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Este documento é copia do original assinado digitalmente por FERNANDA LAVEZZO DE MELO e PROTOCOLADORA TJMS 1.

Protocolado em 17/10/2019 às 16:23, sob o número 08065478620198120021,


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CONSULTORIA JURIDICA- DRA. FERNANDA LAVEZZO DE MELO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL


DA COMARCA DE TRES LAGOAS MS

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0806547-86.2019.8.12.0021 e o código 6A2CFF2.


e liberado nos autos digitais por Sérgio Augusto Tormena, em 17/10/2019 às 17:01. Para acessar os autos processuais, acesse o site
DENIS VIEIRA DE LIMA , brasileiro, convivente, vendedor , portador da
cédula de identidade de n. 5224147 ,devidamente inscrito no cadastro de
pessoa física 086 261 364 71, sem endereço eletrônico, e SILENE ALVES
DOS SANTOS, brasileira, convivente, tecelã, portadora da cédula de
identidade de n. 8987919, devidamente inscrita no cadastro de pessoa física
sob o n. 448 769 998 30, ambos residentes e domiciliados a R. do Pintor
n.1746 , bairro jardim Eldourados, nesta cidade, através de sua paráclita
signatária com espeque a lei instrumental vem com o devido respeito e
acatamento perante a conspícua presença de Vossa Excelência, interpor a
presente:

AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE SOLO C.C. REVISIONAL DE CONTRATO


C.C. DECLARAÇÃO E ANULAÇÃO DE CLAÚSULAS CONTRATUAIS C.C.
AÇÃO CONSIGNATÓRIA C.C. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE
URGÊNCIA C.C. INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS

Em face de ELDORADO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA,


pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita no cadastro de pessoa
jurídica sob o n. 09242171000100, com escritório profissional a Av. Eloy
Chaves n. 201, sala 1, 2º. Andar, bairro centro, nesta cidade e DATERRA
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS pessoa jurídica de direito privado
devidamente inscrito no cadastro de pessoa jurídica sob o n. 04776453000165,
com escritório profissional a Av. Eloy Chaves n. 201 bairro centro, nesta
cidade, pelos relatórios embebidos que darão azo ao requerimento final ao que
se explana:

ALIGERAS CONSIDERAÇOES FÁTICAS

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Primeiramente urge asseverar que ATRAVÉS DO CONTRATO DE


COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA firmou com as requeridas a compra
de um imóvel constituído de um terreno com as seguintes características:

 Lote 014 localizado na quadra 025 com frente de 12 metros para rua
do pintor , pelo lado direito com medição de 22,50 m com o lote
013 , bem como confrontando com o lote 015 pelo lado esquerdo
com medição de 22,50 m , tendo como fundo a medida de 12 metros
confrontando com o lote 006, totalizando 270,00 metros quadrados,
sob matricula de n. 55.478

Em data avençada pactuaram a compra no importe de:

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R$ 45.100,00( quarenta e cinco mil e cem reais) tendo como valor
de arrais o importe de R$ 2.200,00( dois mil e duzentos reais)

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acrescidos de 150 parcelas inicialmente no valor de R$ 286,00(
duzentos e oitenta e seis reais), com vencimento no dia 15 de cada
mês subsequentes sendo que atualmente as parcelas estão no
valor de R$ 514,00( quinhentos e quatorze reais) , com acréscimo
que corresponde a aproximadamente 80 % do valor inicial das
parcelas, conforme clausula 2.1. alínea ‘ a” sendo que as parcelas
seriam corrigidas pelo índice IGPM mais 2% de acréscimo e em
caso de inadimplemento o montante deveria ser corrigido e
acrescidos de juros 1% e multa punitiva de 2% a contar da data do
pagamento realizado conforme clausula 5.4.

Vale ressalvar que as requeridas já na conduta abusiva não entregava o


carne com as parcelas a vencer e sim emitia parcelas no máximo de 12
em 12 meses.

Ademais o instrumento contratual pactuou clausulas obrigações para


ambos os contratantes, dentre elas a obrigação de execução de obras
de infra estrutura como abertura e nivelamento das vias de circulação ,
sistema de abastecimento de agua potável, rede de distribuição de
energia elétrica e iluminação, guias ,pavimentação e construção de
sarjetas, regularização do imóvel junto ao cartório de registros e órgãos
competentes clausula 8.1 do referido contrato.

Ocorre que ate a presente data as requeridas não cumpriram com suas
obrigações, o que por si só demonstra a má fé das requeridas
caracterizando o enriquecimento ilícito, além de quedar-se inerte a
informações para o requerente ou sequer apresentando interesse na
solução do litigio.

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Tecidas tais digressões, a pretensão jurídica do requerente pauta-se em


demonstrar os atos ilícitos abusivos e ilegais das requeridas visando o
equilíbrio contratual a fim de continuar efetuando o pagamento do bem
de forma justa e coerente , CONSIGNANDO em juízo os depósitos dos
valores devidos para comprovação do interesse de agir do autor.

Em outra senda, pretende a antecipação da tutela a titulo de


manutenção da posse visto a abusividade dos atos das requeridas no
tocante a posse e registro de propriedade do imóvel, bem como a
abstenção da inserção do nome do requerente no rol de inadimplentes
nos órgãos de proteção ao credito.

PRELIMINARMENTE

CONCESSÃO DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

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Inicialmente, a parte Autora afirma sob as penas da lei 1.060/50, com

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redação introduzida pela Lei 8.510/86 e parágrafos 2º e 3ºdo artigo 1ºda
Lei 5.478/68, que não possui condições financeiras para arcar com o
ônus das custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do
sustento próprio e de sua família, uma vez que se encontra
DESEMPREGADO, fazendo jus à GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

MITIGAÇÃO DO ART. 330, PARÁGRAFO 2º, DO CPC SOB PENA DE


ALOPOIESE DO DIREITO- ACESSO A JUSTIÇA

Em primeiro lugar, destaca-se a impropriedade da inserção de uma


regra que deveria estar entre os requisitos da petição inicial (art. 319)
em norma que trata de seu indeferimento.

Sem qualquer sombra de dúvidas a tarefa de se apurar esses montantes


é algo que requer excepcional capacidade técnica. Além disso, de regra
isso demanda no mínimo um mês de trabalho com um bom especialista
da engenharia financeira ou outra área equivalente. E, lógico, um custo
elevadíssimo para a confecção desse laudo pericial particular.

Assim, sustentamos uma inatacável afronta à disposição constitucional


de igualdade entre os litigantes. Mais ainda, ofende o princípio da
contribuição mútua entre todos envolvidos no processo judicial (CPC,
art. 6º) e da paridade de tratamento (CPC, art. 7º). Quando o autor da
ação é instado a apresentar cálculos precisos e complexos com sua
petição inicial, como na hipótese em vertente, afasta-o da possibilidade
de se utilizar de um auxiliar da Justiça (contador) que poderia fazer
justamente esse papel, e muito bem desempenhado (CPC, art. 149).
Assim, no mínimo é essencial que se postergue essa tarefa de encontrar
o valor correto a depositar (se for o caso) para quando já formada a
relação processual.

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Ilustrativamente convém evidenciar o seguinte julgado:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL.Contrato de


abertura de crédito em conta corrente (cheque especial) e contrato
giro parcelado (pré-fixado). Decisão que indeferiu a antecipação
dos efeitos da tutela. Proibição da inscrição do nome da agravante
nos órgãos de proteção ao crédito. Pretensão condicionada ao
preenchimento dos requisitos necessários, dispostos no art. 273,
do código de processo civil [CPC/2015, art. 300]. Depósito
incidental dos valores incontroversos. Desnecessidade.
Impossibilidade de se aferir o quantum debeatur. Possibilidade de

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averiguação da verossimilhança das alegações. Recurso provido.

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“Para a vedação da inscrição do nome do devedor nos órgãos de
proteção ao crédito deve-se ter, necessária e concomitantemente, a
presença desses três elementos: 1) ação proposta pelo devedor
contestando a existência integral ou parcial do débito; 2) haja
efetiva demonstração de que a contestação da cobrança indevida
se funda na aparência do bom direito; 3) depósito do valor referente
à parte tida por incontroversa do débito ou caução idônea, ao
prudente arbítrio do magistrado. Em ação revisional de contrato de
abertura de crédito em conta corrente, quando, como na hipótese
vertente, manifestar-se a impossibilidade de se aferir o quantum
debeatur, admissível vedar-se a inscrição do correntista nos
cadastros de proteção ao crédito, sem necessidade de depósito
dos valores incontroversos ou prestação de caução. (TJSC; AI
2013.043498-8; Itajaí; Terceira Câmara de Direito Comercial; Rel.
Des. Paulo Roberto Camargo Costa; Julg. 23/01/2014; DJSC
30/01/2014; Pág. 85)

Cabe igualmente registrar o magistério de Nélson Nery Júnior, o qual,


acertadamente, faz considerações acerca da norma em espécie,
chegando a evidenciar que isso bloqueia o acesso à Justiça, verbis:

“Bloqueio do acesso à Justiça e igualdade.É interessante notar que


a previsão constante desses dois parágrafos se aplica apenas a
ações envolvendo obrigações decorrentes de empréstimo,
financiamento ou alienação de bens. Mas por que isso se aplica
apenas a esses casos? Ainda, pode ocorrer de o autor não ter
condições de quantificar o valor que pretende discutir, bem como o
valor incontroverso, já no momento da propositura da ação. A

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petição inicial deve, portanto, ser indeferida, em detrimento do


acesso à Justiça? Neste último caso, nada impede que a
discriminação cobrada por estes parágrafos seja feita quando da
liquidação da sentença (cf. Cassio Scarpinella Bueno. Reflexões a
partir do art. 285-B do CPC [RP 223/79]). Vale lembrar ainda que o §
3º é mais um exemplo de norma constante do CPC que disciplina
questões não ligadas ao processo civil. Essa desorganização, se
levada adiante, pode fazer com que tais exemplos se multipliquem,
dificultando a sistematização e a lógica processuais.” (in,
Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: RT, 2015, p.
904)

A ratificar os fundamentos acima mencionados, urge evidenciar diversos


julgados acolhendo o pleito de depósito do valor incontroverso, esse

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delimitado pelo autor com a inaugural, verbis:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULA
CONTRATUAL. DEPÓSITO JUDICIAL DAS PARCELAS NO VALOR
INCONTROVERSO. POSSIBILIDADE. DESCARACTERIZAÇÃO DA
MORA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 285-B DO CPC[CPC/2015, art. 330,
§ 2º]. RECURSO NÃO PROVIDO.Com a entrada em vigor do artigo
285-B do CPC [CPC/2015, art. 330, § 2º], nos litígios que tenham por
objeto obrigações decorrentes de empréstimo, financiamento ou
arrendamento mercantil, o autor-devedor deverá continuar pagando
o valor incontroverso. Assim, pode o devedor depositar
judicialmente as parcelas, no valor que entende devido, enquanto
perdurar a ação revisional das cláusulas contratuais. No entanto,
esse depósito não elide ou suspende a mora. (TJMG; AI
1.0702.14.088637-6/001; Rel. Des. Marcos Lincoln; Julg. 25/03/2015;
DJEMG 31/03/2015)

AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULA CONTRATUAL COM PEDIDO DE


TUTELA ANTECIPADA. PRETENSÃO DO AGRAVANTE À
CONSIGNAÇÃO DAS PARCELAS MENSAIS NO VALOR
INCONTROVERSO. INDEFERIMENTO EM PRIMEIRO GRAU.
POSSIBILIDADE DOS DEPÓSITOS. INOVAÇÃO INTRODUZIDA
PELO ARTIGO 285-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL [CPC/2015,
art. 330, § 2º]. Reflexos da conduta do recorrente, entretanto, que
correrão por sua conta e risco, inclusive no que toca aos efeitos da
mora. Recurso parcialmente provido. (TJSP; AI 2010316-
19.2015.8.26.0000; Ac. 8240939; Itapetininga; Vigésima Segunda
Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Sérgio Rui; Julg. 26/02/2015;
DJESP 05/03/2015)

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO


BANCÁRIO.Decisão que indeferiu pedido de depósito dos valores
incontroversos e não determinou que a ré se abstenha de negativar
o nome do autor ou ajuizar ação de busca e apreensão.
Inconformismo. Reconhecimento da possibilidade de depósitos
parciais. Inteligência do art. 285-B do Código de Processo Civil
[CPC/2015, art. 330, § 2º]. Consignação das parcelas a menor,
porém, que não impedirá a caracterização da mora, com os efeitos
dela decorrentes. Valores que se mantêm devidos na sua
integralidade, ante a ausência, em sede de cognição sumária, de
verossimilhança na alegação de abusividade das cobranças
questionadas. Direito de ação, ademais, que é garantido

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constitucionalmente. Decisão reformada em parte. Agravo

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parcialmente provido. (TJSP; AI 2207874-33.2014.8.26.0000; Ac.
8161535; Praia Grande; Vigésima Segunda Câmara de Direito
Privado; Rel. Des. Hélio Nogueira; Julg. 29/01/2015; DJESP
04/02/2015)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE


FINANCIAMENTO. ART. 285-B DO CPC[CPC/2015, art. 330, § 2º].
EMENDA INICIAL. ATENDIMENTO. IMPUGNAÇÃO DOS ENCARGOS
CONSIDERADOS ABUSIVOS E QUANTIFICAÇÃO DO VALOR
INCONTROVERSO. INDEFERIMENTO DA INICIAL.
DESCABIMENTO.Constante da inicial a indicação das cláusulas
abusivas, com a quantificação do valor incontroverso, bem como
anexado cópia do contrato, incorreta a extinção do feito sem
julgamento de mérito, por atender os requisitos do art. 285-B do
CPC[CPC/2015, art. 330, § 2º]. (TJMG; APCV 1.0024.13.343946-3/001;
Relª Desª Aparecida Grossi; Julg. 01/07/2015; DJEMG 10/07/2015)

DIREITO CONSTITUCIONAL E DO CONSUMIDOR. CONTRATO


BANCÁRIO. DEPÓSITO DE PARCELAS INCONTROVERSAS.
CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. POSSIBILIDADE.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.1 Na hipótese, o fundado
receio de dano irreparável decorre da possível debilidade creditícia
oriunda da inserção do nome do demandante nos serviços de
proteção ao crédito e a eventual busca e apreensão do bem em
litígio. 2 Além da propositura antecipada da ação revisional, o
agravante se utilizou de meio lícito e idôneo para afastar os efeitos
da mora, que no caso, consiste em pretender depositar em juízo os

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valores incontroversos das parcelas vencidas e vincendas, o que


basta para comprovar a existência de verossimilhança no alegado.
3 É cediço que o exame do débito financiado em ação revisional,
intentada previamente à ação de busca e apreensão, é apto a
possibilitar o depósito mensal das importâncias entendidas como
devidas, conforme requerimento do devedor para fins de purgação
da mora, uma vez que não acarretará nenhum prejuízo aos
litigantes, em virtude da possibilidade de ser executada em
momento ulterior a diferença de valores porventura existentes, o
que impõe a manutenção da decisão ora adversada. 4 Recurso
conhecido e desprovido. (TJCE; AG
0628400-45.2014.8.06.0000/50000; Quinta Câmara Cível; Rel. Des.
Clécio Aguiar de Magalhães; DJCE 03/02/2015; Pág. 2)

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Ademais, é de toda conveniência revelar aresto no sentido da
possibilidade do valor incontroverso ser menor que aquele pactuado, a
saber:

REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. PRETENSÃO DO


AGRAVANTE À CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE PARCELAS
MENSAIS EM VALOR INFERIOR AO PACTUADO. POSSIBILIDADE.
ARTIGO 285-B, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. [CPC/2015, art. 330,
§ 2º]Discussão do contrato celebrado para efetuar depósito de valor
mensal menor que o pactuado, sem a inclusão de seu nome junto
aos órgãos de proteção ao crédito. Súmula nº 380 do STJ. Existindo
a mora, é direito do credor adotar as medidas cabíveis para evitar a
inconstitucional vedação de seu acesso à jurisdição. Inteligência
dos artigos 273 do CPC[CPC/2015, art. 294], 5º, inciso XXXV, da CF,
585, parágrafo 1º, do CPC e 43, parágrafos 1º e 4º, do CDC. Decisão
mantida. Recurso improvido, com ressalva. (TJSP; AI 2041259-
53.2014.8.26.0000; Ac. 7497668; Jundiaí; Vigésima Segunda Câmara
de Direito Privado; Rel. Des. Sérgio Rui; Julg. 10/04/2014; DJESP
22/04/2014)

APELAÇÕES CÍVEIS. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL DE CONTRATOS BANCÁRIOS
DIVERSOS.Admissibilidade recursal. 1.1. Tarifas bancárias.
Questão estranha ao contexto da lide, na medida em que ausente
discussão a respeito desse tema no presente feito. Matéria não
incluída na causa de pedir inicialmente deduzida pelo autor.

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Interesse recursal não evidenciado no ponto. Recurso do réu não


conhecido nesse tópico. 1.2. Comissão de permanência. A parte
não possui interesse recursal quando requer a reforma da decisão
para obter vantagem que já lhe foi concedida no pronunciamento
recorrido. Recurso do autor não conhecido no ponto. 2. Código de
Defesa do Consumidor. Aplica-se, na espécie, o Código de Defesa
do Consumidor. 3. Juros remuneratórios. 3.1. Inexiste abusividade
na cobrança de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano,
considerando os percentuais usualmente praticados no mercado.
Precedentes do STJ. 3.2. No caso concreto, devida a redução dos
juros à média do mercado financeiro em um dos cartões de crédito
controvertidos, por exceder significativamente à taxa média
divulgada pelo Banco Central do Brasil para operações de cheque

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especial, parâmetro observado, na espécie, por analogia. A respeito
do outro pacto em discussão, porque ausente documento que

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indique as taxas praticadas, os juros devem ser igualmente
limitados à taxa média de mercado registrada pelo BACEN. 4.
Capitalização de juros. 4.1. Conforme orientação do RESP nº
973.827/RS, para os contratos bancários posteriores à medida
provisória nº 1.963-17, publicada em 31 de março de 2000 (atual MP
nº 2.170-36/2000), admite-se a incidência da capitalização de juros
com periodicidade inferior a um ano, desde que expressamente
pactuada ou, ainda, se a taxa de juros anual for superior ao
duodécuplo da mensal. 4.2. Caso concreto em que é possível
verificar, nas cláusulas padronizadas dos cartões de crédito,
estipulação expressa de capitalização mensal dos juros, razão por
que se impõe mantê-la. No outro ajuste discutido, contudo, diante
da falta de informações sobre as taxas de juros e sua forma de
capitalização, admite-se apenas a capitalização anual dos juros,
que é a regra geral para os contratos bancários. 5. Comissão de
permanência. Somente é permitida a comissão de permanência
quando expressamente prevista e não cumulada com encargos
moratórios. Verificada a cobrança cumulativa, deve ser cobrada
unicamente a comissão de permanência, limitada à taxa contratada,
se for menor que a taxa média ou dela não discrepar
significativamente. Ausente demonstração de contratação da
comissão de permanência, inviável sua cobrança. 6. Repetição do
indébito/compensação. Se houve pagamento a maior, considerando
a solução tomada no processo judicial, são devidas a
compensação e a repetição do indébito, nos termos dos artigos 368
e 876 do CCB. 7. Inscrição em cadastros restritivos e mora.
Reconhecida a abusividade descaracterizada a mora do devedor,
ficando vedada a inscrição ou manutenção do seu nome em
cadastros de restrição ao crédito. 8. Depósito em juízo. Não há

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óbice à realização de depósitos de parcelas incontroversas pelo


autor, desde que por sua conta e risco e sem efeito liberatório.
Valores consignados que poderão ser posteriormente
compensados com o saldo a ser apurado em liquidação. Apelações
parcialmente conhecidas e, nessa extensão, providas em parte.
(TJRS; AC 0478544-39.2014.8.21.7000; Caxias do Sul; Vigésima
Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Eduardo Richinitti; Julg.
31/03/2015; DJERS 09/04/2015)

Com esse exato enfoque são as lições de Guilherme Rizzo Amaral, ad


litteram:

“Regra mais delicada é a inserida no § 3º, do art. 330, que prevê o

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dever do autor em continuar pagando o valor incontroverso no

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tempo e modo contratados. Sua interpretação deve ser restrita.
Nenhuma consequência advirá para o autor e sua ação revisional
caso ele deixe de pagar o valor incontroverso, especialmente
porque eventuais dificuldades financeiras não podem obstar o
acesso à via jurisdicional. O que a norma em comento determina é
que o simplesmente ajuizamento da ação revisional não serve para
justificativa para a suspensão da exigibilidade do valor
incontroverso.” (in, Comentários às alterações do novo CPC. São
Paulo: RT, 2015, p. 447)

De igual modo temos por desnecessário o pagamento de valores prévios


ao ajuizamento da ação revisional, o que se depreende do julgado
abaixo:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE REVISÃO DE


CONTRATO. INDEFERIMENTO DA INICIAL. EXTINÇÃO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. ARTIGO 285-B DO CPC.
COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DAS PARCELAS ANTERIORES
AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. PRESCINDIBILIDADE. QUESTÃO
QUE AFETA APENAS A AFERIÇÃO DA ELISÃO DA MORA PELA
PARTE AUTORA E NÃO AS CONDIÇÕES DA AÇÃO. ERROR IN
PROCEDENDO. SENTENÇA CASSADA.O artigo 285-b, caput, do
código de processo civil[CPC/2015, art. 330, caput] dispõe que. Nos
litígios que tenham por objeto obrigações decorrentes de
empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil, o autor
deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações

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contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o


valor incontroverso. Seu parágrafo 1º[CPC/2015, art. 330, § 1º]
acrescenta que. O valor incontroverso deverá continuar sendo
pago no tempo e modo contratados. 2. O referido artigo visa tão
somente obrigar a parte a apontar clara e precisamente a causa de
pedir das ações revisionais, declarando qual a espécie e o alcance
do abuso contratual que fundamenta sua ação, bem como explicitar
a inadmissão do depósito judicial do valor incontroverso das
obrigações contratuais. 3. Tal artigo, não impõe a comprovação do
pagamento das parcelas anteriores ao ajuizamento da ação ou o
mesmo o efetivo pagamento do valor incontroverso como condição
de procedibilidade da ação revisional. Caso assim o fizesse,
implicaria em nítida ofensa ao princípio constitucional do livre

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0806547-86.2019.8.12.0021 e o código 6A2CFF2.


acesso ao poder judiciário, previsto no artigo 5º, inciso XXXV da
Constituição Federal, pois impediria que o consumidor

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inadimplente e sem condições de promover o pagamento das
prestações contratadas, de discutir em juízo a legitimidade dos
valores que lhe estão sendo exigidos, por vícios insertos no
contrato em que a obrigação inadimplida foi convencionada. 4. A
não comprovação, do pagamento das prestações anteriores ao
ajuizamento da ação revisional de contrato bancário, e a ausência
de continuidade do pagamento dos valores vincendos tidos como
incontroversos, não sendo circunstância que possa mitigar o
direito constitucional de ação, resulta apenas na impossibilidade de
ser elidida a mora do consumidor, pelo simples ajuizamento da
pretensão revisional, não se tratando de circunstância que autorize
a extinção do processo sem o julgamento dos pedidos deduzidos
em juízo, volvidos a infirmar as disposições contidas no
instrumento contratual. 5. In casu, sendo desnecessária a
comprovação do pagamento das parcelas contratadas a fim de se
constatar as condições de procedibilidade da ação revisional de
contrato bancário ajuizada pela autora, a extinção do processo pelo
indeferimento da petição inicial representa error in procedendo,
devendo ser cassada a sentença recorrida. 6. Apelação conhecida e
provida. Sentença cassada. (TJDF; Rec 2014.09.1.019627-6; Ac.
846.624; Rel. Des. Alfeu Machado; DJDFTE 20/02/2015; Pág. 317)

Os pedidos formulados pela parte autora dizem respeito a reavaliação


das cláusulas contratuais abaixo informadas, as quais oneram
indevidamente o trato contratual. Oneram, releve-se, porquanto há
cobrança de juros (embutidos e disfarçados) no contrato de
financiamento e, mais, de forma capitalizada mensalmente.

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Registre-se, outrossim, que aludida capitalização de juros mensal, não


vem albergada por qualquer cláusula contratual entabulada entre as
partes expressamente.

De outro plano, pleiteia-se a exclusão da imputação da autora de todo e


qualquer encargo moratório, vez que o mesmo não deu azo à mesma.

Cláusulas contratuais

O Promovente almeja alcançar provimento judicial de sorte a afastar os


encargos contratuais tidos por ilegais. Nessa esteira de raciocínio, a
que:

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 afastar a cobrança de juros capitalizados mensais,
demonstrados no carnê, com juros moratórios acima de 1%

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mensal e cumulados com multa contratual .

 Afastar a multa contratual cumulada com os juros moratórios


excessivos por ultrapassarem o limite de 1% mês e 12% anual,
demonstrados no carnê mensal

 Afastar do índice de correção monetária IGPM o acréscimo de


2% a cada período tendo em vista que a correção deve incidir
somente pelo índice vigente IGPM. Clausula 2.3

Fundamento: ausência de ajuste expresso neste sentido.

 reduzir os juros remuneratórios;

Fundamento: taxa que ultrapassa a média do mercado.

 excluir os encargos moratórios excessivos por ultrapassarem o


limite de 1% mês e 12% anual;

Fundamento: o Autor não se encontra em mora, posto que foram


cobrados encargos contratuais ilegalmente durante o período de
normalidade.

Explicita-se que o quadro fático advém de uma relação contrato de


financiamento onde, no plano do direito, houver cobrança de encargos
indevidos, maiormente quando se trata de contrato de financiamento , e,
indevidamente, cobrou-se, sem lastro contratual e legal, juros
moratórios. Em verdade, deveria ser cobrada tão-somente uma
contraprestação em espécie.

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De outro contexto, esses mesmos juros (moratórios), foram capitalizados


mensalmente, sem também qualquer aporte legal e de forma excessiva,
o que fora aludido no tópico anterior.

Em arremate, a regra processual alvo análise nestas linhas,


praticamente repetindo a previsão estatuída no artigo 285-B do Código
Buzaid, traz consigo uma aberta colisão à preceitos constitucionais,
nomeadamente quanto ao acesso à Justiça.

Não ressoa dúvidas de que a disposição prevista no § 2º do artigo 330


do CPC de 2015 não apenas é incompatível com o sistema processual
democrático, como também se afigura materialmente inconstitucional,
por malferir o princípio da ordem econômica de proteção do consumidor
(art. 170, V) e mitigar o acesso à justiça em desrespeito ao disposto no

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art. 5º, inciso XXXV.

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DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

A parte Autora vem sofrendo dano irreparável desde o dia da assinatura


do contrato em referência, visto que este se encontra coberto de
cláusulas leoninas que ferem o ordenamento jurídico pátrio.

Trata-se de celebração de contrato de adesão, onde as cláusulas já


estavam previamente estabelecidas e com benefício exclusivo para o
agente financeiro. A prática abusiva gerou profundo desiquilíbrio
contratual.

Quais os efeitos do presente pedido de tutela jurisdicional que pretende


o autor seja objeto de antecipação parcial?

Os efeitos pretendidos são a não inclusão ou a exclusão do nome do


Requerente do SPC/SERASA, ate o deslinde da ação, bem como que a
manutenção do veiculo na posse do Requerente.

Ademais, cabe ressaltar que o Superior Tribunal de Justiça e esta Corte


Estadual já assentou entendimento de que a vedação da inscrição do
nome do devedor em órgãos protetivos de crédito poderá ocorrer
mediante o preenchimento de três requisitos, quais sejam:

a) ingresso de ação pelo devedor discutindo o valor integral ou parcial


da dívida;

b) verossimilhança das alegações quanto à ilegalidade dos encargos,


fundada em posicionamento consolidado dos Tribunais Superiores;

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c) depósito dos valores pactuados na avença ou prestação de caução


idônea determinada pelo magistrado.

No caso vertente, o Requerente propôs demanda revisional, visando a


revisão das clausulas contratuais, em consonância com as taxas de
juros legais aplicadas para o caso em questão, restando preenchido o
primeiro requisito.

Existem portanto a verossimilhança, conforme os fatos, argumentos e


provas acostadas nos autos, e, conseqüentemente o preenchimento do
segundo requisito.

No que tange o terceiro requisito, ressalta-se que o Requerente


pretende consignar os valores vencidos e vincendos, no decorrer do
processo.

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Outrossim, é sempre bom lembrar a insuperável lição de

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CALAMANDREI de que todos provimentos jurisdicionais existem como
"instrumento do direito material, que por intermédio deles atua".

Nos provimentos cautelares, porém:

"verifica-se uma instrumentalidade qualificada, ou seja, elevada,


por assim dizer, ao quadrado: eles são, de fato,
inquestionavelmente, um meio predisposto para a melhor eficácia
do provimento definitivo, que a sua vez é um meio para a atuação
do direito; isto é, são eles, em relação à finalidade última da função
jurisdicional, instrumento do instrumento". Vale dizer: os
provimentos cautelares nunca são um fim em si mesmos, e surgem
sempre "da existência de um perigo de dano jurídico, derivado do
atraso de um provimento jurisdicional definitivo (periculum in
mora)" . (CLAYTON MARANHÃO, Rev. Direito Processual - Genesis,
Curitiba, 1996, vol. I, p. 134).

A verossimilhança do direito invocado, ou fumus boni juris da Teoria


Geral das Cautelares, pode ser encontrada no conjunto das alegações
efetuadas pelo Requerente para a revisão do pacto, sobretudo no que
pertine à existência de cláusulas abusivas, leoninas e inconstitucionais.

O fumus boni iuris, são afirmações feitas pelas partes que possuam
fundamentos jurídicos que levam a acreditar serem verdadeiros e, neste
caso, decorre dos argumentos expendidos na inicial em conjugando-os
com os fundamentos esposados acima e, em especial, a aplicação dos
preceitos contidos no Código de Defesa do Consumidor, de caráter
público, possibilidade do hipossufíciente / consumidor discutir revisão do
contrato, prevenção de danos, facilitação de defesa e a salutar regra
ínsita no art. 83 do CDC e ainda mais o disposto no art. 5º, XXV, da

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CF/88 – "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito."

Tratando-se de tutela antecipatória urgente, deve ser possível o


sacrifício, ainda que de forma irreversível, de um direito que pareça
improvável em benefício de outro que pareça provável. Do contrário, o
direito que tem maior probabilidade de ser definitivamente reconhecido
poderá ser irreversivelmente prejudicado.

Em resumo, se não há outro modo para evitar um prejuízo irreparável a


um direito que se apresenta como provável, deve-se admitir que o juiz
possa provocar um prejuízo irreparável ao direito que lhe parece
improvável.

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Nestes casos deve ocorrer a ponderação dos bens jurídicos em jogo,

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aplicando-se o princípio da proporcionalidade, pois quanto maior for o
valor jurídico do bem a ser sacrificado, tanto maior deverá ser a
probabilidade da existência do direito que justificará o seu sacrifício.

O juiz poderá, a qualquer tempo, revogar ou modificar, em decisão


fundamentada, a tutela antecipada, de qualquer modo, haja ou não
liminar, prosseguirá o feito até final julgamento.

DA CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO EM JUIZO

Posto que, enquanto se discute judicialmente o débito, é plenamente


possível o devedor depositar mensalmente em juízo os valores que
entende incontroversos.

Assevera que a parcela se encontra onerosamente excessiva, pois são


aplicados juros exorbitantes, multa acima de 2%, anatocismo,
cumulação de comissão de permanência com outros encargos, além da
cobrança para emissão de boleto e outros mais, tudo, em desavença
com o Código de defesa do consumidor.

Ressalta que o deferimento para que a autora deposite os valores que


entende devidos não coloca em risco o pretenso crédito do requerido, já
que este é assegurado pelo valor que será depositado.

A questão do depósito de valores em autos de ações revisionais, depois


de alguma vacilação, vem sendo aceita pela jurisprudência deste
Tribunal de Justiça.

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De efeito, não se está, nestes casos, diante de depósito com força


liberatória , como se dá quando da ação de consignação em pagamento
,mas diante de aporte efetuado por conta e risco de quem o deposita, e
que tem sido visto tão somente como uma garantia do juízo e expressão
da boa-fé e interesse do devedor no pagamento.

Note-se algumas decisões a respeito:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE


FINANCIAMENTO. Preliminar de nulidade da decisão ora
vergastada afastada. Estando “sub judice” o débito, o credor deve
se abster de inscrever o nome do devedor nos cadastros de
proteção ao crédito, ou proceder ao descadastramento, acaso já
efetivado o ato. Admitido depósito de parcelas, por conta e risco,

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sem efeito liberatório. Havendo ação revisional, é admissível a
manutenção do pretenso devedor na posse do bem, enquanto

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tramitar o feito. Posição dominante, inclusive nos tribunais
superiores. Decisão monocrática. Improvido, de plano. (A. I. nº
70005791033, Segunda Câmara Especial Cível, TJRS, Relatora: Dra.
Cláudia Maria Hardt, julgado em 31/01/03).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AÇÃO


REVISIONAL DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. Viabilidade de
realização de depósito de valores sem efeito liberatório. Depósito
que não se confunde com aquele atinente à ação consignatória. 13ª
conclusão do CETARGS. Possibilidade de vedação de
cadastramento do nome do autor em banco de dados de consumo
e inadimplentes 11ª conclusão do CETARGS e precedentes do
Superior Tribunal de Justiça. Agravo parcialmente provido. (A. I. nº
599084332, Décima Terceira Câmara Cível, TJRS, Relator: Des.
Marco Aurélio De Oliveira Canosa, julgado em 08/04/99).

O Requerente requer em decorrência da discussão sobre a divida, a


consignação incidental de valores incontroversos, ainda que o montante
não alcance a totalidade do débito representado pela avença.

Ademais, é inconteste que há, no caso em foco, discussão acerca do


quantum dos encargos mensais, já que o Requerente pretende
demonstrar que os valores exigidos pelas requeridas possuem carga de
abusividade, tendo como norte a aplicação do CDC.

Além disso, permite a legislação em vigor, em especial, o art. 292, §§ 1º


e 2º, do Código de Processo Civil, a cumulação de pedidos para os
quais haja previsão de rito processual específico, desde que, para tanto,
seja observado o procedimento ordinário.

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Assim já decidiu o Tribunal de Justiça de Santa Catarina:

Em ação revisional de cláusulas de contrato financeiro cabível é o


depósito incidental dos valores não controvertidos. Esse depósito
tem a sua validade e eficácia condicionadas à solução que vier a
ser, a final, emprestada ao pleito principal. Acolhido este, o
depósito subsistirá, tendo, então, efeitos liberatórios.
Inversamente, desprocedente o pedido revisório a consignação
incidente não surtirá os efeitos pretendidos pela devedora,
fazendo-se inconsistente. (AI n. 2003.000512-9 Em ação revisional
de cláusulas de contrato financeiro cabível é o depósito incidental
dos valores não controvertidos. Esse depósito tem a sua validade e
eficácia condicionadas à solução que vier a ser, a final, emprestada
ao pleito principal. Acolhido este, o depósito subsistirá, tendo,

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então, efeitos liberatórios. Inversamente, desprocedente o pedido

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revisório a consignação incidente não surtirá os efeitos
pretendidos pela devedora, fazendo-se inconsistente. (AI n.
2003.000512-9 . Rel. Des. Trindade dos Santos).

Nesta mesma esteira, em decisão monocrática proferida no RESP


471009, em 18.08.03, assinalou o eminente Ministro Ruy Rosado de
Aguiar, quando compunha o Superior Tribunal de Justiça:

[...] Depósito incidental das parcelas. Estando em curso a relação


negocial, de trato sucessivo, há de ser admitido o depósito
incidental das prestações em vencimento, no valor em que o
pretendente à revisão entenda devido, afastando-se o
inadimplemento até a decisão da causa [...].

Deve-se reconhecer, todavia, que diante do permissivo do art. 292 do


CPC, mostra-se perfeitamente admissível a cumulação do pedido
consignatório com os outros pedidos diferentes, num mesmo processo,
desde que, desprezado o rito especial da ação de consignação em
pagamento, e verificada a unidade de competência, observe-se o
procedimento ordinário (Curso de Direito Processual Civil. v.III, 22. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 20).

Admissível, portanto, a consignação judicial de valores, no curso da


ação que cumula pedido de revisão de cláusulas contratuais, desde que
observado o procedimento ordinário, consoante ocorre no caso em
comento.

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Tecidas tais digressões, requer-se a autorização para o deposito de


valores nestes autos, atribuído a cada parcela do financiamento, por
entender ser este o valor incontroverso, e eventual diferença deve ser
apurada no curso da ação principal, não havendo prejuízo ao credor,
pois receberá o valor do crédito.

DA MANUTENÇÃO DA POSSE

Como já visto, há sério dissenso entre Requerente e a Requerida quanto


ao valor do contrato, sendo certo que o Requerente pretende a revisão
das parcelas devidas, tendo em vista a cobrança ilegal de juros e a
capitalização dos mesmos, onerando excessiva e unilateralmente o
contrato, além da irregularidade quanto à sistemática utilizada pela
Requerida para amortizar o saldo devedor, certo que, em sua

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atualização, em vez de diminuir a dívida financiada, acaba por aumentá-
la em patamares insuportáveis.

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De modo que pretende o Requerente seja antecipada a tutela
jurisdicional também, para assegurar em suas mãos e a posse do bem
até que seja revisado o contrato, considerando o FUNDADO RECEIO
DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO,
consubstanciado na efetiva possibilidade de ver-se a Requerente
privada da posse dos veiculo, bem como em razão da RELEVÂNCIA DO
FUNDAMENTO DE DIREITO, ora deduzido, consistente na alegação
comprovada por planilha de calculo de que, observados os limites legais,
a Requerente pretende consignar mensalmente os valores que
realmente são devidos .

Será reconhecida por todos como decisão justa e altamente razoável,


aquela que permita que o Requerente permaneça na posse do bem até
que seja definitivamente julgada a presente ação, com a efetiva
ocorrência da coisa julgada material, pois não é correto imaginar que a
parte que tem a sua pretensão em andamento no judiciário possa sofrer
enorme prejuízo antes do deslinde final da demanda. Garantia
constitucional como a da amplo acesso ao Judiciário, não pode ser
vilipendiada de forma tão violenta.

Nem se diga que entendimento jaez seria prejudicial à parte adversa,


pois é sabido que o mesmo trabalha com DINHEIRO e, não, com
automóveis.

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Os ajuizamentos de demandas possessórias por parte da ré, conforme é


de todo sabido, serve, única e exclusivamente, para pressionar
indevidamente o suposto devedor, por que é evidente que o bem
propriamente dito não interessa à ré, que está atrás, isto sim, de receber
aquilo que ilicitamente faz parte de seus cálculos (OBSERVE-SE QUE A
DEMANDA AJUIZADA NÃO REVELA, OBVIAMENTE, SITUAÇÃO DE
PURA NEGATIVA DO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES
ASSUMIDAS).

Cuida-se, isto sim, de procurar proteção jurisdicional à uma situação de


estremada injustiça e evidente lesão, que não pode ser omitida da
apreciação do Poder Judiciário.

A solução justa, no caso, é o exame do periculum in mora inverso. Se a

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devedora é possibilitada, como antes explanado, a mais ampla defesa,
posto que assim o dispõe a Constituição Federal, afigura-se plausível

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que justo mesmo será que o bem seja mantido em mãos da devedora,
até que, ao final, com o trânsito em julgado - coisa julgada material , seja
decidido a quem caberá, em razão das discussões que poderão advir
com a contestação a ser formulada.

DA RESTRIÇÃO EM INSERÇÃO DO NOME NOS ORGÃOS DE


PROTEÇÃO AO CRÉDITO

Os efeitos nefastos de tais expedientes são arrasadores, sendo certo


que, principalmente em relação ao SCPC, há mais de uma modalidade
de registro negativo, de comunicação interbancária: muitas vezes,
mesmo após a satisfação do suposto crédito,, o registro da antiga
restrição não é de imediato cancelado e vem a persistir, embaraçando o
antigo devedor na iminência de celebrar novo negócio financeiro.

É por demais injusto que as instituições financeiras e empresas como as


requeridas possam concentrar tanto poder sobre a vida creditícia dos
financiados, é este um motivo a mais para quebrantar o ânimo dos
devedores quanto à discussão dos valores inescrupulosamente exigidos.

Aqueles que se encontram na posição do Autor, e buscam o amparo do


Poder Judiciário, virão a sofrer maiores prejuízos financeiros e morais
ante a lentidão e morosidade da máquina judiciária. E para sanar
situações como esta é que o legislador criou a possibilidade de
antecipação da tutela pretendida.

Leve-se em considerações, ainda que nossos Tribunais, através de


decisões, também têm repudiado tal procedimento das instituições
financeiras, tal como o ora praticado pela Ré contra a Autora

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E, dentre todas, e para evitar maior delongas, eis:

CENTRAL DE RESTRIÇÕES NEGATIVAÇÃO JUNTO ÀS


INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS COAÇÃO INDEVIDA LIMINAR
MANTIDA. "Estando em discussão a legitimidade do crédito,
correta a decisão que manda sustar a negativação do devedor junto
à central de Restrições e que o impede, na prática, a qualquer
operação bancária e comercial. Precedentes da Câmara a respeito
do CADIN. Aplicação do art. 42 do Código de defesa do
Consumidor. Al. N. 195.155.551m da 4a Câm. Civ. Do E. TACRS, j.
em 14.12.95, Rel. Dr. Noacir Leopoldino. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CADASTRO RESTRITIVO DE CRÉDITO."Enquanto
discute-se o título e seus valores, não pode ser considerado o
devedor inadimplente, razão pela qual mantém-se a decisão que,

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liminarmente, proibiu o agravante de fazer constar o agravado nos

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cadastros restritivos de crédito". Al n. 196.213.938, 3a Câm. Civ. Do
E. TACRS, Rel. Gaspar Marques Batista.

Considere-se ainda, que o Autor está sendo vítima de crime de usura


como se demonstrará no curso da lide não podendo sofrer prejuízos por
causa da atividade ilegal da Ré. E, ela goza de excelente reputação e
seu bom nome comercial é ilibado, busca, pois, socorro ante esta Corte,
em se levando em consideração a existência de investida inescrupulosa
por parte da Ré poderá trazer danos ao bom nome do demandante, e o
seu nome é o maior patrimônio, jamais poderá sofrer qualquer abalo.

Impõe-se , no caso vertente, antecipação da tutela que deve


compreender dito objeto da relação contratual em apreço, até que fique
definidamente fixado o quantum debeatur, determinando que a Ré se
abstenha de efetuar e/ou providencie o cancelamento de imediato
qualquer tipo de lançamento ou restrição junto ao SCPC, SERASA-
Banco central e Cartório de Protesto em seu nome e do seu
avalista,tendo em vista não pairar qualquer resquício duvidoso quando
ao direito ora requerido, pois a demora na solução da demanda,
acarretará, como já vem ocorrendo, dano irreparável o Autor, por se
achar impedido de efetuar quaisquer transação comerciais/ financeiras.

DO VALOR INCONTROVERSO

É inconteste no caso em foco, a discussão acerca do quantum dos


encargos mensais( parcelas) que de sobremaneira são onerosas, onde
se pretende demonstrar que os valores cobrados anualmente pelos

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requeridos, são indevidos, dado a carga de abusividade tendo como


norte a aplicação do CDC.

Certo é que se não tivesse sido imposto pelos requeridos o acréscimo


de 2% sobre o índice de correção IGPM, a prestação mensal seria a
menor, tendo em vista que se somente corrigidas pelo índice, as
prestações atualmente seriam no de R$ 446,02( Quatrocentos e
quarenta e seis reais e dois centavos ) e NÃO de R$ 514.00(
quinhentos e quatorze reais) como vem sendo cobrado da parte autora,
ou seja mensalmente a diferença é de R$ 67,08( sessenta e sete reais e
oito centavos) e anualmente a diferença é de R$ 815,76( oitocentos e
quinze reais e setenta e seis centavos) o que equivale a
aproximadamente 20% a mais do permitido legalmente, valendo-se de
correção indevida vem enriquecendo os requeridos em detrimento da

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parte autora, conforme planilha de cálculos abaixo.

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Dados básicos informados para cálculo

Descrição do cálculo

Valor Nominal R$ 286,00

Indexador e metodologia de cálculo IGP-M - (FGV) - Calculado pro-


rata die.

Período da correção 12/11/2011 a 1/10/2019

Dados calculados

Fator de correção do período 2880 dias 1,559506

Percentual correspondente 2880 dias 55,950577 %

Valor corrigido para 1/10/2019 (=) R$ 446,02

Sub Total (=) R$ 446,02

Valor total

(=)

R$ 446,02

Nesta ordem, nada obsta que a parte autora promova o deposito da


importância que entende devida, afastando –se os efeitos da mora ate a
decisão da causa, caso sejam promovidos em quantia plausível e na

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periocidade correta, em consonância com as datas previstas para


vencimento de cada prestação, não trará prejuízo a nenhuma parte.

DOS DIREITOS

DA RESPONSABILIDADE DO LOTEADOR- NÃO REALIZAÇÃO DAS


OBRAS DE INFRA ESTRUTURA- VIOLAÇÃO A CLAUSULA
CONTRATUAL 8.1

No caso em análise, o loteador procedeu ao parcelamento da área em


questão sem atentar a qualquer critério urbanístico, em total desacordo
com o disposto na Lei nº 6766/79 e na legislação municipal, transferindo
os custos da implantação do empreendimento aos adquirentes dos lotes
e à coletividade, pois, depois de receber os valores pactuados, deixaram
de efetuar a regularização.

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A responsabilidade do parcelador advém da Lei nº 6.766/79, ao dispor

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que lhe cabe a regularização do loteamento e a reparação dos prejuízos
causados aos compradores de lotes e ao Poder Público (artigos 38 e
47), porque ofenderam normas de ordem pública e atingiram o
patrimônio de terceiros de boa-fé, praticando, inclusive, o delito previsto
no artigo 50, inciso I, da Lei nº 6.766/79.

Além disso, as normas gerais de regência da chamada responsabilidade


civil aquiliana devem incidir sobre a conduta dos loteadores, pois:

1) por ação voluntária, eles violaram direitos e causaram prejuízos a


terceiros (aos adquirentes, porque lhes alienaram porções de terra não
registráveis como lotes, sem possibilidade de aprovação das
edificações; e à coletividade, porque o núcleo residencial formado pelo
desmembramento constitui foco de degradação ambiental e fere as
posturas urbanísticas), obrigando-se, por consequência (e
solidariamente), à reparação dos danos (arts. 186, 927 e 942,todos do
Código Civil);

2) respondem pela prática de atos nulos, por terem celebrado contratos


com objetos escancaradamente ilícitos – alienando lotes sem o prévio
registro do loteamento (arts. 104, c/c 166, II, ambos do Código Civil +
art. 37 da Lei 6.766/799)–, haja vista que a existência jurídica

do lote (bem jurídico contratual), como dito linhas atrás, só se opera com
o registro do loteamento no ofício predial, antes do que a gleba
dividenda permanece intacta;

3) são (os loteadores) considerados agentes poluidores (art. 3º, IV, Lei
6.938/8110), na medida em que agiram de maneira eficiente para a
implantação do combatido desmembramento clandestino (foco de

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degradação ambiental), devendo, portanto, responderem objetivamente


pelos danos ao meio ambiente (Lei 6.938/81, art. 14, § 1º), bem como
pela poluição (art. 3º, III, Lei 6.938/8111) – oriunda, principalmente, da
ausência de rede de esgoto e de sistema de captação de água – por
eles causada.

A jurisprudência, de igual forma, pacificou-se no sentido de que:

(...) É dever do loteador prover o loteamento da necessária


infraestrutura básica antes de comercializar os lotes, conforme se
extrai do art. 2º, §§ 5º e 6º, Lei nº 6.766/79. (...)(Agravo de
Instrumento nº 60061-7/180 (200704808379). 3ª Câmara Cível do
TJGO, Rel. Des. Felipe Batista Cordeiro. Julgamento unânime
proferido no dia 03/03/2009).

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(...) De acordo com o art. 4º da Lei nº 6766/79, é dever do loteador a

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implantação efetiva dos equipamentos urbanos comunitários
definidos no parágrafo único do art. 5º, da mesma Lei. (...). (Recurso
nº 8935-7. Rel. Des. Felipe Batista Cordeiro. 3ª Câmara Cível do
TJGO. DJ 14309 de 12/07/2004).

Dessa forma, não há que se questionar a legitimidade concorrente dos


réus (loteadores e Município) para ocupar o pólo passivo da demanda
ora proposta, a teor do que se vê abaixo:

ILEGITIMIDADE "AD CAUSAM". LEGITIMIDADE PASSIVA.


MUNICIPALIDADE.LOTEAMENTO. IRREGULARIDADE. Ação civil
pública promovida pelo Ministério Público contra os loteadores e a
Municipalidade de São Paulo. Alegação de ilegitimidade passiva
desta. Preliminar acolhida. Inadmissibilidade. Entendimento
jurisprudencial, reiteradas vezes sufragado pelo colendo Superior
Tribunal de Justiça , no sentido da concorrente legitimação passiva
dos municípios, ara, dada a sua competência para promover o
adequado ordenamento territorial urbano, regularizar loteamentos
clandestinos ou irregulares, na omissão dos loteadores. Decisão
reformada. Recurso provido. (Agravo de Instrumento nº 465.495-4/4-
00, 2ª Câmara de Direito Privado do TJSP, Rel. José Roberto
Bedran. j. 27.03.2007, unânime).

Logo, a presente ação tem por finalidade compelir o loteador a


regularizar o loteamento clandestino, já consolidado, para viabilizar que
os promitentes-compradores possam adquirir a propriedade dos lotes.

DA REGULARIZAÇÃO DO LOTEAMENTO- AUSÊNCIA DE


INFORMAÇÃO AO ORGÃO COMPETENTE REGISTRAL DE QUE HÁ

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UMA ALIENAÇÃO NO IMOVEL EM FAVOR DO AUTOR DA


DEMANDA

Com base nos elementos colhidos nos autos infere-se que se trata de
parcelamento do solo possível de ser regularizado.

Conquanto a Lei de Parcelamento do Solo Urbano estabeleça diversas


exigências para a implementação de loteamento ou desmembramento,
visando a facilitar a regularização de parcelamentos ilegais do solo já
consolidados.

Assim, no presente caso, estando a maioria dos lotes ocupados,


inclusive com edificações, e NÃO tendo sido implementadas obras de
infra-estrutura, salvo melhor juízo, trata-se de situação consolidada,
razão pela qual a regularização do empreendimento pelo ELDORADO

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melhor se amolda à hipótese vertente.

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Neste prisma, percebe-se que o direito social à moradia somente se
realiza quando observado o princípio da dignidade da pessoa humana. A
habitação digna consiste naquela que possui acesso aos serviços
públicos básicos como água, luz, esgoto, com segurança jurídica
preservada pela existência e titulação da propriedade do bem imóvel, e
segurança física, ou seja, que não esteja em área de risco.

Diante destes relatos, tem-se que os dois primeiros demandados


criaram em Tres Lagoas, um loteamento notoriamente clandestino, haja
vista que tal parcelamento do solo não foi devidamente aprovado pelo
Município, nem registrado perante o Cartório de Registro de Imóveis da
cidade.

Em decorrência da forma ilegal e irregular como os denunciados


deflagraram o parcelamento do solo, vários prejuízos vêem sendo
causados aos adquirentes dos lotes, que não conseguem registrar os
imóveis pelos quais desembolsaram significativas quantias monetárias.

Ressalte-se que os adquirentes, em regra, são pessoas humildes (com


baixíssimo poder aquisitivo) que, na maioria dos casos, tiveram que
investir todas as economias juntadas durante anos para concretizar o
“sonho da casa própria”.

Finalizando este item, importa consignar que o Município de Três


Lagoas, por sua vez, desde sempre, demitiu-se do dever de tomar as
providências necessárias no afã de contornar o problema, apesar de ter
pleno conhecimento da existência do loteamento clandestino “Jardim
Brasília II” que, como muitas vezes aqui afirmado, não conta sequer com
a mais comezinha REGULARIZAÇAO básica.

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Desta forma, considerando a possibilidade de ser efetuado o


parcelamento da área loteada clandestinamente, o objeto da presente
ação civil consiste na obrigação de fazer a ser imposta ao loteador, para
que procedam à regularização fundiária/registral dos lotes que compõem
o loteamento, ou ao menos do lote objeto da lide de propriedade e posse
do auto, já que não consta na matricula atualizada do imóvel o
instrumento de compra e venda, informando a venda entre os litigantes
,sendo que deveria constar na referida matricula do imóvel o nome do
autor comprador/ fiduciante, é o que se roga.

APONTAMENTOS JURIDICOS SOBRE A RES IN JUDICIO DEDUCTA

A Lei Federal nº 6.766/79 estabelece exigências quanto à execução de


qualquer parcelamento do solo, para fins urbanos, dentre as quais se

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destacam: a) a aprovação pela Prefeitura (art. 12); b) a efetivação do
registro especial (art. 18); c) a elaboração de contrato padrão contendo

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cláusulas e condições protetivas (arts. 25-36); d) estar a gleba situada
fora das áreas de risco ou de proteção ambiental (art. 3º, parágrafo
único), e em zona urbana ou de expansão urbana, sendo imperiosa a
prévia audiência do INCRA, quando houver a alteração de uso do solo
rural para fins urbanos (arts. 3º, caput, e 53); e) a execução de obras de
infraestrutura (arts 2º, § 5º, e 18, V).

As limitações de ordem pública relativas a uso e ocupação do solo, a


arruamento, salubridade, segurança, funcionalidade e estética da
cidade, destinam-se a propiciar melhor qualidade de vida à população.
Tais preceitos atendem à coletividade como um todo, pois preservam os
recursos naturais destinados ao conforto da população, disciplinam a
utilização dos espaços habitáveis e, para o bem-estar geral, consagram
os critérios de desenvolvimento do Município.

A desordenada ocupação do solo, resultante da não-observância às


normas urbanísticas, traz como consequências graves problemas para o
adequado ordenamento das atividades no espaço urbano,com
comprometimento da qualidade de vida e do meio ambiente, podendo-se
citar, à guisa de exemplo, os seguintes gravames: a) a desarticulação do
traçado viário interno do parcelamento com as vias oficiais prejudica a
circulação de pessoas e coisas difusamente consideradas, e não só os
moradores de um bairro; b) as vias públicas de um loteamento, abertas
sem observância das posturas municipais relativas à largura, inclinação
e ao seu tamanho, prejudicam, por exemplo, o atendimento do novo
bairro pelo serviço de transporte coletivo e coleta regular do lixo, já que
as estreitas ruas não permitem a circulação de veículos; c) a falta de
pavimentação de uma rua provoca a erosão do solo, dificulta o tráfego e
pode gerar o desmoronamento das casas; d) a inexistência de rede

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coletora de esgoto dá lugar ao lançamento de esgotos in natura em


córregos, poluindo cursos d’água e rios, contribuindo para a
disseminação de doenças de veiculação hídrica; e) a falta de sistema de
captação e drenagem de águas favorece o aparecimento de focos de
doenças e contribui para o processo de erosão dos solos; f) a
impermeabilização dos terrenos impede a recarga do lençol freático e
ocasiona a concentração das águas no solo, provocando enchentes, o
que acaba por afetar a circulação, a habitação e a saúde pública; g) a
não-observância das normas edilícias que estabelecem afastamentos
frontais e laterais dos imóveis impede a circulação do ar e a iluminação
das residências e dificulta ou impede a implantação de equipamentos
urbanos (sistema de rede de água e esgoto, gás canalizado etc) pelo
poder público, quando os imóveis são construídos no alinhamento da
via; h) a invasão de áreas públicas reservadas nos loteamentos para

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praças, parques, espaços livres, áreas verdes e institucionais impede a

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fruição desses espaços pela coletividade e impede o poder público de
proporcionar meios de lazer e de implantar equipamentos comunitários,
a exemplo de postos de saúde e escolas, obrigando a população ali
residente a grandes deslocamentos para atendimento de suas
necessidades básicas, etc;

Assim, a obediência ou a ofensa aos padrões urbanísticos


necessariamente projeta seus efeitos por toda a parte, alcançando
indiscriminadamente quem more ou, eventualmente, transite pela
cidade. Está em causa a defesa de condições adequadas para a vida
coletiva, instaurando-se entre os possíveis interessados “tão firme união
que a satisfação de um só implica de modo necessário a satisfação de
todos; e, reciprocamente, a lesão de um só constitui, ipso facto, lesão da
inteira coletividade”.

Vale ressaltar, nessa toada, que será considerado clandestino o


parcelamento do solo urbano não aprovado pelo poder público e/ou não
registrado no cartório de registro de imóveis. A clandestinidade do
empreendimento impede que os adquirentes promovam a necessária
matrícula de seus lotes no competente cartório de registro de imóveis.

Ressalte-se, por necessário, que consoante o conceito legal, lote é “[...]


o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões
atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei
municipal para a zona em que se situe” (art. 2º, § 4º, da Lei nº
6.766/79).

Ora, se o lote não atende aos índices urbanísticos, tampouco é servido


de infra estrutura básica (de acordo com o conceito acima transcrito),
sequer pode ser considerado lote para efeitos jurídicos, não sendo

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passível de registro e matrícula em cartório, e muito menos de


edificação regular, já que não é dado ao poder público autorizar
edificações urbanas sem obediência aos critérios legais.

Fincadas estas premissas, nota-se facilmente que o loteamento


“ELDORADO” não atende às normas urbanísticas impostas pela
legislação. Exatamente por isso, ganha especial relevo a
responsabilização civil-ambiental dos réus (loteadores, por ação direta,
na implantação do loteamento; ente político, por omissão e má atuação
na fiscalização e coibição do parcelamento clandestino) pela
regularização do loteamento e pela reparação dos correlatos prejuízos
(aos adquirentes dos lotes juridicamente inexistentes e não-passíveis de
utilização urbana em condições dignas; e à coletividade, por suportar
foco de poluição e degradação da qualidade de vida urbana, com o

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adensamento ilegal).

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DA APLICABILIDADE DO CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

A relação jurídica em questão trata-se de uma relação de consumo, já


que os autores adquiriram o imóvel mencionado da ré (construtora -
fornecedora) para ali constituírem sua moradia.

Assim, a relação jurídica ora em tela é perfeitamente enquadrável ao


Código de Defesa do Consumidor (Lei n0 8.078/90), de acordo com o
que se pode inferir de alguns de seus dispositivos:

"Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços".(grifos nossos)

"Art. 2º - . Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire


ou utiliza produto ou serviço como destinatário final."

Nesse sentido, fica clara a relação de consumo entres as partes, já que


a ré encaixa-se perfeitamente no conceito de fornecedor e os autores no
de consumidor. Portanto, as regras do CDC devem ser aplicadas no
presente caso.

O Superior Tribunal de Justiça possui posicionamento cerrado quanto à


questão, admitindo a aplicação das regras de defesa ao consumidor nos
casos de financiamento de bem imóvel, tanto quando negociado
diretamente com a construtora quanto quando com a instituição
financeira, vejamos:

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Contratos para aquisição de unidades imobiliárias. ENCOL.


Gravame hipotecário. Código de Defesa do Consumidor. Pré-
questionamento. 1. Já decidiu a Corte que o Código de Defesa do
Consumidor incide nos contratos de compra e venda em que a
incorporadora se obriga à construção das unidades imobiliárias,
mediante financiamento. 2. A identificação da abusividade da
cláusula que impôs a possibilidade do gravame hipotecário sobre
os imóveis vendidos tem força para impedir o conhecimento do
especial, considerando a jurisprudência da Corte. 3. Sem o devido
pré-questionamento da Lei n0 4.591/64, não passa o especial sobre
o tema dos documentos necessários como condição prévia à
negociação das unidades autônomas. 4. O dissídio, apenas com a
transcrição das ementas e sem a confrontação analítica, não

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revelando se tratada a questão da abusividade das cláusulas, sob a
égide do Código de Defesa do Consumidor, não pode colher êxito.

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(STJ - RESP 555763/DF; Recurso Especial 2003/0095816-4. Mm.
Carlos Alberto Menezes Direito. Terceira Turma. Julgado em
18.12.2003. Publicado em DJ 22.03.2004, p. 305) (grifos nossos)

Destarte, inúmeras foram as ilegalidades cometidas pela ré, dentre as


quais destacamos algumas delas, mormente no tocante à imposição de
cláusulas abusivas, severamente repreendidas pela lei protetiva do
consumidor:

"Art. 51: São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

[...]

IV- estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que


coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

[...]

§1º: Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

[...]

II- restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à


natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o
equilíbrio contratual;

III- se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,


considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso".

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Este documento é copia do original assinado digitalmente por FERNANDA LAVEZZO DE MELO e PROTOCOLADORA TJMS 1. Protocolado em 17/10/2019 às 16:23, sob o número 08065478620198120021,
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Destarte, a presente relação contratual é tipicamente de adesão, uma


vez que não foi concedida aos autores a oportunidade de discussão das
cláusulas contratuais.

Realmente, é da própria essência dos contratos celebrados com


Construtoras a apresentação por parte desta de cláusulas já prontas,
cabendo à parte contratante apenas aderir a elas, sendo que, em virtude
desta característica peculiar destes pactos, ao CONTRATANTE não é
oferecida qualquer possibilidade de manifestação de vontade quanto ao
teor das cláusulas.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0806547-86.2019.8.12.0021 e o código 6A2CFF2.


O Código de Defesa do Consumidor em seu art. 54 traz em seu bojo a
definição de contrato de adesão:

e liberado nos autos digitais por Sérgio Augusto Tormena, em 17/10/2019 às 17:01. Para acessar os autos processuais, acesse o site
"Art. 54: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que
o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo."

Outrossim, a repressão à desinformação sobre o cobrado, sem a devida


demonstração da origem do débito, à abusividade da imposição da
confissão de dívida, sua respectiva modificação para estabelecer a
proporcionalidade econômico-financeira que existia no início do pacto,
bem como sua reparação invocando a tutela jurisdicional e a inversão do
ônus da prova constituem-se alguns dos direitos básicos do consumidor
e totalmente aplicados ao presente caso, in verbis:

"Art. 6º: São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e


serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentam;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos


comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
serviços;

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V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e


morais, individuais, coletivos e difusos;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência."

Ainda, há disposição expressa do CDC, no artigo 51, IV, que considera


nulas de pleno direito as cláusulas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com a

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boa-fé e a equidade.

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Por outro lado, o inciso V do artigo 6º do CDC, defere ao consumidor o
direito básico de ver modificadas cláusulas contratuais que estabelecem
prestações desproporcionais, ou a revisão das cláusulas em razão de
fatos supervenientes, que as tornem excessivamente onerosas. A
violação de tais princípios contribui para eivar de ilegalidade e
imoralidade da conduta da ré.

Com efeito, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor veio


consagrar no direito positivo pátrio o princípio de há muito adotado pela
teoria dos contratos, no sentido de obstar a que uma das partes obtenha
vantagem exagerada às custas de injustificada oneração da outra,
decaindo em prestígio excessivo, de vez que não lhe socorre o poder de
negociar, com o outro impondo condições que violam, inclusive o
princípio da boa-fé e da função social do contrato.

Na lição de Carlos Alberto Bittar:

"Um dos pontos de maior alcance na teoria contratual está na


influência da moral, que informa a correspondente base,
suscitando a formulação de diversos institutos protetivos de
interesses de contratantes atingidos por ações não compatíveis
como direito, sejam internas, ou externas, as relações negociais.
Conjuga-se, assim, preceitos morais e jurídicos na prossecução
dos ideais de justiça que animam o grupo, invocáveis pelas partes

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na solução de conflitos e dissenções que se estabeleçam, como


verdadeiros mecanismos jurídicos de tutelas de interesses
negociais, como por exemplo: o princípio da boa-fé; a cláusula
rebus; a escala móvel; a vedação do enriquecimento sem causa, e
outras tantas."(grifos nossos).

Assim, como visto, plenamente aplicável o Código de Defesa do


Consumidor

DO CABIMENTO DA REVISAO CONTRATUAL

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Assim dispõe o art. 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor:

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Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

V- a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas". (grifos
nossos)

Portanto, é perfeitamente possível revisar ambos os contratos em


questão, visto que a ré utilizou-se de expedientes abusivos e ilegais para
tentar auferir o recebimento de seu suposto crédito, impondo-se a
modificação dos valores que atribui como saldo devedor. Faz-se
necessária a revisão dos contratos ab initio, conforme disposições legais
acima mencionadas, para que assim seja apontada a realidade
econômica-financeira correta do presente contrato, em consonância com
a lei, a jurisprudência e a doutrina atualmente aplicáveis.

DO ÔNUS DA PROVA

Observe-se que o ônus da prova, em casos tais como o "sub judice", ao


teor do artigo 6º, inciso VIII, da Lei número 8.078/90, cumpre ao agente
mais forte, ou seja, à ré, uma vez que os documentos probatórios do
contrato e dos lançamentos escorchantes, indispensáveis à perícia,
encontram-se nos seus livros e arquivos. E o agente cobrador, sem
dúvida alguma, tem o dever de explicar de forma induvidosa, todos os
lançamentos feitos, como, aliás, já decidido pela Colenda ~a Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, relator o eminente

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Desembargador Décio Antonio Erpen, assentando que: "a exata posição


do devedor frente ao credor deve ser cristalina e apresentável a todo o
momento, sem subterfúgios"

A caracterização do requerido como fornecedor infere-se das


disposições do "caput" e § 2º do artigo 3º do Código de Defesa do
Consumidor. E, indiscutível a posição de consumidor, ocupada pelos
autores na relação, uma vez que tomadora final do produto, como já
referido acima. Impõe-se, desta forma, seja aplicada a norma geral
contida no artigo 51, inciso IV, da mesma Lei, em benefício desses,
como forma de restabelecer a equidade, a boa-fé, a justiça contratual,
ante a manifesta desvantagem do consumidor, repetindo-se o indébito

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(artigo 42, § único do CDC), de vez que é vedada a cobrança indevida.

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No presente caso, ressalta-se a imposição da inversão do ônus da prova
e a necessidade da ré comprovar a origem do valor cobrado no
instrumento de confissão de dívida, haja vista que proporcionaram uma
vantagem excessiva à ré em detrimento ao patrimônio dos autores.

Por isso, deve ser invertido o ônus da prova, haja vista a


hipossuficiência dos autores em relação à ré. Nesse sentido entende o
Tribunal de Justiça do Paraná:

"Decisão: acordam os desembargadores integrantes da Sexta Câmara


Cível do Tribunal de Justiça do Estado do recurso. Ementa: apelação
cível - ação de indenização por perdas e danos - contrato de
compromisso de compra e venda - lote pertencente a terceiro - teoria da
aparência - venda realizada por quem aparentava ter poderes para
realizar o ato negocial - relação de consumo - inversão do ônus da prova
-inteligência do artigo 6., VIII, do Código de Defesa do Consumidor -
pagamento do imóvel realizado a vista configuração do dano - recurso
não provido - decisão por maioria de votos. - o Código de Defesa do
Consumidor, em seu artigo 6, inciso VIII, estabelece uma exceção a
regra geral, permitindo ao juiz inverter o ônus da prova em favor do
consumidor para o fim de facilitar a defesa de seus direitos em Juízo,
quando presentes seus requisitos da hipossuficiência ou
verossimelhança de sua alegação. - se firmado contrato de compra e
venda de imóvel com pessoa que se apresenta como representante da
construtora e que, entretanto, não tem poderes para a pratica de tal ato,

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mas age como se tivesse, inclusive fornecendo contrato e exercendo


atividade habitual em escritório cuja fachada indica como sendo da
empresa, deve ser aplicada a teoria da aparência ante a evidencia boa-
fé do prejudicado. (TJ/PR. Processo n0 123467500. Acórdão n0 10118.
Rei. Des. Antônio Lopes de Noronha. 6ª. Câmara Cível. Julgado em
20.11.2002) (grifos nossos)

DA FORMA ILEGAL DA APLICAÇAO DA TABELA PRICE E A


CARACTERIZAÇAO DA CAPITALIZAÇAO DE JUROS

Nos financiamentos imobiliários é vedado a capitalização dos juros, que


no caso em tela, é decorrência da utilização da Tabela Price. A
Capitalização, segundo o IBEDEC, infla o preço pago pela parte Autora

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em mais de 20% no preço final do imóvel.

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Nota-se como a jurisprudência tem se pronunciado sobre este assunto,
citamos o voto na Apelação Cível Nº 70028685964, Décima Nona
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Francisco
Pellegrini, Julgado em 30/03/2010:

O sistema Price, embora haja entendimentos em sentido contrário, é


aquele em que cada prestação mensal é calculada de maneira que parte
dela paga os juros e parte amortiza o saldo devedor. Entretanto, como
os juros são calculados por ocasião de cada parcela, incidem sobre o
saldo devedor e são embutidos neste, implicando, assim, a incidência de
juros sobre juros, o que configura a prática do anatocismo, a onerar
excessivamente o devedor…

Como se sabe, a incidência da capitalização somente é admitida nas


hipóteses autorizadas em lei, nos casos de crédito rural (Decreto-Lei nº
167/67), crédito industrial (Decreto-lei nº 413/69), crédito comercial (lei
nº 6.840/80), e na hipótese prevista no art. 4º da Lei 22.626/33, que trata
dos saldos líquidos em conta corrente. Assim, tratando-se de contrato de
financiamento relativo à compra e venda de imóvel com pagamento do
saldo do preço em parcelas mensais e consecutivas, inadmissível a
capitalização dos juros em qualquer periodicidade.

Neste acórdão consta a seguinte jurisprudência:

…Aplicação da Tabela Price. Neste sistema os juros crescem em


progressão geométrica e não em progressão aritmética,

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caracterizando juros sobre juros ou anatocismo. É na prestação da


Price que estão “disfarçados” os juros compostos, porque não são
incluídos e nem abatidos do saldo devedor, mas sim, compõem, os
juros compostos, a prestação, em virtude da função exponencial
contida na fórmula do Sistema Price. Em tais circunstâncias, o
mutuário paga mais juros em cada prestação, em prejuízo da
amortização do débito, de modo que o saldo devedor – dado de
extrema relevância para o financiado ou mutuário – no sistema da
Tabela Price não tem qualquer relevância e serve „apenas‟ como
„conta de diferença‟, em prejuízo do mutuário. Assim, no sistema
Price, o saldo devedor não é propriamente o saldo devedor „real‟,
mas se configura tão-somente como simples e mera conta de
diferença. Dizer que não se adicionam juros ao saldo devedor, não

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é o mesmo que dizer que não se cobram juros compostos ou
capitalizados. É evidente que, se o mutuário já paga mais em

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função dos juros compostos incluídos nas parcelas mensais,
resulta óbvio que não pode haver adição de juros ao saldo devedor,
quer porque o mutuário já pagou juros maiores na parcela, quer
porque seria duplo abuso ou duplo anatocismo, o qual restaria
induvidosamente configurado se o mutuário, além de já pagar juros
sobre juros nas parcelas, tivesse ainda que ver adicionados mais
juros ao saldo devedor, sobre o qual seriam calculados novos juros
que comporiam as seguintes e sucessivas parcelas, as quais, por
sua vez, em face da sistemática da Price, possuem também juros
embutidos, que, por evidente, seriam calculados sobre os juros que
teriam sido, assim, antes, adicionados ao saldo devedor. Seria,
portanto, o supra-sumo do abuso ou do anatocismo. Quando se
afirma que a Tabela Price não adiciona juros ao saldo, na verdade
está-se dizendo, de forma não expressa, mas implícita, que o saldo
devedor será mera conta de diferença, porque serão cobrados juros
maiores, em progressão geométrica pela função exponencial da
Price, acarretando cobrança por taxa superior à contratada, em
prejuízo da amortização do saldo devedor, que, de outra forma,
seria muito menor. Ora, cobrar juros maiores na prestação, em
prejuízo da amortização do saldo devedor, o qual poderia ser
menor se a amortização fosse maior, tem o mesmo resultado, do
ponto de vista da abusividade, que incluir no saldo devedor juros
não cobrados na parcela, formando um novo saldo sobre o qual
incidem novos juros. A conclusão é intuitiva: não capitaliza os
juros no saldo devedor porque capitaliza na prestação, em função
do cálculo de taxa sobre taxa, juros sobre juros, ou simplesmente,
de maneira mais técnico-matemática: em virtude da função
exponencial, que caracteriza progressão geométrica, contida na
fórmula da Tabela Price. O custo total do financiamento não é a

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simples soma das parcelas mensais do prazo do contrato, ou a


mera multiplicação do valor da parcela inicial pelo número de
parcelas do prazo pactuado. Isto porque, após o pagamento de
cada parcela, é como se o credor fizesse a reaplicação ou nova
aplicação do saldo devedor em relação ao mutuário, de modo que,
quando mais longo for o prazo do contrato, maior é o ganho em
juros de juros ou juros capitalizados. Esse efeito só é
matematicamente percebido quando apurada a incidência do juro
retornado de maneira inversamente proporcional ao prazo
transcorrido, sobre cada parcela que representa a fração de
devolução no tempo do capital emprestado. Doutrina de José Jorge
Meschiatti Nogueira, na obra Tabela Price – Da Prova Documental e
Precisa Elucidação do seu Anatocismo, Ed. Servanda, 2002.

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Cálculos demonstrativos e comparativos de juros lineares, de juros
pela Tabela Price e de juros com capitalização anual sem aplicação

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da Tabela referida. As prestações devem ser calculadas sem
aplicação da Tabela Price, com capitalização apenas anual dos
juros… (Apelação Cível nº 70002065662, 1ªCâmara Especial Cível
do TJRS, Rel. Des. Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, j. Em
23/10/2002)

Vejamos outra ementa:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. SISTEMA FINANCEIRO DA


HABITAÇÃO. REVISÃO CONTRATUAL. TABELA PRICE. Inviável a
utilização da Tabela Price para a amortização dos contratos de
financiamento imobiliário, diante da vedação ao anatocismo.
Precedentes. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº
70032739062, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Mário Crespo Brum, Julgado em 24/03/2010)

O Tribuna Regional Federal da 4ª Região tem posicionamento mais


restritivo para o reconhecimento do anatocismo conforme se verifica no
seguinte julgado:

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. SFH. MÚTUO


HABITACIONAL. CONTRATO SUB-ROGADO AO AUTOR.
NOVAÇÃO. DIREITO À REVISÃO. TABELA PRICE. ANATOCISMO. 1.
A transferência do contrato de financiamento, com anuência do
credor, significa a novação do contrato, inviabilizando ao novo
mutuário a discussão do financiamento anterior. 2. É vedada a
prática de anatocismo, todavia, nem a simples utilização da tabela

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Price, nem a dicotomia - taxa de juros nominal e efetiva - são


suficientes a sua caracterização. Somente o aporte dos juros
remanescentes decorrentes de amortizações negativas para o
saldo devedor caracteriza anatocismo. No caso dos autos, o exame
das planilhas de evolução do financiamento demonstram sua não
ocorrência. (TRF4, AC 2003.70.00.047913-8, Quarta Turma, Relatora
Marga Inge Barth Tessler, D. E. 14/06/2010).

COEFICIENTE DE EQUALIZAÇÃO DE TAXAS – CET

Trata-se de um critério de reajuste das prestações do financiamento


imobiliário, que quando previsto conjuntamente com o Plano de
Equivalência Salarial – PES, torna-se ilegal. O ilustre Desembargador do
TJRS Marco Aurélio dos Santos Caminha em seu voto na Apelação

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Cível Nº 70031749377 lecionou que

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A partir da simples leitura do instrumento contratual, verifica-se
que a ré não limitou o reajuste das parcelas ao Plano de
Equivalência Salarial – PES, incluindo, nos parágrafos da cláusula
décima quarta do contrato (fls. 41-42), um segundo critério de
reajuste, a partir a aplicação do Coeficiente de Equalização de
Taxas.

Ocorre que a implementação de um sistema dúplice de correção das


prestações de um mesmo mútuo onera demasiadamente o contrato,
mostrando-se inadmissível em face das regras de direito consumerista.

Saliente-se que este Tribunal tem reiteradamente declarado a nulidade


da cumulação dos sistemas PES e CET…(Apelação Cível Nº
70031749377, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Marco Aurélio dos Santos Caminha, Julgado em 13/05/2010)

A ilustre Desembargadora do TJRS Iris Helena Medeiros Nogueira,


proferiu o seguinte voto sobre o tema na Apelação Cível Nº
70032604217:

Com efeito, conforme cláusula oitava e parágrafos da escritura


pública nº 1599, o Coeficiente de Equalização de Taxas foi
estabelecido com o objetivo de prevenir e corrigir eventuais
diferenças decorrentes da adoção de índices não uniformes para a
correção do saldo devedor.

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Por isso, esta Corte tem assentado entendimento de que o CET


constitui, em realidade modalidade de remuneração do empréstimo que
distorce o contrato e implica sobreposição de taxas com a mesma
finalidade, motivo pelo qual sua incidência em quaisquer percentuais
deve ser afastada.

A propósito, são inúmeros os julgados deste Tribunal:

“EMPRÉSTIMO HIPOTECÁRIO. FINANCIAMENTO HABITACIONAL.


CAIXA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA PREVI. AÇÃO REVISIONAL.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei n.º 8.078/90. A
incidência do CDC nos contratos de financiamento habitacional
está restrita aos serviços prestados pelo agente financeiro,

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descabendo seu manejo em revisão das cláusulas do contrato que

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digam com os custos da operação financeira, por não se enquadrar
no conceito de relação de consumo. CORREÇÃO MONETÁRIA.
ÍNDICES DA POUPANÇA. APLICAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL TR.
Fixado pelo contrato os índices da poupança a servirem de
indexador à correção monetária, a TR deve incidir pelo período em
que tiver remunerado os depósitos das cadernetas. Afastamento de
previsão contratual que autoriza ao mutuante eleger índice de
correção monetária ao seu exclusivo critério. SEGURO.
OBRIGATORIEDADE. AFASTAMENTO DA VINCULAÇÃO A
SEGURADORA PRÉ-ESTABELECIDA. A contratação de seguro com
vista à defesa do patrimônio garantidor do mútuo é obrigatória.
Afastamento da vinculação a seguradora pré-estabelecida pelo
mutuário venda casada. SALDO DEVEDOR. PRESTAÇÕES.
AMORTIZAÇÃO. Os valores de amortização pelo pagamento das
prestações devem ser abatidos do saldo devedor após a incidência
da atualização monetária pelo decurso do período do mês civil que
lhe antecede. COEFICIENTE DE EQUALIZAÇÃO DE TAXAS CET.
Cobrado do mutuário percentual sobre o total do montante do
contrato a título de fundo de liquidez, para responder pelo saldo
devedor, é de se afastar o CET, pois caracterizada a sobreposição
de taxas destinadas ao mesmo objetivo. DEVOLUÇÃO DE
VALORES EM DOBRO. QUITAÇÃO DO DÉBITO. DESCABIMENTO.
Incabível a devolução em dobro de valores pagos a maior,
porquanto não houve exigência indevida. As alterações que
resultam em modificação das prestações apenas se cristalizam
com o provimento judicial. Diferenças devem ser restituídas de
modo simples, procedendo-se compensação com o débito por
conta do mútuo revisando. Procedente apenas em parte o pedido
inicial, inviável a declaração de quitação do débito, insuficientes os

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depósitos por consignação. Proveram em parte ambas as


apelações. Unânime.” (Apelação Cível Nº 70010290500, Décima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto
Schreiner Pestana, Julgado em 25/05/2006).

“REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO


HABITACIONAL. PREVI. PRELIMINAR DE NOVAÇÃO DO
CONTRATO AFASTADA. NÃO INCIDÊNCIA DO CDC.
CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. ABUSIVIDADE DO
COEFICIENTE DE EQUACIONAMENTO DAS TAXAS (CET). MULTA
COMPENSATÓRIA REDUZIDA PARA 2%. IMPOSSIBILDIADE DE
REEMBOLSO DOS VALORES PAGOS PARA O FUNDO DE

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QUITAÇÃO POR MORTE. MANUTENÇÃO DA DECISÃO QUE
AFASTOU O DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO ATÉ A

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LIQUIDAÇÃO DOS VALORES. MAJORAÇÃO DA VERBA
HONORÁRIA Não se verifica a alegada novação no caso concreto,
mesmo que firmado novo contrato, pois a dívida é a mesma.
Tratando-se de contrato de financiamento, não incide o Código de
Defesa do Consumidor em seus custos. A regra nos modelos de
amortização para o contratos de financiamento a longo prazo é a
que permite a capitalização mensal dos juros. Não se justifica,
entretanto, o CET, pois se trata de remuneração do capital oculta,
desvirtuando o contrato. A multa contratual de 10% se mostra
abusiva à luz do ordenamento jurídico, especialmente após a Lei nº.
9.298/96, razão pela qual deve ser reduzida para 2%. Os valores
pagos referentes ao Fundo de Quitação por Morte estão adequados
à função social do contrato, sendo de extrema importância para a
sistemática em questão, com o que não podem os mutuários ser
reembolsados, ainda que não utilizado o fundo. Diante da
reconhecida necessidade de revisão do contrato, mostra-se
prudente impossibilitar o desconto em folha de pagamento até a
liquidação dos valores, pois o referido desconto estava sendo
realizado a maior. A verba honorária fixada aos patronos dos
autores merece majoração, especialmente em razão do valor da
causa e do zelo profissional, na forma do art. 20, § 4º do CPC.
REJEITADA A PRELIMINAR. APELOS PARCIALMENTE PROVIDOS.
(Apelação Cível Nº 70015728140, Décima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Luiz Ary Vessini de Lima, Julgado em
19/10/2006).

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“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO.


AÇÃO REVISIONAL. FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. ENTIDADE DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVI. POSSIBILIDADE DE REVISÃO DO
PACTO E INCIDÊNCIA DO CDC NA ESPÉCIE. SÚMULA 321 DO STJ.
CORREÇÃO DAS PRESTAÇÕES E OBSERVÂNCIA À VARIAÇÃO
SALARIAL. No que tange às prestações, o contrato prevê que
seriam reajustadas sempre que o Banco do Brasil S. A. Conceder
elevação geral de vencimento padrão do seu pessoal em atividade,
procedendo-se à correção no mesmo percentual obtido pela
categoria funcional (posto efetivo). No caso, não restou
demonstrada a alegação dos mutuários de que a ré tenha
desrespeitado os índices dos reajustes ajustados, pelo contrário, a
prova pericial corrobora a evolução da prestação conforme o

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contrato. VARIAÇÃO SALARIAL E ATUALIZAÇÃO DO SALDO
DEVEDOR. A variação salarial estipula critérios para atualização do

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valor da prestação e não do saldo devedor. CRITÉRIO DE
REAJUSTE. CORREÇÃO DO SALDO DEVEDOR PELO ÍNDICE DE
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA UTILIZADO PARA O REAJUSTE DOS
DEPÓSITOS DE POUPANÇA. LEGALIDADE. REGULARIDADE DA
UTILIZAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL TR. PREVISÃO EXPRESSA
DE NÃO-INCIDÊNCIA DOS JUROS DE 0,5% COMO COMPONENTE
DA POUPANÇA. Legalidade da previsão contratual de reajuste do
saldo devedor pelo índice de atualização monetária utilizado para o
reajuste dos depósitos de poupança, que atualmente é a Taxa
Referencial TR. E quanto à utilização da TR como índice de
correção monetária, não há ilegalidade, já que previamente
contratada, e também porque é legalmente prevista pela Lei
8.177/91. Súmula 295 do STJ. COEFICIENTE DE EQUALIZAÇÃO DE
TAXAS CET. MANUTENÇÃO DO AFASTAMENTO. ABUSIVIDADE.
TABELA PRICE. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. O sistema Price
consubstancia acumulação mensal de juros e configura
capitalização. Afasta-se a incidência da Tabela Price, adotando-se o
método de cálculo de juros simples. SALDO DEVEDOR.
AMORTIZAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Os valores de
amortização pelo pagamento das prestações, devem ser abatidos
do saldo devedor após a incidência da atualização monetária, caso
contrário, ocasionaria desequilíbrio contratual e o enriquecimento
indevido do autor. FUNDO DE QUITAÇÃO POR MORTE FQM.
LEGALIDADE. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Viável, na forma simples,
por aplicação do CDC. Admissível a compensação. APELAÇÃO
DOS AUTORES PROVIDA EM PARTE. APELAÇÃO DA RÉ
DESPROVIDA.” (Apelação Cível Nº 70020765442, Nona Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini
Bernardi, Julgado em 02/04/2008). (Apelação Cível Nº 70032604217,

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Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena


Medeiros Nogueira, Julgado em 20/01/2010)

Sobre o tema merece ser citada a seguinte ementa:

Ação de revisão contratual. Escritura pública de compra e venda


firmada com a PREVI - entidade de previdência privada.
Aplicabilidade do CDC. Juros remuneratórios de 6% ao ano,
acrescidos de 1% na inadimplência não são abusivos. Os
percentuais cobrados a título de coeficiente de equalização de
taxas constituem-se em juros sem razão jurídica instituídos

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exclusivamente em benefício do credor. Abusividade. Legalidade
na utilização da tabela price. Apelo parcialmente provido. (Apelação

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Cível Nº 70023315013, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em 23/04/2008)

No entanto, há posições jurisprudênciais que consideram lícita a


cobrança do CET:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO.


FINANCIAMENTO HABITACIONAL. PRELIMINAR DE SENTENÇA
CITRA PETITA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Pedido de repetição do
indébito que não foi apreciado na sentença. Valores pagos a maior
que devem ser repetidos de forma simples, compensando-os com o
saldo devedor. APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR O CDC é aplicável ao presente contrato, na medida
em que a PREVI atua como prestadora de serviços. JUROS
REMUNERATÓRIOS. Lícita a previsão contratual que prevê a
possibilidade de elevação da taxa de juros em caso de
desvinculação do mutuário da PREVI. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
No caso é vedada a capitalização mensal, permitida apenas a anual.
CORREÇÃO MONETÁRIA. Correta a adoção pela sentença do INPC,
que comumente é utilizado como substituto ao BTN. SISTEMA DE
AMORTIZAÇÃO. Não há ilegalidade no sistema de amortização
adotado, que é aceito pelo STJ inclusive nos contratos vinculados
ao SFH. COEFICIENTE DE EQUALIZAÇÃO DE TAXAS. Lícita a
previsão contratual que prevê a aplicação dos CETs. SEGUROS.
Não há ilegalidade na exigência dos seguros previstos no
instrumento, já que possuem finalidades distintas, mas não pode

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ser imposta a seguradora. Apelos parcialmente providos. (Apelação


Cível Nº 70018706424, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em
12/03/2008).

Exemplo de cláusula prevendo cobrança de CET:

Cláusula 12. Que, sobre as prestações mensais de amortização do


saldo devedor será aplicado um "Coeficiente de Equalização de
Taxas - CET", destinado a prevenir e/ou corrigir eventuais
diferenças decorrentes da adoção de índices não uniformes para

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correção do saldo devedor e das prestações respectivas de
amortização e, bem assim, da não coincidência dos períodos de

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incidência de uns e outros.

Parágrafo primeiro. Sobre as prestações iniciais incide um CET de


5% do seu valor, já incorporado à importância mencionada na
cláusula sexta, acima.

Parágrafo segundo. Anualmente, ao ensejo da data-base para


reajuste salarial dos funcionários em atividade do Banco do Brasil
S. A., o valor da prestação de amortização do saldo devedor, após o
reajuste previsto na cláusula 1ª, será acrescido de um CET de 1%
(um por cento).

Parágrafo terceiro. O "CET" previsto no parágrafo anterior incidirá


mesmo na hipótese de, por ocasião da respectiva data-base, não
ocorrer elevação geral de vencimento-padrão dos funcionários em
atividade do Banco do Brasil S. A.

Parágrafo quarto. O valor das prestações mensais de amortização


do saldo devedor será acrescido ainda de um CET de 6% (seis por
cento) e de um de 3% (três por cento) a partir dos meses em que,
após a presente data, ocorrerem, respectivamente, a primeira e a
segunda promoções da associada.

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DA POSSIBILIDADE DE REVISÃO CONTRATUAL EM RAZÃO DA


DIMINUIÇÃO DA RENDA

Nos contratos de financiamento imobiliário é possível que conste


cláusula limitando o percentual da renda do mutuário que irá adimplir as
prestações do financiamento. Havendo este limite, quando a renda do
mutuário diminuir, é evidente que as parcelas deverão ser reajustadas
caso já estejam no limite previsto da referida cláusula. Para melhor
entendimento citamos um exemplo extraído do Tribunal Regional da 4ª
Região:

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EMENTA: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. SISTEMA
FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. TABELA PRICE. CAPITALIZAÇÃO

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DE JUROS. PES. PCR. REDUÇÃO DE RENDA. RENEGOCIAÇÃO.
RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. 1. A
capitalização de juros na Tabela Price somente se dá na ocorrência
de amortizações negativas, caso em que a parcela de juros não
paga mensalmente com o adimplemento da prestação seja
agregada ao saldo devedor, sujeitando-se à incidência de novos
juros. Precedentes. 2. Para afastar qualquer possibilidade de
capitalização de juros, não tendo sido quitada integralmente a
prestação devida, deve-se primeiro amortizar o capital e, após,
direcionar a parcela de juros impagos a uma conta apartada do
saldo devedor, sobre a qual incidirá somente correção monetária e
capitalização anual. 3. É assegurado aos autores o direito à
renegociação contratual em razão da redução de renda, mediante a
dilação do prazo de financiamento dentro dos limites previstos no
contrato, conforme expressa previsão contratual e legal (parágrafos
5º e 6º do artigo 9º do Decreto-Lei nº 2.164, com a redação dada
pelo artigo 22 da Lei nº 8.004/90). No entanto, as prestações
impagas no período anterior à redução da renda não estão
abrangidas pela cláusula protetiva. 4. Na hipótese de haver valores
eventualmente pagos a maior pela parte autora, a sua restituição
deverá se dar na forma de compensação com as prestações
vincendas. 5. Invertida a distribuição sucumbencial, deve a parte
autora responder pelas custas e honorários advocatícios - cuja
exigibilidade resta suspensa ante o deferimento do benefício de
assistência judiciária gratuita. (TRF4, AC 2003.71.13.003239-0,
Terceira Turma, Relator Fernando Quadros da Silva, D. E.
26/05/2010)

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Neste julgado consta o seguinte voto do relator:

Quanto à possibilidade de renegociação da dívida, ela está


assegurada tanto pela legislação em vigor como pelo intrumento
contratual. Confiro.

O contrato foi firmado em 16 de dezembro de 1997 e, conforme


consta no item 11 da letra C (fl. 20) foi firmado o percentual máximo
de 21,90% de comprometimento da renda familiar. O parágrafo 4º da
Cláusula 11ª do contrato firmado prevê, nos casos de redução de
renda por mudança ou perda de emprego, "o direito de renegociar

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as condições de amortização, (...) mediante a dilatação do prazo de
liquidação do financiamento, observado o prazo máximo de

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prorrogação constante na Letra C deste contrato" (fl. 28).

Tal cláusula contratual encontra suporte legal nos parágrafos 5º e 6º do


artigo 9º do Decreto-Lei nº 2.164, com a redação dada pelo artigo 22 da
Lei nº 8.004/90, in verbis:

§ 5º - A prestação mensal não excederá a relação prestação/salário


verificada na data da assinatura do contrato, podendo ser solicitada
a sua revisão a qualquer tempo.

§ 6º - Não se aplica o disposto no § 5º às hipóteses de redução de


renda por mudança de emprego ou por alteração na composição da
renda familiar em decorrência da exclusão de um ou mais co-
adquirentes, assegurado ao mutuário nesses casos o direito à
renegociação da dívida junto ao agente financeiro, visando a
restabelecer o comprometimento inicial da renda.

Esse é o entendimento já demonstrado por esta Corte, como mostram


os seguintes precedentes:

SFH. CONSIGNATÓRIA. REDUÇÃO DE RENDA. READEQUAÇÃO


DO CONTRATO PARA MANUTENÇÃO DO PERCENTUAL DE
COMPROMENTIMENTO ESTABELECIDO NO CONTRATO.
SUCUMBÊNCIA. 1. O direito à limitação do encargo mensal ao
percentual máximo de comprometimento contratado é assegurado
também para a hipótese de redução de renda. 2. Todavia,
necessária a renegociação do mútuo, mediante a dilação do prazo

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de liquidação do financiamento, conforme o máximo estabelecido


contratualmente para prorrogação. 3. Sucumbência recíproca.

ONEROSIDADE EXCESSIVA

A vedação da onerosidade excessiva, ou mesmo a teoria de LARENZ,


da Base Objetiva da contratação, não autoriza a revisão do pacto por
conta de vicissitudes inerentes apenas a um dos contratantes. Ora, a
funcionalização do contrato possui limites, sob pena de recairmos em
um estado fascista, verdadeiramente espartano.

Caso não haja um limite para a revisão contratual , com absoluta


funcionalização do privado , correr-se-á o risco de socializar ao extremo
a propriedade individual, o que também não guarda sintonia com a
nossa Constituição, que adotou um modelo de capitalismo moderado

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(livre iniciativa c/ função social da propriedade). Seria o mesmo que

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impor a um médico, p.ex., que trabalhasse de graça 02 meses ao ano, o
que, s.m.j., não pode ser admitido no país.

Assim, a própria funcionalização também tem o seu limite, não podendo


ser imposta sem maiores peias.

Justo por isto é que as contingências da vida, tais como o desemprego;


doenças familiares, etc. supervenientes à negociação, não são
suficientes, em si, para gerar uma resolução contratual, por mais que
devam ser levadas em conta pelo Juiz, na arte da aplicar a Justiça ao
caso concreto. É que, em linha de princípio, resolver o contrato poderia
converter um dos contratantes em segurador do outro, assumindo todos
os riscos da contratação, o que também não é o caso.

Uma vez mais: a desproporção deve ser da prestação, considerada


perante o contexto objetivo das bases da contratação, e não perante
eventual superveniência de um aviltamento das condições financeiras do
mutuário. Assim, situações de desemprego não geram, por si, o direito à
revisão contratual, dado que não estão lastreadas no agigantamento da
prestação, mas sim, no envilecimento da renda do devedor.

Anote-se, com Judith MARTINS-COSTA:

“A desproporção manifesta é sempre referida à prestação


considerada objetivamente, e não à situação subjetiva na qual se
encontra o devedor cujas dívidas derivadas de outras relações
obrigacionais tenham, por hipótese, aumentado“.(Comentários ao
novo código civil. Do direito das obrigações. Do adimplemento e da

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extinção das obrigações. Arts. 304 a 388, volume V, tomo I, 2ª ed.


RJ: Forense, 2.003, p. 305).

No caso do SFH, há exceções à regra acima, na medida em que a


própria Lei cria mecanismos garantidores da capacidade de pagamento
do mutuário, sempre que recair em situação de desemprego. É o que se
lê do art. 11, §2º da Lei 8.692/93, por exemplo.

Os arts. 9º; 11, §2º da mesma Lei 8.692 também asseguram ao mutuário
o direito à renegociação, sempre que o adimplemento da prestação se
tornar extremamente oneroso, por decorrência da “perda de renda” por
parte do devedor. Soma-se a isto, por fim, a existência , durante bom
tempo ,do Fundo para Pagamento de Prestações no caso de Perda de

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Renda por Desemprego e/ou Invalidez Temporária – FIEL, criado pela

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Resolução do Conselho do BNH de nº 11, de 1.971 e reformulado em
1.984 (resolução 09/84), que pagava os encargos ao banco, em nome
do mutuário, durante 01 (um) ano, em caso de situação de desemprego
involuntária.

Em conclusão, porém, o que interessa , na aferição da onerosidade


contratual , é o contraponto entre o valor da prestação exigida e aquela
programada, bem como, com os fins sociais atribuídos ao contrato. No
caso do SFH, com a implementação do direito fundamental prestacional
à moradia digna.

b) o Juiz está autorizado não apenas a resolver o contrato, sempre que


preenchidos os requisitos para tanto. Também pode redefinir as bases
da negociação.

A solução parece bastante novidadeira para o Juiz pátrio. Aqui não cabe
o raciocínio meramente dedutivo, ao qual estamos acostumados, por
decorrência da presunção de sistema, de cunho positivista. Não basta
apenas a declaração da invalidade de uma cláusula: soa indispensável a
redefinição do conteúdo do contrato.

Para tanto, o magistrado deverá levar em conta, sempre que possível,


as variáveis do caso; as expectativas dos envolvidos; a conjuntura
econômica em que a relação negocial se sustenta e desenvolve, etc. Vê-
se, enfim, que não é tema dos mais fáceis. Não é possível a adoção de
uma fórmula pronta e definida, que permita a aplicação a uma gama
considerável de processos. Não é cabível a aplicação de “súmulas
vinculantes” ou soluções genéricas.

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Ao contrário, valoriza-se o caso concreto. É na situação concreta trazida


aos autos que o Juiz irá constatar eventual abusividade e, noutra senda,
irá construir, junto com as partes, a melhor solução.

Portanto, caminha-se para um sistema de precedentes. Há, por certo,


um elevado risco de subjetivismo judicial: que haja tantas soluções
quanto forem os juízes.

Isto, porém, já existe em outras áreas há tempos, sem maiores


problemas. Basta lembrar que, no âmbito do Direito de Família, não há
uma solução pronta, ditada pela Lei, que desde logo esclareça com
quem deve ficar a criança, em caso de separação, ou em quanto o Juiz
deverá fixar os alimentos. Também já vigora na definição da verba
sucumbencial, eminentemente por julgamento de equidade, nos termos

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do art. 20, §4º, do CPC.

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Isto exige, por certo, uma nova compreensão da tutela jurisdicional,
valorizando o papel do demiurgo, do interprete. Aí a indispensabilidade
de que as partes tragam aos autos os elementos completos, que
expliquem muito mais as situações concretas; os dramas humanos
envolvidos do que, propriamente, a legislação aplicável. Desaconselha-
se, justo por isto, o ingresso com petições padronizadas, que impedem
um exame mais profundo do caso concreto pelo Julgador.

Novamente, calha a lição de Judith MARTINS-COSTA:

“O exercício do poder-dever revisional vem balizado, em todas as


hipóteses previstas no novo Código Civil em que a revisão assenta-
se na justiça corretiva, pela cláusula geral da boa fé objetiva
disposta no art. 422: se há quebra das circunstâncias que formaram
a base ou estrutura de equilíbrio do contrato, e observadas as
demais prescrições legais, a contraparte deve aceitar a modificação
postulada, procedendo segundo a boa-fé, que impõe deveres de
consideração aos legítimos interesses do parceiro contratual. Aí
ocorre a caracterização de um dever jurídico (correspondente a um
direito subjetivo) e não de um estado de sujeição, co-respectivo ao
exercício do direito formativo. Se a parte que deve aceitar a revisão
não colaborar, legitima-se o poder corretivo do juiz (ou do árbitro,
conforme as circunstâncias). Porém, a boa-fé objetiva é sempre
norma a ser concretizada, i.e.: indica ao juiz a direção a seguir,
conforme os elementos objetivos do caso, o estado da

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jurisprudência e os demais dados do sistema normativo”(A revisão


dos contratos no Código Civil Brasileiro, p. 46).

Por outro lado, resolver o contrato , retornando as partes ao estado


prístino,é quase que impossível, no âmbito do SFH. Resolver o contrato
implicaria, a um só tempo: a) a obrigação de que a
construtora/vendedora do imóvel devolvesse ao banco, devidamente
atualizados, os valores recebidos à época da assinatura do contrato de
financiamento; b) dever do mutuário em restituir à construtora um imóvel
em idênticas condições daquele financiado e c) dever do banco
mutuante em restituir ao mutuário as prestações pagas.

Portanto, diante de tamanha complexidade, ainda que constate


onerosidade gritante, no âmbito do SFH o Juiz não pode simplesmente

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anular o contrato e determinar o retorno à situação original. Deve
determinar a modificação do contrato a ponto de extrair a onerosidade,

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assegurando o resultado útil da avença, e a obtenção da finalidade
social subjacente à negociação.

O problema todo está no fato de que, em muitas hipóteses, as partes


não discutem a aplicação de uma solução de tal naipe. Limitam-se a
impugnações genéricas contra determinadas cláusulas contratuais,
olvidando totalmente do quanto dispõem os arts. 317; 478 a 480 do
Novo Código Civil e de dispositivos correspondentes, dispostos no CDC.

Ora, como se verá adiante, no SFH, o problema não é a cláusula em si


considerada. Mas sim, a forma como o contrato responde a uma
conjuntura recessiva, i.e., de baixos salários e de alta inflação mensal.
Contratos com cláusulas idênticas podem ensejar custos diversos,
contanto que não tenham evoluído sob a mesma conjuntura
inflacionária. Daí que, p.ex., contratos mais recentes, no mais das vezes,
não possuem a nota da extrema onerosidade, já que a inflação tem
ficado razoavelmente sob controle.

Uma vez mais: referida discussão tem ficado alheia à grande maioria
dos processos, até mesmo por não serem suscitadas, nestes termos,
pelas partes. Soluções genéricas não se coadunam com a própria noção
de onerosidade excessiva, a ser aferida caso a caso, nos termos já
elucidados.

É fato que a tabela price decorre de juros compostos, porquanto ,em


uma verdadeira tabela price , basta “descapitalizar” de forma composta a
prestação mensal para que se obtenha o capital financiado.

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Nessa quadra, há considerável discussão a respeito do conteúdo efetivo


da expressão anatocismo. Para alguns, anatocismo somente ocorre
quando há amortizações negativas, i.e., juros impagos carreados ao
saldo devedor. Outros, contudo, vêem anatocismo em qualquer fórmula
que redunde em juros compostos.

A disparidade de entendimentos fica mais nítida quando se tem em


conta um único pagamento, ao final do prazo (i.e., quando não se lida
com séries de pagamento).

Suponha-se, p.ex., um empréstimo de $50.000,00 sob juros de 1% ao


mês, a ser devolvido, em um único pagamento, ao final de 6 meses.

Sob juros simples, o valor total a ser pago pelo devedor será de
$53.000,00. Sob juros compostos, o retorno seria de $ 53.076,00.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0806547-86.2019.8.12.0021 e o código 6A2CFF2.


Entendendo que anatocismo somente ocorre quando há amortizações

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negativas, a rigor jamais haveria “juro sobre juro” em empréstimos
submetidos a um único pagamento, ao final. É que, por não ser uma
série de pagamento, não haveria amortizações negativas, ainda que
haja efetivação da taxa, de forma exponenciada.

Deste modo, julgando que anatocismo somente ocorre quando há


amortização negativa, não haverá qualquer empeço em cobrar
$53.076,00 por um empréstimo de $50.000,00 sob juros mensais de 1%
e prazo de 6 meses.

Diversamente, contudo, será a solução caso haja sinonímia entre


anatocismo e juros compostos. Neste caso, o mutuante jamais poderá
recuperar mais que $53.000,00, por um empréstimo de $50.000,00
submetidos a juros de 1% ao mês e prazo de 6 meses, já que qualquer
forma de composição de juros incidirá nas penas do art. 4º da Lei da
Usura.

Enfim, adotando este conceito para a expressão “anatocismo”, a simples


aplicação de uma fórmula matemática que redunde em prestações
maiores que aquelas que seriam obtidas sob juros simples já configura
anatocismo, devendo ser reprimida pelo Judiciário, por força da Lei (art.
4º do decreto 22.626/33 e súmula 121, STF).

A disparidade de entendimentos quanto ao próprio conceito do


anatocismo pode ser bem conferida da leitura dos precedentes judiciais
lançados abaixo:

I. Associando anatocismo aos juros compostos:

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“… A aplicação da Tabela Price aos contratos de prestações


diferidas no tempo impõe excessiva onerosidade aos mutuários
devedores do SFH, pois no sistema em que a mencionada Tabela é
aplicada, os juros crescem em progressão geométrica, sendo que,
quanto maior a quantidade de parcelas a serem pagas, maior será a
quantidade de vezes que os juros se multiplicam por si mesmos,
tornando o contrato, quando não impossível de se adimplir, pelo
menos abusivo em relação ao mutuário, que vê sua dívida se
estender indefinidamente e o valor do imóvel exorbitar até
transfigurar-se inacessível e incompatível ontologicamente com os
fins sociais do Sistema Financeiro da Habitação”.STJ, Rel. Min.
José Delgado, REsp 66.875, DJU de 13/06/2005, p. 186

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“RECURSO ESPECIAL CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE

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CRÉDITO EDUCATIVO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. UTILIZAÇÃO
DA TABELA PRICE. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE JUROS
CAPITALIZADOS. ANATOCISMO. CARACTERIZAÇÃO DE
CONTRATO BANCÁRIO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR: ARTIGOS 3º, § 2º, 6º, V, e 51, IV, § 1º, III. INCIDÊNCIA
DE JUROS LEGAIS, NÃO CAPITALIZADOS.1. O contrato de
financiamento de crédito educativo, ajustado entre a Caixa
Econômica Federal e o estudante, é de natureza bancária, pelo que
recebe a tutela do art. 3º, § 2º, da Lei 8.078, de 1990 (Código de
Defesa do Consumidor).2. É indevida a utilização da Tabela Price na
atualização monetária dos contratos de financiamento de crédito
educativo, uma vez que, nesse sistema, os juros crescem em
progressão geométrica, sobrepondo-se juros sobre juros,
caracterizando-se o anatocismo.3. A aplicação da Tabela Price, nos
contratos em referência, encontra vedação na regra disposta nos
artigos 6º, V, e 51, IV, § 1º, III, do Código de Defesa do Consumidor,
em razão da excessiva onerosidade imposta ao consumidor, no
caso, o estudante.4. Na atualização do contrato de crédito
educativo, deve-se aplicar os juros legais, ajustados de forma não
capitalizada ou composta.5. Recurso especial conhecido e
provido”.STJ, Rel. Min. José Delgado, REsp 572.210, DJU de
07/06/2004, p. 166.

Também neste sentido (i.e., associando juros compostos e anatocismo),


confira-se:

REsp nº 490.898 – PR , autos 2002/0153313-0, rel. Min. Sálvio de


Figueiredo Teixeira, DJU de 12/09/2003.

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fls. 49

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TRF da 4ª Rg., rel. Des. Fed. Luiz Carlos de Castro Lugon, decisão
por maioria, DJU de 12/11/03, p. 502.

TRF da 4ª Rg., Apelação Cível 227.532, rel. Juiz Federal Alcidez


Vetorazi, decisão unânime, DJU de 13/09/2000, p. 260..

II. Limitando o conceito de anatocismo aos juros somados ao saldo


devedor (amortizações negativas):

“…No que concerne à capitalização, a fundamentação do especial


não afeta o aresto recorrido. É que o Tribunal local pôs o tema em
torno da Tabela Price, afirmando que a sua utilização, por si só, não
significa capitalização de juros, sendo certo que a previsão da taxa
efetiva não acarreta o anatocismo. Quanto ao dissídio apresentado
neste ponto, está sem os requisitos para seu reconhecimento”.

https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0806547-86.2019.8.12.0021 e o código 6A2CFF2.


STJ, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, REsp 576.834, DJU de

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06/12/04, p. 293.

ADMINISTRATIVO. SFH. ANATOCISMO – ILICITUDE. TABELA


PRICE DESCARACTERIZADA.- A vedação do anatocismo em
contrato de mútuo habitacional não passa pela consideração da
liceidade da Tabela Price, que encerra fórmula matemática, certo
que a mesma resulta descaracterizada em meio de economia
mutável, especialmente a móvel do fenômeno da inflação, enquanto
não se lhe apliquem rigorosos elementos de adequação
imprescindíveis para o resguardo de sua estrutura original. TRF da
4ª Rg., rel. Des. Fed. Amauri Chaves de Ataíde, DJU de 20/10/04, p.
609

“… Diferentemente da existência de previsão no contrato de


incidência de uma taxa de juros nominal e outra efetiva (forma de
cálculo simples ou composta), ou do sistema de amortização da
Tabela Price – cuja legalidade ora se reconhece -, o que a lei
repudia é a prática de anatocismo, caracterizada pela cobrança de
juros sobre capital renovado, ou seja, sobre montante de juros não
pagos, já resultantes da incidência de juros compostos
(capitalizados), que ocorre quando o valor do encargo mensal
revela-se insuficiente para liquidar até mesmo a parcela de juros,
dando causa às chamadas “amortizações negativas”. STF da 4ª
Rg., rel. Des. Fed. Valdemar Capeletti, DJU de 08/09/2004, p. 347,
omitiu-se parte da ementa.

Neste mesmo sentido, i.e., limitando o anatocismo às “amortizações


negativas”, vide os seguintes julgados:

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TRF da 4ª Rg. rel. Juíza Federal Taís Schilling Ferraz, DJU


27/10/2004, p. 678.

TRF da 4ª Rg., rel. Des. Fed. Valdemar Capeletti, DJU de 30/10/2003,


p. 391.

O problema está, portanto, na celeuma a respeito do próprio alcance da


expressão “anatocismo”. Para alguns, anatocismo é o mesmo que
aplicação de juros compostos (o que ocorre certamente na tabela price,
e nenhum perito nega). Outros, contudo, associam anatocismo apenas à
ocorrência de amortizações negativas, repita-se.

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Tanto por isto, convém deixar expresso que a questão, neste tópico

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,não é verdadeiramente matemática. Cuida-se, a bem de verdade, de
debate eminentemente valorativo, i.e., jurídico. Depende da
interpretação, pelos Juízes, do conteúdo da Lei da Usura, de 1.933, e da
correspondente atribuição de propósito ao texto de Lei.

Tanto por isto fica explicada, igualmente, a grande disparidade de


entendimentos dos próprios peritos a respeito do assunto. Alguns
experts são contundentes em afirmar que a tabela price gera
capitalização de juros. Outros, porém, igualmente conhecedores da
matemática, sustentam o oposto, i.e., que a tabela price não implica em
cobrança de juros sobre juros. A questão está no fato de que ambos não
entendem como anatocismo a mesma coisa.

Seja como for, em que pese ser importantíssimo o balizamento acima,


sobretudo quando se está diante verdadeiramente de uma tabela price ,
é fato que o tema escapa da sistemática do SFH, no mais das vezes.

Ora, como regra, no âmbito do SFH não incide uma verdadeira tabela
price, na justa medida em que o organograma de pagamentos, ditado
pelo Método Francês, acaba sendo deturpado pela própria Lei que
concebeu o referido microssistema jurídico.

Melhor dizendo, em muitos casos, no SFH, o Plano de Equivalência


DETURPA a regra do sistema francês de amortização, geralmente
impondo prestações MENORES do que aquelas que decorreriam
normalmente do Sistema, submetido a uma conjuntura inflacionária.

No SFH, não é aplicada uma verdadeira tabela price, em suma. Isto,


porém, não surte a imediata conclusão de que o sistema aplicado pelo

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Banco seja válido. Demanda, contudo, um exame novo, distinto da


reiterada alegação de anatocismo.

De fato, para que se possa concluir que determinado organograma é


uma verdadeira tabela price soa indispensável que haja correção
monetária mensal da prestação, tanto quanto há do saldo. Assim,
cuidar-se-iam de prestações efetivamente iguais entre si, em poder de
compra.

Uma vez mais: indispensável, contudo, que se cuide de uma verdadeira


tabela price. Eis que esta não é a verdadeira natureza do caso sob
exame. As prestações não são efetivamente iguais entre si.

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Para que se entenda melhor o que se está afirmando, suponha-se que
alguém empreste o valor de $ 10.000,00, submetido a juros de 1% ao

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mês e prazo de 12 meses.

Pela fórmula da tabela price, a prestação obtida será de $ 888,49. Isto


é, 12 prestações mensais iguais entre si de $888,49.

Tais valores não podem ser pura e simplesmente somados, já que


estão deslocados no tempo. Importa dizer: o custo financeiro da primeira
prestação é maior do que o da última, em que pese nominalmente sejam
iguais. Qualquer pessoa preferiria demorar para pagar, o que é uma
grandeza em termos de matemática financeira.

Enfim: no exemplo disposto haveria 12 encargos nominalmente iguais


entre si. 12 encargos de $888,49.

Suponha-se, contudo, que, neste período, haja uma inflação


“galopante”, p.ex.: 50% ao mês. Suponha-se, na mesma medida, que
não haja qualquer cláusula de reajustamento dos encargos mensais
(ficaram “congelados”, apesar da inflação).

O mutuário paga $ 888,49 por 12 meses. Ao final, obtém a quitação.


Seria admissível que viesse a Juízo, depois de feitos estes pagamentos,
e alegasse que pagou juros compostos, e que há anatocismo, etc., sem
levar em conta que as prestações não foram efetivamente atualizadas?
Isto é, que, em poder de compra, até lucrou com o empréstimo
(devolveu menos do que emprestou)?

Ora, penso que , ainda que se aceite a tese que juro composto é o
mesmo que anatocismo ,é evidente que seria um verdadeiro
enriquecimento sem causa permitir uma repetição de indébito em casos
tais. A vedação do anatocismo não radica validade em si: busca tão

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somente impedir a locupletação de uma parte em desfavor da outra, o


que evidentemente não poderia ser reconhecido ao mutuário que paga
valores sem qualquer atualização.

De fato, a vedação do anatocismo foi projetada para coibir abusos; lucro


excessivo. Não existe como um valor em si, auto-referido. Portanto, se,
ao final, a soma dos valores pagos, atualizados, não gera qualquer
acréscimo abusivo (aliás, pode até ser inferior ao montante emprestado),
não há porque ditar a revisão.

Algo semelhante ocorre no SFH. Aqui, na grande maioria dos casos, as


prestações não são efetivamente atualizadas mês a mês. Portanto, não
correspondem, em poder de compra, ao valor programado por uma

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verdadeira tabela price.

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A conclusão acaba por tornar prejudicado, na grande maioria dos casos,
o debate a respeito do anatocismo, verdadeiramente desfocado da
realidade do SFH, em que a prestação não acompanha a variação
inflacionária mensal, sendo regrada por critério próprio. E, por oportuno,
convém recordar que a atualização monetária é obrigação do mutuário,
inerente a qualquer empréstimo (vide arts. 1.256, CC/16 e 586 do atual).

Enfim: o SFH concede um benefício para o tomador do empréstimo, ao


atrelar a prestação à sua renda. E, nessa via, acaba por “destruir” a
tabela price, apenas aplicada para cálculo do encargo inicial.

Isto não torna válido, contudo, o método aplicado pelo Banco, em


qualquer caso. Apenas leva à conclusão de que o mesmo não pode ser
afastado com o puro e simples apego ao art. 4º da Lei da Usura, sempre
que a price for deturpada pelo PES/PC.

Ademais, mesmo que se olvide o PES/CP, i.e., mesmo diante de uma


verdadeira tabela price, a questão demandaria o exame que segue:

Caso se cuidasse de uma verdadeira tabela price, i.e., com


prestações mensais atualizadas do mesmo modo e periodicidade
que o saldo devedor, a questão demandaria aferição do conteúdo
da Lei da Usura.De fato, anoto, como é do conhecimento das
partes, que tenho substituído a tabela price pelo chamado “método
linear ponderado”, também aplicado em inúmeros acórdãos do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, e apresentado na obra do
Prof. MESCHIATTI NOGUEIRA (tabela price – da prova documental
e precisa elucidação do seu anatocismo, ed. servanda, 2.002).

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E, nessa senda, em muitos casos, tem sido aplicado um “método linear


deturpado”, já que, mesmo depois da sentença, continuará a ter
aplicação do PES/CP, também não previsto no sistema “Gauss”
formulado pelo prof. MESCHIATTI.

Mas, reitero: tenho argumentado, para tanto, que o problema do SFH é o


elevado resíduo constatado em muitos contratos. O mutuário paga e
paga, e nada amortiza. Chega ao final devendo tanto que o melhor seria
que não houvesse celebrado a negociação.

Ora, por conceito, resíduo deve ser um resto; i.e., MONTANTE MENOR
QUE O VALOR EMPRESTADO. Portanto, em casos tais, tenho cogitado
que o ideal seria mesmo reduzir o valor do saldo residual, ao final do
prazo, de modo a torná-lo possível de ser pago. Em tese, o ideal seria

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reduzir o remanescente, ao final do prazo de resgate, para aproximados
50% do valor do imóvel, submetido à prorrogação contratual,

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observados os limites do pedido do autor e o quanto asseguram os
dispositivos mencionados.

A concessão do “desconto” sobre o resíduo pode ser feita, portanto,


independente de se aferir a validade ou não da tabela price.

Sabe-se que a causa do remanescente é a disparidade na indexação


do saldo e dos encargos mensais, como aludi acima. Os contratos do
SFH tinham conteúdo verdadeiramente assistencial até 1.987, quando
era geral a cobertura pelo FCVS.

Quando há elevado resíduo a ser debitado ao mutuário, o exame deve


ser aferido sob as luzes da vedação da onerosidade, e do próprio
escopo do SFH, previsto no art. 8º da Lei 8.692-93:

Art.8º O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e


promover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia,
especialmente pelas classes de menor renda da população, será
integrado…

Portanto, uma vez mais: o problema é o resíduo. E, no caso presente, o


sistema não gera resíduo.

Volta-se ao problema fundamental, impertinente sempre que há o


PES/CP, que deturpa a fórmula da price: “juros sobre juros” é o mesmo
que juros compostos?

Como se vê, o problema não é dos mais singelos. Tanto assim que
surte uma gama considerável de precedentes judiciais contraditórios
entre si, como visto acima. Não é cabível, provavelmente, uma resposta

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unívoca, dado que demanda a aplicação da valoração presente no


interprete.

Anote-se, por outro lado, que a Lei da Usura também não delimita, com
exatidão, o que exatamente está sendo proibido. É o uso de juros
compostos? Ou seria apenas o lançamento de juros impagos no saldo
devedor?

Leia-se, por oportuno, o que dispõem os seguintes artigos do Decreto


22.626, de 1.933:

Art. 4º. E proibido contar juros dos juros: esta proibição não
compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos
em conta corrente de ano a ano.

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Art. 7º, § 2º. Em caso de amortização os juros só serão devidos
sobre o saldo devedor.

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Art. 13. É considerado delito de usura, toda a simulação ou prática
tendente a ocultar a verdadeira taxa do juro ou a fraudar os
dispositivos desta lei, para o fim de sujeitar o devedor a maiores
prestações ou encargos, além dos estabelecidos no respectivo
título ou instrumento.

Penas – prisão por (6) seis meses a (1) um ano e multas de cinco
contos a cinqüenta contos de reis. No caso de reincidência, tais
penas serão elevadas ao dobro.

Vê-se que o mencionado texto normativo teve por escopo limitar, com
severas sanções (inclusive penais), a cobrança dos juros. A Lei de
Usura revogou, neste particular, o art. 1.262 do Código Civil de 1.916,
que dispunha que “é permitido, mas só por cláusula expressa, fixar juros
ao empréstimo de dinheiro ou de outras coisas fungíveis. Esses juros
podem fixar-se abaixo ou acima da taxa legal, com ou sem
capitalização“.

Aliás, o art. 1.263 do Código Civil Bevilaquiano dispunha que “o


mutuário que pagar juros não estipulados, não os poderá reaver, nem
imputar no capital”.

no art. 1º, o decreto 22.626 estipulou um teto máximo para as taxas de


juros; no art. 4º proibiu a sua capitalização (exceto a anual); no art. 2º,
veda-se a cobrança de taxas de comissão, que implicassem em burla ao
limite fixado; no art. 13 comina-se pena de até 01 ano a quem ocultasse
a verdadeira taxa de juros.

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Cuida-se de norma rigorosa, por certo, mas que , para alguns , não tem
o conteúdo que hoje lhe é reconhecido.

O matemático JOSÉ DUTRA VIEIRA SOBRINHO, em árdua


pesquisa,cujo resultado foi disponibilizado a este Juízo , obteve cópia
dos jornais da época do Decreto, que revelam a motivação que o
originou. Ora, no jornal FOLHA DA NOITE (O Globo), editado em 08 de
abril de 1.933, p.ex., constou a seguinte opinião, emitida pelo então
presidente do Instituto do Café de São Paulo:

“A OPINIÃO DO SR. LUIZ FIGUEIRA DE MELLO.

RIO, 8 (h.) – Ouvido por um matutino sobre o decreto contra a

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usura, o presidente do Instituto do Café de São Paulo, sr. Figueira
de Mello, declarou:

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O Ministro Oswaldo Aranha teve a gentileza de nos dar a ler, hoje
ao jantar, ao general Waldomiro Lima, a mim e aos demais
componentes da delegação da lavoura paulista, o texto do decreto
já agora assignado pelo chego do governo provisório.

Nada tivemos que objectar. A sua redação clara e criteriosa attende


amplamente as pretensões da lavoura brasileira, tão claramente
exposta ao governo pela lavoura paulista. De hoje em
deante,nenhum agricultor pagará mais que 8 por cento pelos
capitães que pedem aos banqueiros, com garantias de suas
propriedades e de suas lavouras. Os contratos de empréstimos já
existentes terão que ser revistos de modo a se enquadrarem nos
termos do decreto e para a sua liquidação terão os lavradores o
prazo de 10 annos, que lhe proporcionará a tranqüilidade
necessária para trabalhar com efficiencia e produzir um lucro
razoável e legitimo, que a usura lhes vinha sugando.

Mesmo as hypotechas já vencidas e ajuizadas foram beneficiadas pelo


decreto, que restitue as propriedades assim sacrificadas à posse dos
seus legítimos donos.

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Pode dizer pelo seu jornal que considero o acto de hoje do governo
provisório, no campo econômico, a maior conquista da revolução”.

Também na Folha da Noite, de 11 de abril de 1.933, consta reproduzido


o discurso do General WALDOMIRO CASTILHO DE LIMA, responsável
pela edição do decreto, como segue:

“… Toda a política que não visar as classes trabalhadoras será uma


política retrograda e transitoria. Os chamados de baixo sentem e
sofrem, teem direitos, exprimem vontades. É preciso ir ao encontro
dos seus anceios. É preciso olha para dentro de si, supreender-se
espiritualmente dentro da bluza do trabalhador, para poder avaliar
que ele é um fator estupendo de progresso e que, si algumas vezes,

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cerra os punhos para os céus, não é por culpa dele e sim do

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Estado, que o abandona e ilude. Capital e trabalho não se excluem.
A serviço do bem, nos limites das intenções generosas e fortes,
quanto patrão ão possue mentalidade trabalhista e quanto
trabalhadora não se revela patrão? A propriedade é eterna e eterno
o estímulo do trabalho. Separar o capital do braço é a anarquia.
Uni-los superiormente altruisticamente, é ser humano, se atual, é
ser realista. Daí o buscar formulas genuínas, praticas sensatas,
para enquadras nelas as aspirações da imensa e nobre família
proletária de São Paulo.

No decreto à lavoura, implicitamente foram beneficiados os


trabalhadores rurais…”

Essa vinculação histórica do decreto 22.626 com as aspirações da


“bancada ruralista” também é divisada no Jornal do Brasil, editado na
sexta feira, 07 de abril de 1.933.

Conclui-se, portanto, que a chamada “Lei da Usura” originou-se do


lobby de um forte setor da Economia, em 1.933, colocando severas
limitações à cobrança de juros, comumente empreendidas pelas
instituições financeiras, à época ainda insipientes no país.

Em um primeiro exame, portanto , sem prejuízo da possibilidade de


alterar o contrato sempre que demonstrada a onerosidade excessiva
,fico com o entendimento de que a composição de juros, em si
considerada, não está proibida. O art. 13 até pode levar a solução
diversa, por evidenciar que o mutuário tem direito a conhecer a taxa real
do contrato. Isto foi feito no caso presente, porém, dado que foi dado a
conhecer ao tomador do empréstimo o verdadeiro custo do

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financiamento (obtido se o banco reaplicar o valor recebido, sob as


mesmas taxas e pelo prazo faltante do contrato).

Há elementos a indicar que esta é a previsão legal em exame. O art. 4º


do Decreto autoriza apenas o lançamento no saldo, ano a ano, o que
revela que, para a Lei, o “juro sobre juros” é apenas o lançamento de
juros no saldo.

Tecidas tais digressões necessário a exclusão da tabela price, com


substituição pelo método preconizado pelo professor MESCHIATTI
NOGUEIRA. Uma vez mais, porém, reitero que a preocupação deste
Juízo é com a REDUÇÃO DO SALDO RESIDUAL, havido ao final do
prazo de resgate. Casos há em que o mutuário paga mais de 20 anos de

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encargos mensais, p.ex., de $200,00, e a prestação, no prazo de

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prorrogação, vai para mais de $10.000,00 por mês. Este o problema do
SFH: dá com uma mão (o benefício do PES) e retira à força com outra
(por gerar elevado resíduo, em desfavor do mutuário, ao final do prazo
de resgate).

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Com a edição da Constituição Federal de 1988, o Brasil, proclamou com


fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º) a dignidade da
pessoa humana (inciso lll) e o respeito aos valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa (inciso lll) e também traçou como um dos objetivos
fundamentais da República (art. 3º), construir uma sociedade livre, justa
e solidária (inciso l). Soma-se a isto que o constituinte originário
consignou no capítulo ll, que o “Estado promoverá a defesa do
consumidor” (inciso XXXll), repetindo no capítulo da ordem
econômica, (art. 170) que os princípios gerais da atividade
econômica, “será fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social”, repetindo como princípio da
ordem econômica, “a defesa do consumidor” ( inciso V) e , finalmente, o
art. 192, caput, assevera que o sistema financeiro está estruturado de
forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos
interesses da coletividade, resultando daí, desenvolvimento econômico
para todos.

Eis aí os fundamentos constitucionais para revestir este contrato de sua


função social, mas, ocorre, que não vem cumprindo seu mister.

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O Tribunal de Justiça do Paraná acompanha este entendimento:

Nº do Acórdão: 956. Órgão Julgador: 18ª Câmara Cível. Comarca:


Curitiba. Relator: Wilde Pugliese. Julgamento: 31/05/2005. Decisão:
Unânime.

Ementa (na parte que interessa)

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÕES. REVISIONAL
CONTRATOS BANCÁRIOS. DEPÓSITO DE PARCELAS DO SALDO

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DEVEDOR PARA OBTER EXCLUSÃO DO NOME DO SERASA.
POSSIBILIDADE. (…). A aplicação de princípios exige uma
ponderação, sendo que a autonomia da vontade, que reinara
absoluta no Estado liberal (art. 5º, II da CF), perde seu caráter de
intangibilidade diante da reconhecida função social do contrato,
pautada em princípios constitucionais igualmente importantes,
como o da "dignidade da pessoa humana"(art. 1º, inciso III, CF) e da
proteção ao consumidor (art. 5º, inciso XXXII, art. 170, V, CF). (…) (
grifo nosso).

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Com vistas a realizar os valores constitucionais, verifica-se a edição de


leis especiais, como o Código de Defesa do Consumidor, cujas normas
incidem nos contratos de financiamento, devendo-se aplicar os
princípios do equilíbrio nas relações de consumo, previsto nos artigos 4º,
III e 51, § 1º, II, e a boa-fé objetiva, prevista nos artigos 4º, lll, e 51, lV.

Este mútuo trata de relação de consumo que, em conformidade com a


Lei 8.078/90, caracteriza as partes do presente contrato como
fornecedor e consumidor. Na primeira posição enquadra-se o requerido
enquanto instituição financeira, pois o artigo 3º, § 2º da referida lei
considera como serviço atividades de "natureza bancária, financeira, de
crédito". Na segunda posição, a requerente configura-se como
consumidora, em conformidade com o artigo 2º da citada lei,

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apresentando-se não apenas como destinatário final fático, mas também


econômico do contrato de financiamento imobiliário.

Nesta linha de entendimento, o Superior Tribunal de Justiça editou a


Súmula nº 297, que dispõe:

“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições


financeiras”.

CONTRATO DE ADESÃO

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No contrato de adesão, como na espécie, inexistem cláusulas
pactuadas, mas os estipulados unilateralmente pelo estipulante,
restando ao aderente pouca margem de discricionariedade, qual seja, a
de aderir ou não ao contrato como um todo, sem possibilidade de
discussão equânime.

Algum cidadão já conseguiu alterar alguma cláusula contratual com


agente financeiro neste país ?

Com certeza não.

E isso fere a dignidade da pessoa humana, pois um de seus


pressupostos, a autonomia de vontade, fica nulificada.

Nesse sentido, o Tribunal de Justiça do Paraná.

Nº do acórdão: 1050. Comarca: Curitiba. Processo: 0278004-5.


Relator: Fernando Wolff Bodziak. Julgamento: 29/06/2005. Decisão:
Unânime. Ementa EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. APELAÇÃO 1. REVISÃO
CONTRATUAL. POSSIBILIDADE. (…) . O princípio da "pacta sunt
servanda" vem sendo relativizado, diante da necessidade de
superação de arcaicos conceitos a respeito da autonomia de
vontade e da força obrigatória do que fora pactuado pelas partes,
em face da constatação de que os homens não são iguais e,
portanto, não contratam em pé de igualdade.(…)

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DA INDENIZAÇAO DE DANOS MORAIS- AUSENCIA DE OBRA DE


INFRA ESTRUTURA PACTUADA

E, como se não bastassem os outros fundamentos de que já se cuidou,


há, ainda, uma causa específica, da qual deriva a responsabilidade da
construtora pela reparação dos prejuízos que provocaram por não terem
executado as obras de infra estrutura conforme clausula contratual 8.1.
Qual seja, o enriquecimento sem causa, regrado pelo novo
Código Civil nos seguintes termos:

Art. 884 - Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa

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determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa

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não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época
em que foi exigido.

No caso dos autos, verifica-se, indubitavelmente, um típico


enriquecimento sem causa, principalmente por parte da construtora, pois
recebeu pelas suas construções valores similares aos convencionais
sem satisfazer às exigências da infra estrutura do loteamento, tudo de
modo a justificar a correlata reparação ora pleiteada

Art. 944 - A indenização mede-se pela extensão do dano.

(...)

Art. 946 - Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou


no contrato disposição fixando a indenização devida pelo
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que
a lei processual determinar.

Art. 947 - Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie


ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente

O consumidor tinha o direito de receber uma informação adequada,


clara e completa a respeito do loteamento onde ele queria comprar um
lote, para estabelecer moradia. No entanto os representantes do
demandado se contentaram em dizer apenas que o loteamento se
encontrava aprovado.

O Código de Defesa do Consumidor condena tal comportamento nos


seguintes termos:

"Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

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(….);

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e


serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;

(….).

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

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(….).

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"30 – toda informação ou publicidade, veiculada por qualquer forma
ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços
oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser
celebrado".

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem


assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em
língua portuguesa sobre suas características, qualidades,
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e
origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

(….).

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1º. É enganosa qualquer modalidade de informação ou


comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços."

Além de tudo que acima foi dito, há que se acrescentar também que o
réu feriu o CDC, quando, para proteger o consumidor:

a) não notificou os adquirentes, como prevê o art. 38, "caput", da Lei


6.766/79, para que suspendessem o pagamento das prestações, tão
logo constatou as irregularidades na execução do loteamento;

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b) não preveniu os futuros compradores, a fim de evitar provável lesão


aos seus direitos;

Incontestável a lesão de Direito Fundamental desses consumidores: o


de habitar com dignidade, e dignidade significa ter respeito e amor
próprios.

Nasce ai o dano: o moral. Este decorrente das insuficientes condições


de habitação enfrentadas por esses moradores, espoliados também de
seu sonho de galgarem vida melhor. O preceito constitucional, em seu
artigo 5º, V e X, salvaguarda a reparação do dano moral, elevando a
obrigação da reparação do dano moral a posição de direito fundamental.
Então, este também deverá ser reparado, sem prejuízo dos danos
materiais supra citados (Art. 95, do Código de Defesa do Consumidor).

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Como se pode observar da exposição dos fatos, os Réus não

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utilizaram da boa técnica, e, deixando de executar a infra estrutura do
loteamento causaram os vícios de serviço que devem ser por eles
reparados, conforme preceitua o art. 12 do Código de Defesa do
Consumidor, que prevê a responsabilidade objetiva.

“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou


estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.”

O art. 618 do Código Civil prescreve que nos contratos de


empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo.

art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras


construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução
responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez
e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do
solo.”

Assim, resta patente a adoção pelo Código de Defesa do


Consumidor da teoria da responsabilidade objetiva do fornecedor. Nesse
sentido é a lição de CARLOS ROBERTO GONÇALVES:

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"O Código de Defesa do Consumidor, atento a esses novos


rumos da responsabilidade civil, também consagrou a
responsabilidade objetiva do fornecedor, tendo em vista
especialmente o fato de vivermos, hoje, em uma sociedade de
produção e de consumo em massa, responsável pela
despersonalização ou desindividualização das relações entre
produtores, comerciantes e prestadores de serviços, em um pólo, e
compradores e usuários do serviço, no outro. Em face dos grandes
centros produtores, o comerciante perdeu a preeminência de sua
função intermediadora. No sistema codificado, tanto a
responsabilidade pólo fato do produto ou serviço como a oriunda
do vício do produto ou serviço são de natureza objetiva,
prescindindo do elemento culpa a obrigação de indenizar atribuída

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ao fornecedor". (GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade
Civil. 8a ed. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 389)

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Este é o entendimento do TJMG:

Número do processo: 1.0223.07.225490-5/001(1) Relator: LUCIANO


PINTO Data do Julgamento: 11/12/2008 Data da Publicação:
17/02/2009 Ementa:APELAÇÃO CÍVEL. RESSARCIMENTO. VÍCIOS
DE CONSTRUÇÃO. PERÍCIA CONFIRMANDO CULPA EXCLUSIVA
DA CONSTRUTORA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Não tendo a
construtora derruído a prova pericial produzida pelo autor, pela
qual restou consignado que as infiltrações e ranhuras no imóvel
deste foram causadas por vício de construção, impõe-se a
condenação daquela no pagamento do valor necessário para os
reparos bem como das despesas com a realização da cautelar de
antecipação de prova manejada pelo requerente.

Número do processo: 2.0000.00.516573-5/000(1)Relator: ELPÍDIO


DONIZETTI Data do Julgamento: 09/02/2006 Data da Publicação:
25/03/2006 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 2.0000.00.516573-5/000 -
9.2.2006 BELO HORIZONTE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS - ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA E
PASSIVA - INOCORRÊNCIA - SERVIÇOS DE ENGENHARIA - FALHA
DECORRENTE DA REALIZAÇÃO DA OBRA DE
IMPERMEABILIZAÇÃO - OCORRÊNCIA - DANOS MATERIAIS -
COMPROVAÇÃO - DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO -
AUSÊNCIA DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. - De acordo com a teoria da
asserção, há pertinência subjetiva para a lide quando, de uma
análise preliminar do feito, verifica-se que o autor é o titular da
pretensão e esta deve ser dirigida ao réu. - À luz da teoria da
responsabilidade objetiva, perfilhada pelo Código de Defesa do
Consumidor, o fornecedor responde pelo defeito na prestação do

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serviço, a menos que comprove uma das hipóteses excludentes de


responsabilidade. Assim, ausente a comprovação acerca da
alegada culpa exclusiva da vítima, impõe-se a obrigação de
indenizar. - Não há que se falar em litigância de má-fé se a apelante
se valeu do seu direito de ação constitucionalmente assegurado,
sem que, para isso, fosse violado qualquer dever processual.

TJMG-144410) INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS -


VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
CONSTRUTOR - ART. 12 DO CDC - TRANSTORNOS
TRANSBORDANTES DA REALIDADE - DANO MORAL
CARACTERIZADO.Aquele que assume a responsabilidade técnica e

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a execução da obra responde objetivamente, pelos vícios de
construção apresentados pela mesma, consoante preceitua o art.

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12 do CDC. É inegável que os transtornos e frustrações, causados
em virtude dos defeitos de construção, inclusive obrigando os
adquirentes a abandonar sua casa e ir residir em outro imóvel,
durante meses, para a realização de obras de recuperação,
caracteriza real violação de seu patrimônio imaterial, situação que
também enseja reparação de cunho moral, em face do caráter
dissuasório que representa, diante da conduta censurável e
inadequada da empresa construtora. Assim, se tal situação gerou
incômodos significativos, transbordantes da normalidade, não
pode ser encarada com mero aborrecimento da vida cotidiana das
pessoas.(Apelação Cível nº 1.0433.05.156890-8/001(1), 9ª Câmara
Cível do TJMG, Rel. Tarcísio Martins Costa. j. 15.04.2008, unânime,
Publ. 10.05.2008).

O dano moral constitui lesão que integra os direitos da personalidade,


como a vida, a liberdade, a intimidade, a privacidade, a honra, a
imagem, a identificação pessoal, a integridade física e psíquica, o bom
nome; enfim, a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil, apontado, expressamente, na
Constituição Federal (art. 1º, III).

Configura dano moral aquele dano que, fugindo à normalidade, interfira


intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe
aflições, angústia, desequilíbrio em seu bem estar, podendo acarretar ao
ofendido dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação.

In casu, inobstante a inegável conduta antijurídica dos Réus, que


desprezando a boa técnica e cuidados indispensáveis ao manejo da

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realização da infra estrutura Basica estando ainda hoje após vários anos
do loteamento vendido sem afua potável, manta asfaltica, guias e
sarjetas , para reduzir o custo da obra, deixaram de REALIZAR INFRA
ESTRUTURAS BASICAS não comunicando este fato ao Autor, que tem
passado por todo este transtorno diante do descaso dos Réus.

Assim, demonstrado o dano e o nexo de causalidade, que consiste na


relação de causa e efeito entre a conduta praticada pelo agente e o
dano suportado pela vítima, devem os Réus ser condenados a indenizar
o Autor pelos danos morais sofridos, conforme preceitua o art. 186 do
Código Civil.

DOS PEDIDOS

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Que V. Exa. Receba esta como uma ação revisional complexa e

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necessária para restabelecimento do Estado de Direito.

LIMINARMENTE, na forma do art. 6º, VII, do CDC, A INVERSÃO DO


ÔNUS DA PROVA, determinando-se à ré a apresentação de prévia
autorização do Conselho Monetário Nacional para a prática de juros
superiores a 12%, ao ano, e, ao depois, a fim de promover auditoria nos
contratos firmados entre as partes, ordem à ré para que forneça toda
documentação relacionada aos fatos aqui discutidos, assim como
planilha onde demonstre contabilmente o débito atual e como o compôs,
discriminando, inclusive, taxas e a fórmula utilizada para o cálculo dos
juros, POR CONSEGUINTE, determinar a expedição do mandado
judicial na forma da letra anterior, no sentido de que a Ré tome as
devidas providencias no sentido de se abster de levar a protesto
quaisquer títulos oriundo do contrato sub judice, e, principalmente, de
cancelar, caso já feito, o lançamento do nome do Autor e seu avalista,
nas listas de restrição creditícia do SCPC, SERASA e BC. Central, até o
final da lide, sob pena de responsabilização por perdas e danos oriundo
de eventual abalo de crédito.

Em liminar, requer-se a declaração de nulidade da cláusula abusiva


de eleição de foro bem como a nulidade das disposições do
contrato que estipularam juros compostos e capitalizados pratica
dissonante com o teor da sumula 121 do STF expressamente proibido
pelo decreto 22626/33 pelo que já argüido, com a conseqüente acolhida
da presente;

Pretende também o Requerente, seja antecipada a tutela jurisdicional


para assegurar em a manutenção e a posse do bem até que seja
revisado o contrato.

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Por fim, ainda preliminarmente, que haja a autorização deste R. Juízo,


para o deposito consignado referente a cada parcela vencida e
vincenda em discussão, ou caso entenda diferente, fica a arbítrio deste
M.Magistrado estipular o valor de deposito a que entende ser
incontroverso.

Seja recebida a presente ação, citando-se por via AR a parte


Requerida, na pessoa de seu representante legal, no endereço acima
declinado para que, querendo, apresente sua defesa no prazo de 15
dias sob a pena de serem admitidos os fatos alegados como verdadeiro;

Observando-se que os argumentos formulados pela autora, encontra-se


amparo jurisprudência , bem como se vislumbra a verossimilhança das

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alegações fundadas em provas inequívocas, , diante de tudo o quanto

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resto demonstrado e com sede e ancoradouro nas legislações
especificas e vigentes quanto a matéria e sem dispensar os Doutos
suprimentos deste E. Juízo, a requerente oferece para a seleta e
dilúcida consideração de Vossa Excelência, requer-se as seguintes
condenações:

* Restituir ao autor em forma de quitação das parcelas vencidas as


importâncias cobradas a maior a título de juros capitalizados,
correções monetárias, comissões de permanência e quaisquer outros
títulos a serem apurados, desde a celebração do contrato, devidamente
acrescido de juros e correções monetárias desde o efetivo desembolso .

* Que seja declarada, por sentença, a nulidade das cláusulas


abusivas, devendo devolver em forma de repetição do indébito, nos
termos do artigo 42, parágrafo único, da Lei 8.078/90, Código de Defesa
do Consumidor, por ter sido acrescidos de juros legais conforme o
quantum debeatur apurado em perícia, recaindo este ressarcimento
dobrado na condição de abatimento do saldo devedor.

Ao pagamento das despesas processuais e honorários de


advogado, contemplando a totalidade da condenação o acréscimo
de juros, correção monetária, e, no que for aplicável, a penalidade
prevista no § único do art 42, da Lei n. 8.078/90, e o nosso CCB vigente.
Para ao final, julgar procedente in totum o feito, confirmando a tutela
antecipadamente deferida, seja, abster-se de levar o nome do Autor aos
Órgãos de restrição de crédito, até final da lide, sob pena de
responsabilidade por perdas oriundo de eventual abalo de crédito.

Seja determinado, liminarmente, as demandadas que se abstenham


de comercializar lotes e de permitir que terceiros os comercializem,

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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seja por intermédio de publicidade ou oferta direta de lotes ou contrato,


na área acima referida, até que seja realizada a regularização exigida
em lei, sob pena de multa diária a ser fixada pelo Juízo;

FINALIZANDO

*"Ex positis", o autor requer se digne V.Exa., mandar citar a Ré, tudo
sob o pálio da justiça de graça, , nos termos dos Arts. 222 e seguintes
do CPC., na pessoa de seu representante legal, para que tome ciência
de todos os termos e atos desta ordinária com fino de cautelar e, em
querendo, apresentar sua resposta no prazo legal, bem como para

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acompanhar este feito até o seu final, sob pena de, não o fazendo, arcar
com o ônus da revelia.

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• Julgar totalmente procedente a ação, para, operando a revisão
integral da relação contratual, e, declarar a nulidade das cláusulas
abusivas, com o conseqüente expurgo do anatocismo, tudo calculado na
forma simples e sem capitalização mensal, fixando a forma de cálculo e
o montante devido, modificando os critérios de correção das contra
prestações pagas, aplicando-se tão somente o IGPM como expoente
infracionário, partindo-se dos valores iniciais originais e observados:

a. a aplicação dos devidos encargos legais;

b. a vedação à capitalização de juros, os juros excessivos e a


correção monetária baseada em indexadores de especulação financeira;

c. a apuração pericial técnico-contábil que restaure, num plano


contínuo e concorde à legislação, a evolução da dívida litigada,
enquanto comparado à escala progressiva de pagamentos efetuados;

d. a verificação e a apuração minuciosa dos excessos contratuais;

e. a declaração de nulidade das cláusulas abusivas e


excessivamente onerosas cuja existência restar comprovada;

f. a limitação constitucional dos juros ao patamar de 12% ao ano, e


a correção monetária ao índice legal (IGP-M), calculados sem
cumulação do tipo capitalização de juros;

g. o restabelecimento do equilíbrio contratual;

h. a condenação da ré ao ônus da sucumbência, com as


cominações de praxe;

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


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Que também seja ao final, seja julgada procedente a ação para


condenar os réus, solidariamente:

 à obrigação de fazer consistente em proceder à regularização do


loteamento implementado na área de terras dos autores ou seja a
regularização do lote objeto do litigio a fim de adequá-Io às
exigências normativas cabíveis à espécie, em prazo razoável a ser
fixado pelo juízo, sob pena de multa diária.

 Para a regularização fundiária/registral do lote suso mencionado,


deverão os demandados providenciar, junto ao Ofício do Registro
Imobiliário desta comarca, a inserção do contrato pactuado entre os
litigantes para fazer constar na matricula atualizada do imóvel a
negociação entre os litigantes informando a venda realizada em

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forma alienada fazendo então constar o nome do comprador
fiduciante no instrumento registral, fixando o juízo prazo razoável

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para comprovação

 .à obrigação de fazer consistente em acolhida a pretensão para


outorgar a pertinente escritura pública do lote aos adquirente/autor
que tenham integralizado o pagamento das prestações ajustadas nos
instrumentos negociais, consolidando a propriedade aos atuais
posseiro/autor;

 .ao pagamento de indenização de danos morais aos promitentes-


comprador –autor lesado no importe de R$ 30.000,00( trinta mil
reais) valor estimado pelo autor ou outro valor arbitrado pelo Douto
Juizo, caso seja constatado que a área não possa ser regularizada
bem como a execução das obras de infra estrutura ora não
realizadas sob pena de multa diaria;

 Requer o deferimento de todos os meios de prova em direito


admitidos.

 Requer juntada de rol de testemunhas.

 Requer Justiça Gratuita.

 Requer-se o prazo de 15 dias para juntada do instrumento


procuratório bem como a declaração de hipossuficiência, nos termos
da lei.

Por fim demonstra a parte autora , o desinteresse na audiência de


conciliação em consonância com o artigo 319 e seus incisos do CPC

PROTESTA por todos os meios de prova admitidos em direito.

R. Paranaiba n. 123 fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com 67 3522 5203


R. Paranaiba n. 123
Nestes termos

OAB 14098/MS
´Pede deferimento

Fernanda Lavezzo de Melo


setenta e cinco mil e cem reais)

Três Lagoas, 16 de outubro de 2019

fernanda_lavezzo@ Hotmail. Com


Para os devidos fins, o Autor dá à presente o valor de
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67 3522 5203
R$ 75.100,00(
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