveis como a que
ensejou a condenação.
Por isso, é recomendado a indenização por danos morais
confiada ao prudente arbítrio de Vossa Excelência.

Diante do exposto, pede-se que a Requerida seja condenada ao


pagamento de uma indenização por danos morais sofridos pela Autora, em decorrência do
abalo emocional, nervosismo e frustração provocado, em valor a ser arbitrado por Vossa
Excelência, no entanto, a título de sugestão pede-se o montante não inferior a R$ 15.000,00
(quinze mil reais), no entanto, pelo princípio da eventualidade, na hipótese de Vossa
Excelência, entender excessivo o valor pleiteado, pede-se que seja fixado, por arbitramento,
o valor da indenização devida pela lesão moral sofrida.

VI - DA MULTA CONTRATUAL

Conforme excerto abaixo, do contrato entabulado entre as


partes ficou estabelecido que em caso de não cumprimento do prazo de entrega, a Contratada
se compromete em pagar uma multa de 2% por mês de atraso, a ser descontado no valor
restante a ser quitado. Vejamos:

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Analogicamente, cabível é a aplicação da mencionada
disposição contratual, não só para o caso de desistência do contratante, mas também para o
caso de inadimplemento contratual.
A jurisprudência é unânime quanto ao cabimento da referida
multa. Vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL. DIREITO CIVIL.


RESIDUAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
C/C PERDAS E DANOS.(...) DETERMINOU A EXECUÇÃO
DE MULTA PELO ATRASO NO SEU CUMPRIMENTO. (...)
MANUNTENÇÃO DA MULTA COMINATÓRIA COMO FIXADA.
SENTENÇA CORRETA. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS
RECURSAIS. APELO DESPROVIDO. (TJPR 9º Câmara
Cível – 0007891-33.2019.8.16.0019. Ponta Grossa
– Rel.: Desembargador Roberto Portugal Bacellar
– J. 28.11.2020).

Demonstrado o retardo da reclamada quanto ao adimplemento


da obrigação de fazer na data estabelecida, impõe-se o acolhimento das multas fixadas no
contrato. Isto é, havendo o inadimplemento contratual por parte da Contratada, ora, requerida,
ao não entregar os móveis planejados no prazo determinado, requer-se a sua condenação
ao pagamento da multa contratual de 2% por mês de atraso, sobre o valor do
projeto/contrato, ou seja, R$ 3.220,00 (três mil e duzentos e vinte reais).

VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

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Ante todo o exposto e por tudo mais de direito, vem,

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respeitosamente à presença de Vossa Excelência, para que se digne no recebimento e
processamento da presente, além do seguinte:

a) o recebimento da presente inicial, com a citação da Requerida para que, querendo


compareça à audiência de conciliação a ser designada e apresente oportunamente
defesa, sob pena de confissão e revelia;
b) Aplicar o Código de Defesa do Consumidor em sua integralidade, inclusive com a
inversão do ônus da prova;
c) A concessão da justiça gratuita. Sendo que na eventualidade de recursos à instância
superior, conceder os benefícios da assistência judiciária gratuita, por ser a Autora,
pessoa pobre na acepção jurídica do termo;
d) No mérito, seja esta ação julgada TOTALMENTE PROCEDENTE com a consequente
condenação da Requerida ao pagamento de DANOS MATERIAIS no valor de R$
3.629,90 (três mil e seiscentos e vinte e nove reais e noventa centavos),
acrescidos de juros e correção monetária desde a data em que foi pago até sua efetiva
devolução e DANOS MORAIS a ser arbitrado por Vossa Excelência, sugerindo-se o
valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), seguindo os parâmetros das recentes
decisões dos Tribunais, ambos devem ser acrescidos de correção monetária e juros
de mora até a data de seu efetivo pagamento e a condenação das Requeridas ao
pagamento de honorários sucumbênciais e custas processuais;
e) Condenar a Requerida a pagar a multa contratual, aplicada no caso do
descumprimento dos termos entabulados, no valor de R$ 3.220,00 (três mil e
duzentos e vinte reais) devidamente corrigido e atualizado;

f) Pretende o Autor provar o alegado através de todos os meios de prova admissíveis


em direito, especialmente a documental inclusa, o depoimento pessoal das
Requeridas, sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, prova pericial e demais
recursos probatórios que se fizerem necessários ao deslinde da presente ação.

Dá-se a causa o valor de R$ 21.849,90 (vinte e um mil e oitocentos e quarenta e nove reais e
noventa centavos)

Termos em que
Pede e espera deferimento.
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Maringá, 06 de julho de 2022

ANA CAROLINE SALVALAJO DECHICHE


OAB/PR 87.710

ANA PAULA SALVALAJO DECHICHE MARÇAL


OAB/PR 91.477

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